Líder das Farc revela apoio econômico a Correa
REUTERS
Um comandante militar das Farc afirmou que o maior grupo guerrilheiro colombiano colocou dinheiro na campanha do presidente do Equador, Rafael Correa, segundo um vídeo em que aparece o líder rebelde e cuja existência foi confirmada nesta sexta-feira pelo Ministério Público.
O governo equatoriano reagiu poucas horas depois negando qualquer tipo de vínculo com a organização guerrilheira e exigiu da Colômbia a demonstração da veracidade da fita, acusando-a de organizar uma ofensiva política contra o Equador.
"O governo do presidente Correa não tem relação e nem recebeu investimentos das Farc", disse o ministro de Segurança Interna e Externa, Miguel Carvajal, em nota no site da Presidência na Internet.
"É uma campanha midíatica, não é nova (...) É parte de uma ofensiva política contra o país", acrescentou Carvajal à rádio Quito.
No vídeo, exibido por canais de TV, Jorge Briceño, o "Mono Jojoy", fala num acampamento para um grupo de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
A fita de vídeo foi obtida no apartamento de uma guerrilheira detida há alguns meses em Bogotá.
Briceño afirma que houve "ajuda em dólares à campanha de Correa e conversas posteriores com seus enviados, incluindo alguns acordos, segundo documentos" em poder do grupo.
O porta-voz do Ministério Público disse que o vídeo está com a polícia judicial.
Os governos de Quito e Bogotá se enfrentaram nas últimas semanas em um novo capítulo de acusações mútuas, após um juiz ordenar a prisão do ex-ministro da Defesa colombiano, Manuel Santos, por ter liderado uma operação militar contra as Farc em território equatoriano.
Ex-presidente equatoriano pede renúncia de Correa por vídeo das Farc
da Efe, em Quito
O ex-presidente equatoriano Lúcio Gutiérrez exigiu neste sábado (18) que o atual governante, Rafael Correa, renuncie ao cargo devido às "provas evidentes" contidas em um vídeo das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), no qual um rebelde diz que, em 2006, a guerrilha teria financiado a campanha eleitoral do líder.
"O vídeo é autêntico", acusou Gutiérrez após declarar, em uma entrevista ao canal UNO, que a gravação "indignou os equatorianos".
"Perante tanta indignação, exigimos a renúncia de Rafael Correa, se ele tem um pouco de vergonha na cara tem que renunciar e as autoridades competentes têm que emitir a ordem de prisão" contra o presidente, exigiu.
As Farc que "assassinam crianças, mulheres e idosos, que negociam drogas e extorquem, são quem financiou a campanha e permitiu que Correa chegasse a ser presidente do Equador", afirmou o ex-líder, que dirige o partido opositor Sociedade Patriótica.
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