sábado, 31 de dezembro de 2011

PIB para inglês ver

Por: Roberto Freire

Site PPS

O partido da imprensa Governista está exultante com a informação do Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR, na sigla em inglês) mostrando que o Brasil ultrapassou o Reino Unido e ocupa atualmente a sexta posição no ranking das maiores economias do mundo. Por esses dados, parece que finalmente a velha Europa estaria se curvando diante da nova potencia das Américas e sua pujante economia. No entanto, basta um olhar mais atento para perceber o engodo, pois os dados coligidos pelo referido centro tratam do volume de comércio do país no contexto da economia globalizada.

Na imprensa europeia, o Brasil, conhecido mais por suas mazelas e proverbial desigualdade, está se tornando rapidamente uma das locomotivas da economia global, por conta de seus vastos estoques de recursos naturais e classe média em ascensão. A fantasia do "Brasil grande", que embalou os sonhos e a propaganda da ditadura militar é o mesmo que embala os sonhos edulcorados do governo petista, sempre pródigo no auto-elogio.

Poderíamos abstrair que a renda per capita na Inglaterra é de 40 mil dólares enquanto no Brasil é 12 mil, ou ainda que o salário mínimoinglês é quatro vezes maior que o brasileiro, e comparar somente as condições sociais do Brasil e do Reino Unido para que a verdade se estabeleça no que é mais importante na vida social, a qualidade de vida de seus cidadãos.

A partir do relatório de 2010, o Índice de Desenvolvimento Humano — IDH, da ONU, combina três dimensões: uma vida longa e saudável, retratado pela expectativa de vida ao nascer; o acesso ao conhecimento, por conta dos anos médios de estudo e anos esperados de escolaridade; e, por fim, um padrão de vida decente: PIB (PPC) per capita.

Seguindo estritamente essa metodologia veremos que, no que respeita a expectativa de vida, enquanto o Reino Unido, segundo dados da ONU, ocupa a vigésima segunda posição,com um percentual geral (homens e mulheres) de 79,4 anos de vida, o Brasil está na nonagésima segunda, com 72,4.

Se compararmos a mortalidade infantil, teremos um quadro mais esclarecedor de nossa condição. Enquanto no Reino Unido o índice de mortalidade infantil (mortes/1.000 nascimentos) é da ordem de 4,8%. Com uma taxa de mortalidade para menores de cinco anos (mortes/1.000 nascimentos) de 6%. No Brasil, tais índices são da ordem de 23,6% para mortalidade infantil (mortes/1.000 nascimentos). E de 29,1% para a taxa de mortalidade para menores de cinco anos (mortes/1.000 nascimentos).

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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Fascismo (mal) disfarçado

Por José Serra

O Globo, 22/12/2011

JoseSerra.com.br

Nos anos recentes, o ímpeto petista para cercear a liberdade de expressão e de impressa vem sendo contido por dois fatores: a resistência da opinião pública e a vigilância do Supremo Tribunal Federal. Poderia haver também alguma barreira congressual, mas essa parece cada vez mais neutralizada pela avassaladora maioria do Executivo.

É um quadro preocupante, visto que o PT só tem recuado de seus propósitos quando enfrenta resistência feroz. Aconteceu no Programa Nacional de Direitos Humanos, na sua versão petista, o PNDH-3. Aconteceu também na última campanha eleitoral, quando a candidata oficial precisou assumir compromissos explícitos com a liberdade para evitar uma decisiva erosão de votos.

Mas não nos enganemos. Qualquer compromisso do PT com a liberdade e a pluralidade de opinião e manifestação será sempre tático, utilitário, à espera da situação ideal de forças em que se torne finalmente desnecessário. Para o PT, não basta a liberdade de emitir a própria opinião, é preciso “regular” o direito alheio de oferecer uma ideia eventualmente contrária.

O PT construiu  e financia ao longo destes anos no governo toda uma rede para não apenas emitir a própria opinião e veicular a informação que considera adequada, mas para tentar atemorizar, constranger, coagir quem por algum motivo acha que deve pensar diferente. Basta o sujeito trafegar na contramão das versões oficiais para receber uma enxurrada de ataques, xingamentos e agressões à honra.

Outro dia um prócer do petismo lamentou não haver, segundo ele, veículos governistas. Trata-se de um exagero, mas o ponto é útil para o debate. Ora, se o PT sente falta de uma imprensa governista, que crie uma capaz de estabelecer-se no mercado e concorrer. Mas a coisa não vai por aí. O que o PT deseja é transformar em governistas todos os veículos existentes, para anular a fiscalização e a crítica.

O governo Dilma Rousseff deve ter batido neste primeiro ano o recorde mundial de velocidade de ministros caídos sob suspeita de corrupção. E parece ainda haver outros a caminho. As acusações foram veiculadas pela imprensa, na maioria, e a presidente considerou que eram graves o bastante, tanto que deixou os auxiliares envolvidos irem  para casa. Mas no universo paralelo petista,  e mesmo na alma do governo,  trata-se apenas de uma conspiração da imprensa.

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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A Guatemala e seu exemplo de privatização

Por


O principal problema das privatizações no Brasil — como já explicado nestes dois artigos — é que simplesmente não houve uma desestatização do setor. O governo apenas trocou um monopólio estatal por um monopólio privado. E, para "garantir" que o monopólio privado "funcionasse bem", criou várias agências reguladores com o objetivo de especificar preços e determinar metas a serem cumpridas.

De acordo com a ideia dominante à época, era perfeitamente possível entregar um serviço monopolístico a algumas poucas empresas e fazer com que os resultados fossem exatamente iguais aos que ocorreriam em um livre mercado — isto é, alta qualidade e preços baixos. Bastava para isso o governo criar agências reguladoras, as quais seriam geridas por burocratas preocupados com o bem-estar da população e que saberiam perfeitamente como estipular preços para os serviços e impor metas às empresas. Finalmente havia sido descoberta uma maneira de se obter resultados de livre mercado em um mercado totalmente controlado e planejado.

Ou seja, não apenas o governo não se retirou do setor, como ainda continuou praticando controle de preços e, no melhor estilo soviético, passou a determinar objetivos a serem cumpridos, como nos planos quinquenais stalinistas.

No caso do setor telefônico brasileiro, os serviços só melhoraram porque a base de comparação era péssima. Não tinha como ser pior do que a Telebrás.

Como era para ter sido feito? A resposta vem da Guatemala, que possui um setor de telecomunicações totalmente desregulamentado e, consequentemente, com ótimos serviços a preços irrisórios.

A história inicial é simples e praticamente idêntica à do Brasil, em termos proporcionais: em 1995, havia 11 milhões de habitantes no país e apenas 289 mil linhas telefônicas. Um novo presidente foi eleito e nomeou para a direção da estatal telefônica um economista de formação libertária, Alfredo Guzmán, graduado na Universidad Francisco Marroquin, atual centro austríaco da América Latina (graduandos de lá fazem matérias obrigatórias que utilizam Mises e Hayek como bibliografia).

Ao nomear Guzmán, o presidente recém-eleito da Guatemala lhe fez um único pedido: "Quero muitos telefones por todo o país. E rápido!"

A estatal obviamente detinha o monopólio das telecomunicações, era gerida por cinco sindicatos corruptos, cobrava caríssimo para instalar um linha telefônica (às vezes o serviço era pago mas não era feito) e não tinha a menor condição de sair espalhando telefones pelo país.

A primeira tarefa de Guzmán — e a mais difícil — foi domar os sindicatos. E isso ele fez por meio de uma legislação. Uma vez controlados os sindicatos, veio a parte mais fácil, a qual sempre foi defendida por nós do IMB como sendo a única política moral, ética e economicamente correta a ser tomada em qualquer situação: retirar o governo de cena e dar plena liberdade ao mercado de trocas voluntárias.

Guzmán simplesmente deu uma banana aos keynesianos do FMI e do Banco Mundial — que insistiam que ele vendesse o monopólio estatal a um monopólio privado e criasse agências reguladoras para estipular preços e determinar metas de expansão (exatamente como fizeram aqui os keynesianos tucanos) — e colocou em prática aquilo que Ludwig von Mises já havia sugerido ainda na década de 1920: acabar com as regulamentações e com todas as barreiras legais de entrada ao mercado, e permitir que a livre concorrência entre as empresas faça de tudo para agradar ao consumidor.

Ato contínuo, Guzmán abriu o mercado para absolutamente toda e qualquer empresa, nacional ou estrangeira. Qualquer empresa, de qualquer país, que quisesse ir ofertar seus serviços na Guatemala tinha a total liberdade de fazê-lo. Sem qualquer restrição governamental. Não haveria privilégios, nem subsídios e nem restrições à livre concorrência.

Resultado: hoje o país tem uma população de 13,5 milhões de pessoas e nada menos que 18 milhões de linhas telefônicas, móveis e fixas. Quatro operadoras privadas disputam clientes em um ambiente de genuína livre concorrência, sem regulamentações e sem controle de preços — considerando-se o tamanho do país e sua renda per capita, trata-se de um número significante. Conseguir uma nova linha de telefone "é tão fácil quanto comprar um cachorro-quente", a qualidade dos celulares chega a ser superior à existente em cidades como Nova York, Paris, Londres, Tóquio, e os preços por minuto são ridículos. E tudo isso, vale ressaltar, em um país pobre (renda per capita de US$ 4.800; a do Brasil está na casa dos US$ 10.500) e de infraestrutura bastante debilitada. Ao contrário do que preconiza o "senso comum", os malvados capitalistas não apenas se interessaram em investir maciçamente em uma economia pobre, como ainda cobram pouco por isso.


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terça-feira, 22 de novembro de 2011

PAC 2 tem apenas 11% das obras concluídas, diz governo

Por Luciana Marques



Site Veja

O Ministério do Planejamento divulgou nesta terça-feira o segundo balanço do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2). Até setembro, apenas 11,3% do total das obras previstas para conclusão até 2014 foram entregues. Neste ritmo, dificilmente o governo conseguirá cumprir a promessa de entregar as construções até o fim do mandato da presidente Dilma Rousseff. O Planalto já admite que, do total de obras, 26% não serão entregues até 2014.


O valor total a ser executado pelo PAC 2 até 2014 é de 955 bilhões de reais. Foram gastos, até agora, 143,6 bilhões de reais - o que representa 15% da verba prevista até 2014. Deste montante, 60,7 bilhões de reais foram destinados ao programa Minha Casa, Minha Vida 2, permitindo a contratação de 294.000 casas.

Do restante, 41,4 bilhões de reais foram absorvidos por projetos de empresas estatais, 25,6 bilhões de reais foram destinados ao setor privado e 13,2 bilhões de reais ao Orçamento Geral da União Fiscal e Seguridade. Foram gastos ainda 2 bilhões de reais para financiamento ao setor público e 700 milhões de reais em contrapartidas de estados e municípios.

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou que o PAC manteve o mesmo ritmo de investimentos do ano passado, e que, por isso, não deverá impactar a alta do Produto Interno Bruto (PIB). "A manutenção do mesmo ritmo de investimento não contribui para aceleração do crescimento este ano", afirmou.

Em contrapartida, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, prometeu investimentos "subtanciais" do PAC para o ano que vem - o que, segundo ela, vai garantir que o Brasil não seja atingido tão fortemente pela crise internacional. “Acreditamos, sim, que será possível sustentar uma posição quase confortável no ano que vem em relação aos Estados Unidos e Europa”.

Obras de transporte - Na área de transportes, foram concluídos quase 500 quilômetros em rodovias, entre elas, BR-262 (MG), BR-020 (DF-GO), BR-450 (DF) e BR-070(GO). Muitas obras no setor, no entanto, estão sendo revistas diante de situações de irregularidades em contratos realizados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Das 42 licitações do órgão em andamento, 14 foram revogadas e 27 suspensas, das quais 14 serão retomadas este ano.

Todas as oito licitações da Valec, autarquia responsável pelas ferrovias, foram revogadas ou suspensas. Apenas uma obra será retomada em 2011. “Temos a expectativa de finalizar essa revisão de maneira completa em dezembro”, afirmou a ministra do Planejamento. Segundo ela, as obras deverão ser retomadas até o primeiro trimestre de 2012.

No setor de aeroportos, destacam-se a reforma do terminal de passageiros do Galeão (RJ), com 54% das obras finalizadas; e a ampliação da pista de Guarulhos (SP), com 47% de conclusão. Na área de energia, entraram em operação quatro usinas hidrelétricas, onze termelétricas e nove eólicas.


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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Médicos Brasileiros X Médicos Cubanos

Roberto Moraes Enviou "

Artigo do Companheiro
Rogério Jose Brandão – Médico Cancerologista
RC Recife Boa Vista

Sala de Leitura

É no mínimo estranho o posicionamento do governo federal em relação à pretensão dos médicos cubanos em pleitear equiparação aos formados nas universidades brasileiras.


Existem grandes diferenças entre as grades curriculares dos cursos médicos nas universidades brasileira e cubana, o que é natural, pois vivemos realidades e necessidades diferentes. Além disto, se comete uma injustiça aos graduados pelas nossas universidades. O aluno do curso médio brasileiro que deseje se tornar um futuro médico, sabe que disputará um concorrido vestibular onde só os melhores entre os melhores serão aproveitados.

Isto faz com que estes alunos geralmente estudem mais e se destaquem entre os seus colegas. Nas melhores universidades ficarão os melhores alunos, esta é a regra. A seleção entre os melhores continuará após a graduação, nos concorridos concursos para residência médica e assim por diante. Qual a origem dos formados pela universidade cubana? De onde vieram estes alunos, quais foram suas notas durante o ensino médio, qual a classificação nos vestibulares brasileiros? Como foi a sua formação técnica e ética? É comum se encontrar um aluno brasileiro de medicina estudante em países como Cuba ou Bolívia, após vários anos seguidos de reprovação nos vestibulares no brasileiros!

Por que a um médico brasileiro formado em Harvard, Oxford, Yale, Princeton etc, é exigido testes de qualificação antes de se conferir a equiparação e aos formados em Cuba esta avaliação pode ser dispensada? Seriam as universidades cubanas superiores a estas tradicionais escolas? Estas questões merecem uma reflexão, pois o verdadeiro interesse não é mérito científico e acadêmico e sim o político. Querem beneficiar pessoas que vão estudar em Cuba levadas por movimentos sociais e sindicais, pessoas que não se qualificaram nos teste de acesso exigido a todos os brasileiros que aqui estudam. Não se pode aceitar como justificativa a recente declaração do ministro da saúde que estes médicos atuarão nos mais distante ricões, onde o médico brasileiro não quer ir trabalhar. Isto não é verdade, pois ao se equiparar os formados em Cuba aos médicos brasileiros, estes terão acesso aos mesmos privilégios que temos, aos mesmos direitos que conquistamos por mérito. Se tiverem oportunidades, e aqui não posso deixar de pensá-los como oportunistas por escolherem um acesso direto à universidade, sem mérito, escolherão trabalhar nos melhores centros, que igualmente lhes dão aos melhores condições de trabalho, crescimento e desenvolvimento profissional. A questão básica é esta: se não desejamos trabalhar em grotões subdesenvolvidos é porque nestes locais não nos são oferecidos às mínimas condições de trabalho dentro da dignidade exigida para o exercício da medicina. A um profissional qualificado, é necessário se oferecer salário compatível, oportunidades de exercer a profissão dentro da plenitude dos conhecimentos incorporados, além de condições de crescimento e desenvolvimento profissional. Os locais que oferecem tais condições, não carecem de médicos. Ao se tentar corrigir um problema pelo topo da pirâmide, se cria um problema pior, pois ao pobre coitado que mora nos locais distantes e inóspitos será oferecido um médico de formação duvidosa, não aprovado pelo sistema vigente de educação do país, aceito apenas por condição e conveniência política. O sistema de avaliação deve ser preservado, para o bom nome da medicina.
 
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domingo, 20 de novembro de 2011

Os perigos do marxismo ateu

Por Felipe Aquino


Canção Nova
 

O “Livro Negro do Comunismo - Crimes, terror e repressão” (Stéphane Courtois, Nicolas Werth, Jean-Louis Panné, Andrzej Paczkowski, Karel Bartosek, Jean-Louis Margolin, Bertrand Brasil, Rio de Janeiro, 1999, 917 págs.) faz um balanço do amargo fruto que este diabólico regime gerou para a humanidade. Oitenta anos depois da Revolução Bolchevique na Rússia (1917) e sete depois de a União Soviética ter acabado (1997), a trajetória trágica do comunismo pode ser contabilizada, pelo número de vítimas. É a história da trágica aplicação na vida real de uma ideologia carregada de falsas promessas de igualdade e justiça que custou entre 80 e 100 milhões de vidas, com a esmagadora maioria de vítimas nos dois gigantes do marxismo-leninismo, a União Soviética e a China, além do Viet-Nan, Cuba, Cambodja, etc.

Na China, 65 milhões foram mortos pelo regime comunista, a maioria dizimada pela fome desencadeada a partir do “Grande Salto para a Frente”, o desastroso projeto de auto-suficiência implantado por Mao Tsé-Tung em meados dos anos 50. Foi a pior fome da História, acompanhada de ondas de canibalismo e de campanhas de terror contra camponeses.

Na URSS, de 1917 a 1953, ano da morte de Stalin, os expurgos, a fome, as deportações em massa e o trabalho forçado no Gulag mataram 20 milhões de pessoas. Só a grande fome de 1921-1922, desatada em grande parte pelo confisco de alimentos dos camponeses, matou mais de 5 milhões de vidas.

Na Coréia do Norte, comunista ainda hoje, a execução de “inimigos do povo” contabiliza pelo menos 100.000 mortos. Em termos proporcionais, contudo, o maior genocida comunista é o Khmer Vermelho do Camboja: em três anos e meio (1975-1979), com sua política inclemente de transferência forçada dos moradores das cidades para o campo, matou de fome e exaustão quase 25% da população.”

Os crimes do stalinismo, e a política de terror empregada por outros regimes comunistas, ficaram bem conhecidos desde o XX Congresso do Partido Comunista Soviético, em 1956, denunciados por Nikita Krushev.

Mas, é lamentável que depois de tantos sofrimentos a que foram submetidos os paises do Leste Europeu: Tchecoslováquia, Bulgária, Romênia, Hungria, Polônia, Alemanha Oriental, etc.. ainda se cogite de ter o marxismo ateu, materialista, sanguinário, totalitário… como uma ideologia para governar as nações, como acontece hoje em Cuba, Nicarágua, Venezuela, Bolívia, Equador… Isto é feito enganando-se o povo com a utopia do “paraíso marxista e comunista.

Todos os Papas da Igreja condenaram o comunismo desde que esta perversa ideologia surgiu na face da terra. Já em 1846 Pio IX a condenou solenemente no Silabo e na Encíclica “Qui pluribus’. Mais tarde, Leão XIII, na sua Encíclica “Quo Apostolici muneris” (28 de dezembro de 1878) repetiu essa condenação. Pio XI condenou severamente as perseguições dos comunistas contra os cristãos e contra a Igreja tanto na Rússia (1917) quanto na revolução mexicana de 1926 e na da Espanha em 1936.

Na célebre Encíclica de Pio XI, ”Divini Redemptoris”, de 19 de março de 1937, contra o comunismo ateu, o Papa condenou-o com todas as letras. Vejamos alguns pontos dessa condenação: “Além disso, o comunismo despoja o homem da sua liberdade na qual consiste a norma da sua vida espiritual; e ao mesmo tempo priva a pessoa humana da sua dignidade, e de todo o freio na ordem moral, com que possa resistir aos assaltos do instinto cego. E, como a pessoa humana, segundo os devaneios comunistas, não é mais do que, para assim dizermos, uma roda de toda a engrenagem, segue-se que os direitos naturais, que dela procedem, são negados ao homem indivíduo, para serem atribuídos à coletividade. Quanto às relações entre os cidadãos, uma vez que sustentam o princípio da igualdade absoluta, rejeitam toda a hierarquia e autoridade, que proceda de Deus, até mesmo a dos pais; porquanto, como asseveram, tudo quanto existe de autoridade e subordinação, tudo isso, como de primeira e única fonte, deriva da sociedade. Nem aos indivíduos se concede direito algum de propriedade sobre bens naturais ou sobre meios de produção; porquanto, dando como dão origem a outros bens, a sua posse introduz necessariamente o domínio de um sobre os outros. E é precisamente por esse motivo que afirmam que qualquer direito de propriedade privada, por ser a fonte principal da escravidão econômica, tem que ser radicalmente destruído.” (n. 10)

“Além disto, como esta doutrina rejeita e repudia todo o caráter sagrado da vida humana, segue-se por natural conseqüência que para ela o matrimônio e a família é apenas uma instituição civil e artificial, fruto de um determinado sistema econômico: por conseguinte, assim como repudia os contratos matrimoniais formados por vínculos de natureza jurídico-moral, que não dependam da vontade dos indivíduos ou da coletividade, assim rejeita a sua indissolúvel perpetuidade. Em particular, para o comunismo não existe laço algum da mulher com a família e com o lar. De fato, proclamando o princípio da emancipação completa da mulher, de tal modo a retira da vida doméstica e do cuidado dos filhos que a atira para a agitação da vida pública e da produção coletiva, na mesma medida que o homem. Mais ainda: os cuidados do lar e dos filhos devolve-os à coletividade. Rouba-se enfim aos pais o direito que lhes compete de educar os filhos, o qual se considera como direito exclusivo da comunidade, e por conseguinte só em nome e por delegação dela se pode exercer.” (n. 11)


Em seguida o Papa mostra os estragos do comunismo no México e na Rússia onde fez muitos mártires na primeira metade do século XX: “Porque, onde quer que os comunistas conseguiram radicar-se e dominar, - e aqui pensamos com particular afeto paterno nos povos da Rússia e do México, - aí, como eles próprios abertamente o proclamaram, por todos os meios se esforçaram por destruir radicalmente os fundamentos da religião e da civilização cristãs, e extinguir completamente a sua memória no coração dos homens, especialmente da juventude. Bispos e sacerdotes foram desterrados, condenados a trabalhos forçados, fusilados, ou trucidados de modo desumano; simples leigos, tornados suspeitos por terem defendido a religião, foram vexados, tratados como inimigos, e arrastados aos tribunais e às prisões.”(n. 19).

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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Entenda o que são os movimentos sociais

Escrito por Klauber Cristofen Pires

Movimento Endireitar


Os leitores assíduos estranharão um pouco o estilo passo-a-passo do texto a seguir, motivo pelo qual peço-lhes a condescendência, haja vista que este se dirige primordialmente aos neófitos. De qualquer forma, uma revisão há de lhes fortificar as convicções e os argumentos.

O que são os atuais movimentos sociais? O que representam? A que interesses servem?

Quem pode nos dar esta resposta em primeiríssima mão é o dissidente soviético Anatoli Golitsyn, um ex-funcionário da KGB de alto escalão que fugiu para os Estados Unidos e que já alertava desde os anos 80 por meio do seu livro Lies for Old (Novas Mentiras Velhas, pág. 45):

A adoção da nova política do bloco e a estratégia de desinformação envolveu mudanças organizacionais na União Soviética e por todo o bloco. Na União Soviética, como em outros países comunistas, foi o Comitê Central do partido que reorganizou os serviços de segurança e de inteligência, o ministério de relações exteriores, outras seções do governo e aparatos político-governamentais, além das organizações de massa, a fim de adequá-las todas à implementação da nova política e torná-las instrumentos desta. (grifos meus)

Atualmente, no Brasil, os ditos movimentos sociais estão disseminados por toda a sociedade, cada qual com a sua agenda, a fomentar alterações significativas nas consciências e comportamentos das pessoas, contando para tal mister com o apoio de toda a mídia e de todo o jornalismo tradicional, e a impor através da legislação, principalmente a administrativa, bem como do ativismo judicial, a implementação de suas políticas.

Dentre os inúmeros que existem, podemos destacar o movimento negrista, o gayzista, o feminista, o ambientalista e o desarmamentista.

O que de mais necessário há de se esclarecer às pessoas leigas sobre estes grupos é o de que eles propositalmente reivindicam representar certas categorias de cidadãos à sua revelia, por supostamente defender-lhes os direitos contra uma fictícia ou pelo menos mal-contada exploração social, por “parte do sistema capitalista com sua lógica fria e calculista”.

Se há alguma estrutura civil que pode bem representar ideias são os partidos políticos. A eles se agremiam as pessoas com convicções semelhantes em torno de propostas afins. Da mesma forma, podemos dizer de institutos e instituições específicos, mesmo os que se alinham a determinada linha ideológica.

Não é o caso, entretanto, o que acontece com estes movimentos sociais, vez que se arrostam a falar em nome de coletivos humanos que nada têm entre si de igual senão certa condição de ordem individual.

O alimento para tais organizações é a exploração da fraqueza de caráter, especialmente do ressentimento e do oportunismo, e tanto maiores tem sido seus ingressos quanto mais estimulada a população à futilidade, à frivolidade e à leviandade, em detrimento dos valores cristãos, da família e do valor da honestidade e do trabalho.

Nada melhor para tais organizações que filhos sem pais, preferencialmente de mães solteiras que tenham sido tornadas dependentes de benefícios estatais. Quem voltar no tempo poderá se lembrar que uma propaganda eleitoral do PT para a primeira eleição de Lula exibia um jovem negro filho de mãe solteira analfabeta brandindo o punho em sinal de fervorosa adesão ao projeto petista. Mera coincidência, ou podemos aferir com razoável juízo que jovens assim, digamos, foram previamente “cultivados”?

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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A maconha e a invasão na USP

Por  Percival Puggina

Mídia Sem Máscara

Quando leio sobre a violência dos assaltos praticados hoje em dia, fico com saudade do tempo dos trombadinhas. Era uma época tranquila, em que o gatuno esbarrava na vítima, tomava-lhe algo e saía correndo. Tinha medo, e por isso fugia. Era um infeliz constrangido. Hoje, o ladrão ofende e maltrata. Anda armado e aperta o gatilho sem que nem por quê. Sente-se como grande senhor da selva urbana onde impõe sua própria lei. O medo fica por conta apenas da vítima. É a vítima que corre para longe. Se puder.

O que foi que mudou? O que fez o trombadinha transformar-se nesse monstro urbano? Foi a droga. A droga converteu as necessidades sob cujo impulso agia o trombadinha em insaciável demanda por dinheiro para as urgências do vício. Estendeu suas malhas sobre a sociedade, multiplicou a dependência e o exército do crime urbano. Gerou recursos para aquisição de armas letais. Organizou as redes criminosas do tráfico e corrompeu setores do Estado (não apenas na área de segurança pública). Por isso, tenho saudade do tempo dos trombadinhas.

A maconha - nunca esqueça que foi com ela, com a maconha, que tudo começou - abriu a porta desse cofre de perversões e perversidades. Primeiro gerando o hábito social, em seguida o vício, e, depois, desfiando a longa sequência das drogas cada vez mais pesadas que invadiram o mercado com seu poder de destruição.

Outro dia, participando do programa Conexão Band, da rádio Bandeirantes de Porto Alegre, eu disse que a invasão da reitoria da USP tinha sito mais uma evidência dos males causados pela maconha. Imediatamente, um ouvinte protestou dizendo que a erva não leva alguém a agir daquela maneira. Obriguei-me, então, a explicar algo que me parecera óbvio: a sequência de fatos que levara à invasão havia iniciado com a detenção, pela Polícia Militar, de alguns estudantes que curtiam seus baseados no estacionamento da universidade. Ora, se uma ocorrência policial comum dava causa suficiente aos atos que se seguiram, apenas por envolver maconha, era óbvio que ela, independentemente dos efeitos psicotrópicos, se faz perigosa, também, sob o ponto de vista social. A desproporção na relação de causa e efeito - a detenção de alguns maconheiros e a violência que se seguiu - era apenas mais uma amostra desses tantos males. E, aquele fato em si, um dos muitos episódios diários que têm curso em toda parte exibindo a terrível face social da droga.

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sábado, 12 de novembro de 2011

Meu reino por uma causa

Por Sandro Vaia

Blog do Noblat

Um jovem é um ser imaculado por natureza, e por ser puro é inimputável.

Antes de crescer, ele tem direito a uma cota de desatino que já lhe é concedida não só pela natureza mas pela má consciência dos adultos, que veem neles a encarnação dos sonhos que perseguiram na juventude e abandonaram para tocar a maldita, prosaica e material vida.

Por isso é muito malvado e reacionário querer impor freios à natural energia criadora dos jovens.

É isso que faz, por exemplo, o repórter da TV Globo chamar de “meninos” meia dúzia de marmanjos jubilados que usam o campus da universidade para exercitar seu peculiar senso de democracia, onde 300 se acham no direito de dizer o que os outros 84.700 devem fazer ou pensar da vida.

É muito “libertador” querer expulsar do campus universitário uma polícia que foi chamada para reprimir o crime (e conseguiu reduzi-lo em quase 90%) mas que não pode aplicar a mesma lei a todos, porque, como sabemos, no nosso modelo de democracia, todos são iguais perante a lei, mas alguns são mais iguais que os outros.

A lei é para os comuns, e alguns vetustos senadores e alguns sobredotados estudantes universitários são incomuns - portanto, fora do alcance da lei.

Desde maio de 1968 a efervescência política juvenil foi alçada à categoria de pensamento, ainda que a memória daquela época não tenha deixado legados muito mais concretos do que a mitificação de alguns danny-le-rouges e alguns filmes épico-existenciais de Godard e Bertolucci.

O episódio da reitoria da USP está mais para uma estética J.B.Tanko do que uma estética Bertolucci, mas mesmo assim é compreensível que jovens ajam como jovens e demonstrem toda a sua monumental ignorância histórica comparando o chega-pra-lá da PM com a repressão da ditadura e chamando de “tortura” as duas horas de calorão forçado dentro de um ônibus.

O cômico quase desaparecimento de um aluno filho de pai militante, que esteve a ponto de transformar em mártir o pimpolho que estava bem protegido na casa da mamãe, encerrou com chave de ouro a épica jornada dos estudantes à procura de uma causa.

A desocupação da reitoria, em cumprimento a uma decisão judicial de reintegração de posse, foi executada com a devida serenidade e cautela pela tropa da PM, e os estudantes e seus apoiadores procuraram com minúcias um hematoma que fosse para transformar em bandeira, mas não conseguiram achar sequer um mísero arranhão para chamar de arbitrariedade ou violência. Um fiasco.

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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Câmara do DF arquiva impeachment de Agnelo

Escrito por agências


O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado Patrício (PT), decidiu arquivar os cinco pedidos de impeachment apresentados pela oposição contra o governador Agnelo Queiroz (PT).

Os pedidos se baseiam em irregularidades que ocorreram no Ministério do Esporte, quando Agnelo era ministro – ele é investigado no STJ (Superior Tribunal de Justiça) por conta de suspeitas de participação no desvio de dinheiro por meio de ONGs.

Além disso, a oposição pediu a queda de Agnelo por conta do depoimento dado pelo lobista Daniel Tavares à deputada Celina Leão (PSD), no qual acusa o governador de receber propina – depois ele mudou de versão. Agnelo confirma que recebeu R$ 5.000 de Tavares, mas afirma que foi um pagamento de empréstimo.

Para arquivar os pedidos de impeachment, o presidente da Câmara se baseou em dois pareceres da Procuradoria da Câmara. Num deles, os procuradores afirmam que o DEM e o PSDB não têm legitimidade para pedir o processo, apenas cidadãos. Também foi arquivado, por problemas formais, o pedido de um advogado.

Restaram os pedidos de Alberto Fraga, presidente regional do DEM, e Raimundo Ribeiro, presidente regional do PSDB. Para a Procuradoria, no entanto, o vídeo no qual Daniel Tavares acusa Agnelo carece de "robustez".

"Os vídeos não se revestem de robustez para fundamentar impeachment", diz o parecer da Procuradoria da Câmara.

Segundo o documento, um pedido de impeachment pode causar uma "convulsão social" e, por isso, requerem mais fundamentação que um processo comum. Além disso, a Procuradoria defende uma investigação "exaustiva" acerca das acusações contra Agnelo – para só depois analisar a necessidade de impeachment.

"No impeachment, a análise deve ser acurada, porque é de extrema gravidade seu recebimento. A simples abertura por si só configura crise", diz trecho do parecer.

Patrício é correligionário de Agnelo no PT. Além disso, foi eleito presidente da Câmara com ampla maioria, graças à base governista, que tem 19 dos 24 deputados distritais.

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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

No Enem, a saudação ao Duce

Por Demétrio Magnoli

Estadão Online

Questão do Enem, 2001: "A Lei 9.491, de 9 de setembro de 1997, criou o Programa Nacional de Desestatização, que reordena a posição estratégica do Estado na economia, transferindo à iniciativa privada atividades indevidamente exploradas pelo setor público . A referida lei representa um avanço não só para a economia nacional, mas também para a sociedade brasileira, porque (...)". Resposta, segundo o gabarito: "amplia os investimentos produtivos e a riqueza geral da nação".


A questão acima é uma invenção minha: nunca foi proposta num Enem. Mas o que diria Fernando Haddad se, no governo FHC, o MEC a tivesse inserido num exame nacional que decide o futuro universitário de milhões de estudantes brasileiros? Desconfio que, coberto de razão, ele classificaria a prova como um gesto de covardia autoritária pelo qual os candidatos seriam forçados a se curvar à doutrina política do poder de turno, repetindo compulsoriamente o credo expresso no site do Planalto sob pena de exclusão do ensino superior. Pois o atual ocupante do MEC acaba de produzir um gesto assim, indigno de uma nação democrática, na mais recente edição do Enem.

Eis o texto da questão: "A Lei n.º 10.639, de 9 de janeiro de 2003, inclui no currículo dos estabelecimentos de ensino (...) a obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira e determina que o conteúdo programático incluirá o estudo da História da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil (...) . A referida lei representa um avanço não só para a educação nacional, mas também para a sociedade brasileira, porque (...)". Resposta, segundo o gabarito: "impulsiona o reconhecimento da pluralidade étnico-racial do país". Sob Haddad, o Enem converteu-se em campo de reeducação ideológica para jovens. Diante disso, pouco significam os sucessivos espetáculos de incompetência gerencial que o atormentam.

A lei que os candidatos estão obrigados a celebrar não é uma ferramenta de combate ao preconceito racial, mas a condensação da doutrina racialista. Seu pressuposto é a divisão da humanidade em raças. Segundo ela, as pessoas não são indivíduos mas componentes de "famílias raciais" definidas por ancestralidades supostas e involucradas em culturas singulares. As escolas, prega a lei, devem ensinar uma história particular do "povo negro" (por oposição implícita ao "povo branco"). Desde a mais tenra idade, os estudantes aprenderiam a enxergar a si mesmos como participantes de uma comunidade racial.

O gabarito da questão está errado e inexiste resposta correta entre as alternativas apresentadas no exame. Mas a resposta certa, segundo o próprio MEC, consta de um parecer do Conselho Nacional de Educação no qual se explica que a lei "deve orientar para (...) o esclarecimento de equívocos quanto a uma identidade humana universal". Tal resposta não aparece entre as alternativas, pois ela explicitaria a insolúvel contradição entre a lei da educação racial e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que repousa sobre a afirmação da realidade de "uma identidade humana universal".

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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Transcendência político-estratégica da morte de Alfonso Cano

Escrito por Cel. Luis Alberto Villamarín Pulido

Mídia Sem Máscara


A baixa em combate de Alfonso Cano, cabeça das FARC, significa um ponto de quebra a favor do Estado na guerra da Colômbia contra o narco-terrorismo comunista, a possibilidade máxima que o governo nacional tem para endurecer a ofensiva militar, política e psicológica contra as estruturas farianas, a oportunidade de ouro para desmascarar e julgar todos os cúmplices nacionais e internacionais do grupo terrorista, a necessária revitalização e solução aos problemas de bem-estar das Forças Militares e da Polícia, e a possibilidade para incrementar avanços para a paz, com base em uma estratégia integral que contenha elementos de desenvolvimento sócio-econômico e combate ao narco-tráfico para evitar a incorporação de jovens às quadrilhas.
Não é certo, como afirmam alguns “especialistas”, que as FARC se “bandoleirizarão” devido à morte de Cano, pois desde sempre foram bandoleiros e em sua etapa mais recente, narco-terroristas. Tampouco é certo que haverá luta interna entre os cabeças do Secretariado para ocupar a direção das FARC. Esse problema é solucionado de acordo com os estatutos farianos.

O Plano Estratégico e os documentos programáticos das FARC indicam que o Secretariado tomará uma decisão coletiva para eleger o novo cabeça e escolher o suplente do “Estado Maior” que preencherá o vazio deixado por Cano, o qual poderia ser Carlos Antonio Lozada. Como é óbvio, dadas as condições atuais este processo tomará um tempo prudencial, período durante o qual podem ocorrer deserções, novos combates e inclusive mais golpes contra outros cabeças.

Em essência o novo cabeça será eleito por consenso do Secretariado. Nesse lapso as FARC continuarão a linha imposta por Cano de sobreviver acomodadas às novas circunstâncias da guerra. Assim fizeram durante cinco décadas e esse é o legado de Tirofijo e dos guerrilheiros marquetalianos [1].

Nessa ordem de idéias, todos os méritos e todas as honras do transcendental golpe tático correspondem aos soldados colombianos, verdadeiros arquitetos das conquistas. Como sempre costuma acontecer em um grande triunfo, os oportunistas querem tomar o trem da vitória com ânsias de protagonismo e busca de dividendos politiqueiros.

Sem se comover nem aceitar a verdadeira responsabilidade da situação de desordem pública que houve na Colômbia derivada de sua miopia estratégica e falta de caráter, o ex-presidente Pastrana se atreveu a dizer que seu trabalho como mandatário originou este tipo de operações. E a ex-ministra de Defesa, Lucía Ramírez, ousou dizer que ela traçou toda essa estratégia. Porém, quando há fracassos, todos atuam do mesmo modo que Santos ou Samper, cujo critério indica que as coisas más ocorrem pelas suas costas.
As Forças Militares da Colômbia são hoje o paradigma universal em operações aero-táticas contra objetivos de alto valor estratégico. Com base em um esquema simples mas efetivo e bem articulado, os serviços de inteligência militar, dotados com elementos de inteligência técnica, localizam os cabeças e as estruturas de comando terroristas, a Força Aérea bombardeia com alta precisão e as Forças Espaciais terrestres desembarcam de aeronaves em vôo estacionário sobre os núcleos de resistência terrorista, e combatem com arrojo até consolidar o objetivo.

São operações táticas com profundas conotações político-estratégicas que nos casos de Fênix, Xeque, Sodoma, Camaleão e agora Odisséia, contra Cano, que não só fortalecem o espírito combativo das tropas, como aumentam a sensação de segurança entre os colombianos, e geram enorme inquietação e pressão psicológica entre os terroristas.

O caso específico da morte de Cano em combate traz consigo várias conseqüências político-estratégicas:

1. Pela enésima vez, Chávez, Correa, Evo Morales, Daniel Ortega, Fidel Castro, Cristina de Kirchner, Dilma Rousseff e Lula da Silva encontram um insuperável obstáculo em seu propósito totalitarista de colocar a Colômbia na órbita da pobreza estrutural, ansiada pela ditadura cubana e seus peões sobre o hemisfério latino-americano.

2. Ficam sem chão todos os planos secretos e tretas manhosas que os auto-denominados Colombianos pela Paz vêm realizando, com a finalidade de legitimar as FARC em conchavo com o Foro de São Paulo e os partidos comunistas do continente.

3. O Plano Estratégico das FARC e seu apêndice, o Plano Renascer orientado por Cano, sofrem um novo revés e encontram um novo obstáculo que chegará a ser insuperável se se mantiver o ímpeto da ofensiva militar do Estado.

4. A doutrina político-militar da Defesa Nacional colombiana recebe novos elementos e reforça conceitos que necessitavam mais argumentos para dar cariz científico-acadêmico.

5. Abre-se uma possibilidade muito ampla para reverter o Plano Laço, idealizado em 1962 pelo general Alberto Ruiz Novoa, por meio de ação psicológica, cooperação civil-militar e integração com a comunidade em projetos sócio-econômicos que juntem os camponeses e pessoas das camadas 1 e 2, em processos produtivos que os tenham ocupados no desenvolvimento nacional e afastados dos convites para integrar grupos terroristas.

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domingo, 6 de novembro de 2011

Com leviandade, Haddad compara SAT e Enem

Por Nathalia Goulart



Site Veja

Diante de mais um tropeço no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o ministro da Educação, Fernando Haddad, tentou classificar como "comum" o vazamento de questões da prova. Mais: disse que problemas similares também são registrados na aplicação do SAT, supostamente uma versão americana do Enem. São afirmações imprecisas - e levianas - feitas por um ministro de estado.


De acordo com o Educational Testing Service (ETS), associação sem fins lucrativos que elabora, aplica e corrige o SAT, cerca de 1.000 provas são anuladas todos os anos em um universo de 2,2 milhões de exames realizados. "Em média, suspeitamos de fraudes em 3.000 exames, mas em geral 2.000 se mostram isentos", afirma Thomas Ewing, porta-voz da ETS. Os problemas, no entanto, têm natureza muito diversa da registrada por aqui. "Quase todas as anulações acontecem por cola ou mau comportamento de estudantes na hora prova." Vazamento de questões é coisa rara nos Estados Unidos, ao contrário do que tentou fazer parecer o ministro. E é fácil entender por quê.

Para desestimular furto e vazamento de questões, o SAT produz várias provas diferentes. Em um dia típico de aplicação do SAT – a avaliação ocorre sete vezes ao ano, e não apenas uma, como o Enem –, diversos modelos de prova são distribuídos. Ou seja, não circula pelo território americano uma única série de questões, mas diversas. Detalhe: não é só a ordem de itens que muda de uma prova para a outra, como ocorre no Enem, mas as próprias questões. É raro, portanto, que dois estudantes que estão em um mesmo local de prova realizem exatamente a mesma sequência de questões. Isso desestimula – e muito – o furto de questões para fins de vazamento. Afinal, para que furtar e vazar questões se poucos estudantes se aproveitarão do vazamento? No Brasil, a descoberta de uma única questão interessa a todos os 5 milhões de participantes.

Por ora, realizar várias edições do Enem ao ano ou elaborar dezenas ou centenas de provas diferentes ainda é uma missão impossível. Isso porque o banco de questões do Enem é muito pequeno: tem cerca de 6.000 testes, segundo declaração do próprio Haddad. Na prática, isso significa que existem 1.500 questões calibradas para cada uma das quatro áreas do conhecimento do exame. Para os leigos, o número pode parecer grande, mas, para os especialistas, é minúsculo: seria preciso ao menos o dobro para elaborar e aplicar com segurança uma prova do porte do Enem.

Um banco de questões maiúsculo eliminaria ainda outro risco, que maculou a edição 2011 do Enem: o uso de testes que haviam sido validados havia muito pouco tempo pelo Inep, autarquia do MEC responsável pela avaliação. O Enem apoia-se na Teoria da Resposta ao Item. Pelo método, as questões devem ser previamente resolvidas por um pequeno grupo de estudantes: dependendo da dificuldade que impõem aos alunos, recebem valores maiores ou menores. Só, então, essas questões seguem para o banco de dados e, futuramente, para a avaliação nacional. Por ter um estoque pequeno de questões, o Inep teve de adotar a tática condenada de testar itens em outubro de 2010 e aplicá-los na prova de outubro de 2011. Aí, provavelmente está a origem do vazamento deste ano: estudantes do Colégio Christus, de Fortaleza, participaram da validação das questões no ano passado. Às vésperas da prova deste ano, 14 testes que cairiam no Enem apareceram em uma apostila distribuída aos estudantes da escola.

"Com o exíguo número de testes de que o Inep dispõe hoje, é muito arriscado realizar mais de uma edição da prova ao ano. As chances de erros crescem", diz Tufi Machado Soares, do Centro de Avaliação Educacional da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e especialista em Enem. Como nem o Inep nem o MEC anunciaram um aprimoramento em suas políticas do Enem, pode-se esperar mais problemas em 2012.

Com mais de cem anos de história, o SAT vem ampliando seu estoque de questões há pelos menos seis décadas. A instituição não revela o tamanho de seu banco de questões, mas estima-se que ele tenha ao redor de 100.000 itens. Por conta desse vasto material, uma pergunta pré-testada em um ano só deverá ser apresentada em uma prova cinco anos depois. Esse intervalo elimina, por exemplo, as chances de que um estudante que participou do pré-teste se deparar com a questão no exame do ano seguinte – exatamente como ocorreu em Fortaleza.

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sábado, 5 de novembro de 2011

Alfonso Cano, chefe máximo das FARC, está morto!


Por Graça Salgueiro


O Notalatina informa em edição extraordinária para anunciar uma notícia que acabou de ser confirmada há poucos minutos pelo Ministério da Defesa colombiana: Alfonso Cano, chefe máximo das FARC, está morto!


No princípio da noite as notícias davam conta de que numa operação conjunta do Exército, da Polícia e da Força Aérea num bombardeio entre os municípios de Suárez, Jambaló y Toribio (Cauca), foram capturados Edgar López, cognome “Pacho Chino”, lugar-tenente de “Sargento Pascua”, comandante da Frente 6 das FARC e mais dois elementos de cognomes “el Indio Efraín” e “el Zorro”. Foi dado baixa em dois guerrilheiros, um homem e uma mulher, que presume-se seja a companheira de Alfonso Cano, enquanto o homem seria seu chefe de comunicações.


Pacho Chino” é um dos chefes das FARC mais próximos de Cano e foi um dos responsáveis pelo assassinato dos 12 deputados do Valle del Cauca. Ainda segundo as notícias do início da noite, os militares teriam seguido um rastro depois do bombardeio e pelas feições do corpo encontrado, acreditavam que se tratava de Alfonso Cano. Entretanto, ainda aguardavam o processo de identificação.


Há dois meses Cano havia se transferido para o Cauca num processo de fuga. Cano estava do acampamento com “Pacho Chino” mas não foi encontrado logo. Agora o jornal “El Tiempo” estampa em sua primeira página: “Abatido Alfonso Cano, chefe máximo das FARC”, informando que já foi confirmada a notícia por altas fontes militares, da Polícia e do CTI do Ministério Público Geral da Nação.


Busquei mais informações nas páginas oficiais do Governo mas a notícia ainda não se encontra. Entretanto, não creio que o jornal “El Tiempo”, que pertence à família do presidente Juan Manuel Santos fosse dar uma notícia de tamanha gravidade e importância se não tivesse confirmado antes de publicá-la. Nesse momento assisto o informativo (ao vivo) do canal de tv “Cable Noticias” e tão logo tenha mais informações e mesmo vídeo, o Notalatina faz outra edição dando todos os detalhes.

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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Delator acusa ONGs ligadas ao PDT de desviar dinheiro do Ministério do Trabalho

EstadãoOnline

Radar Político


Uma das testemunhas do inquérito que investiga fraudes no Programa Segundo Tempo do Ministério do Esporte, Geraldo Nascimento, envolveu o nome de duas ONGs ligadas ao PDT no desvio de recursos públicos. De acordo com reportagem do portal iG, Nascimento afirmou em depoimento que sua empresa, JG Alimentos, recebia os valores destinados às ONGs, emitia a nota fria e, então, repassavam o dinheiro às organizações. As declarações de Nascimento apresentadas à reportagem não tiveram a origem informada pelo portal.

Uma dessas entidades é a Confederação Nacional dos Evangélicos (Conae). Segundo informa a reportagem, Nascimento, que fez acordo de delação premiada com a Justiça, admitiu que era o responsável por sacar o dinheiro conseguido com o uso de notas fiscais de empresas de fachada. Outra reportagem do portal mostrou ainda que a entidade é ligada ao PDT.

“Eu só ia na última reunião, ia na licitação, ganhava a licitação e (depois) só ia no dia de sacar. A gente não entregava nenhum produto”, apontou Nascimento. “A Conae tem em Goiânia também. Inclusive, esses dias para trás, fui sacar em Goiânia. Sacar dinheiro para o pessoal da Conae”, completou.

A Conae, que firmou contrato de R$ 663,2 mil com uma empresa em nome de Geraldo, a JG Alimentos Preparados, negou qualquer irregularidade e disse que recebeu os lanches comprados da companhia. O reverendo Hélio César Araújo Júnior, presidente da entidade, afirmou que os R$ 3,3 milhões recebidos do governo em 2008 foram aplicados no programa para capacitar 1850 jovens para o mercado de trabalho.

De acordo com o MP, a JG está no nome de Geraldo mas, na prática, é de Miguel Santos Souza, que operava uma série de empresas de fachada que emitiram notas para as ONGs do PM João Dias, delator das fraudes no programa Segundo Tempo, que levaram à queda de Orlando Silva.

A assessoria do Ministério do Trabalho informou ao iG que algumas inconsistências foram encontradas na documentação de contas da Conae mas ainda está sob análise do Ministério.

Mais uma ONG envolvida. Nascimento acusou ainda outra ONG ligada ao PDT de desvio de dinheiro, ainda segundo o portal iG. De acordo com ele, representantes da Fundação Oscar Rudge, dirigida por uma pedetista, também teriam recebido recurso desviado dos contratos com o governo.

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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Do cabresto ideológico ao maná estatal

Por José Maria e Silva


Escola Sem Partido

Segundo a mitologia intelectual, que tende a ser mais dogmática do que a mitologia religiosa, juventude é sinônimo de rebeldia santa, motivada sempre por uma indignação espontânea, que facilmente se transforma em protesto contra as injustiças. Na América Latina, em face dos muitos golpes militares, o mito da juventude idealista é ainda mais forte, uma vez que os estudantes participaram ativamente da luta contra as diversas ditaduras do continente. O Brasil não foge à regra e, quando o assunto é o idealismo dos jovens, a União Nacional dos Estudantes (UNE) concorre com o célebre quadro de Eugène Delacroix — ela é a imagem histórica do protesto, a juventude conduzindo o povo.


Desde o final da década de 40, quando a UNE se engajou na luta pelo petróleo, passando pelos protestos contra o regime militar, foram muitas as manifestações estudantis que tiveram repercussão na vida nacional, quase sempre do lado oposto ao poder. A última delas foi o movimento dos “caras-pintadas”, que contribuiu para a queda de Fernando Collor, em 1992. Por isso, desde a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, a imprensa tem criticado a excessiva proximidade entre a UNE e o governo, com autoridades do poder petista desfilando nos congressos da entidade estudantil como se estivessem em casa.


Foi o que se viu em Goiânia na semana retrasada, quando a União Nacional dos Estudantes realizou seu 52º congresso, considerado o maior de sua história. O ex-presidente Lula e vários ministros do governo Dilma Rousseff discursaram no evento, que, segundo a imprensa, teve a participação de cerca de 8 mil estudantes. O congresso culminou com a eleição do novo presidente da UNE, o estudante Daniel Illiescu, de 26 anos, aluno de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele assume o lugar do estudante Augusto Chagas, de 29 anos.



Petrobras, a mamãe-banca-tudo


Em seu discurso no congresso da UNE, Lula defendeu a entidade e criticou os veículos de comunicação, afirmando que, quando presidente, suas falas eram um contraponto ao noticiário da imprensa: “Eu competia com o que eles falavam. E o povo acreditou mais em mim”. O congresso serviu até de palanque para o ex-presidente reforçar a pré-candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, à Prefeitura de São Paulo. O ministro dividiu o palanque com Lula e, no dia seguinte, segundo a “Folha de S. Paulo”, o ex-presidente voltou a defender o nome de Haddad à sucessão de Gilberto Kassab.


Ao ser ovacionado pelos estudantes da UNE, Lula poderia evocar o defunto Brás Cubas, ao se lembrar do compungido discurso de um amigo ao pé de sua sepultura: “Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei”. Mas Lula é uma espécie de Joe Gould, o “Professor Gaivota” do jornalista Joseph Mitchell, e não deve ter lido Machado de Assis. A diferença é que o mendigo-filósofo nova-iorquino dizia compreender a língua das gaivotas, ao mesmo tempo em que escrevia a “história oral” de seu tempo, registrando conversas alheias, enquanto Lula acredita fazer ele próprio a história oral da nossa época, falando por todos os cotovelos, seus e nossos.


Só por isso é que o ex-presidente não consegue admitir que as críticas da imprensa são procedentes. Caso contrário, teria que se render aos fatos que a imprensa vem registrando sobre a UNE. Apenas o congresso da entidade em Goiânia custou ao governo federal muito mais do que o elogio fúnebre custou a Brás Cubas. O evento, com despesas estimadas em R$ 4 milhões, recebeu patrocínio de empresas estatais, como a Petrobrás, a mamãe-banca-tudo do Estado brasileiro. O restante veio da taxa de inscrição dos próprios estudantes, mais a ajuda do Governo de Goiás e da Prefeitura de Goiânia. Por isso é que o congresso foi chamado de “chapa-branca”, inclusive por setores do movimento estudantil.



Torneiras abertas à “rebeldia”


Mas, verdade seja dita, movimento estudantil a soldo de governos e partidos não é novidade. Talvez seja a regra. O congresso anterior da UNE, realizado em 2009, em Brasília, também contou com financiamento oficial. Segundo editorial do jornal “O Estado de S. Paulo”, publicado em 20 de julho de 2009, só o Ministério da Educação investiu R$ 600 mil naquele evento, que também recebeu R$ 150 mil do Ministério da Justiça; R$ 100 mil da Petrobrás; 50 mil do Ministério da Ciência e Tecnologia, além de verbas da Caixa Econômica Federal, dos Correios, dos Ministérios da Cultura e do Trabalho e das Secretarias Nacionais de Direitos Humanos e Juventude, totalizando R$ 920 mil em patrocínio.


Na época, as críticas da imprensa foram até mais acerbas do que agora. E com razão. Realizado em plena pré-campanha para a eleição presidencial do ano seguinte, o Congresso da UNE de 2009 foi um comício oficial, em que a maioria dos estudantes esgoelava o nome de Dilma Rousseff, uma minoria gritava o nome de Ciro Gomes e todos ovacionavam o presidente Lula. A então presidente da UNE, Lúcia Stumpf, orgulhou-se do fato de que, em 71 anos de sua história, era a primeira vez que a entidade convidava um presidente da República para seu congresso. Em decorrência dessa ligação umbilical com o governo, a UNE, mesmo ostentando uma falsa neutralidade no primeiro turno das eleições de 2010, mergulhou de cabeça na campanha de Dilma Rousseff no segundo turno, ajudando a demonizar seu ex-presidente, o tucano José Serra.


Desde que o PT chegou ao poder, a UNE vive do maná estatal. No governo tucano, a entidade recebeu apenas duas verbas expressivas: R$ 100,8 mil do Ministério da Educação, em 1995, e R$ 1,036 milhão do Ministério da Cultura, em 2002, mais uns trocados (R$ 75 mil) da Universidade Federal do Espírito Santo, totalizando R$ 1,137 milhão. Já no governo Lula, as torneiras do dinheiro público perderam a rosca e, só até abril de 2010, quando a ONG Contas Abertas fechou seu levantamento, jorraram nos cofres da UNE quase R$ 12,9 milhões — um aumento de 1.031% em relação ao montante gasto com a entidade pelo governo tucano.


A maior parte dessa verba foi repassada à UNE pelo Ministério da Cultura, num total de R$ 8,8 milhões. Em seguida, aparece o Ministério da Saúde, com um repasse de R$ 2,8 milhões. Os demais órgãos do governo que também deram dinheiro à entidade durante os dois mandatos de Lula foram: Ministério dos Esportes (R$ 449,6 mil); Fundo Nacional de Cultura (R$ 434,4 mil); Presidência da República (R$ 184,9 mil); Ministério da Ciência e Tecnologia (R$ 101,5 mil); e Secretaria Especial de Política para as Mulheres (R$ 27,7 mil). Em média, a UNE recebeu R$ 1,8 milhão por ano.



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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A ascensão do capitalismo

Por Ludwig von Mises

Von Mises Brasil

O sistema pré-capitalista de produção era restritivo. Sua base histórica era a conquista militar. Os reis vitoriosos cediam a terra conquistada aos seus paladinos. Esses aristocratas eram lordes no sentido literal da palavra, uma vez que eles não dependiam de satisfazer consumidores; seu êxito não dependia de consumidores consumindo ou se abstendo de consumir seus produtos no mercado.

Por outro lado, eles próprios eram os principais clientes das indústrias de processamento, as quais, sob o sistema de guildas, eram organizadas em um esquema corporativista (as corporações de ofício). Tal esquema se opunha fervorosamente a qualquer tipo de inovação. Ele proibia qualquer variação e divergência dos métodos tradicionais de produção. Era extremamente limitado o número de pessoas para quem havia empregos até mesmo na agricultura ou nas artes e trabalhos manuais. Sob essas condições, vários homens, para utilizar as palavras de Malthus, descobriram que "não há vagas para eles no lauto banquete da natureza", e que ela, a natureza, "o ordena a dar o fora". Porém, alguns destes proscritos ainda assim conseguiram sobreviver e ter filhos. Com isso, fizeram com que o número de desamparados crescesse desesperadoramente.

Mas então surgiu o capitalismo. É costume ver as inovações radicais que o capitalismo produziu ao substituir os mais primitivos e menos eficientes métodos dos artesãos pelas fábricas mecanizadas. No entanto, esta é uma visão bastante superficial. A feição característica do capitalismo que o distinguiu dos métodos pré-capitalistas de produção era o seu novo princípio de distribuição e comercialização de mercadorias.

O capitalismo não é simplesmente produção em massa, mas sim produção em massa para satisfazer as necessidades das massas. As artes e os trabalhos manuais dos velhos tempos eram voltados quase que exclusivamente para os desejos dos abastados. E então surgiram as fábricas e começou-se a produzir bens baratos para a multidão. Todas as fábricas primitivas foram concebidas para servir às massas, a mesma camada social que trabalhava nas fábricas. Elas serviam às massas tanto de forma direta quanto indireta: de forma direta quando lhes supriam produtos diretamente, e de forma indireta quando exportavam seus produtos, o que possibilitava que bens e matérias-primas estrangeiros pudessem ser importados. Este princípio de distribuição e comercialização de mercadorias foi a característica inconfundível do capitalismo primitivo, assim como é do capitalismo moderno.

Os empregados são eles próprios os consumidores da maior parte de todos os bens produzidos em uma economia. Eles são os consumidores soberanos que "sempre têm razão". Sua decisão de consumir ou de se abster de consumir determina o que deve ser produzido, em qual quantidade, e com que qualidade. Ao consumirem aquilo que mais lhe convém, eles determinam quais empresas obtêm lucros e quais sofrem prejuízos. Aquelas que lucram expandem suas atividades e aquelas que sofrem prejuízos contraem suas atividades. Desta forma, as massas, na condição de consumidores no mercado, estão continuamente retirando o controle dos fatores de produção das mãos dos empreendedores menos capazes e transferindo-o para as mãos daqueles empreendedores que são mais bem sucedidos em satisfazer seus desejos.

Sob o capitalismo, a propriedade privada dos fatores de produção por si só representa uma função social. Os empreendedores, os capitalistas e os proprietários de terras são os mandatários, por assim dizer, dos consumidores, e seus mandatos são plenamente revogáveis. Em um mercado livre e desimpedido, no qual não há regulamentações, subsídios ou protecionismos, para um indivíduo ser rico, não basta ele ter poupado e acumulado capital. É necessário que ele invista, contínua e repetidamente, naquelas linhas de produção que melhor atendam aos desejos dos consumidores. O processo de mercado torna-se um plebiscito que é repetido diariamente, e que inevitavelmente expulsa da categoria dos eficazes e rentáveis aquelas pessoas que não empregam sua propriedade de acordo com as ordens dadas pelo público. Consequentemente, no livre mercado, as grandes empresas — sempre o alvo do ódio fanático de todos os governantes e de pretensos intelectuais — adquirem e mantêm seu tamanho unicamente pelo fato de elas atenderem aos desejos das massas. As indústrias voltadas para satisfazer os luxos de poucos jamais adquirem um tamanho significativo.

A principal falha dos historiadores e políticos do século XIX foi terem se mostrado incapazes de perceber que os trabalhadores eram os principais consumidores dos produtos das indústrias. Na visão deles, o assalariado era um homem trabalhando árdua e exaustivamente para beneficiar unicamente uma classe ociosa e parasítica. Tais pessoas estavam sob a ilusão de que as fábricas haviam prejudicado todos os trabalhadores manuais. Tivessem eles prestado um pouco mais de atenção nas estatísticas, teriam facilmente descoberto a falácia desta sua opinião. A mortalidade infantil foi reduzida, a expectativa média de vida aumentou, a população se multiplicou e o cidadão comum passou a usufruir confortos que os mais abastados das épocas mais antigas sequer sonhavam existir.

No entanto, este enriquecimento sem precedentes das massas foi meramente um subproduto da Revolução Industrial. Sua principal façanha foi retirar a supremacia econômica das mãos dos proprietários de terra e transferi-la para a totalidade da população. O cidadão comum não mais era um servo que tinha de se satisfazer com as migalhas que caíam das mesas dos ricos. As três castas párias que caracterizaram as épocas pré-capitalistas — os escravos, os servos, e aquelas pessoas a quem os autores patrístios e escolásticos, bem como a legislação britânica dos séculos XVI ao XIX, se referiam como 'os pobres' — desapareceram. Seus descendentes se tornaram, neste novo arranjo econômico, não apenas trabalhadores livres, mas também consumidores.

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terça-feira, 1 de novembro de 2011

ONU AFIRMA IMPOSSIBILIDADE DE PROVAR RELAÇÃO ENTRE ARMAS E HOMICÍDIOS

Escrito por Movimento Viva Brasil

Movimento Endireitar

Um estudo das Nações Unidas sobre os homicídios em âmbito mundial está tirando o sono dos defensores do desarmamento como política de segurança pública. De acordo com o estudo, não há como se estabelecer cientificamente uma relação entre a quantidade de armas em circulação e as taxas de homicídio, sendo possível, inclusive, que esta correlação se opere de forma inversamente proporcional.

O relatório, no início deste mês, é fruto de um acurado estudo do Escritório da ONU para Drogas e Crimes (UNODC) e vem sendo considerado por especialistas em segurança pública um importante marco para a desmistificação da tese de incremento da violência em face do acesso às armas de fogo. “É a primeira vez que um documento oficial das Nações Unidas reconhece inexistir comprovação científica de que a redução na quantidade de armas em circulação possa reduzir a criminalidade, fato que, até então, vinha, equivocadamente, sendo tomado como verdade absoluta”, é o que afirma Bene Barbosa, especialista em segurança pública e presidente da ONG Movimento Viva Brasil.

Para Barbosa, alguns aspectos do relatório são cruciais para o entendimento do fenômeno da violência: “primeiro, temos que considerar a contundente afirmação registrada no relatório de que a absoluta maioria dos proprietários de arma de fogo não tem nenhuma correlação com atividades criminosas e usam estas para finalidades lícitas, como instrumento de defesa. Isso já demonstra uma forte mudança conceitual da ONU, ao admitir que armas são, sim, também destinadas à preservação da vida das vítimas, para o que, inclusive, foram considerados estudos até então renegados, como os do Professor Gary Kleck”. O especialista prossegue frisando o levantamento de dados sobre locais em que há muitas armas e poucos crimes, ou o oposto: “o segundo aspecto é o também inédito registro, em um estudo da ONU, de que a relação entre armas e homicídios é completamente falha, pois são vários os exemplos de locais em que o acesso àquelas é facilitado e as taxas de homicídio são baixas, da mesma forma que, em outros locais com armamento escasso, os homicídios são altíssimos”.

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Crimes Comunistas



Por OESP






L'express

Tradução de Lauro Machado Coelho e Lea Passalacqua

Da URSS ao Camboja, passando pela China e a Coréia do Norte, o terror vermelho fez cerca de 85 milhões de vítimas. Pela primeira vez, e não sem criar polêmica, historiadores publicam "O Livro Negro do Comunismo".

O prefácio de O Livro Negro do Comunismo deveria ter sido escrito por François Furet, que morreu em julho. Ele considerava que este livro era o complemento de seu O Passado de uma Ilusão, no qual analisava a paixão política que levou tantos homens a cometer tantos massacres, muitas vezes antes de serem eles mesmos triturados pelo sistema a que tinham servido. Talvez a presença desse grande historiador tivesse evitado que esse empreendimento inédito terminasse em confusão: no fim de três anos de trabalho, o editor conseguiu lançar o livro por ocasião do 80º aniversário da Revolução de Outubro de 1917, mas seus autores, divididos, não se falam mais, antecipando as polêmicas que não vão deixar de surgir. Pois é uma outra memória, ainda tabu, que "O Livro Negro" ataca, propondo o primeiro balanço, em escala mundial, dos crimes cometidos pelo regime mundial. Contabilidade aterrorizadora: as diversa tentativas de construção do "homem novo" provocara, pelo mundo afora, a morte de 65 a 85 milhões de pessoas.

Sob a direção de Stéphane Courtois, uma dezena de historiadores dividiu a tarefa segundo as suas competências regionais. A contribuição de Nicolas Werth sobre a URSS, que ocupa cerca de um terço da obra, constitui um subsídio importante para a história da repressão soviética. Conhecedor de russo e familiarizado com os arquivos locais e dos trabalhos da nova geração de historiadores russos, Nicolas Werth realizou uma síntese espantosa dos métodos que serviram de modelo no mundo inteiro. A partir dos arquivos do período 1917-1921, mostra que o exercício do "terror como forma de governo" foi concebido bem antes da guerra civil e não foi uma conseqüência dela: o impulso criminoso, muito precoce, remonta a Lenin. Stalin limitou-se a retomar a herança da ditadura, declarando guerra a toda a sociedade.

O balanço soviético (cerca de 15 milhões de mortos) foi amplamente ultrapassado pela China de Mao Tsetung. O número de vítimas oscila entre 45 e 72 milhões de mortos. O maoísmo acrescenta a isso a particularidade de ter querido "reeducar uma sociedade inteira". Mas o primeiro prêmio da loucura sanguinária vai para o Khmer Vermelho que, de 1975 a 1979, eliminou de 1,3 a 2,3 milhões de pessoas no Camboja, que tinha uma população de 7,5 milhões.

A soma que "O Livro Negro" se propõe a fazer prossegue com o Leste europeu (Karel Bartosek), a Coréia do Norte (Pierre Rigoulot), e a África (Yves Santamaria), a América Latina (Pascal Fontaine), sem esquecer o Komintern (Jean-Louis Panné e Stéphane Courtois), estrutura internacional paramilitar dirigida por Moscou que, durante a Guerra Civil Espanhola, assassinou uma porção de membros das Brigadas Internacionais que "não andavam na linha".

Os autores do "Livro Negro" não se dividiram quanto ao fato de que, no Ocidente, e especialmente na França, tenta-se atenuar a importância dos crimes do comunismo, "que não foram submetidos a uma avaliação legítima e normal tanto do ponto de vista histórico quanto do ponto de vista moral", como diz Stéphane Courtois. Exemplos não faltam: no verão passado, foi descoberto, numa floresta da Carélia, um ossuário dos tempos de Stalin com nove mil vítimas. A imprensa francesa não disse uma só palavra a respeito. Os historiadores não se dividiram tampouco quanto ao uso que a Frente Nacional, de extrema-direita, que anda exigindo um "Nuremberg do comunismo", não deixaria de fazer do seu trabalho. Na maioria ex-comunistas, ex-maoístas ou ex-trotskistas, os autores do "Livro Negro", que continuam afirmando ser de esquerda, concordam com Stéphane Courtois que "não se deve deixar a uma extrema-direita cada vez mais presente o privilégio de dizer a verdade: é em nome dos valores democráticos, e não dos ideais nacionalistas fascistas, que se deve analisar e condenar os crimes do comunismo".

Contra a Humanidade - O conflito deles é mais profundo. E mais interessante. Refere-se à interpretação da noção de "crime". Trata-se de "crimes comunistas" ou de "crimes do comunismo". Pode-se falar de "crime contra a Humanidade"? A redação inicial da introdução e da conclusão, tal como Courtois a fez, irritou Werth, Margolin e Bartosek, redatores dos capítulos essenciais. O conflito foi violento: retenção dos manuscritos, nomeação de advogados, intimações entregues por oficiais de justiça, ameaças de processo...

Stéphane Courtois modificou muito os seus textos, mas o conteúdo da obra reflete ainda essas polêmicas. Textos puramente históricos, com todos os escrúpulos científicos costumeiros (os de Werth sobre a URSS são um modelo do gênero), surgem lado a lado com análises críticas ou que pedem abertamente a condenação dos crimes. Num texto que já não é mais uma conclusão, pois intitula-se "Por quê?", Courtois pergunta que mistério levou "militantes comprometidos com uma lógica de combate político a trocá-la pela lógica da exclusão, depois pela lógica eliminacionista e, finalmente, pela exterminação pura e simples de todos os elementos impuros. No extremo final dessa lógica, o que há é o crime contra a humanidade."Todos os termos do debate estão assim resumidos. Os crimes em questão, maciços, figuram entre os auges do horror neste século, mas pode-se dizer, por causa disso, que o "crime de massa" constitui o denominador comum e até mesmo a essência do comunismo? A ausência de liberdade e a repressão quotidiana parecem ser critérios mais universais do comunismo do que o "crime de massa", ausente de vários Estados.

Quanto à aplicação da noção de crime contra a humanidade, a discussão parece sofrer com o viés da fazer com que os crimes do comunismo se encaixem, custe o que custar, na definição de Nuremberg. Não foram julgados e Stéphane Courtois gostaria que o fossem: "A morte do filho de um kulak ucraniano, reduzido à fome pelo regime stalinista, vale a mesma coisa que a morte de uma criança judia do gueto de Varsóvia, reduzida à fome pelo regime nazista." Está aqui o outro tema de controvérsia: a comparação com os crimes do nazismo, já esboçada por François Furet. "A remodelagem dessas duas sociedades foi concebida da mesma maneira, ainda que os critérios de exclusão não fossem os mesmos", escreve Stéphane Courtois. Essa comparação é legítima, mas deve ser encarada com cuidado. Deve aproximar - porque as perdas humanas rivalizam em termos de horror - mas também distinguir. Os dois projetos se apresentam de forma diferente: de um lado, ideologia racionalista e universalista; do outro, revolução baseada na exaltação do instinto e da raça em proveito de um único povo. Mas não há dúvida alguma que a eliminação, na URSS, de certas camadas sociais (inclusive mulheres e crianças) enquanto classe hereditária, não perde nada para os crimes nazistas. Da mesma forma, parece legítimo falar de "genocídio" a respeito do Khmer Vermelho.

Dois totalitarismos - No entanto, essa vontade de equivalência semântica não é historicamente redutora? Pois, se se pode discutir interminavelmente a comparação entre nazismo e comunismo e a amplitude respectiva das desgraças que ambos provocaram (25 milhões de vítimas em 12 anos de nazismo; mais de 65 milhões em 80 anos de comunismo), não é possível assimilar um ao outro. A começar pelo fato de que o nazismo possui uma característica única: a negação de humanidade que resulta no empreendimento de destruir populações inteiras. Singularidade à qual estão ligadas outras práticas que não têm equivalente nos regimes comunistas: a esterilização em massa, o assassinato dos deficientes físicos e dos doentes mentais, as experiências científicas mortais com cobaias humanas.

Em compensação, uma diferença entre esses dois totalitarismos sangrentos parece ilegítima: a sua condenação desigual na Europa ocidental. Várias razões objetivas explicam essa dissimetria: não passamos pela experiência de uma ocupação soviética; a URSS participou, com os aliados, da queda do nazismo; e os militantes comunistas lutaram, a partir de junho de 1941, ao lado da Resistência européia. Acrescentemos a isso o gosto um tanto frívolo pela idéia de revolução, que François Furet já tinha diagnosticado, e acaba de ser ilustrado, uma vez mais, pela "guevaromania", embora o "Che", muito chegado num campo de trabalho forçado e num "paredón", não fosse exatamente uma personagem da Disneylândia.

Muitos militantes e intelectuais cantaram os méritos de Stalin e Mao. Muitos deles chegam a afirmar que "eles não sabiam". Ignorância cúmplice e cegueira culpada: nas décadas de 50 e 60, os crimes tornaram-se incontestáveis. Um intelectual comunista, professor universitário de história, podia ainda escrever, em 1978, que o regime leninista "foi, talvez, um dos governos revolucionários da História que mais se preocupou em poupar vidas" e que os seus primeiros anos "fizeram com que a sociedade russa desse, de maneira irreversível, um considerável salto para a frente no plano das liberdades reais e formais".

Hoje, ninguém mais defende o stalinismo, nem o maoísmo, nem essa "crueldade necessária" com a qual brilhavam "os olhos azuis da Revolução", como dizia o poeta francês Aragon.

O PC francês, os seus companheiros de viagem e os ex-esquerdistas romperam com o passado. Mas sem pensar nele. Sem se explicar. Nesta temporada dos arrependimentos, há, deste lado de cá, muitas oportunidades que se estão perdendo. (E.C.)

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