sexta-feira, 15 de maio de 2009

Novas ameaças de Chávez aos meios de comunicação




Chávez ameaça a canal privado de TV por "terrorismo diário"


O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, voltou a ameaçar nesta quinta-feira os meios de comunicação privados, mais especificamente o canal de televisão Globovisión, e prometeu que "não permitirá" que continue fazendo "terrorismo diário" e acreditando que está "acima da lei".


"Tomara que retifique, mas não tenho esperança. Tudo bem, sigam em frente, nós sabemos o que temos que fazer", disse o presidente, em intervenção pública retransmitida por todos os canais de rádio e televisão da noite desta quinta-feira.


Sem dizer em momento algum referir-se diretamente à Globovisión, o presidente afirmou: "Todos sabemos de quem estou falando. Estamos na presença de uma agressão terrorista contra a Venezuela aqui dentro e temos de destacar com nome e sobrenome os terroristas de colarinho branco, de gravata, que têm canais de televisão, jornalistas e estações de rádio", acrescentou.




Ameaçada por Chávez, TV opositora é multada em R$ 2,4 mi


Principal meio de comunicação opositor, o canal de notícias venezuelano Globovisión está mais do que nunca na berlinda desde o último domingo (10), quando o presidente Hugo Chávez disse que mudaria de nome se não fechasse o canal.


Nesta semana, os atritos entre o canal e o governo têm sido diários. Na manhã desta quinta-feira, enquanto a Folha visitava a sede, representantes do Fundo de Promoção e Financiamento de Cinema (Fonprocine) apareceram para deixar uma notificação exigindo o pagamento de R$ 2,4 milhões.


O valor foi calculado a partir da Lei de Cinematografia, que obriga os canais de sinal aberto a uma contribuição a partir do faturamento com publicidade. O artigo 51, porém, isenta do pagamento emissoras "com fins exclusivamente informativos". A reportagem entrou em contato com o Fonprocine, mas não houve resposta ao pedido de entrevista.


"O governo quer nos fechar por via administrativa ou pela asfixia econômica", disse à Folha o diretor-geral da Globovisión, Alberto Federico Ravell. "E terá de ser muito criativo para buscar argumentos legais que sustentem o fechamento de um meio de comunicação."


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