terça-feira, 31 de agosto de 2010

Opositor a Chávez morre após oito greves de fome

Estadão Online

EFE

Franklin Brito, um produtor agrícola de 49 anos que manteve sucessivas greves de fome em protesto contra o governo venezuelano faleceu na noite desta segunda-feira, segundo a imprensa local, que cita familiares.

O jornal El Universal informou em sua edição digital que a esposa de Franklin Brito, Elena, declarou que seu marido morreu por volta das 21h locais na segunda-feira (22h30 de Brasília).

De acordo com o jornal, Elena explicou que "os médicos avisaram da morte, mas não deram detalhes". Aparentemente, de acordo com o diário, o produtor teve um enfarte e os médicos não conseguiram reanimá-lo.

Por sua vez, o canal Globovisión publicou um comunicado da família, que assinala que "após uma luta de mais de seis anos, oito greves de fome, a mutilação de um dedo e de ter sido vítima de uma privação de liberdade irregular, o corpo de Franklin Brito deixou hoje (segunda) de realizar funções vitais".

"Tudo isto não significa, no entanto, que Franklin Brito morreu. Franklin vive na luta do povo venezuelano pelo direito à propriedade, o acesso à justiça, pela vida em liberdade e o respeito dos governos aos direitos humanos, coletivos e individuais", ressalta o comunicado.

Desde julho de 2009, Franklin Brito tinha realizado sucessivas greves de fome para protestar pela suposta desapropriação de suas terras no Estado de Bolívar, sudeste da Venezuela.

Em junho, Brito, em greve de fome e sede, começou a receber tratamento de hidratação por parte de médicos da Cruz Vermelha Venezuelana, segundo a imprensa do país.

Na ocasião, o produtor pesava 43 quilos, e os médicos da Cruz Vermelha não puderam fornecer soro via intravenosa por conta de sua extrema magreza, segundo sua filha, Ángela Brito.

Brito tinha iniciado uma greve de sede para exigir que a Cruz Vermelha Venezuelana pudesse atendê-lo, já que não confiava nos médicos do Hospital Militar, onde permanecia desde dezembro contra sua vontade, segundo ele mesmo explicou.

A ditadura Dilma


Revista Época

Por Guilherme Fiuza

A opinião pública brasileira chegou a um estado inédito de letargia. Do alto de seus quase 80% de aprovação, Lula pode dizer qualquer coisa. O bom entendedor está arrepiado.

Em sua excitação de Midas eleitoral, com a candidata fantasma disparando nas pesquisas, o presidente fala pelos cotovelos – e seus cotovelos andam dizendo barbaridades.

A mais grave delas, para variar, passou despercebida. Reclamando do Senado Federal, que lhe foi menos servil do que ele desejava, Lula anunciou:

“Penso em criar um organismo muito forte, juntando todas essas forças que nos apóiam, para que nunca mais a gente possa permitir que um presidente sofra o que eu sofri”.

A declaração feita num palanque em Recife, onde o presidente tornou-se uma espécie de semideus, é um escândalo. Ou melhor: seria um escândalo, se o Brasil não vivesse nesse atual estado de democracia anestesiada.

Lula está anunciando um “organismo” político para neutralizar o Congresso Nacional. É o presidente da República, de viva voz, avisando que as regras da democracia não servem mais. Quer usar a ligação direta com as massas para enquadrar o Senado. O mais famoso autor de uma idéia desse tipo foi o führer Adolf Hitler.

Se o Brasil não estivesse imerso no sono populista, Lula teria que ser convocado imediatamente ao Congresso para explicar que “organismo” é esse.

As cartas estão na mesa, e são claras. Todas as tentações autoritárias da esquerda S.A. estão fervilhando com a disparada de Dilma, a candidata de proveta, na corrida presidencial. Chegou a hora de submeter o Congresso, a imprensa e as leis à República dos companheiros.

Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou: está sendo urdida uma força para-estatal para dar poderes especiais ao governo Dilma.

A vitória no primeiro turno seria o passo inicial do arrastão. Depois viria a Constituinte petista, com a enxurrada de “controles sociais” e “correções democráticas” que o país já viu sair das conferências xiitas bancadas por Lula.

Brasil, divirta-se com a brincadeira de votar na mamãe. Depois comporte-se, porque o organismo vem aí.

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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A 'MEXICANIZAÇÃO' EM MARCHA


Por Bolívar Lamounier - O Estado de S.Paulo

OpiniãoLivre.com.br

O processo sucessório presidencial em curso comporta dois cenários marcadamente assimétricos, conforme o vencedor seja José Serra ou Dilma Rousseff. Se for José Serra, não é difícil prever a cerrada oposição que ele sofrerá por parte do PT e dos "movimentos sociais", entidades estudantis e sindicatos controlados por ele - e, provavelmente, do próprio Lula. Se for Dilma Rousseff - como as pesquisas estão indicando -, o cenário provável é a ausência, e não o excesso, de oposição.

Para bem entender esta hipótese convém levar em conta dois fatos adicionais.

Primeiro, o cenário Dilma não se esgota na figura da ex-ministra. Ele inclui, entre os elementos mais relevantes, o controle de ambas as Casas do Congresso Nacional pela dupla PT e PMDB. Inclui também uma entidade institucional inédita, personificada por Lula. Semelhante, neste aspecto, a um aiatolá, atuando de fora para dentro do governo, Lula tentará, como é óbvio, influenciar o conjunto do sistema político no sentido que lhe parecer conveniente ao governo de sua pupila ou a seus próprios interesses. Emitirá juízos positivos ou negativos, em graus variáveis de sutileza, sobre medidas tomadas pelo governo e regulará não só o comportamento da base governista no Congresso, mas também os movimentos de sístole e diástole da "sociedade civil organizada" - entendendo-se por tal os sindicatos, segmentos corporativos e demais organizações sensíveis à sua orientação.

O segundo fato a considerar é a extensão da derrota que Lula terá conseguido impor à oposição. Claro, a eventual derrota será também consequência das ambiguidades, das divisões e dos equívocos da própria oposição, mas o fator determinante será, evidentemente, a ação de Lula e do esquema de forças sob seu comando. Deixo de lado, por óbvio, as condições econômicas extremamente favoráveis, o Bolsa-Família, a popularidade do presidente, etc.

José Serra ficará sem mandato até 2012, pelo menos. No Senado - a menos que sobrevenha alguma reorganização das forças políticas -, Aécio Neves fará parte de uma pequena minoria parlamentar, situação em que ele dificilmente exercerá com desenvoltura as suas habilidades políticas.

Nos Estados, os governadores eventualmente eleitos pelo PSDB, sujeitos ao torniquete financeiro do governo federal, estarão igualmente vulneráveis ao rolo compressor governista. Longe de mim subestimar lideranças novas, como a de Beto Richa, no Paraná, e a de Geraldo Alckmin, em São Paulo. Mas não é por acaso que Lula já se apresta a batalha por São Paulo, indicando claramente a sua disposição de empregar todo o arsenal necessário a fim de reverter o favoritismo tucano neste Estado.

Resumo da ópera: no cenário Dilma, o conjunto de engrenagens que Lula montou ao longo dos últimos sete anos e meio entrará em pleno funcionamento, liquidando por certo período as chances de uma oposição eficaz. A prevalecer tal cenário, parece-me fora de dúvida que a democracia brasileira adentrará uma quadra histórica não isenta de riscos.

É oportuno lembrar que o esquema de poder ora dominante abriga setores não inteiramente devotados à democracia representativa, adeptos seja do populismo que grassa em países vizinhos, seja de uma nebulosa "democracia direta", que de direta não teria nada, pois seus atores seriam, evidentemente, movimentos radicais e organizações corporativas. Claro indício da presença de tais setores é a famigerada tese do "controle social da mídia", eufemismo para intervenção em empresas jornalísticas e imposição de censura prévia.

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domingo, 29 de agosto de 2010

Dilma, a "gerente de Lula", omite de sua biografia que não deu conta de uma lojinha de R$1,99 em Porto Alegre


Por Políbio Braga


Blog do Políbio Braga

Não é só a lojinha que Dilma Roussef teve que fechar em Porto Alegre. O editor sucedeu Dilma na Secretaria Municipal da Fazenda, de onde ela saiu tres meses antes do final do mandato do então prefeito Alceu Collares, porque não aguentou o rojão. Deixou o caixa a zero, dívidas enormes, déficit terrível. Não tinha dinheiro nem para pagar o 13o salário de 1988. Ela me disse: "Essa gente (Collares e Neuza) é irresponsável e louca". E foi embora. Nem relatório me deixou. Ela me entregou a prefeitura quebrada. Salvei Collares do desastre, em apenas tres meses. Foi o que me levou mais tarde à Casa Civil do governo do RS. Eu conto tudo isto em detalhes no meu livro "A Casa Civil". Mais tarde, na Câmara de Vereadores, fugiu de novo: ela abandonou a Diretoria Geral, nomeada pelo então vereador Valdir Fraga, antes de terminar seu prazo de contratação, porque não deu no coro. Anos depois, na secretaria de Minas e Energia, meteu o pé pelas mãos ao incentivar a criação da Térmica Gaúcha, em Montenegro. Os sócios - CEEE, do governo estadual; Ipiranga; Petrobrás - quebraram a usina antes mesmo de começar e tomaram um prejuízo de R$ 100 milhões. Isto tudo a candidata do PT não conta na biografia edulcorada que vai para a TV, que omite também os anos de chumbo da violenta VAR Palmares, organização terrorista da qual fez parte, cuja ação mais conhecida foi o assalto aos cofres de Ademar de Barros, o avô dos atuais donos da Band TV.

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Filhos de Lula


Por Percival Puggina

Mídia Sem Máscara

Integro o grupo cada vez mais reduzido dos que consideram a política - mesmo a que temos - como algo importante à vida dos povos. Isso me leva a tomar a sério os processos eleitorais. Não, não estou sendo sutil nem ironizando. Levo a sério, mesmo. Aliás, anote aí, leitor: eleição é só o que nos resta de democracia no Brasil. Quem quis diretas-já para ter democracia, agora tem diretas e deve clamar por democracia-já. O regime democrático é incompatível com a desmesurada concentração de poderes, prerrogativas, recursos financeiros, forças, meios e instrumentos de barganha que, em nosso país, convergem para a presidência da República. Eis por que, desde antes da Constituinte, insisto em que constituamos uma federação de fato e em que separemos Estado, governo e administração. Como mínimo.

Quando a hegemonia institucionalizada somou-se ao carisma pessoal de Lula, emergiu uma força ainda maior. Agregaram-se para compô-la a sensação de dependência que se estabeleceu sobre boa parte da sociedade e a ascendência que Lula conseguiu arrogar-se. Está aí o baião de dois, a goiabada e o queijo desta eleição. O que estou afirmando ficou muito evidente, outro dia, no horário eleitoral, enquanto Lula formalizava a entrega de seus filhos aos zelos da mãe que escolheu para o suceder.

"Menos, Lula, menos!" pensei com meus botões, enquanto tentava discernir o que era pior e mais grotesco, se a falta da noção de limite, a confiança do presidente no poder que exerce sobre ampla maioria do público brasileiro ou a inutilidade de mostrar o quanto estávamos sendo desacatados naquele momento. Foi quando decidi escrever este artigo no velho estilo do "a quem interessar possa". Por poucos que sejam. De fato, a inclinação de uma expressiva parcela da nossa sociedade por políticos paternalistas é o que pode haver de clássico. Assim foi construída e preservada a miséria de boa parte do Nordeste brasileiro. Foi assim que o prestígio da Casa Grande se manteve depois de a senzala se haver mudado para a periferia. Até aí nada de mais. Os maus políticos sempre gostaram de voto comprado e os maus eleitores sempre apreciaram voto vendido. A novidade que agora vemos, após oito anos de governo Lula, está na quantidade de filhinhos que não brincam de puxar caminhãozinho, mas andam de jatinho. Seguindo o exemplo de tantos partidos políticos, passaram também eles suas convicções no picador de papel. Nelson Rodrigues dizia repetir-se em suas crônicas porque é desse modo que se fixam ideias. Então aí vou eu: graças à grana que o BNDES libera para o empresariado, subsidiada pelos impostos do povão, agora caímos na real. Bolsa Família para os pobres e bolsa Louis Vuitton para os ricos.

É assim que a dignidade política cede lugar à servidão. Viramos filhos, não de Deus nem da pátria. Viramos filhinhos de papai, dependentes de seu prestígio e dos seus favores. Tornamo-nos filhos de um pai que não dá bons exemplos e que não educa, seja por suas palavras, seja por suas ações. Viramos filhos de um pai que anda em más companhias e que depreciou de vez a política nacional, convertendo-a, em definitivo, num grande balcão. Acabaram-se as convicções. Só restam os interesses.

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sábado, 28 de agosto de 2010

Anticapitalismo, escolha o seu

Por Joel Pinheiro da Fonseca

Mises Brasil

Muita gente é contra o livre mercado porque, sem a intervenção do governo, a economia não prospera. Máquinas substituem trabalhadores. O capital, ao invés de ser usado na produção, vai para a especulação. O desemprego aumenta, uma minoria de ricos enriquece enquanto uma massa crescente de desempregados vive da mão para a boca ou morre de fome. Com menos consumo, a produção cai. Todos ficam tímidos e com medo de investir devido ao risco, e então entesouram seu dinheiro em casa, tirando-o de circulação; o mercado como um todo vai à falência.

Já outro argumento, vindo frequentemente das mesmas bocas, sustenta que o livre mercado é mau porque cria nas pessoas, por meio da propaganda, um milhão de falsas necessidades, fazendo da massa (exceção feita, claro, aos "conscientizados"...) zumbis do consumo, atrás de celulares, carros e tênis comprados em 20x "sem juros". Escravos do consumo, perdem o gosto pela vida simples e pelos bens mais elevados do espírito. Meninas preocupadas com o peso têm que escolher entre o doce e a fruta, jovens angustiados têm que escolher entre exatas e humanas.

Agora chegou a vez dos intervencionistas escolherem qual dos dois ataques ao capitalismo deve permanecer; pois os dois ao mesmo tempo não dá! Ou o livre mercado destrói empregos e empobrece as massas, impedindo-as de consumir o básico, ou ele as enriquece de tal maneira que as permite viver atrás do supérfluo. Teses contrárias não podem ser ambas verdadeiras.

Mas podem ser ambas falsas. Vejam só: a falácia do desemprego resultante do livre mercado é das mais velhas da ciência econômica. Não, a tecnologia não gera desemprego: pelo contrário, ao tirar trabalhadores de algum ramo que fica mais eficiente com máquinas, ela libera mão-de-obra para outros ramos, que antes recebiam menos trabalhadores ou até mesmo nenhum. Se uma máquina sozinha dá conta de produzir o alimento, podemos parar de trabalhar o dia inteiro na plantação e escrever livros, trabalhar em hospitais, etc.

E não precisamos ter medo do entesouramento. Mesmo que uma parcela da população entesourasse seu dinheiro (isto é, escondesse embaixo do colchão ao invés de ganhar juros aplicando no banco — que o usaria para novos investimentos) o efeito dessa retirada do dinheiro da economia seria a queda dos preços; ou seja, quem não tomou a decisão genial de esconder seu dinheiro e não ganhar juros (e eu pensando que no capitalismo as pessoas eram gananciosas.....) poderá comprar mais produtos a preços reduzidos. Ao longo do século XIX, a tendência era de queda de preços (que é o natural quando a produtividade aumenta) e todas as economias cresceram muito; os perigos da deflação são um mito.

Quanto ao consumo zumbi, tenha dó, né? Em tempos muito mais liberais, portanto muito mais capitalistas, o consumismo não era um problema tão grande assim. Muita gente tem inveja e não gosta de ver, por exemplo, pobre consumindo. Se pobre compra celular que tira foto, é porque foi manipulado pelo marketing, e não porque sua vida será efetivamente facilitada. Ver consumismo genérico nos outros é a coisa mais fácil do mundo. Difícil é apontar os casos específicos. Pois é óbvio que o consumidor sabe que não precisa do tênis para sobreviver, assim como não precisamos de pratos e talheres; ele quer o tênis, pois o deixará mais confortável e vai "pirar as minas na balada".

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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Um grande paradoxo brasileiro


Por Roberto Lent


Ministério do Orçamento

É patente para todos os obser vadores independentes que o Brasil conseguiu infletir fortemente para cima, nos últimos anos, a modesta curva de crescimento da Ciência e Tecnologia que caracterizou o século passado.

No entanto, não foi isso que ocorreu na Educação, área em que os indicadores estão estagnados ou sofreram modesta ascensão.

Esse grande paradoxo é simbolizado por dois indicadores internacionais: nosso país ocupa hoje o 13 lugar na produção de artigos científicos em todo o mundo, mas é o último no desempenho em Ciências de jovens de 15 anos.

O paradoxo é tão grave que pode pôr em risco a sustentabilidade do nosso crescimento científico.

Como mantê-lo sem multiplicar o número de cientistas? E como multiplicá-los em uma população de jovens que não compreende minimamente os temas científicos? Como manter e o aporte financeiro à Ciência e Tecnologia no futuro, se a sociedade não compreender o valor que a Ciência tem para o seu bem-estar e o seu progresso? Em qualquer atividade gestora, é preciso priorizar e adotar medidas estruturantes e potencializadoras.

Duas delas me parecem essenciais neste caso: a dedicação exclusiva do professor de ensino básico à sua escola, e o turno único para os alunos.

Como conseguir essa façanha? Primeiro, precisamos estar convencidos de que são esses os dois eixos fundamentais porque repousam no fator humano, e não em laptops, salas de aula, livros e outros elementos materiais, importantíssimos, mas comparativamente fáceis de conseguir.

A façanha é exequível em uma década por que então não eleger esta que começa como a Década da Educação e da Ciência? A dedicação exclusiva do professor à sua escola não depende apenas de legislação: depende de salário. E, por razões financeiras, não há como garantir um salário competitivo por meio dos municípios brasileiros, convençamo-nos disso! A proposta então é que o governo federal assuma essa tarefa: federalização da categoria dos professores do ensino básico, com o objetivo de elevar o seu salário aos níveis de um professor assistente das universidades públicas.

O turno único para os alunos, por outro lado, depende da duplicação da capacidade física da rede escolar em todo o país, combinando o aumento do número de escolas com a ampliação das existentes.

É razoável supor que a federalização dos salários desoneraria as finanças municipais em grande medida, e permitiria que os 20% previstos em lei fossem destinados à ampliação física da rede escolar.

Se esses dois eixos estruturantes forem adotados pelos nossos candidatos à Presidência da República, e aceitos pela sociedade, será fácil eleger o período 2011-2020 como a Década da Educação e da Ciência, e inaugurar um ciclo ideológico forte para a mobilização social, com um Esforço Nacional pela Educação e a Ciência.

A esses dois eixos se somariam todos os pequenos e valiosos programas e iniciativas que muitas instituições e pessoas realizam pelo Brasil afora com financiamento público e privado, tais como atividades de aprimoramento curricular, acesso à internet nas escolas, divulgação científica, bolsas para projetos docentes, e a infinidade de propostas que, cada dia mais, afloram à superfície.

Estamos em um momento histórico virtuoso, e precisamos mantê-lo.

Essa década é nossa: a década da Educação e da Ciência. E a obrigação é de todos nós: um esforço nacional pela Educação e a Ciência.


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O fracasso da incubação keynesiana


Por Lew Rockwell

Mídia Sem Máscara

Dois anos atrás, a economia americana encontrava-se seriamente enfraquecida em meio a uma impressionante crise bancária, a qual se espalhava por todo o mundo. A ilusão criada pelo crédito fácil - a de que o setor imobiliário poderia se valorizar eternamente e que os americanos viveriam sob uma permanente prosperidade trazida pela expansão monetária - foi destroçada pela inevitável realidade dos acontecimentos. Os americanos subitamente se descobriram no meio de uma depressão econômica.

Naquele momento, o país estava em uma bifurcação. A medida sábia seria deixar a depressão ocorrer. Deixar que os investimentos ruins fossem expurgados do sistema. Deixar que os preços dos imóveis caíssem. Deixar que os bancos quebrassem. Deixar que os salários caíssem e permitir que mercado realocasse todos os recursos que até então estavam empacados em projetos insustentáveis, típicos de bolha, para projetos que fizessem sentido econômico. Essa foi a direção escolhida pela administração Reagan em 1981 e pela administração Harding em 1921. O resultado, em ambos os casos, foi uma recessão curta seguida de uma recuperação vigorosa.

Porém, a administração Bush, em uma política que viria a ser mantida e aprofundada pela administração Obama, tentou uma tática semelhante àquela retratada no filme A Origem: incubar os sonhos. A ideia era injetar estímulos artificiais no ambiente macroeconômico. Vários programas de gastos governamentais aleatórios foram criados, o banco central imprimiu enormes quantias de dinheiro para comprar dívidas podres que estavam em posse do sistema bancário, colossais truques tributários foram inventados, dinheiro foi jogado a rodo em programas de incentivos, e inúmeras estratégias de contratações artificiais foram criadas apenas para dar a impressão de que tudo estava indo bem.

No filme, o objetivo da incubação do sonho era implantar uma ideia dentro da cabeça de um indivíduo incauto, que então passaria a agir de modo diferente do seu normal. Na versão da vida real dessa incubação, o governo americano tentou implantar na cabeça de toda a população a ideia de que não havia depressão, não havia colapso econômico, não havia crise imobiliária, não havia necessidade de queda nos preços dos imóveis, e que realmente não havia absolutamente nenhum problema sério que o estado não pudesse consertar - desde que toda a população fosse obediente e seguisse todas as ordens do governo.

Na versão cinematográfica, a tentativa de incubação é temporal. Os criadores de sonhos são capazes de manter o indivíduo em um estado de letargia somente durante um determinado tempo. Na versão da vida real, as coisas são bem mais desordenadas e confusas. As manchetes de jornais falaram, todos os dias e durante todo esse tempo, sobre uma "recuperação iminente", sem que houvesse qualquer evidência desse fenômeno. Tudo o que os estímulos realmente conseguiram fazer foi postergar um pouco mais a inevitabilidade dos eventos ruins. Eles nunca conseguiram impedi-los, contudo.

Hoje, com o mercado financeiro em franco derretimento e o consenso quase universal de que os EUA voltaram à recessão, todo mundo já acordou. Já está bem claro que a incubação não funcionou. Os dados do desemprego são absolutamente aterradores. Como relata o Wall Street Journal, apenas 59% dos homens com mais de 20 anos de idade possuem empregos em tempo integral (na década de 1950, esse número era de 85%). E apenas 61% de toda a população americana com mais de 20 anos possui algum tipo de emprego, qualquer que seja.

Tradução: Leandro Augusto Gomes Roque

Publicado no site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O mito da prosperidade na era petista


Por Klauber Cristofen Pires

Causa Liberal

Trata-se de um crasso erro histórico a opção do nosso povo em abdicar alegremente dos seus preceitos morais, de sua dignidade e da liberdade para endossar as políticas econômicas do PT. Com efeito, não há como a população em geral não ter tido a mínima ciência dos passos deste partido imbuído do mais bem acabado projeto de conquista de um poder totalitarista, depois de tantos escândalos de corrupção, intervenção, golpes contra a ordem institucional (falo dos dossiês falsos, dos acessos a dados sigilosos e do acionamento do crime organizado para perpetrar atos terroristas em massa, como aconteceu em São Paulo em 2006 e recentemente) e investidas contra a propriedade privada e contra a liberdade de expressão.

Diante de tantos descalabros cometidos por Lula e seu partido (foi mesmo por um Fiat Elba que Collor caiu?), o povo, em acepção ampla, o que inclui também a classe empresarial, tem se sentido seguro por agarrar-se tão somente aos indicadores econômicos, por acreditar que Lula e a sua equipe têm se saído bem nesta área. Pois então, hoje, venho frustar as suas esperanças. Quem sabe assim entenderão que o oásis de sombra e água fresca que lhe é apresentado pelo governo com a cumplicidade de grande parte da mídia tradicional não resiste a um exame mínimo de lógica.

Para tanto, comecemos por nossa infra-estrutura: Temos oito anos de governo lulista, e neste tempo todo, nada - absolutamente nada - foi feito para melhorar as nossas estradas, as ferrovias, os portos e os aeroportos. Pelo contrário, no governo da estrela vermelha assistimos ao apagão aéreo, que perdura até hoje, e à tragédia anunciada dos desastres que causaram a morte de centenas de pessoas. E o que nos disseram com respeito a isto? "-Relaxa e goza!"

Com relação ao nosso sistema elétrico, testemunhamos a fragilidade de uma rede que não agüenta uma chuva, e o que tivemos como resposta, justamente desta que hoje se apresenta como candidata do continuísmo? "Ôôô querida, não vai ter apagão, só blecaute!". Pois saibam os meus compatriotas que na região metropolitana de Belém falta luz todos os dias, sendo que nas áreas um pouquinho mais afastadas o "blecaute" tem sido, em média, de dezoito a vinte horas diárias, segundo recente reportagem televisiva! Igualmente, tenho recebido comunicados de amigos de todo o Brasil, relatando que em suas respectivas localidades acontece o mesmo! De fato, o barramento está sobrecarregado de tal forma que os operadores se vêem na contingência de praticar o revezamento entre os bairros, com o especial cuidado de "caprichar" nos lugarejos mais pobres.

E quanto ao gás natural? O que o atual governo fez por todos nós? Além de ter entregado graciosamente cinco refinarias da Petrobras (não era pra ser um patrimônio dos brasileiros?) ao seu amigo cocaleiro e colega do Foro de São Paulo, concordou em aumentar estupidamente a tarifa do gás proveniente daquele país. E o que recebemos como resposta? "- o povo boliviano é pobre e precisa da nossa ajuda". Ué, o Sr Lula é presidente do Brasil ou da Bolívia?

Vamos resumir a interminável coleção das inaugurações de promessas? Recordemos do fiasco do biodiesel, da tv digital, da banda larga, do pré-sal, da obras da Copa e agora, do factóide trem-bala! Enquanto em outros países todas estas coisas existem, funcionam otimamente ou foram bem construídas e executadas, aqui batemos palmas e estouramos champanhe para o vento.

Passemos aos serviços típicos de estado: alguém pode me responder se melhorou a segurança pública? Preciso comentar sobre isto? Não precisaria, a não ser para lembrar aos ainda desavisados que o PT é sócio das FARC no Foro de São Paulo, e que tem agido consistentemente para a proteção e apoio àquela entidade narcoterrorista. Como um sócio de narcoguerrilheiros poderia ter interesse em acabar com o tráfico de drogas no Brasil, a principal causa da violência, ou melhor, da criminalidade?

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O MASSACRE MIDÁTICO CONTRA JOSÉ SERRA


Por NIVALDO CORDEIRO

Site Nivaldo Cordeiro

Em esplêndido artigo publicado na edição de ontem da Folha de São Paulo, o cientista político José Augusto Guilhon Albuquerque (Entre o erro e a torcida) apontou com propriedade os erros elementares na metodologia de pesquisa do Datafolha, que levaram o instituto, na semana passada, a apresentar larga margem de vantagem de Dilma Rousseff sobre José Serra. O autor foi muito elegante e irônico ao escolher as palavras. Não sublinhou apenas o erro metodológico, mas a “torcida”. Eu digo: não é torcida, é propaganda da causa. É ação de má fé para com os brasileiros, tentando obstinada e deliberadamente enganar e conduzir os votos.

As pesquisas eleitorais no Brasil tornaram-se elemento importante na estratégia de campanha, transformando-se em agentes ativos do processo eleitoral como um todo, a começar pela definição dos apoios políticos, importantíssimos na reta final de campanha. Sem esses apoios regionais as candidaturas majoritárias têm muita dificuldade de falar com os eleitores distantes dos grandes centros. O eleitor isolado talvez nem esteja tão sujeito ao alarido provocado por elas, mas os cabos eleitorais, os caciques locais e, sobretudo, a mídia que gera notícia a partir de si mesma, em looping fabricado como um sonho replicando dentro de um sonho, libera grande energia contra a vontade soberana do eleitorado.

O que está senso feito é um gesto de engenharia de comunicação para manipular a consciência do público eleitor, de maneira deliberada e desonesta. Essa ação desleal e infame precisa ser denunciada não apenas porque acaba se tornando uma manipulação das eleições, mas porque retira da democracia a sua própria legitimidade. Chegamos ao estágio em que a vontade popular deixou de ser sujeito, soberana; quem manda agora na escolha dos governantes é o consórcio sórdido de sociólogos dos institutos e editores de jornais.

Por detrás de tudo o poder imenso da Presidência da República e seus faustosos recursos. E também a má índole dos que lá estão aboletados. Sua ânsia de se manter no poder não tem qualquer limite moral. Fazem o jogo do vale tudo. E os institutos, como o Datafolha, a troco de dinheiro e prestígio com o poder, são lenientes e coniventes com a pressão dos poderosos.

A edição de hoje da Folha de São Paulo anunciou uma vantagem massacrante de Dilma Rousseff sobre José Serra, apoiada em nova pesquisa da sua coligada, o Datafolha. É veraz? Não creio. Penso que está em processo um movimento de “abafa” midiático para definir, ainda no primeiro turno, as eleições em favor de Dilma Rousseff. Esse tipo de ação tem muito a ver com um golpe de estado “soft”, sem sangue, mas com a mesma eficácia de empolgar o poder de forma ilegítima e contra a vontade consciente do eleitorado, que acaba votando como zumbis.

Se as eleições fossem apuradas pelos pesquisadores do Datafolha Dilma Roussef estaria eleita no primeiro turno, com maioria qualificada.

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

ENTRE O ERRO E A TORCIDA

por José Augusto Guilhon Albuquerque
Opinião Livre

Corria o ano da graça de 1985 e São Paulo, como as demais capitais, teve sua primeira eleição direta para prefeito, após longos anos de nomeação por um governador preposto do regime militar.

A disputa estava polarizada entre Jânio Quadros, com o apoio popular e das elites conservadoras, e Fernando Henrique Cardoso, de longe o favorito das elites progressistas e dos intelectuais.

No dia da eleição, o desfecho era imprevisível, a não ser para as respectivas torcidas. O Datafolha fez, naquele dia, pesquisa de boca de urna -pelo que me lembro, inovação ousada- que foi um desastre em todos os sentidos da palavra.

O resultado da pesquisa de boca de urna foi anunciado praticamente no momento em que as urnas se fechavam, dando FHC como vitorioso por poucos pontos. Mas, no final da noite, as urnas deram Jânio, por uma diferença de três pontos.

Ruim para o Datafolha e para aqueles que consideram que a eleição de Jânio contribuiu para aguçar as divisões internas entre as forças políticas que conduziram o processo de redemocratização, um desastre de grandes proporções.

Tenho em mãos o artigo publicado na Folha por Mauro Paulino, diretor do Datafolha ("Pesquisas não servem às torcidas", 10/8, Poder).

Acho que elas podem servir, sim, e frequentemente servem, senão as candidaturas não gastariam fortunas com elas. Mas não deviam, por isso deixo claro que sou eleitor do PSDB, como fui do MDB e do PMDB a seu tempo. Contudo, parafraseando Aristóteles, sou amigo de Platão, mas sou mais amigo da verdade.

O Datafolha errou, em 1985, ao desconsiderar os eleitores que diziam, na boca da urna, não saber em quem votariam.

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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O arrocho de Chávez


Estadão Online

Jornal Estadão

A publicação, pelo jornal El Nacional de Caracas, de uma foto de 12 cadáveres empilhados no necrotério da capital - para denunciar a omissão do governo de Hugo Chávez diante da escalada da violência criminal na Venezuela - resultou esta semana na imposição explícita da censura a toda a imprensa do país, depois limitada a dois jornais de Caracas. É o mais grave ato repressivo do gênero desde os tempos do ditador Marcos Pérez Jiménez, nos anos 1950. Com uma peculiaridade: a mordaça valerá de início por um mês. Isso porque haverá eleições parlamentares na Venezuela em 26 de setembro, e a questão da segurança aflige como nenhuma outra o eleitorado da nação vizinha.

Não é para menos. Sob Chávez, a criminalidade alcançou níveis atualmente sem paralelo na América do Sul. Embora o governo tenha cessado de divulgar estatísticas sobre o assunto - na fútil tentativa de ocultar da população o que ela sabe por experiência própria na sua vida cotidiana -, cálculos extraoficiais revelam que em 2009 o número de homicídios no país superou 16 mil, com 50 mil feridos. Em julho último, 465 pessoas (ou 15 a cada dia) foram assassinadas, apenas em Caracas. Estima-se que o arsenal em poder da bandidagem soma 6 milhões de armas. Na Venezuela, o crime compensa: 91% dos atos de violência armada permanecem impunes.

Na República Bolivariana, o regime controla de tal modo o Judiciário que pode contar com a instituição para dar um verniz de legitimidade aos seus movimentos liberticidas. Assim foi no caso do oposicionista El Nacional. (Ou no caso do Tal Cual, outro jornal que se opõe ao caudilho, que reproduziu a foto do necrotério repleto.) Tão logo Chávez investiu contra o matutino, acusando-o de ter divulgado uma imagem "pornográfica", numa "manipulação politiqueira do tema da violência", o Tribunal para a Proteção da Criança e do Adolescente vedou a publicação de textos e fotos relativos, entre outras coisas, a "incidentes sangrentos e grotescos, armas, mensagens de terror, atos de agressão física e batalhas".

A reação do El Nacional foi vigorosa. Sob a manchete Proíbem publicar imagens e notícias sobre a violência, o diário carimbou a palavra "censurado" nos espaços em branco reservados para duas fotos. Uma legenda resumia a tragédia venezuelana: Se aqui houvesse uma foto, vocês veriam um pai chorando por um filho que morreu. O proprietário e editor-chefe do jornal considerou a censura uma arbitrariedade que viola a Constituição. "Foi uma decisão política", disse ainda, aludindo à campanha eleitoral em curso no país e ao problema que mais afeta a popularidade de Chávez. "A decisão judicial peca por amplitude e imprecisão", comentou a organização de defesa da imprensa Repórteres sem Fronteiras.

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domingo, 22 de agosto de 2010


Por Percival Puggina

Mídia Sem Máscara

Não nos restam mais do que vagos e deficientes indícios de democracia. Para identificá-los já se requer, inclusive, uma certa capacitação técnica. É necessário saber onde procurar. E é preciso usar, como fazem os peritos, os elementos de contraste que permitem discernir traços do que praticamente desapareceu.

Ninguém recusará que: a) quanto maior a concentração de poder político, tanto menor a democracia; b) quanto maior a influência do poder econômico, tanto mais frágil a democracia; c) quanto menor a credibilidade do parlamento, tanto menor o crédito na democracia; d) quanto maior a influência do poder político sobre os meios de comunicação, tanto pior a qualidade da informação e menor a capacidade de análise sobre os fatos que influenciam a vida das pessoas. E, consequentemente, suas decisões eleitorais. Tudo isso e muito mais já ocorre no Brasil. Em proporções avassaladoras. Claro, claro, temos eleições. Mas democracia não se confunde com a realização de eleições nem é algo totalmente assimilado por elas. Em Cuba há eleições. Na Venezuela há eleições. No Irã há eleições. E só os totalitários têm coragem de dizer que esses países são democráticos. No Brasil, a concentração de poderes nas mãos do presidente da República só é menor do que a generosidade com que o Congresso Nacional os concede a ele. Como escrevi há poucos dias, o presidente chefia o Estado, o governo, a administração pública federal e as estatais. Executa um orçamento que corresponde a 22% do PIB nacional. Legisla sobre o que quer, a seu bel prazer, através de medidas provisórias de aplicabilidade imediata. Libera ou não, ao seu gosto, recursos para os estados e municípios. O que são as obras do PAC senão uma espécie de Bolsa Estado, ou Bolsa Município, distribuídas assim, como donativo, para as mãos súplices dos gestores locais?

Essas práticas, cada vez mais frequentes, somam-se ao poder que o partido do governo exerce nos fundos de pensão, nos sindicatos, no FAT, nas principais corporações funcionais do país. E ainda tem o Bolsa Família. Ah, o Bolsa Família, que Lula oposicionista chamava de comprar voto do eleitor que "pensa com o estômago"! Lula presidente potencializou o programa e é brandindo a ameaça de que a oposição, se vencedora, vai acabar com ele, que sua candidata se prepara para colocar a faixa presidencial no peito. E não podemos esquecer o mais robusto e sedutor achado da cartola presidencial: o Bolsa Empresa. É, leitor, você leu certo: o Bolsa Empresa. Foi o Bolsa Empresa que trouxe o empresariado nacional como gatinho mimado para o colo do governo, lamber mão e pedir cafuné. Afinal, os R$ 15 bilhões destinados ao Bolsa Família ficam constrangidos de sua indigência diante dos fabulosos financiamentos concedidos pelo BNDES às empresas brasileiras. Nos últimos dois anos, foram R$ 180 bilhões emprestados pelo governo ao Banco. O governo tomou esse dinheiro no mercado a mais de 10% ao ano (elevando significativamente a dívida pública, ou seja, a nossa dívida) e emprestou às empresas por um juro que não paga a metade do custo de aquisição. Bolsa Família para os pobres e Louis Vuitton para os ricos.

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sábado, 21 de agosto de 2010

O programa de Cuba de médicos por dinheiro


Por María C. Werlau

Tradução: Gralça Salgueiro

Heitor de Paola

Durante décadas, Cuba “exportou” médicos, enfermeiras e técnicos de saúde para obter influência diplomática em países pobres e dinheiro para sua economia cambaleante. Segundo os meios oficiais cubanos, uns 38.544 profissionais da saúde cubanos trabalharam no estrangeiro em 2008, dos quais 17.697 eram médicos. (Cuba informa que conta com 70.000 doutores no total).

Estes “missionários da revolução” são bem recebidos nos países anfitriões, desde Argélia à África do Sul e Venezuela. Entretanto, os que elogiam a generosidade de Cuba passam por cima dos aspectos mais feios da diplomacia da saúde cubana.

O regime é acusado de violar vários acordos internacionais, como o Protocolo de Tráfico de Pessoas e a Convenção ILO sobre a Proteção de Salários, devido à forma em que são tratados estes provedores de saúde. Em fevereiro, por exemplo, sete médicos cubanos que trabalharam na Venezuela e depois desertaram, apresentaram uma demanda judicial na corte da Flórida, EE.UU., contra Cuba, Venezuela e a petroleira estatal venezuelana, por mantê-los em condições equivalentes às de uma “escravidão moderna”.

Afirmam que o regime cubano retinha os fundos que a Venezuela enviava por seus serviços e depois lhes pagava, um acordo que afirmam é uma forma de servidão de dívida. Também afirmam que os obrigavam a trabalhar em jornadas extremamente longas em zonas perigosas, inclusive em áreas urbanas com altos índices de criminalidade e na selva. (O governo venezuelano e sua petroleira questionam a jurisdição da corte para admitir o caso Cuba não se pronunciou a respeito).

Desde 2002, Hugo Chávez acordou em pagar em sua maior parte na forma de petróleo venezuelano subsidiado e barato, para que Cuba oferecesse serviços médicos a populações marginalizadas na Venezuela sem custo para os pacientes. Porém, nos últimos anos ele estendeu a iniciativa a outros países e ajudou a forjar apoio para sua agenda regional marxista, enquanto mantinha a salvo a economia cubana.

Cuba não torna públicos seus acordos com países anfitriões, porém se conheceu detalhes através de fontes abertas, inclusive do médicos oficiais cubanos. Estes mostram que, tipicamente, o país anfitrião paga a Cuba em moeda dura por cada trabalhador da saúde e oferece alojamento, alimentação e uma remuneração mensal que costuma oscilar entre US$ 150 e US$ 350. Cuba custeia as passagens aéreas e o apoio logístico, além de pagar os salários dos trabalhadores da saúde com os fundos que retém.

Os projetos de saúde global de Cuba também recebem apoio do mundo desenvolvido. Em 2005, pelo menos US$ 27 milhões foram doados à missão cubana no Haiti, inclusive recursos provenientes da França e Japão. A benevolência internacional também se traduz em assistência direta. Em 2008, Cuba recebeu US$ 127 milhões de países da OCDE. Estas transferências explicam o recente aumento na exportação de serviços de Cuba para US$ 8.600 milhões em 2008, frente aos US$ 2.800 milhões em 2003. A cifra representa 75% do PIB e os serviços geram muito mais ingressos que qualquer outra indústria.

Os médicos cubanos vão para o exterior porque em seu país ganham escassos US$ 22 a US$ 25 ao mês. Em outros países, costumam receber uma pequena remuneração em moeda local, enquanto suas famílias em seu país recebem seu salário habitual em moeda dura, entre US$ 50 e US$ 325 ao mês.

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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Em 8 anos, saneamento básico avançou pouco, aponta pesquisa do IBGE


Por Gabriela Moreira

Estadão Online

A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), anunciada há pouco pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra um avanço tímido no serviço de saneamento básico do País entre 2000 e 2008. Há dois anos, 34,8 milhões de pessoas (18% da população brasileira) viviam em cidades onde não há nenhum tipo de rede coletora de esgoto. A pesquisa também aponta o alto índice de tratamento inadequado do lixo na grande maioria dos municípios brasileiros. Um terceiro levantamento revela que mais de um terço dos municípios têm área de risco no perímetro urbano e necessitam de drenagem.

A PNSB revela ainda que 12 milhões de domicílios no País não têm acesso à rede geral de abastecimento de água. Apesar do aumento no número de domicílios ligados a rede de saneamento básico entre 2000 e 2008, o serviço ainda é deficiente e com distribuição desigual pelo País. Apenas quatro em cada dez domicílios brasileiros tem acesso à rede geral de esgoto. A proporção de 2000 a 2008 subiu de 33,5% para 44%, um aumento de 31,3% em oito anos.

O crescimento de municípios com rede coletora foi ínfimo: passou de 52,2% para 55,2% no período, o que significa um aumento de apenas 194 municípios. Os dados de tratamento do esgoto são ainda mais preocupantes: pouco mais de um quarto dos municípios (28,5%) tratam o esgoto coletado. Em relação ao destino do lixo, cinco em cada dez (50,8%) municípios despejam resíduos sólidos em vazadouros a céu aberto. Apenas 27,7% dão o destino correto, em aterros sanitários.

A PNSB é baseada em levantamento feito nas prefeituras, em órgãos públicos e privados responsáveis por serviços de saneamento e em associações comunitárias de todos os municípios brasileiros. Baseia-se em dados oficiais dos governos municipais e não na resposta da população, como acontece com o Censo e as Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNADs).

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Jornais de Caracas denunciam censura


Por Roberto Lameirinhas

Estadão Online

Na esteira das medidas adotadas por Hugo Chávez para restringir a atuação de emissoras de rádio e TV, jornais venezuelanos denunciaram ontem a prática de censura prévia aos meios impressos. Em protesto contra a decisão do Judiciário de proibir a publicação de fotos "violentas", o jornal El Nacional foi ontem às bancas com espaços em branco e tarjas com a palavra "censurado" na capa e na página destinada ao noticiário policial.

A proibição deu-se após o jornal de Caracas ter publicado, na sexta-feira, a foto de um necrotério com 12 cadáveres empilhados - com a qual denunciava a deterioração da situação da segurança pública no país. Na segunda-feira, outro jornal da capital, o Tal Cual, reproduziu a foto em desafio à proibição judicial.

"Publicamos a foto como uma forma de provocar um choque na população diante do quadro de violência crescente no país", justificou o diretor do Nacional, Miguel Henrique Otero.

"A grande questão é que a medida de censurar a divulgação de informações sobre a criminalidade não resolve o problema da segurança pública, mas impede que ele venha à tona em um momento delicado do chavismo, quando ele vê ameaçada sua maioria na Assembleia Nacional nas eleições de 26 de setembro", disse ao Estado, por telefone, Ricardo Alvarez, professor de ciências políticas da Universidade de Caracas.

Marcelino Bisbal, titular da cadeira de comunicação da Universidade Andrés Bello, ressalta que, apesar da ofensiva contra emissoras, nunca houve um ataque tão direto quanto esse. "É curioso verificar que a medida vigorara, inicialmente, por um mês. Coincidentemente, o período em que estaremos em campanha eleitoral", disse.

O combate à criminalidade é um dos pontos fracos do governo e visto pela oposição como um dos principais itens de política pública que podem tirar votos do governista Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV). Em 2009, o número de assassinatos em todo o país superou 16 mil - convertendo a Venezuela no país mais violento da América do Sul - e o número médio de mortes violentas em Caracas, a cada fim de semana, supera 50. O governo não apresenta balanços sobre a criminalidade há vários anos.

"Tudo isso é parte de um complô, de uma campanha internacional que toma espaços importante nas telas, nas cadeias internacionais de mídia, nos jornais da Europa, dos EUA e da América Latina. Estão desesperados e buscam sabotar a revolução com grosseria, a manipulação e a pornografia", disse Chávez ontem. "Há uma manipulação pornográfica e eleitoreira do tema da criminalidade."


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A carta que Dilma não escreveu ao Brasil


Por GUILHERME FIUZA

Revista Época

Lula não tem culpa do poder político sobre-humano que adquiriu. A culpa é do Brasil. Na virada do milênio, Luiz Inácio da Silva era um problema para o PT. Derrotado em três eleições presidenciais, prisioneiro de um discurso anacrônico contra a política econômica que fundara o real, Lula se tornara um candidato de plantão, quase folclórico. Uma guinada histórica o transformou num Midas eleitoral, capaz de reeditar, com a invenção de Dilma Rousseff, o famigerado plano Celso Pitta - que parecia uma lição devidamente assimilada.

Boa parte do PT não queria Lula candidato à Presidência pela quarta vez, em 2002. Emergiam novas forças no partido, como Cristovam Buarque, que governara o Distrito Federal. Um passo adiante dos slogans genéricos contra o capitalismo ocidental, Cristovam rompera com o modelo do Estado paternal. Foi a primeira voz da esquerda a proclamar que a estabilidade monetária era boa para o povo. Governou com responsabilidade fiscal, resistindo ao bombardeio sindicalista e fisiológico de seus companheiros - que queriam, como sempre, o poder como seio materno.

Cristovam executara com sucesso o inovador programa Bolsa Escola. Apoiara o governo federal - ao qual era oposição - na luta contra a inflação e o descontrole das contas públicas. O PT tinha nele um governante moderno, potencial candidato à Presidência em 2002. Mas Lula, apesar de ultrapassado, ainda era uma lenda no partido. E conseguiu a candidatura após um arrastão comandado pelo deputado José Dirceu.

Esse Lula fraco e desgastado entrou na corrida presidencial com uma novidade. Por sensibilidade do próprio José Dirceu, a campanha dessa vez abandonaria o sectarismo estratosférico. O Brasil ia conhecer um PT mais pragmático, disposto a conversar com todos, e não apenas a rugir seus ideais imaculados - que seriam para sempre perfeitos, desde que não saíssem das assembleias partidárias e reuniões acadêmicas.

Por algum tempo, assistiu-se a um Lula híbrido, que seguia a moderação proposta por Dirceu, mas ainda vocalizava os instintos incendiários do partido: moratórias, xenofobia, ataques ao Banco Central e às metas de inflação, invasão de propriedades produtivas, intervenção na imprensa burguesa e todo aquele guevarismo de grêmio estudantil que o Brasil não queria. Lula foi então salvo por Pedro Malan.

Lula virou um mito com um cheque em branco na mão. Nesse cheque, escreveu o nome de Dilma Rousseff

Assistindo ao discurso totalflex do candidato da oposição - que trazia insegurança geral e uma recaída da inflação -, o ministro da Fazenda de Fernando Henrique Cardoso indagou publicamente qual dos dois era o Lula verdadeiro. Daí surgiu o documento - articulado por Dirceu e por Antônio Palocci - que elegeu o candidato do PT: a Carta ao Povo Brasileiro, na qual Lula se comprometia com princípios como a responsabilidade fiscal, o cumprimento dos contratos e as bases da estabilidade monetária. Uma transição saudável no Planalto.

O Brasil deveria estar se preparando agora para mais uma transição saudável, se o sobrenatural não tivesse entrado em cena. Lula era um presidente normal até estourar o mensalão, o maior escândalo de corrupção da história da República. Pela primeira vez, o grupo político de um presidente criava um duto sistemático entre os cofres do Estado e seu partido. O enredo foi descoberto, seus protagonistas denunciados, e o país passou a mão na cabeça de Lula - não apenas preservando-o, mas passando a conferir-lhe taxas históricas de popularidade. Acima do bem e do mal, Lula virou mito.

Um mito com um cheque em branco na mão. Nesse cheque, escreveu o nome de Dilma Rousseff. A menos de dois meses da eleição, o Brasil ainda não averiguou se o cheque tem fundos. A maioria do eleitorado está dizendo que vai descontá-lo na boca do caixa. Se der dor de cabeça, azar. Será tarde demais para pedir a Dilma - a mãe ou a madrasta - que escreva uma bela Carta ao Povo Brasileiro.

Adeus à política

Por Marco Antonio Villa

Blog do Villa

Postado por Villa em 18/08/2010
Publiquei hoje na Folha de S. Paulo:



PELA SEXTA vez consecutiva, fato único na nossa história, teremos a escolha do presidente da República através de eleições plenamente democráticas. Não é pouco, principalmente em um país com a nossa tradição autoritária.

Se na eleição de 1989, os candidatos politizavam qualquer proposição, por mais simples que fosse, agora a despolitização é uma marca da campanha. Depois de cinco eleições, o processo eleitoral ficou mais pobre em debates e ideias.

É possível que, em parte, este panorama justifique-se pela predominância do marketing político e da americanização das eleições. As pesquisas qualitativas são mais importantes, para os candidatos, do que a política stricto sensu.

O enfrentamento ideológico foi substituído pelas propostas de gerir uma casa, como se o espaço doméstico fosse a reprodução em miniatura do país. O linguajado familiar invadiu a política. Pai, mãe e filhos substituíram os temas clássicos, o que é um claro sinal de pauperização do debate político.

O PT é um bom exemplo. Desapareceu -e tudo indica para nunca mais voltar- o discurso classista ou ao menos de embate com os poderosos. Foi substituído por elementos pré-varguistas.

O vocabulário da casa grande, autoritário e coercitivo, tomou conta dos seus dirigentes. E, claro, Lula foi o iniciador e maior defensor da despolitização. Como nunca suportou participar de uma discussão de princípios políticos, encontrou na fala despolitizada um campo fértil. Exemplificou dilemas do país com exemplos domésticos, comezinhos.

Quanto mais complexa uma questão, maior a banalização. Daí foi só um passo para fortalecer a ideia de que o povo precisa de um pai, de uma mãe: "Deixo em tuas mãos o meu povo", como diz o jingle.

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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Comunismo de resultados


Por Bruno Pontes

Mídia Sem Máscara

O Tribunal de Contas da União (TCU), aquele que Lula quer banir em nome da liberdade para roubar patrioticamente, irá rever as indenizações pagas aos famosos perseguidos políticos pela ditadura militar, os quais, nos últimos nove anos, multiplicam-se em progressão geométrica a cada vinte minutos.

Ao aprovar uma representação do Ministério Público que alegava que os pagamentos, feitos em prestações mensais, devem ser considerados como aposentadorias e pensões do poder público, o TCU poderá reduzir ou cancelar anistias de quase R$ 4 bilhões já aprovadas por aquele aparelho comunista denominado Comissão de Anistia.

"A revisão poderá gerar uma economia de milhões de reais aos cofres públicos. Não contesto a condição de anistiado político, mas os valores das indenizações concedidas a título de reparação econômica", diz o procurador do MP Marinus Marsico, autor da representação, para quem há ilegalidade na concessão de alguns benefícios. Ele cita o pagamento aprovado em 2007 à viúva de Carlos Lamarca, que teve direito a receber R$ 903 mil retroativos e remuneração mensal de R$ 11.444,40.

Carlos Lamarca foi aquele capitão que, no fim dos anos 60, desertou do Exército e matou brasileiros em nome do comunismo. Por este feito heróico, a Comissão de Anistia o homenageou postumamente com milhares de reais e uma promoção a coronel.

Outro barão da revolução, este ainda vivo para curtir a grana, é Diógenes Oliveira. Integrou a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e tem no currículo a participação em um atentado a bomba que mutilou o estudante Orlando Lovecchio Filho, em março de 1968. Este recebeu pouco mais de um salário mínimo do governo por invalidez. Já Diógenes foi premiado pela Comissão de Anistia com rendimento mensal vitalício de R$ 1.627,72.

Com a boca cheia e o peito estufado, os endinheirados entusiastas do totalitarismo comunicam ao grande público que lutavam por uma "sociedade mais justa". Sua noção de justiça vinha e vem de gente como Fidel Castro, Che Guevara e Mao Tse Tung, em cujos regimes o destino dos opositores era e é a cadeia ou o cemitério.

Essa parte da história permanece obscurecida sob um manto de folclore e autobajulação. Não é possível saber a opinião dos que morreram pelas mãos de Lamarca, Diógenes e companhia. Mas os carrascos e cúmplices estão aqui entre nós, colhendo o fruto polpudo de sua revolução enquanto proferem aulas de moral e ética nos palanques da vida. Seguem o ensinamento de Lênin: "Devemos recorrer a todo tipo de estratagemas, manobras, métodos ilegais, disfarces e subterfúgios".


terça-feira, 17 de agosto de 2010

Na frente dos bois


Por Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

No frigir, a prolongada dianteira do candidato da oposição a presidente não o favoreceu. Além de ter posto José Serra e o PSDB em relativo sossego durante bastante tempo, ajudou a consolidar a impressão de que uma vez perdida a primeira posição estaria também perdida a eleição.

Esta é a ideia preponderante hoje entre os analistas. Não todos, mas aqueles de compromisso marcado com a adivinhação já se aboletam sobre a certeza de que a eleição está decidida.

Se o cenário mudar não tem problema, basta atribuir ao efeito do horário eleitoral e fica tudo certo: todos ao menos parecerão "justos" e não engajados.

Realistas, sobretudo, uma vez que é mais fácil tomar como verdadeiro um cenário desenhado e depois adaptar o raciocínio do que raciocinar sobre os traços do desenho.

Por ora a explicação para as assertivas é a de que o apoio do presidente Luiz Inácio da Silva torna a candidata do PT imbatível. Se Dilma Rousseff inicia o horário eleitoral à frente de José Serra, isso quer dizer (de acordo com a norma em voga) que ela tende a crescer, ele a cair.

Ademais, como Dilma está "a três pontos porcentuais da vitória no primeiro turno", não há o que se discutir.

É de se perguntar para que mesmo eleição, campanha, gastos inúteis de tempo, dinheiro e energia. Apenas para que as urnas confirmem as pesquisas? De fato, parece ser a conclusão subjacente às argumentações de maior aceitação.

Só um truque espetacular saído da cabeça do marqueteiro seria capaz de virar o jogo. Isso tudo é o que se diz, embora não seja necessariamente o que acontece.

E acontece que a eleição é daqui a dois meses e será decidida pela maioria dos 135 milhões de eleitores que compareceram às urnas.

Até lá o favoritismo da candidata governista pode se confirmar, se acentuar, disparar, mas pode também estacionar e até diminuir.

Tomemos a eleição anterior, de 2006. Lula em pessoa estava na disputa e nessa mesma época mais bem situado do que Dilma está agora. Ela tem 41% das intenções de voto contra 33% do adversário. Lula tinha 55% contra 24% de Geraldo Alckmin.

Eram 31 pontos de diferença. Dois meses depois, as urnas deram 48% para Lula e 41% para Alckmin. Ah, dirá alguém, havia a sombra do mensalão. Ainda assim Lula tinha 55% das intenções de voto.

Ah, mas houve o escândalo dos aloprados. Pois é, as coisas acontecem. Ou não.

Em Minas Hélio Costa tem 43% contra 17% de Antonio Anastasia e os mesmos analistas não tiram do cenário a hipótese de uma "virada". Por que a diferença de expectativa?

Tudo depende da percepção e do desejo da maioria: se o eleitorado cotejar os atributos dos candidatos ganha Serra; se resolver votar apenas referido em Lula ganha Dilma e não haverá malabarismo publicitário capaz de mudar o curso desse rio.

De verdade o que José Serra poderia fazer ou inventar? Ele está em cena há anos, é conhecido de todos, não tem quem fale em seu lugar, não há Celso Kamura que dê jeito no visual nem existe margem para mágicas: Serra é o que é.

Isso pode beneficiá-lo ou pode prejudicá-lo, mas a realidade não pode ser alterada.

Diferente de Dilma, cuja situação se presta a quaisquer construções. Sendo desconhecida, tudo o que se diga ou se crie em torno dela passa a ser a circunstância real. Por mais fantasiosa que possa ser.

Incluindo aí a já afamada continuidade. Nada mais diferente de um governo de Lula que um governo de Dilma, a começar pela personalidade e o estilo da que terá sido (se for) eleita presidente, que não terá como levar o governo na base da conversa com as massas.

A se estender pela presença mais incisiva do PT e pela participação marcante do PMDB agora na posição de "protagonista", de poder - note-se - moderador e da já auto-anunciada condição de distribuidor de partilhas.

São parceiros de apetites inesgotáveis a serem administrados por uma pessoa ao mesmo tempo inexperiente e senhora absoluta do mando, cujo respaldo popular nunca lhe será atribuído a mérito próprio, mas pela conquista do empenho e da força de outrem.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Bloqueio antes das eleições: reflitam como será depois!


Por Carlos Vereza

Blog do Carlos Vereza

Não sei se o que continuarei a escrever será lido,mesmo assim continuarei! Pergunto? Que poder tem o meu despretencioso blog para ser bloqueado? Não vou choramingar,quem entra na chuva é para se molhar,nem estou perplexo ou decepcionado, pois quem é capaz de ser amigo dos piores ditadores do planeta,o que significa travar um blog?

Interessante: o sujeito que discorda do Lula,é classificado como direitista ou vendido... Aonde estavam os petralhas quando fui sequestrado pelo DOI-CODI,por duas vezes,por protestar contra a ditadura militar?

Quando postei o texto,2010:cristais quebrados,( já se vão uns 6 meses),os bolsas net, os fanáticos petistas, me condenaram ao fogo eterno,porque afirmava,que Lula e capangas,fariam de tudo para manter o poder!

E o que assistimos agora? Dossiês falsos,quebra de sigilo de Eduardo Jorge,engavetamento de CPIs, a morte não explicada de Ives Hublet (aquele das sagradas bengaladas no crápula Zé Dirceu), "manifesto" das Centrais Sindicais,subsidiadas pelo governo,apoiando o poste,a nomeação em final de governo de mais de 30 mil companheiros,terrorismo virtual, a compra da dignidade do povo,através das bolsas anestesias,e mais o que vem por aí!


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Exijo ser tratado como bandido


Defesanet

Por Gilberto de Oliveira Kloeckner
Professor da UFRGS


Nos últimos meses, a minha família tem se dedicado a cumprir a profecia do Paulo Sant’Ana: aquela de que você ainda será assaltado. Entre um boletim de ocorrência e outro, corridas a bancos para cancelar os cartões de crédito, esperas em antessalas de delegacias e seguradoras, tenho tido algumas ideias como, por exemplo, distribuir senhas para os meus assaltantes ou instalar uma porta giratória lá em casa para facilitar a entrada e saída dos meliantes. Talvez estes procedimentos tragam um pouco de ordem e conseguirei algum progresso para sair deste caos. Ordem e progresso... já li isso em algum lugar? Bem, mas não vem ao caso. Vamos ao que interessa.

O que eu realmente quero é ser tratado como bandido neste país. Exijo os mesmos direitos constitucionais. Não deixo por menos. Quero isonomia de tratamento. Explico. Primeiramente, quero ter o direito de ir e vir livremente, a qualquer hora do dia ou da noite, caminhar pelas ruas e parques, sem preocupações, e não viver mais com medo, atrás de grades e barras de ferro. Igualzinho aos bandidos.

Exijo, também, ter o direito de defender a minha família e o meu patrimônio com armas apropriadas. Atualmente a legislação só permite que eu utilize em minha defesa uma faca de pão (com lâmina inferior a 10 centímetros) e um cabo de vassoura. Usados com muita moderação. Ai de mim se eu machucar o meliante! Aí sim eu vou sentir na pele o que é o rigor da lei brasileira. Quero ter uma arma de verdade, adquirida livremente no comércio local, sem necessidade de porte, exame de tiro, psicotécnico e pagamento de taxas. Quero também poder usá-la e não precisar estar ferido pelo arrombador, dentro da minha própria residência, para começar a defesa da minha vida. Enfim, tudo aquilo que não se aplica aos bandidos não deve ser aplicado a mim.

Tem mais. Não quero mais pagar imposto sobre o produto do meu trabalho (aquilo que os meus ex-alunos, hoje na Receita Federal, teimam em chamar de “renda”). Bandido não é tributado, não paga imposto sindical nem conselho regional. Exijo o mesmo tratamento fiscal. E, se por acaso eu ficar impedido de trabalhar, gostaria que meus filhos e esposa recebessem uma pensão do Estado, todo o santo mês, igualzinho aos filhos e esposas dos bandidos. Afinal, minha família também merece um tratamento assim, justo e diferenciado. E digo mais: cairia muito bem um acompanhamento de alguma ONG de direitos humanos para fiscalizar o processo e cuidar do nosso bem-estar.

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domingo, 15 de agosto de 2010

Gerente de lanchonete em São Bernardo teme PT


Por Mark Ribeiro

Do Diário do Grande ABC

"Quando vem a turma do PT eu abaixo a porta." A frase é de José Marcelo de Jesus, gerente da lanchonete Fric-Frac, localizada no Centro de São Bernardo e palco de briga e quebra-quebra na terça-feira, durante visita dos candidatos tucanos José Serra (Presidência), Geraldo Alckmin (governo do Estado) e Aloysio Nunes (Senado).

Ontem, três dias após o episódio, o funcionário exibiu no balcão duas novas estufas, bancadas a R$ 625 por Alckmin para suprir prejuízo do equipamento (apenas um) quebrado com o tumulto de jornalistas, militantes e curiosos. Na ocasião o assessor de Serra, Vinícius Paulino, e o repórter cinematográfico da TV Bandeirantes, Welington Gouveia, chegaram às vias de fato.

"Para mim foi um bom negócio. A outra estufa já estava indo para o lixo", comemorou Marcelo. O gerente informou que em todo ano eleitoral abre as portas da lanchonete para candidatos de diferentes partidos e que nunca presenciou tumulto, diferentemente de quando trabalhava em loja na Rua Marechal Deodoro, nos anos 1980. "Vinham o Lula e os colegas dele invadindo. Quebravam tudo e não pagavam", recorda, cobrando a dívida do presidente.

Marcelo ressaltou que Alckmin pagou os oito salgados que estavam na estufa quebrada. "E não foi ele que derrubou, foram os jornalistas", acusou o agora simpatizante tucano. "Já fui petista, mas, graças a Deus, não sou mais."

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Dilma na Revista Época


Por Leandro Loyola, Eumano Silva e Leonel Rocha

Revista Época

Em outubro de 1968, o Serviço Nacional de Informações (SNI) produziu um documento de 140 páginas sobre o estado da “guerra revolucionária no país”. Quatro anos após o golpe que instalou a ditadura militar no Brasil, grupos de esquerda promoviam ações armadas contra o regime. O relatório lista assaltos a bancos, atentados e mortes. Em Minas Gerais, o SNI se preocupava com um grupo dissidente da organização chamada Polop (Política Operária). O texto afirma que reuniões do grupo ocorriam em um apartamento na Rua João Pinheiro, 82, em Belo Horizonte, onde vivia Cláudio Galeno Linhares. Entre os militantes aparece Dilma Vana Rousseff Linhares, descrita como “esposa de Cláudio Galeno de Magalhães Linhares (‘Lobato’). É estudante da Faculdade de Ciências Econômicas e seus antecedentes estão sendo levantados”. Dilma e a máquina repressiva da ditadura começavam a se conhecer.

Durante os cinco anos em que essa máquina funcionou com maior intensidade, de 1967 a 1972, a militante Dilma Vana Rousseff (ou Estela, ou Wanda, ou Luiza, ou Marina, ou Maria Lúcia) viveu mais experiências do que a maioria das pessoas terá em toda a vida. Ela se casou duas vezes, militou em duas organizações clandestinas que defendiam e praticavam a luta armada, mudou de casa frequentemente para fugir da perseguição da polícia e do Exército, esteve em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, adotou cinco nomes falsos, usou documentos falsos, manteve encontros secretos dignos de filmes de espionagem, transportou armas e dinheiro obtido em assaltos, aprendeu a atirar, deu aulas de marxismo, participou de discussões ideológicas trancada por dias a fio em “aparelhos”, foi presa, torturada, processada e encarou 28 meses de cadeia.

Hoje candidata do PT à Presidência da República, Dilma fala pouco sobre esse período. ÉPOCA pediu, em várias ocasiões nos últimos meses, uma entrevista a Dilma para esclarecer as dúvidas que ainda existem sobre o assunto (leia algumas delas no quadro da última página). Todos os pedidos foram negados. Na última sexta-feira, a assessoria de imprensa da campanha de Dilma enviou uma nota à revista em que diz que “a candidata do PT nunca participou de ação armada”. “Dilma não participou, não foi interrogada sobre o assunto e sequer denunciada por participação em qualquer ação armada, não sendo nem julgada e nem condenada por isso. Dilma foi presa, torturada e condenada a dois anos e um mês de prisão pela Lei de Segurança Nacio-nal, por ‘subversão’, numa época em que fazer oposição aos governos militares era ser ‘subversivo’”, diz a nota.

Dilma foi denunciada por chefiar greves e assessorar assaltos a banco
A trajetória de Dilma na luta contra a ditadura pode ser conhecida pela leitura de mais de 5 mil páginas de três processos penais conduzidos pelo Superior Tribunal Militar nas décadas de 1960 e 1970. Eles estão no acervo do projeto Brasil: Nunca Mais, à disposição na sala Marco Aurélio Garcia (homenagem ao assessor internacional da Presidência) no arquivo Edgard Leuenroth, que funciona em um prédio no campus da Universidade de Campinas, em São Paulo, e em outros arquivos oficiais. A leitura de relatórios, depoimentos e recursos burocráticos permite conhecer um período da vida de uma pessoa que mergulhou no ritmo alucinante de um tempo intenso. O contexto internacional dos anos 1960, de um mundo dividido entre direita e esquerda, em blocos de países capitalistas e comunistas, propiciava opções radicais. O golpe militar de 1964 instaurou no Brasil um regime ditatorial que sufocou as liberdades no país e reprimiu oposições. Milhares de pessoas foram presas por se opor ao regime, centenas foram assassinadas após sessões de tortura promovidas por uma horda de agentes públicos mantidos ocultos ou fugiram para o exílio para escapar da repressão.

Dilma Rousseff foi um desses jovens marxistas que, influenciados pelo sucesso da revolução em Cuba liderada por Fidel Castro nos anos 50, se engajaram em organizações de luta armada com a convicção de que derrubariam a ditadura e instaurariam um regime socialista no Brasil. Dilma está entre os sobreviventes da guerra travada entre o regime militar e essas organizações. Filha de um búlgaro e uma brasileira, estudante do tradicional colégio Sion, de Belo Horizonte, a vida de classe média alta de Dilma mudou a partir do casamento com o jornalista Cláudio Galeno Magalhães Linhares, em 1967. “(Dilma) Ingressou nas atividades subversivas em 1967, levada por Galeno Magalhães Linhares, então seu noivo”, afirma um relatório de 1970 da 1a Auditoria Militar. As primeiras menções a Dilma em documentos oficiais a citam como integrante de uma dissidência da Polop. Esse grupo adotou o nome de Organização. Com novas adesões de militantes que abandonaram o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), a Organização se transformou em Colina (Comando de Libertação Nacional). Em seu documento básico, o Colina aderiu às ideias de Régis Debray, autor francês que, inspirado na experiência cubana de Fidel Castro, defendia a propagação de revoluções socialistas a partir de focos guerrilheiros. A doutrina de Debray ficou conhecida como “foquismo”.

Ex-contemporâneos de prisão citam o apartamento de Dilma da Rua João Pinheiro, em Belo Horizonte, como um dos principais pontos de reuniões da organização. Em depoimento prestado no dia 4 de março de 1969, o militante do Colina Ângelo Pezzutti afirma que “encontrou-se (com outro militante) algumas vezes no apartamento 1.001, Condomínio Solar, residência de Galeno e Dilma”. Dilma é citada como responsável por ministrar aulas de marxismo, comandar uma “célula” na universidade para atrair novos militantes para a causa. “Em princípios de 1968, o declarante, por recomendação de Carlos Alberto, coordenou uma célula política, na qual tomaram parte Dilma, estudante de economia, cujo nome de guerra é Estela, Erwin e Oscar (nomes de outros dois militantes)”, diz o depoimento de outro militante, Jorge Raimundo Nahas. “O objetivo principal dessa célula era trabalhar o meio estudantil.” Um dos universitários recrutados foi Fernando Damata Pimentel, de 17 anos. Ex-prefeito de Belo Horizonte, Pimentel é candidato ao Senado pelo PT e é um dos coordenadores da campanha de Dilma.

De acordo com os depoimentos, nas reuniões – muitas realizadas no apartamento de Dilma – o grupo decidia suas ações. Em seu depoimento, Nahas afirmou que parte do Colina, com o decorrer do tempo, passou a acreditar que a organização deveria ter um caráter mais militar. Foram criados setores de “ex-propriação, levantamento de áreas, sabotagem e inteligência e informações”. “Dilma e Oscar permaneceram no setor estudantil”, diz Nahas. Essa decisão marca um ponto de inflexão na curta história do Colina. O grupo passou a fazer ações armadas. O historiador Jacob Gorender, que esteve preso com Dilma no presídio Tiradentes, em São Paulo, é autor de Combate nas trevas, o mais completo relato da luta armada contra a ditadura militar. Ele afirma que o Colina foi uma das poucas organizações a fazer a “pregação explícita do terrorismo”.

De acordo com Gorender, em 1968, o Colina já aderira à luta armada. Segundo ele, no dia 1o de julho de 1968, o Colina matou por engano o oficial militar alemão Otto Maximilian von Westernhagen, que fazia um curso no Rio de Janeiro. A intenção do Colina era eliminar o militar boliviano Gary Prado, que estava no mesmo curso. Prado fora o responsável pela prisão de Che Guevara, o célebre líder da revolução cubana. O Colina ajudou a promover greves, assaltou bancos, roubou carros e matou policiais em confrontos em Minas e no Rio (leia o quadro na página ao lado). Na denúncia encaminhada à Justiça Militar em 1970, o juiz auditor José Paulo Paiva afirma que, no Colina, Dilma “chefiou greves e assessorou assaltos a bancos”. Não há registro de que Dilma tenha participado diretamente das ações armadas do Colina – algo que ela sempre negou.

A série de roubos a banco, no final de 1968, pôs a polícia no encalço dos militantes. Um deles, Pezzutti, foi preso – ou, no jargão da militância, “caiu” – no dia 14 de janeiro de 1969. Torturado, Pezzutti deu informações que levaram a polícia a três “aparelhos”, como eram chamados os locais onde viviam e se reuniam os militantes, do Colina. Na noite de 29 de janeiro de 1969, a polícia atacou três casas em Belo Horizonte: na Rua Itacarambu, na Rua Itaí e na Rua 34. Na Itacarambu houve confronto. Quando os policiais entraram na casa, Murilo Pinto da Silva, então com 22 anos, e outro militante reagiram com rajadas de metralhadora. Os tiros mataram o inspetor Cecildes Moreira de Faria e um guarda civil chamado José Antunes Ferreira e feriram outro policial. Na Rua Itaí, a polícia achou documentos. Na Rua 34, encontrou armas e bombas. Na Rua Itacarambu foram apreendidos pistolas, revólveres, um fuzil e metralhadoras Thompson e INA, explosivos e uniformes da polícia. Banido do país em 1971, Pezzutti passou pelo exílio no Chile e depois morreu em um acidente de moto na França, em 1975.

A partir das prisões, a situação do Colina ficou difícil. Dilma e Cláudio Galeno abandonaram o apartamento da Rua João Pinheiro. A Justiça Militar abriu um Inquérito Policial Militar (IPM), conduzido pelo então coronel Otávio Aguiar de Medeiros – uma década depois, promovido a general, Medeiros seria o poderoso chefe do SNI no governo João Figueiredo. No dia 11 de março de 1969, à frente do IPM que investigava o Colina, Medeiros assinou o despacho número três. O texto, de cinco linhas, ordena uma operação de busca e apreensão no apartamento de Dilma e Galeno. Eles só encontraram cadernos, documentos pessoais e livros como Revolução brasileira, de Caio Prado Júnior, e Revolução e o Estado, de Fidel Castro.

Dilma e Galeno já estavam na clandestinidade. Em depoimento prestado à Justiça Militar em 21 de outubro de 1970, Dilma afirma que o casal fugiu de Belo Horizonte com “Cr$ 6.500 (cruzeiros) mais ou menos e se mantinham com esse dinheiro”. Segundo o depoimento, eles passaram um mês no “Hotel Familiar Baia”, no Rio de Janeiro, depois foram para um apartamento na Rua Santa Clara, em Copacabana. O casal também passou alguns dias na casa de uma tia de Dilma, sob o pretexto de que estava de férias, segundo Dilma conta em depoimento. Com o dinheiro da organização, militantes como Dilma alugavam casas, dormiam no chão para não ter de comprar móveis, se sustentavam e compravam carros e armas.

Em meados de 1969, os militantes do Colina começaram a discutir uma fusão com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Liderada pelo ex-capitão do Exército Carlos Lamarca, a VPR era uma das organizações mais importantes da luta armada. Lamarca abandonara o Exército ao fugir do quartel de Quitaúna, em Osasco, com um caminhão com armas e munições. Em abril de 1969, Colina e VPR realizaram um Congresso em Mongaguá, no Litoral Sul de São Paulo. Pela VPR estavam Carlos Lamarca, Antonio Espinosa, Cláudio de Souza Ribeiro, Fernando Mesquita Sampaio e Chizuo Ozawa, cujo codinome era Mário Japa. Pelo Colina estavam Dilma, seu segundo marido, Carlos Franklin de Araújo, Carlos Alberto de Freitas (codinome Breno), Maria do Carmo Brito e Herbert Eustáquio de Carvalho (ou Daniel). No meio das discussões, segundo Espinosa, Dilma e Carlos Alberto de Freitas lembraram que tinham de consultar “as bases” da Colina. As conversas foram interrompidas e retomadas em julho, no mesmo local. Ao final, as duas organizações se fundiram para formar a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR Palmares). “Dilma e Breno temiam que a VPR fosse excessivamente militarista”, afirma Antonio Espinosa. Ele veio da VPR e se tornou um dos comandantes da VAR Palmares. “Ao mesmo tempo, Lamarca e Cláudio temiam que o pessoal do Colina fosse muito assembleísta, estudantil.” A desconfiança era recíproca, mas não era discutida abertamente.

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sábado, 14 de agosto de 2010

Carta aberta

Por Thania Vega de Plazas

Mídia Sem Máscara

12 de agosto de 2010, 5:30 am.

Acabo de acordar e estou rezando, pedindo ao Senhor pelos meus filhos, por suas necessidades de trabalho e de toda ordem, por meu marido preso injustamente e condenado a 30 anos de prisão, mediante decisão de uma juíza perversa que não soube operar no Direito, senão que provavelmente se vendeu aos interesse do narcotráfico e do terrorismo.

Também estou pedindo a Deus pela Colômbia, nosso belo país, pois nos dois últimos dias tive uma sensação incômoda. A vinda do presidente venezuelano Hugo Chávez à Colômbia, me deixou um sabor amargo. Não me agrada nada do que está acontecendo há apenas dois dias depois do começo da nova etapa governativa, que se "supunha" ia ser a continuidade das políticas de segurança do Presidente Álvaro Uribe que acaba de sair. Porque pelo que vimos nesta semana, parece que a nova administração estava antes levando ao contrário essas políticas.

Ovinhos revolvidos muito cedo no Palácio de Nariño com as Altas Cortes, umas cortes politizadas e que perderam o rumo de sua razão de ser. Abraços e discursos com Hugo Chávez, chamamentos para depor ou para depoimentos por parte da Procuradoria aos funcionários do governo passado.. sinto insegurança e desconserto. Por isso peço ao Senhor que proteja meu país e ilumine os novos governantes, para que tomem uma posição firme e radical ante o narco-terrorismo, porque somos muitas famílias vítimas deste flagelo.

Nesse instante sinto um estalido seco, uma explosão de longe, porém não imagino o que possa ser. Ligo o rádio e escuto no programa da "W", de "Caracol radio", Félix Bedout muito, muito angustiado, para não dizer muito assustado.

Félix havia sentido estremecer o estúdio desde onde estava acordando os colombianos através de seu programa. O edifício onde se emitem os programas de Caracol radio havia sido objeto de uma explosão gerada por um carro-bomba que deixou ao menos nove (9) pessoas feridas e dezenas de escritórios e apartamentos afetados. Vocês já sabem o resto da história do que aconteceu hoje na Colômbia!

O fantasma do terrorismo chegou de novo à Bogotá!

Ao primeiro que queria perguntar é a Félix Bedout, que foi tão duro em sua posição frente ao Coronel Alfonso Plazas em particular, e ao Exército da Colômbia em geral, para julgar e criticar sua atuação nos fatos do Palácio da Justiça. Como se vê que ele nunca esteve em uma guerra, para sorte dele e de sua família, e que nunca enfrentou os terroristas disparando-lhe, lançando-lhe bombas, rockets e cilindros de gás, e dispostos a assassinar e incendiar para desestabilizar um governo, sentiu tanta angústia com tão-só uma explosão...

Porque é esse mesmo narco-terrorismo quem atuou hoje, queridos amigos! Esse mesmo que em 25 anos não descansou, que se mantém atento a qualquer debilidade para dar a patada, e que tem atuado não só com bombas e explosivos! Esse terrorismo aleivoso e covarde que soube infiltrar-se no ramo judicial, e hoje tem o coronel Plazas Vega condenado a 30 anos de prisão sem uma só prova, e da mesma maneira a muitos militares que estiveram dispostos a dar sua vida pela pátria (muitos a perderam), para defender esta Colômbia que eles tanto amam!

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Sorria! Você vai pagar um trem


Por José Roberto Baschiera Junior

Von Mises Brasil


Está em processo de licitação a construção de um trem-bala no Brasil. Estima-se que ele entrará em operação antes da Copa do Mundo de 2014, e que a obra se encerre depois das Olimpíadas de 2016.

Ela seguirá o já famoso modelo de concessão, onde uma empresa privada irá administrar o funcionamento do trem-bala ao passo que o governo regulamentará tarifas e serviços por meio de uma estatal, nesse caso será a nova estatal Etav (Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade)

O projeto prevê sete paradas obrigatórias, incluindo Aeroporto de Viracopos em Campinas, Campo de Marte em São Paulo, Aeroporto de Cumbica em Guarulhos, e o Galeão no Rio de Janeiro.

O custo estimado pelo governo está em torno de R$33 bilhões, e nada menos que R$19,9 bilhões serão financiados pelo BNDES.

Não é preciso nem mencionar que se trata de um custo enorme, que hoje temos várias empresas de transporte aéreo concorrendo pela ponte aérea Rio-São Paulo, e que obviamente esse projeto não passa de propaganda.

Obras grandiosas são lembradas; e o que melhor para nos lembrar da "grandiosidade" do governo Lula do que a herança de um moderníssimo Trem-Bala?

Não vou entrar em detalhes a respeito de custos, pois não é necessário falar nada sobre uma obra pública de R$19,9 bilhões. Acredito que muitos compartilham comigo a sensação de desconforto e raiva que esse número trás.

Mas a pergunta é: Esse trem-bala é necessário?

De fato o sistema rodoviário brasileiro é vergonhoso, são pouco mais de 29 mil quilômetros de ferrovias, contra mais de 63 mil quilômetros na Índia, 226 mil nos EUA e 85 mil na Rússia.

O sistema ferroviário brasileiro transporta poucos passageiros. Então de fato é necessário aprimorá-lo. O transporte de cargas e passageiros é extremamente dependente da atual malha rodoviária. Porém esta se encontra em estado decadente na maior parte do Brasil, com algumas exceções.

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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Em nome dos fatos

Por Miriam Leitão

Blog do Noblat

Inflação fora de controle quem enfrentou foi o Plano Real. O acumulado em 12 meses estava em 5.000% em julho de 1994. Quando a inflação subiu em 2002, no último ano do governo Fernando Henrique, pela incerteza eleitoral criada pelo velho discurso radical do PT, ficou em 12%.

Ela foi reduzida pelo instrumental que o PT havia renegado. Isso é a História. O resto é propaganda e manipulação.

O PT e o governo Lula têm dito que receberam o país com descontrole inflacionário e a candidata Dilma Rousseff repetiu isso na entrevista do Jornal Nacional. O interesse é mexer com o imaginário popular que lembra do tormento da inflação.

A grande vitória contra a inflação foi conquistada no governo Itamar Franco, no plano elaborado pelo então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, como todos sabem. Nos primeiros anos do governo FH houve várias crises decorrentes, em parte, do sucesso no combate à inflação, como a crise bancária.

Foi necessário enfrentar todas essas ondas para garantir a estabilização. Nada daquela luta foi fácil. A inflação havia derrotado outros cinco planos, e feito o país perder duas décadas.

Todos sabem disso. Se por acaso a candidata Dilma Rousseff andava distraída nesta época, o seu principal assessor Antonio Palocci sabe muito bem o que foi que houve. Ele ajudou a convencer os integrantes do partido a ter uma atitude mais madura e séria no combate à inflação.

O PT votou contra o Plano Real e fez oposição a cada medida necessária para consolidar a nova ordem. As ideias que o partido tinha sobre como derrotar a alta dos preços eram rudimentares.

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