domingo, 31 de maio de 2009

Mesa Redonda com Comunistas

As Torturas de Fidel Castro

PARTE 1


PARTE 2


PARTE 3


PARTE 4

PARTE 5
PARTE 6

sábado, 30 de maio de 2009

Fidel é um dos maiores assassinos da história


Por Reinaldo Azevedo


Texto publicado em 2008


Tenho um pouco de vergonha da minha profissão. Com as exceções de sempre e de praxe, afirmo de modo categórico: está tomada por pusilânimes... incapazes de escolher entre o bem e o mal, entre a democracia e a ditadura, entre a vida e a morte. Li, quero crer, tudo o que a imprensa relevante publicou, no Brasil e no mundo, a respeito da renúncia de Fidel Castro, que deixou formalmente a presidência de Cuba, depois de uma ditadura de 49 anos. Não fiz uma contabilidade, mas creio que 90% dos textos apelam a uma covardia formidável: seu legado seria ambíguo; Fidel nem é o herói de que falam as esquerdas nem o facínora apontado pela direita. Até parece que ele é apenas um objeto ideológico sujeito a interpretações. Não por acaso, esquece-se de abordar, então, o seu legado segundo o ponto de vista da democracia.


A mais estúpida de todas as leituras é aquela que poderia ser assim sintetizada: “Fidel liderou uma ditadura, mas melhorou os índices sociais”. Isso que parece ingênuo, de uma objetividade crua e descarnada de qualquer ideologia, é, de fato, uma impostura formidável; aí está a fonte justificadora do mais assassino de todos os regimes políticos jamais inventados pela humanidade. A ditadura comunista viria, assim, embalada pelo mito da reparação social: "Não se tem liberdade, mas, ao menos, há saúde e educação para todos". Pergunto: uma ditadura de direita, então, se justificaria segundo esses mesmos termos?


Mas atenção! Não se trata apenas de criticar esse postulado indecente que aceita trocar liberdade por conquistas sociais. O milagre social da revolução cubana foi criado em cima de mentiras objetivas. Em 1952, Cuba tinha o terceiro PIB per capita da América Latina. Em 1982, estava em 15º lugar, à frente apenas de Nicarágua, El Salvador, Bolívia e Haiti. A fonte? La Lune et le Caudillo, de Jeannine Verdes-Leroux. O livro, de 1989, tem o sugestivo subtítulo de “O sonho dos intelectuais e o regime cubano”. Estuda como se implantou e consolidou o regime comunista no país entre 1957 (a revolução é de 1959) e 1971. Não foi só essa mentira. Ao chegar ao poder, Fidel afirmou que 50% da população da ilha era analfabeta. Mentira! Em 1958, a taxa era de 22%, contra 44% da população mundial.


Um ano depois da revolução, já não havia mais no governo nenhum dos liberais e democratas que também haviam combatido a ditadura de Fulgêncio Batista. Tinham renunciado ao poder, estavam exilados ou mortos. Logo nos primeiros dias da revolução, antes mesmo que se explicitasse a opção pelo comunismo, Fidel e sua turma executaram nada menos de 600 pessoas. Em 1960, pelo menos 50 mil pessoas oriundas da classe média, que haviam apoiado a revolução, já haviam deixado Cuba. Três anos depois, 250 mil. A Confederação dos Trabalhadores Cubanos, peça-chave na deposição do regime anterior, foi tomada pelos comunistas. Em 1962, imaginem, a CTC cobra de Fidel a “supressão do direito de greve”!!! O principal líder operário anti-Batista, que ajudou a fazer a revolução, David Salvador, foi encarcerado naquele ano.


Só nos anos 60, o regime de Fidel fuzilou entre 7 mil e 10 mil pessoas. Caracterizá-lo como um assassino não é uma questão de gosto, mas de fato; não se trata de tomar essa característica como parte de seu legado supostamente ambíguo. Não há nada de ambíguo em fuzilar 10 mil. É coisa de facínora. Como é incontroverso que ele e seu amiguinho, o Porco Fedorento Che Guevara, criaram campos de concentração na ilha, os da UMAP (Unidade Militar de Apoio à Produção), formados por prisioneiros políticos, que chegaram a 30 mil!!! Ali estavam religiosos, prostitutas, homossexuais, opositores do regime, criminosos comuns... Os movimentos gays, que costumam ser simpáticos à esquerda, deveriam saber que a Universidade Havana passou por uma depuração anti-homossexual. Isso mesmo. Em sessões públicas, os gays eram obrigados a reconhecer seus “vícios” e a renunciar a eles. As alternativas eram demissão e cana (em sentido literal e metafórico).


Segundo O Livro Negro do Comunismo, desde 1959, estima-se em 100 mil o número de pessoas que passaram pela cadeia ou pelos “campos” de reeducação no país. Os fuzilamentos são estimados entre 15 mil e 17 mil pessoas.



A péssima metodologia de Paulo Freire nos EUA




“Pedagogia do Oprimido”, clássico de Paulo Freire publicado desde 1970 nos EUA, é largamente usado nas faculdades americanas de educação. Para alguns especialistas, essa é a razão pela qual as escolas dos EUA são ruins.


“Freire não está interessado nos principais pensadores de educação da tradição ocidental”, escreve Sol Stern no City Journal. “Em vez disso, ele cita um grupo muito diferente de pessoas: Marx, Lênin, Mao, Che Guevara e Fidel Castro, assim como intelectuais radicais como Frantz Fanon, Régis Debray, Herbert Marcuse, Jean-Paul Sartre, Louis Althusser e Georg Lukács. Não surpreende, porque a principal idéia de Freire é a contradição central de qualquer sociedade entre ‘opressores’ e ‘oprimidos’, e a revolução deve resolver esse conflito. Os ‘oprimidos’ são destinados a desenvolver uma ‘pedagogia’ e que os leve à própria libertação.”


Para Stern, se os EUA quiserem dar um salto de qualidade educacional, devem abandonar Freire: “Se a formação dos professores é a maior preocupação, trata-se de um desafio à razão que ‘Pedagogia do Oprimido’ ainda ocupe um lugar de destaque nos cursos de treinamento desses professores, que certamente não aprenderão a ser mestres melhores a partir de desacreditadas platitudes marxistas”.





sexta-feira, 29 de maio de 2009

Vargas Llosa vitima do totalitarismo de Hugo Chávez


O escritor peruano Vargas Llosa, um dos mais renomados escritores da literatura de língua espanhola, foi vitima de mais uma atitude fascista do governo venezuelano. Ele ficou retido durante uma hora e meia no aeroporto de Caracas, junto com o seu filho, e sendo humilhado pelas autoridades local. Ele foi advertido pelo governo, que como estrangeiro, não poderia dar nenhuma opinião sobre as “políticas venezuelanas”, que democrático, não?


Como bem disse Vargas Llosa, “os sistemas antidemocráticos tem medo de idéias”, uma analise perfeita que descreve os “tics nervosos” de Hugo Chávez, que não tolera idéias contrárias ao seu regime socialista, e acusa seus adversários de imperialistas, típico de alguém com mania de grandeza, no qual, o estado serve somente para fazer suas exibições teatrais e populistas. O escritor peruano ainda disse que a Venezuela está indo no mesmo caminho da ditadura cubana, “uma autocracia comunista no modelo cubano”, assim afirmou Vargas Llosa, nada mais preocupante que seguir um sistema totalitário e falido de Fidel Castro, é uma demonstração de que a América Latina está tomando rumos perigosos nas mãos desses ditadores comunistas.


A esquerda ainda continua com o mesmo discurso? Dizendo que na Venezuela tem excesso de democracia? ERRADO! O governo de Hugo Chávez tem excesso de totalitarismo nas veias, as instituições democráticas estão sendo violadas no país, e a America Latina vai sentindo na pele a má herança deixada por Fidel Castro, como bem salientou Vargas Llosa.




quinta-feira, 28 de maio de 2009

Onde está a democracia cubana ?


Filho de dirigente cubano é detido ao tentar sair da ilha




O advogado Juan Almeida García, filho do histórico comandante da revolução cubana Juan Almeida Bosque, foi detido e interrogado pelo governo de Raúl Castro depois de uma tentativa de sair de Cuba para fazer um tratamento médico no exterior, informou nesta quarta-feira o jornal "El Nuevo Herald", de Miami. Almeida Bosque é vice-presidente do Conselho de Estado e presidente da Associação de Combatentes da Revolução Cubana.


O advogado foi detido no dia 6 de maio quando viajava de ônibus para a cidade de Manzanillo, no extremo leste da ilha, diz o site do diário.


Agentes de segurança cobriram seu rosto, o interrogaram e o mantiveram detido até 13 de maio quando foi processado por tentativa de "saída ilegal" do país, pelo que deverá se apresentar todas as terças-feiras ante as autoridades de Villa Marista, quartel-general da Segurança do Estado em Havana, diz o jornal.


Relações tenebrosas


O Governo Lula terá um mais um encontro polêmico nesta quinta-feira, uma reunião com nada mais, nada menos que Islam Karimov, o atual presidente do Uzbequistão, acusado de desrespeito com os direitos humanos.


Nada mal para um governo que constrói alianças com ditadores de varias nacionalidades, entre eles, Fidel Castro, Hugo Chávez, Mahmoud Ahmadinejad, Evo Morales, Rafael Correa e outros. É lamentável que o Brasil tente se aproximar de um país, como o Uzbequistão, que está atravessando um momento conturbado em termos de democracia, enquanto isso, países da Europa, e os próprios Estados Unidos, estão impondo sanções contra o Regime de Islam Karimov, para pressionar o governo uzbeque a acabar com a repressão no país, só mesmo o Itamaraty para estabelecer relações diplomáticas com um governo completamente autoritário.


O Chanceler Celso Amorim continua com as suas relações tenebrosas, sem mesmo esconder sua admiração pelos governos totalitários, principalmente os chamados governos socialistas e anti-sionistas. Eu acho que o ministro das relações exteriores se olha no espelho, e se sente um Josef Stalin da vida, mas que felizmente, ou infelizmente para ele, a democracia está consolidada no Brasil, pelo menos até agora.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

A ameaça continua


Coreia do Norte lança 6º míssil em 3 dias e ameaça Coreia do Sul




A Coreia do Norte manteve nesta quarta-feira a provocação às críticas internacionais. Depois de lançar, pelo terceiro dia consecutivo, um míssil de curto alcance em sua costa leste, o regime de Pyongyang encerrou o armistício assinado em 1953, após a Guerra das Coreias, e ameaçou atacar a vizinha Coreia do Sul como retaliação por aderir à iniciativa americana contra o tráfico de armas de destruição em massa.


A imprensa norte-coreana relata ainda que o país retomou a atividade de produção de plutônio com fins militares.


O regime comunista, que argumenta estar "defendendo sua segurança", ainda não afirmou o que pretende obter da comunidade internacional com tantos desafios às críticas --que incluem até mesmo a sua principal aliada China-- e até mesmo a violação da resolução do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), que estuda agora um novo texto contra o país asiático.


A escalada da tensão começou com o teste nuclear anunciado na segunda-feira (25) pelo regime norte-coreano e que originou uma grave crise internacional. Nesta segunda-feira, o Conselho de Segurança concluiu que o segundo teste nuclear feito pela Coreia do Norte violou a resolução emitida pelo conselho em 2006, quando o regime norte-coreano fez seu primeiro teste nuclear.


Analistas afirmam que a Coreia do Norte quer pressionar Washington e o governo do novato Barack Obama para ter uma posição privilegiada ao exigir o fim das sanções econômicas e o reconhecimento diplomático na mesa de negociações pela desnuclearização.




terça-feira, 26 de maio de 2009

Provocação norte-coreana


O Comunismo Norte Coreano ignorou completamente o pedido dos lideres mundiais em parar com os testes nucleares e lançamento de mísseis na região. É isso que move o comunismo, que ameaça constantemente os “imperialistas”, seus inimigos, entre eles, os Estados Unidos, Coréia do Sul e Japão, um regime ditatorial baseado no ódio, e que não tem nenhuma perspectiva de demonstração de paz.


O ditador Kim Jong-il II está realizando um desejo de muitos esquerdistas que querem a volta da Guerra Fria, é quase que um orgasmo quando um representante comunista decide afrontar países de primeiro mundo, nesse caso, a Coréia do Sul, que é um dos principais aliados dos Estados Unidos na Ásia. É dessa forma que os comunistas procuram fazer política, ameaçando a comunidade internacional e impondo à força sua ideologia criminosa.


A Coréia do Norte até tinha uma economia desenvolvida no começo do governo de Kim Jong-il II, mas como todo regime comunista, a economia do país começou a desandar e tomar rumos preocupantes, com a planificação econômica. E, com o passar dos anos, o Regime Norte-Coreano se tornava cada vez mais repressivo, e o povo submetido ao estado autoritário.


Kim Jong-il II tinha assinado um tratado de desnuclearização em 1991 junto com a Coréia do sul para conter os ânimos na região da península, mas que a partir de 1998, verificou-se que a Coréia do Norte ainda continuava com o projeto nuclear, tudo isso, com o objetivo claro de fazer chantagem, ameaçando países como Japão e Coréia do Sul, os principais inimigos do regime.


Nada parece capaz de derrubar a idéia do governo norte-coreano em parar de fabricar mísseis e armas nucleares na tão conturbada península coreana, são ainda os resquícios que a Guerra Fria carrega nos dias de hoje, e que está causando pânico na comunidade internacional.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Comunismo ameaçando o mundo

Coreia do Norte põe sucessão de ditador à prova com teste nuclear

Folha Online

O teste nuclear anunciado nesta segunda-feira pela Coreia do Norte foi apontado por especialistas como mais uma medida provocativa do regime comunista para conseguir mais concessões de Washington nas negociações sobre a desnuclearização. Mas a explosão subterrânea, que acionou uma enxurrada de condenações internacionais, é também um teste para a população norte-coreana para uma mudança no governo e a sucessão do ditador Kim Jong-il, no poder desde 1980.

O teste nuclear, que desafiou a comunidade internacional, mostra uma mudança na política externa de Pyongyang, que parece ter agravado seu discurso e suas ameaças desde a notícia de que Kim teve um derrame, em agosto passado, e teria se afastado do poder --fato não confirmado pelo governo norte-coreano--, informa reportagem do jornal americano "New York Times".

As especulações sobre quem sucederá Kim no governo do empobrecido e armamentista regime comunista apontam que seu filho mais novo, Kim Jong-un, deve assumir a responsabilidade de manter a dinastia familiar.

PRÊMIO "PALABRAS COMO ROSAS"



É com muita satisfação que recebo o prêmio “Palabras como Rosas” do Blog Resistência e Liberdade. É uma maneira de aumentar o circulo de amizade entre os blogueiros que fazem oposição ao atual governo, e também, contra a esquerda arcaica que domina o nosso país.

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O que Estamos Fazendo?

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Preço da Gasolina - Petrobrás - Gestão Suja - Histórico de Denúncias.


- Quando
o Brasil me tira o sono


sábado, 23 de maio de 2009

Fidel Castro saqueou Angola e torturou angolanos

Militante de esquerda, simpatizante do PC do B, o escritor angolano Nelson Pestana foi preso político em Angola. Ele conta que a tortura era feita pelo Exército cubano. Segundo ele, Fidel dilapidou o patrimônio de Angola, roubando até fábricas que eram levadas para Cuba. O exército cubano chegou a estuprar mulheres

DEPOIMENTO DE NELSON PESTANA, ESCRITOR ANGOLANO DE ESQUERDA

O papel de Cuba em Angola, do meu ponto de vista foi um papel de potência de segundo grau e de colonização. Os cubanos representaram um mercenarismo de Estado. Da mesma maneira que houve a intervenção de outros exércitos, como o sul-africano e o zairense, por parte dos outros movimentos de libertação, Cuba interveio para apoiar o MPLA. E interveio como força expedicionária que se apropriou da riqueza nacional, inclusive porque os cubanos, a uma determinada altura, mandavam no país. Os angolanos eram marionetes nas mãos dos cubanos. O poder angolano de Agostinho Neto dependia da força expedicionária cubana. Tanto é assim que, quando houve uma cisão dentro do MPLA e há um golpe de Estado em 27 de maio de 1977, esse golpe é controlado pelos cubanos, que estão do lado de Neto. São os cubanos que reprimem a tentativa de golpe de estado dessa corrente do MPLA, que era comandada por Nito Alves e que tinha o apoio da União Soviética. Os cubanos tinham interesses próprios, como potência regional de segunda ordem, e, nesse caso, ficaram em lado oposto aos soviéticos.
A intervenção em Angola trazia um desafogo para a própria economia cubana. O internacionalismo é discurso de propaganda. Os cubanos eram pagos e bem pagos, inclusive os soldados, não era só o pessoal civil que era pago. Lembra-me que, numa determinada altura, cada soldado cubano custava mil dólares para Angola, por mês. Era uma fatura muito elevada. O internacionalismo era apenas um discurso de legitimação. Essas quantias em dólares pagas aos cubanos deram um desafogo à economia de Cuba, que estava extremamente estrangulada na altura em que eles fizeram a intervenção em Angola. Daí os interesses diferentes de cubanos e soviéticos. Cuba apoiou Neto porque ele dava maior garantia aos cubanos de permanência no país. Cuba chegou a ter 60 mil pessoas em Angola, entre soldados e civis. Não eram os angolanos que diziam: "Agora, precisamos de 20 médicos". Cuba que mandava 30 médicos. Angola tinha que os aceitar e lhes pagar os salários, além de comprar todo o material que era operado pelos cubanos. Inclusive, antes de Angola estruturar sua própria força repressiva, os cubanos é que torturavam diretamente os angolanos.

Os cubanos são idolatrados como internacionalistas, sei que na América Latina eles têm essa imagem, mas, pelo lado da população angolana, eles são vistos como força de intervenção. Eles tiveram as práticas de todas as forças de intervenção, como violação de mulheres, apropriação de fábricas completas. Os cubanos, normalmente, eram os primeiros que chegavam às cidades desertadas pelas forças sul-africanas e de outros movimentos de libertação. Então, os cubanos se apropriavam de tudo aquilo que lhes interessava. Conta-se, inclusive, uma anedota, que acho que tem a ver com a realidade, que, numa primeira viagem de Estado que Agostinho Neto fez a Cuba, ele levou vários ministros, entre eles o ministro da Justiça, que teve a surpresa de ver, em Havana, o carro que lhe tinha sido roubado em Havana. Muitos carros circulavam em Havana com a matrícula "MP", que significava "matrícula pedida". Eram carros roubados em Angola, levados para Cuba e, depois, matriculados com uma nova chapa cubana. Mas não foram só carros. Foram roubadas até fábricas. Eram desmontadas as fábricas, postas em barcos e levadas para Cuba, assim como clínicas e hospitais.

Os cubanos fizeram uma depredação histórica em Angola, não só porque arrancavam coisas para levar para Cuba, mas também porque quebraram monumentos, alegando que eram alusivos ao colono. E a depredação dos cubanos não foi só na retirada deles, mas assim que chegaram. Era uma depredação organizada. Por exemplo, em Cabinda, que é uma região de floresta, que tem madeiras preciosas, eles cortavam a madeira, punham nos barcos e levavam, simplesmente não pagavam impostos, não pagavam a madeira, não pagavam nada. Faziam uma exploração da madeira, por conta própria, sem qualquer autorização ou acordo entre Cuba e Angola. Os cubanos destruíram a produção de cana-de-açúcar em Angola. Os cubanos comandaram, durante muito tempo, a marinha mercante angolana, e fretavam barcos para servirem à sua própria marinha mercante. E nós pagávamos frete de barcos cubanos que serviam à sua marinha mercante.

Eles fizeram imensas coisas. Há coisas que já estão sendo mais ou menos relatadas por cubanos dissidentes. De qualquer maneira, os cubanos não saíram totalmente de Angola. Saíram as tropas. Muitos deles converteram-se em negociantes e continuam em Angola, com lojas de comércio externo, clínicas, entre outros negócios. Alguns deles são uma força de reserva do próprio regime, porque um general que vira comerciante é sempre general. Há bem pouco tempo, o presidente angolano José Eduardo dos Santos visitou Cuba para um novo incremento da colaboração militar com Cuba. Apesar dos pesares, não temos uma atitude revanchista em relação aos cubanos. Naquilo que eles forem interessantes para Angola, conversamos muito bem, pode haver colaboração com Cuba.

Deixe me dizer que conheci Cuba, em 1981, e o que mais me chocou em Cuba foi o racismo contra os negros, pior do que no Brasil, mas como é uma revolução socialista, fala-se muito de Guevara, esconde-se muito isso. A guerra em África, tanto em Angola como na Etiópia, serviu, também, um bocado à comunidade negra cubana para a sua afirmação, para a sua promoção social, porque não se viam generais negros no Exercito cubano. Passou a haver numa determinada altura, porque a intervenção em África fez com que o discurso de Fidel incidisse sobre a recuperação das raízes africanas cubanas e isso motivou certa promoção da comunidade negra cubana. Há muito tempo que não vou a Cuba, mas, em 1981, quando estive lá, havia um racismo declarado em Cuba, a ponto de um branco não dançar com uma negra. E de eu me interessar por uma mulher que, nas circunstâncias, era negra e ela perguntar-me se eu efetivamente gostava dela, porque achava que um indivíduo com a minha pigmentação não poderia se interessar, de maneira nenhuma, por uma mulher de pele escura. Porque em Cuba havia essa separação, a separação das raças. Eu tinha companheiros cubanos desportistas que não dançavam num baile com brancas, porque se fossem pedir para dançar, elas não aceitavam porque eles eram negros. É um racismo que se pode encontrar mesmo nos textos do José Martí, quando ele fala no nosso "irmão mais novo", o negro, numa atitude paternalista, que é, também, uma forma de racismo.

Costumo dizer aos meus amigos brasileiros, alguns com militância no PT, que Fidel Castro, moralmente, está uns pontos abaixo de Pinochet. Porque Pinochet era um ditador, mas, hoje, pôs a sua cadeira à disposição de um referendo. Fidel Castro, apesar de ter sido aconselhado a fazer o mesmo, até para renovar a sua legitimidade, nunca o fez e continua a manter uma ditadura das mais retrógradas. Mas eu costumo dizer aos meus amigos brasileiros que o nosso ditador é sempre mais simpático que o ditador do outro. O Pinochet era o ditador da direita e, por isso, é aquela besta que reprimiu a república, que matou Allende. Sabemos disso e tenho muito respeito por essa resistência, mas eu vi um resistente do Chile a ir buscar o Pinochet em Londres, para que ele não fosse julgado por Baltazar Garzón. E ele explicava que a democracia tinha sido negociada com esse ditador, que decidiu renunciar ao poder porque perdeu um referendo.

Não tenho simpatia nenhuma por nenhum tipo de ditador, mas, como homem de esquerda, embora de uma esquerda democrática, que não aceita nenhuma forma de coação sobre as liberdades individuais e coletivas, não posso me identificar com um ditador como Fidel Castro. Eu me identifico mais com aqueles a quem ele chama de vendilhões da pátria, que são esses movimentos da sociedade civil que apenas têm a fragilidade de seus corpos para opor ao regime brutal de Fidel Castro. E é um regime verdadeiramente brutal. Não é por acaso que alguns intelectuais de esquerda que até há pouco tempo o apoiavam cortaram relações com ele. O último caso foi o do escritor José Saramago, que escreveu aquela célebre carta aberta.

Conheci Cuba e não vi as grandes conquistas do socialismo que eles vendem. Mas, mesmo que houvesse essas grandes conquistas do socialismo, nada justifica a opressão sobre as pessoas. Não é por um prato de arroz que um ditador qualquer tem direito a impor uma ditadura como a de Fidel Castro. Por isso, acho que o PT teria muito a ganhar demarcando-se desse tipo de ditadura, a não ser que ele concorde com uma política de dois pesos e duas medidas: por um lado, o PT que fez um percurso de 20 anos de luta e chegou ao poder pela legitimidade do voto popular; por outro, o PT que apóia Fidel Castro, um dinossauro que não tem legitimidade nenhuma.

Fidel não aceita pôr o seu poder ao referendo da população cubana, porque acha que isso é invenção do ianque. Mas não é. Ele pode organizar as manifestações que quiser, com a população que quiser, para dizer que aqueles ativistas cívicos cubanos que lutam pela liberdade do país não representam ninguém. Mas Ceaucescu, na Romênia, também tinha eleições com 90 por cento de aprovação, mas, de um dia para o outro, caiu e nós depois vimos o que era efetivamente esse poder. No Iraque, Saddam ganhou as últimas eleições que fez com 100 por cento dos votos, mas hoje vemos que as manifestações no Iraque contra a potência ocupante mostram uma pluralidade de movimentos e não 100 por cento em favor do ditador que foi derrubado pela intervenção americana. Fidel não tem, com certeza, 100 por cento da população do seu lado. Mas bastava que houvesse um cubano que pensasse diferente do Fidel para que ele tivesse o direito de pensar diferente.

Voltando ao PT, eu acho que há uma corrente no partido que, efetivamente, não aceita a democracia como modelo a seguir, que se submeteu a ela, nas circunstâncias do Brasil, e que, por isso, poderá ser sempre um risco para a própria democracia brasileira. E eu, não sendo brasileiro, sendo angolano, digo isso com preocupação, porque é normalmente nesses modelos ditatoriais que os nossos ditadores se inspiram. E, por isso, o exemplo brasileiro, nesse capítulo, pode ser um mau exemplo para Angola. E, como tal, eu tenho que me bater para que a própria democracia brasileira se fortaleça e se desenvolva naquele caminho que todos nós desejamos.