segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Falta de respeito


Por Danilo Arbilla

Mídia Sem Máscara

Que a UNASUL não ia resolver nada sobre a crise Colômbia-Venezuela não surpreendeu ninguém. Trata-se de um tema grave. A denúncia da Colômbia, como assinalou o Departamento de Estado e como se entendeu nos altos níveis fora da comarca, é séria e requer ser levada a sério. Não é um caso para a UNASUL.

Tão para nada foi a convocatória dos Chanceleres que nem mesmo o "Secretário Geral", o inefável Nestor Kirchner, se apresentou. Mandou seus empregadores. Porque, embora não pareça, o Secretário Geral é um funcionário subalterno dos Chanceleres.

Tratava-se o principal conflito do continente e ele não foi. E siga o baile. Parece que nenhum ministro se deu conta disso. Entretanto, na sala de sessões na sede permanente da UNASUL em Quito, circularam caricaturas ferinas contra o presidente colombiano Álvaro Uribe. Tampouco isso deve surpreender, pois esse é o nível desta nova organização que hoje é presidida - pro tempore - pelo presidente equatoriano Rafael Correa e que, seguramente, "garantirá" as eleições legislativas de Chávez na Venezuela, e procurará mediar "imparcialmente" no desacordo entre a Colômbia e Chávez. Para este tipo de tarefa é que se inventou [a UNASUL].

Alguém às vezes se pergunta: existiria uma organização como o UNASUL se, por exemplo, Ricardo Lagos fosse presidente do Chile? E, se existisse, o deputado argentino Kirchner seria seu Secretário Geral?

O presidente Álvaro Uribe fez bem em chamar a atenção do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, por suas declarações deslocadas relativas à denúncia colombiana e a reação de Chávez. Lula, ao assumir essa conduta de "papai", que não sabe bem quem a atribuiu e que lamentavelmente muitos a admitem e festejam-na, referindo-se à crise, disse que pretendia "conversar muito" com os presidente Chávez e Santos, ignorando Uribe, porque entende que "o tempo é de paz e não de guerra".

Assim como Uribe um dia parou Chávez e disse que ele não era varão (homem) e este, de acordo com seu estilo recuou, também respondeu como correspondia ao brasileiro, deplorando que se referisse à denúncia colombiana como se fosse um assunto pessoal, "ignorando a ameaça que representa para a Colômbia e o continente, a presença dos terroristas das FARC" na Venezuela.

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