quarta-feira, 30 de junho de 2010

Anistia acusa Cuba de criar clima de medo entre jornalistas e dissidentes

Relatório da Anistia Internacional faz crática à situação dos direitos humanos no país.

Dcomércio.com.br

O repressivo sistema legal de Cuba está gerando um clima de medo entre os jornalistas, ativistas políticos e dissidentes, que vivem sob a constante ameaça de detenção de forma arbitrária, denunciou nesta quarta-feira, 30, Anistia Internacional.

Em seu último relatório sobre a situação na ilha, a organização documenta como o Governo restringe a informação enviada aos meios de comunicação e prende e condena centenas de críticos do regime castrista.

O subdiretor da AI na América, Kerrie Howard, apontou que a lei é tão "ambígua" que quase qualquer ato de dissidência pode ser enquadrado como criminoso, o que torna difícil aos ativistas expressarem com liberdade qualquer opinião contra o Governo.

"Há uma necessidade urgente de uma reforma que transforme os direitos humanos em uma realidade em Cuba", acrescentou.

O relatório conta o caso de Yosvani Anzardo Hernández, diretor do jornal digital Candonga, que segundo AI foi arbitrariamente detido, interrogado e intimidado pelas autoridades por desempenhar seu trabalho como jornalista independente.

Hernández foi detido por 14 dias em setembro de 2009. Depois disso, foi libertado sem qualquer acusação, embora a Polícia tenha confiscado seu computador, com o qual coordenava o site de seu jornal, e tenha desligado sua linha telefônica.

"Esperávamos que o Governo entendesse que só estávamos exercendo nosso direito de liberdade de expressão, o que não causa dano a ninguém", explicou Hernández, quem já desistiu de ter um site.

O Estado cubano tem monopólio virtual de todos os meios de comunicação e exige a todos os jornalistas que se registrem na associação nacional de jornalistas, que é controlada pelo Partido Comunista.

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terça-feira, 29 de junho de 2010

Ensinando o ódio

Por Demétrio Magnoli

Escola Sem Partido

"Uma certa miopia social pode ser mais produtiva politicamente do que um olho perfeitamente são." A frase, do ex-diretor da Capes Renato Janine Ribeiro, conclui uma comunicação acadêmica consagrada às políticas de identidades - ou seja, no caso do Brasil, especialmente às políticas de preferências raciais. O cerne do texto encontra-se na ideia de que "uma estratégia política das diferenças (...) pode sustentar uma tática política da desigualdade, num sentido fortemente compensatório - isto é, de que para chegarmos à igualdade será preciso passarmos pela desigualdade".

Renato Janine é um pensador íntegro, não um panfletário rancoroso. Seu texto, pontilhado de dúvidas e perplexidade, é algo como uma renúncia à utopia marxista organizada em torno da luta de classes. No lugar do fracassado programa revolucionário, seria a hora de aceitar a "miopia" mais "produtiva" das políticas diferencialistas, que descortina o cenário de uma sociedade constituída por segmentos identitários: afro-brasileiros, europeus étnicos, indígenas, quilombolas...

O marxismo, a ditadura do proletariado e o totalitarismo stalinista, que não são idênticos uns aos outros, certamente formam galhos da vasta árvore iluminista nascida à sombra do estandarte da igualdade. Mas, ao contrário do que parece sugerir Renato Janine, a árvore tem muitos galhos saudáveis. Fora da esfera soviética, as lutas sociais romperam o círculo de ferro do liberalismo elitista. O voto feminino, a educação e a saúde públicas, os sistemas de previdência social atestam a "produtividade" de um credo assentado sobre o princípio da igualdade política dos cidadãos. Por que motivo deve ser abandonada a obra infinita, ainda tão precária entre nós? Como se justifica a sua substituição por uma estratégia que fragmenta o povo em segmentos circundados pelas muralhas das "identidades"?

De acordo com Renato Janine, a luta de classes tenderia à guerra de extermínio, enquanto a "política das diferenças" se orienta pela meta do "reconhecimento do outro". A primeira assertiva é desmentida por cem anos de lutas trabalhistas nas democracias "burguesas". A segunda, por genocídios colossais ou pequenos massacres cotidianos que, da Alemanha nazista à Ruanda hutu e da Índia das castas à Nigéria das etnias oficiais, formam um plantel de experiências históricas sobre a dinâmica das políticas identitárias. As pessoas mudam de ideia, de partido, de estrato de renda e de classe social, mas não podem mudar de "raça" ou "etnia". Eis o motivo pelo qual as Constituições democráticas rejeitam a classificação oficial dos cidadãos segundo o critério do sangue.

"Nós tivemos de ensinar o povo a odiar os sulistas, a enxergá-los como pessoas que expropriavam os seus direitos", explicou um líder dos hauçás da Nigéria setentrional, referindo-se ao sistema de preferências étnicas inscrito nas leis do país. A "estratégia política das diferenças" é uma pedagogia do ódio destinada a construir comunidades identitárias coesas. No Brasil, percorremos a etapa inicial dessa trajetória pedagógica. Como em tantos outros lugares, tenta-se ensinar o ódio primordialmente na escola. A missão, conduzida pelo MEC, tem como alvos as crianças e os jovens das escolas públicas.

A palavra "revanche" encontrou sentido positivo na resolução do MEC, de junho de 2004, que regulamenta as Diretrizes para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Nela o Brasil é descrito como um país binacional no qual "convivem (...) de maneira tensa, a cultura e o padrão estético negro e africano e um padrão estético e cultural branco europeu". Neste país partido em dois, "não é fácil ser descendente de seres humanos escravizados", mas também é difícil "descobrir-se descendente dos escravizadores" e "temer, embora veladamente, a revanche dos que, por cinco séculos, têm sido desprezados e massacrados". Qual será a opinião de Renato Janine sobre tais passagens, convertidas em ato legal por Tarso Genro e referendadas por Fernando Haddad?

A pedagogia do ódio é também a da falsificação da História. A resolução, que manda celebrar o 20 de novembro como Dia da Consciência Negra, não traz palavra alguma sobre o movimento popular abolicionista, definindo o 13 de maio como "o dia de denúncia das repercussões das políticas de eliminação física e simbólica da população afro-brasileira no pós-abolição". No dia de hoje, se os professores seguirem as diretrizes do MEC, nenhum estudante ouvirá os nomes de Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, Antônio Bento e Luís Gama ou conhecerá os feitos de incontáveis anônimos, de todas as cores e classes sociais, que derrotaram a escravidão e derrubaram os pilares do Império. Por outro lado, serão apresentados a nada menos que um genocídio racial, evento que clamaria pela "revanche".

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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Exagero nos valores das indenizações

Por Marta Salomon

AVerdadeSufocada

Pelo menos R$ 4 bilhões de indenizações a perseguidos políticos já pagas ou aprovadas pela Comissão da Anistia poderão ter os valores revistos pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Proposta em análise no tribunal prevê a possibilidade de reduzir os benefícios concedidos aos anistiados.

"A revisão poderá gerar uma economia de milhões de reais aos cofres públicos", defende Marinus Marsico, procurador do Ministério Público junto ao TCU, autor da representação que está para ser votada.

"Não contesto a condição de anistiado político, mas os valores das indenizações concedidas a título de reparação econômica", disse o procurador ao Estado.

São alvo da representação, por ora, 9.371 benefícios já concedidos com base em uma lei de 2002. Ela estabeleceu o pagamento de indenização do Estado a vítimas de perseguição política até 1988, ano em que a Constituição foi aprovada. A reparação econômica é maior quando a perseguição tiver causado perda do emprego, prevê a lei. Nesse caso, além do pagamento de um valor mensal cuja média atual é de aproximadamente R$ 3.000 , o anistiado tem direito ainda ao pagamento de valores retroativos a 1988.

A regra rendeu indenizações milionárias e pagamentos mensais próximos do teto salarial do funcionalismo público, atualmente em R$ 26,7 mil, o limite para o benefício.

Aposentadoria. A proposta do TCU só deixa de lado as indenizações pagas em parcela única, de R$ 100 mil, no máximo. Elas representam menos de 5% do total de benefícios de prestação mensal já pagos e dos pagamentos retroativos já aprovados. As demais pouco mais de 95% do valor total aprovado deveriam ser tratadas como aposentadoria ou pensão e, como tal, ser submetidas à análise do tribunal, argumenta Marinus Marsico. Ele quer que a revisão comece pelos benefícios de valores mais altos.

O texto da representação do procurador do Tribunal de Contas da União cita três casos de indenizações que deveriam ser reduzidas. O primeiro deles é o benefício pago a Maria Pavan Lamarca, viúva de Carlos Lamarca, que desertou do Exército, virou guerrilheiro e foi morto em 1971.

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domingo, 27 de junho de 2010

O LIBERALISMO DE MISES


Por Rodrigo Constantino

OpiniãoLivre.com.br

O grande nome da Escola Austríaca, Ludwig von Mises, foi um defensor ferrenho da liberdade individual. Ele acreditava que o liberalismo tinha que triunfar por meio do poder das idéias, através da persuasão com base em sólidos argumentos. Somente pelas vias democráticas o liberalismo poderia vencer seus inimigos no longo prazo. Mises sempre soube das inúmeras imperfeições da democracia, que não é exatamente louvável por sua capacidade de boas escolhas, mas ainda assim defendeu com unhas e dentes o modelo democrático. O principal motivo era semelhante ao que Karl Popper tinha em mente: a democracia é a forma mais pacífica que conhecemos para eliminar erros e trocar governantes, sem derramamento de sangue.

Popper resumiu bem a questão quando disse que “não somos democratas porque a maioria sempre está certa, mas porque as instituições democráticas, se estão enraizadas em tradições democráticas, são de longe as menos nocivas que conhecemos”. Mises estava de acordo, e defendeu a democracia em diversos livros. Em Liberalism, por exemplo, ele escreveu: “A democracia é aquele forma de constituição política que torna possível a adaptação do governo aos anseios dos governados sem lutas violentas”. Para Mises, que depositava enorme relevância no poder das idéias, somente a democracia poderia garantir a paz no longo prazo.

Em sua obra-prima, Human Action, Mises reforça esta visão em prol da democracia: “Por causa da paz doméstica o liberalismo visa a um governo democrático. Democracia não é, portanto, uma instituição revolucionária. Pelo contrário, ela é o próprio meio para evitar revoluções e guerras civis. Ela fornece um método para o ajuste pacífico do governo à vontade da maioria. [...] Se a maioria da nação está comprometida com princípios frágeis e prefere candidatos sem valor, não há outro remédio além de tentar mudar sua mente, expondo princípios mais razoáveis e recomendando homens melhores. Uma minoria nunca vai ganhar um sucesso duradouro por outros meios”.

Em Socialism, Mises escreve: "A democracia não só não é revolucionária, mas ela pretende extirpar a revolução. O culto da revolução, da derrubada violenta a qualquer preço, que é peculiar ao marxismo, não tem nada a ver com democracia. O Liberalismo, reconhecendo que a realização dos direitos econômicos objetivos do homem pressupõe a paz, e procurando, portanto, eliminar todas as causas de conflitos em casa ou na política externa, deseja a democracia". Ele acrescenta ainda: “O Liberalismo entende que não pode manter-se contra a vontade da maioria”. Logo, um liberal seguidor de Mises irá sempre lutar pelas vias democráticas, buscando persuadir a maioria de que o liberalismo é o melhor caminho.

Mises também não era anarquista, no sentido de pregar como meio para a liberdade o fim do estado. Em Bureaucracy, por exemplo, ele sustenta que a polícia deve ser uma clara função do estado. Mises escreve: "A defesa da segurança de uma nação e da civilização contra a agressão por parte de ambos os inimigos estrangeiros e bandidos domésticos é o primeiro dever de qualquer governo”. Em Liberalism, Mises é ainda mais direto: “Chamamos o aparato social de compulsão e coerção que induz as pessoas a respeitar as regras da vida em sociedade, o estado; as regras segundo as quais o estado procede, lei; e os órgãos com a responsabilidade de administrar o aparato de compulsão, governo”.

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sábado, 26 de junho de 2010

Por que a ideia de que o capitalista explora o trabalhador é inerentemente falsa

Instituto Ludwing Von Mises Brasil

Por
O desejo declarado das várias escolas socialistas, desde os marxistas linha-dura até os social-democratas defensores do estado de bem-estar social, sempre foi o de levar justiça às relações econômicas de uma sociedade. Em sua visão de mundo, justiça significa proteger os interesses dos trabalhadores contra os extorsivos capitalistas que supostamente não produzem nada, mas são capazes de colher formosos lucros.

Os social-democratas, não obstante, estão dispostos a trair seus princípios pelo simples fato de que uma sangrenta guerra civil em conjunto com uma economia centralmente planejada poderia ser ainda pior do que a contínua exploração dos trabalhadores. Ainda assim, eles têm a impressão de que são os trabalhadores os proprietários supremos dos produtos porque foram eles que labutaram e suaram, isto é, que estiveram diretamente envolvidos na produção física dos bens.

O economista austríaco Eugen von Böhm-Bawerk defendia a existência de lucros bastante altos por causa da necessária função exercida pelos capitalistas. Entretanto, mesmo Böhm-Bawerk explicitamente reconhecia o direito básico dos trabalhadores a ter todo o valor dos bens por eles produzidos. Porém, sua análise positiva era para tentar convencer o leitor de que a existência do capitalista é importante e de alto valor mesmo para os trabalhadores. A função do capitalista, de acordo com Böhm-Bawerk, é fornecer aos trabalhadores os meios com os quais eles poderiam comprar bens (de consumo).

Os trabalhadores precisam dos capitalistas porque eles não podem ou não estão dispostos a esperar até que os produtos do seu trabalho amadureçam até atingir o valor completo dos bens de consumo. Visto por esse prisma, a função básica de um capitalista parece ser meramente a de um bom vendedor que troca bens presentes (salários pagos) por bens de consumo futuros e ainda não terminados. Assim, os trabalhadores recebem apenas um valor descontado — o qual ainda é supostamente igual ao valor de seu produto marginal — daquilo que, no final, irá se tornar bens presentes com completo valor de mercado. E os capitalistas ficam com a diferença — chamada de taxa de retorno.

O argumento de que os trabalhadores não estão dispostos a esperar até que os produtos do seu trabalho finalmente amadureçam até o valor completo dos bens que produzem pode parecer um tanto insensível. Afinal, esperar vários anos até ser pago integralmente o valor daquilo que produzem significaria a fome e a inanição para muitos trabalhadores e suas famílias. Portanto, nas circunstâncias em que se encontram, os trabalhadores podem ser simplesmente incapazes fisicamente de esperar por um grande período de tempo para viver sob um estado de permanente dureza. Por isso eles têm de aceitar esse arranjo.

E por que, nesses casos, a taxa de retorno depende da preferência temporal dos capitalistas e não da dos trabalhadores?

Essas perguntas e lamúrias são válidas apenas se supusermos que os trabalhadores de fato são os proprietários legítimos dos bens produzidos. A afirmação de que os trabalhadores recebem apenas uma fração daquilo que produzem significa essencialmente que os lucros são deduções dos salários.

Nesse artigo vou apresentar a dedução de George Reisman e argumentar que, de acordo com a própria natureza das coisas, os trabalhadores não podem legitimamente requerer qualquer posse sobre os produtos de seu trabalho. Muito pelo contrário: os empreendedores e capitalistas é que podem. Ademais, são os salários é que são deduzidos dos lucros.

A questão sobre o que vem primeiro

A proposição de que os salários são deduções dos lucros irá, muito certamente, parecer simplesmente inacreditável, quando não manifestamente errônea. Pois, afinal, quem trabalha nas indústrias e está envolvido na imediata criação de bens e serviços? Entretanto, o fato de que os trabalhadores estão envolvidos no processo de produção física não possui, virtualmente, nenhuma relevância quando o que se quer é aprofundar essa questão e tentar entender as interdependências econômicas que existem em um sistema econômico baseado na divisão do trabalho (capitalismo).

O primeiro fator essencial a ser compreendido é que nem todo indivíduo que executa uma produção física recebe um salário. Para ver um exemplo, imagine um criador de ovelhas, autônomo, em algum lugar das estepes do Cazaquistão, cem anos atrás. Suponha que esse nosso criador de ovelhas não seja autossuficiente, de modo que ele precisa adquirir roupas, pães e uma variedade de outras coisas que ele pode comprar no mercado da cidade mais próxima. Ademais, suponha que a economia do Cazaquistão é desenvolvida o suficiente a ponto de utilizar moedas de ouro como dinheiro.

Quando ele precisa adquirir bens, nosso criador de ovelhas vai até o mercado e vende algumas de suas ovelhas por, digamos, dez moedas de ouro. E aqui vem a pergunta crucial: podemos dizer que essas dez moedas de ouro que ele recebe pela venda de suas ovelhas representam seu salário? Não, não podemos. Não obstante o fato de nosso criador de ovelhas ser um pobre coitado que acorda muito cedo e trabalha diariamente longas jornadas, sob condições muito desagradáveis, as dez moedas de ouro não podem ser consideradas seu salário, pois, para receber um salário, um indivíduo precisa antes de tudo ser o empregado de alguém. Por definição, um assalariado — ou, equivalentemente, um proletário — é alguém que não é o proprietário de nenhum meio de produção exceto seu próprio corpo e quaisquer outras habilidades excepcionais que ele porventura possua.

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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Possível teste de míssil

Folha Online

DA REUTERS

A Coreia do Norte emitiu um alerta contra navegações na costa oeste da península coreana, no que pode ser a preparação para o lançamento de um míssil, informou um jornal sul-coreano nesta sexta-feira (noite de quinta-feira em Brasília).

As tensões entre as duas Coreias aumentaram desde que o Sul culpou o Norte de atacar um de seus navios em março, matando 46 marinheiros. O Norte nega envolvimento no incidente, dizendo que a acusação é uma manobra política fabricada.

'A Coreia do Norte designou uma área do noroeste (do Mar Amarelo) como uma zona de não navegação entre 19 e 27 de junho', disse uma autoridade do governo citada pelo jornal "JoongAng Ilbo".

'Esta pode ser uma medida objetivando o lançamento de um míssil de curto alcance', disse a autoridade.

O Ministério da Defesa sul-coreano não confirmou imediatamente a notícia.

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quinta-feira, 24 de junho de 2010

GATTACA: A MULETA DA COMUNISTADA

Por Klauber Cristofen Pires

OpiniãoLivre.com.br

Nesta semana assisti ao filme Gattaca - Experiência Genética (1997) exibido pela rede HBO. Interessante o convite à reflexão proposto pelo autor, embora fartamente manipulado por quem deseja fazer da película o argumento para as suas ideologias malsãs. Vale a pena, pois, desmascará-las aqui.

A trama tem como cenário uma sociedade futura onde as crianças têm os seus genes depurados previamente, de modo que assim se evitam as doenças congênitas. Todavia, a discrepância entre a saúde destas e daquelas geradas de forma natural gera uma sociedade de castas, na qual às segundas restam apenas os piores empregos. Ressalte-se a beleza artística da estética sessentista. Era necessário mesmo invocar as dúvidas e os anseios daquele tempo.

O protagonista da história, no entanto, é um homem que nasceu de uma concepção natural, por opção dos seus pais, e para apimentar a história, logo no teste do pezinho se lhe identificam várias probabilidades de problemas hereditários, entre os quais a chance de 99% de ter um ataque cardíaco logo aos 30 anos de idade.

Não satisfeito com o seu destino pré-determinado como faxineiro, e detentor do sonho de ser um astronauta a viajar para a lua Titã, faz-se passar por um cidadão "válido" (os "inválidos" são os provenientes de concepção natural), disfarce que lhe obriga a tomar cuidados diários, como sempre esfregar-se bem nos banhos para "lixar" a pele velha, limpar os objetos para não deixar pistas como suor, cílios ou cabelos, e utilizar-se das amostras de sangue e de urina do seu contratado para os frequentes testes de DNA que a agência espacial em que trabalha lhe exige. Abstraindo-nos dos momentos de suspense, aventura e romance, resta-nos informar que o nosso herói consegue se superar e logra o seu sonho regado desde a infância.

Dada a história como se apresenta, recomendo aos leitores buscarem na internet para perceberem que a maioria esmagadora das resenhas - e até alguns artigos de sociologia - se nutrem do enredo para descer o pau na sociedade capitalista que "discrimina e exclui as pessoas". Há várias inconsistências, porém, em tal raciocínio. É o que veremos:

Por primeiro, não é necessário que haja uma separação científica - digo, genética - para que algumas profissões requeiram bom estado físico. Isto é natural. No caso, o rapaz comete uma fraude grave que pode resultar no prejuízo de toda a operação, e talvez com perigo para os seus co-tripulantes. E se ele tem um treco no coração lá no espaço?

Em segundo lugar, os humanos podem nascer naturalmente com excelentes predisposições genéticas. Logo, não há um critério "a priori" para estabelecer uma sociedade de castas para classificá-los como "inválidos".

No filme, expõe-se que o mundo tornou-se controlado por grandes conglomerados privados que vieram a se sobrepor aos estados, de modo que desobedecem-lhes ostensivamente quanto à proibição de não discriminar os cidadãos entre "válidos" e "inválidos". Ora, esta asserção é absolutamente arbitrária. O filme em nenhum momento mostra uma relação de causa e efeito que demonstre porque uma futura sociedade seria assim (não que eu necessariamente a deplore). Além disso, uma passada rápida pela história flagra em abundância os estados, e não o setor privado, como o grande realizador de experimentos genéticos, de políticas eugenistas e extermínio de indesejáveis.

Ademais, por que haveria de ocorrer aos futuros cidadãos apenas a opção ter de procurar por empregos? Isto é característico de sociedades socialistas, não capitalistas. Por mais "inválido" que fosse o protagonista do filme, nada impediria que ele pudesse, por exemplo, ser um renomado médico, até às 23h59min dos seus vinte e nove anos.

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quarta-feira, 23 de junho de 2010

Irã diz ter produzido 17 quilos de urânio enriquecido a 20%

Estadão Online

O chefe do programa atômico do Irã, Ali Akbar Salehi, disse nesta quarta-feira, 23, que Teerã já produziu mais de 17 quilos de urânio enriquecido a 20%. As potências querem que o país pare de enriquecer urânio, um processo que pode ser usado tanto para fins pacíficos como para a produção de armas. "Nós até agora produzimos mais de 17 quilos de urânio enriquecido a 20% e podemos potencialmente produzir cinco quilos por mês", afirmou Salehi, em entrevista à agência Isna.

O nível de 20%, necessário para produzir combustível para um reator de pesquisa médica, está bem longe dos mais de 90% requisitados para a construção de uma arma nuclear, mas autoridades dos Estados Unidos expressaram preocupação de que o Irã esteja indo na direção de obter a habilidade de alcançar níveis próprios para armas.

Os EUA e seus aliados acusam o Irã de perseguir a aquisição de armas atômicas. Teerã nega a acusação, dizendo que seu programa nuclear é guiado para a geração de eletricidade.

O Irã tem produzido material enriquecido a 20% desde fevereiro. A nova quantidade de 17 quilos foi anunciada pelo também vice-presidente Salehi, que comanda o programa nuclear iraniano, e tem cinco quilos a mais do que o Irã havia anunciado em abril. "Potencialmente, nós conseguimos produzir 5 quilos por mês, mas não estamos com pressa", disse Salehi, de acordo com a agência de notícias ISNA.

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terça-feira, 22 de junho de 2010

Democracia colombiana e derrota das FARC

Por Graça Salgueiro

Mídia Sem Máscara

O mês de junho vai ficar marcado na história republicana da Colômbia por dois fatos espetaculares: a continuidade de democracia, com a consagração de Juan Manuel Santos para presidente da República, e mais um golpe contundente às FARC com o resgate de quatro oficiais da Polícia e do Exército pelas mãos de competentes militares na Operação Camaleão.

Como nas outras operações que resgataram 15 seqüestrados considerados "valiosas moedas de troca" (Operação Xeque), e com o ataque ao acampamento de Raúl Reyes, um dos mais importantes membros do Secretariado das FARC, na Operação Fênix, começou o declínio do bando narco-terrorista mais antigo de todas as Américas.

A Colômbia se destaca do resto do continente porque lá vige, de direito e de fato, uma democracia plena, onde as campanhas políticas se dão entre partidos de todos os matizes, como pôde-se ver no segundo turno ocorrido no domingo 20, onde disputavam um conservador, Santos, e um destrambelhado ecológico do partido Verde, Mockus. No primeiro turno havia uma diversidade ainda maior, pois concorreram "ex" terroristas, como Gustavo Petro, e Vargas Lleras, de centro-esquerda.

A mídia nacional, como sempre, traz notícias tergiversadas e tendenciosas, como se houvera uma ordem superior para sempre se postular contra a direita conservadora. Numa reportagem feita pela BBC Brasil, dois analistas políticos fazem uma análise dos resultados de ontem e não escondem sua aversão pela continuidade do programa de Segurança Democrática implantado pelo presidente Álvaro Uribe, salientando que "os que votaram em Santos o fizeram como a terceira eleição de Uribe", como se fosse um crime querer a continuidade de um programa exitoso e que devolveu aos colombianos a tranqüilidade de andar nas ruas, viajar, passear, sem o medo de não saber se voltariam para casa. Ora, não é nada disso!

Os que votaram em Juan Manuel Santos o fizeram por ele mesmo, pois sabem que ele foi um dos artífices das exitosas operações já citadas, além de ter-se beneficiado com a Operação Camaleão ocorrida oito dias antes do segundo turno. É como se os colombianos pudessem vislumbrar que a cada dia mais e mais seqüestrados estão sendo resgatados por suas Forças Militares, e isto deve-se ao Plano de Segurança Democrática que Santos prometeu - e tenho certeza de que irá cumprir - dar continuidade, pois sabe que este é um projeto de Estado e que deve ter continuidade até acabar de vez com os bandos terroristas

Santos herda de Uribe um patrimônio valiosíssimo, que é a confiança reconquistada pelos investidores estrangeiros, uma vez que - ao contrário da Venezuela que expropria empresas privadas todo dia -, com os contundentes ataques às FARC esses empresários já não temem ser seqüestrados como antes, pois os seqüestros foram reduzidos drasticamente e as próprias guerrilhas não atuam como antes nos grandes centros urbanos. A Segurança Democrática "empurrou" as guerrilhas (FARC e ELN) para as montanhas e matas fechadas de difícil acesso e ainda assim, nas cidades fronteiriças aos países onde eles sabem que contam com o apoio e a conivência de seus governantes.

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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Santos promete continuidade

Após vitória na Colômbia; Santos promete continuidade e busca alianças

Folha Online

DA REUTERS

Após uma das eleições com a maior taxa de abstenção dos últimos anos, o ex-ministro da Defesa colombiano Juan Manuel Santos venceu no domingo por ampla margem o segundo turno da eleição presidencial colombiana, com a promessa de manter a luta contra guerrilheiros e traficantes, mas com maior ênfase em programas sociais.

Ainda ontem Santos sinalizou que deve buscar maior cooperação com a Venezuela e o Equador, além de manter as políticas do atual governo de Álvaro Uribe com relação à aliança com os Estados Unidos e o combate às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Conservador, Santos herdou parte da popularidade de Uribe. Com 99,91% das urnas apuradas, ele tinha 69,05% dos votos, contra 27,52% de seu rival Antanas Mockus, ex-prefeito de Bogotá, do Partido Verde.

Em termos absolutos, isso significa uma vantagem de quase 5,5 milhões de votos. Com 9 milhões de votos, Santos obtém a maior votação na história colombiana, superando Uribe em seus dois mandatos (2002 e 2006).

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Irã proíbe a entrada de inspetores da AIEA

Estadão Online

O Irã proibiu a entrada de dois inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), anunciou nesta segunda-feira, 21, o diretor da Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI), Ali Akbar Salehi.

Segundo a agência de notícias local Mehr, Salehi disse que a decisão foi tomada porque os inspetores, que não se identificaram, e estariam oferecendo informações incorretas sobre as atividades nucleares do Irã.

"Na semana passada anunciamos à OEIA os nomes de dois dos inspetores da agência que não possuem mais o direito de entrar no Irã, já que divulgaram um relatótio que não está em conformidade com a realidade, antes do processo oficial", diz

Salehi não revelou o nome nem a nacionalidade dos dois inspetores, e sublinhou ainda que esta decisão não poem em xeque a cooperação do Irã com o organismo internacional.

O Irã anunciou esta medida após a publicação de um novo relatório da AIEA, onde se conclui que é impossível confirmar o caráter puramente pacífico programa nuclear da República Islâmica.

O relatório também expressa a "preocupação" da AIEA sobre a verdadeira natureza do programa nuclear iraniano, referindo-se "a possível existência de atividades secretas, passadas ou presentes, ligadas ao setor nuclear, que envolveria organizações militares."

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domingo, 20 de junho de 2010

Começa o segundo turno das eleições na Colômbia

Estadão Online

Segundo o Governo, 29,98 milhões de colombianos estão convocados a votar neste pleito, que determinará o sucessor do presidente Álvaro Uribe

As mais de 71 mil mesas de votação no segundo turno das eleições presidenciais na Colômbia abriram neste domingo, 20, às 8h no horário local (10h em Brasília) em clima de tranquilidade.

Conforme o Governo, 29,98 milhões de colombianos estão convocados a votar neste pleito, que determinará o sucessor do presidente Álvaro Uribe, quem em 7 de agosto acaba seus oito anos de mandato.

Juan Manuel Santos - ex-ministro da Defesa de Uribe e aspirante pelo governista Partido do U - é apontado como favorito, após ter conquistado no primeiro turno de 30 de maio 46,5% dos votos à frente de Antanas Mockus, ex-prefeito de Bogotá e candidato do Partido Verde, que obteve 21,5%.

Segundo as últimas pesquisas, Santos conseguiria na votação de hoje 67% dos votos e Mockus em torno de 29%. Foram instaladas na Colômbia 71.777 mesas de votação e no exterior outras 948. Os centros de votação fecharão às 16h no horário local (18h de Brasília), quando deverá começar a apuração dos votos nos 32 departamentos da Colômbia.

A expectativa é que às 18h no horário local (20h em Brasília) 95% da apuração já esteja concluída e já se conheça o nome do novo presidente dos colombianos.

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sábado, 19 de junho de 2010

Talibanismo judicial

Por Eduardo Mackenzie

Mídia Sem Máscara

Há alguns dias, uma certa imprensa tratou de nos fazer crer, com ajuda de algumas pesquisas, que Antanas Mockus ganharia no primeiro turno da eleição presidencial. Era uma mentira. Essa mesma imprensa, com a ajuda de uma juíza, trata agora de nos fazer crer que o coronel Luis Alfonso Plazas Vega, o herói da libertação do Palácio da Justiça em novembro de 1985, que resgatou 244 reféns que haviam caído nas mãos dos terroristas, é o responsável pelos "desaparecimentos" do Palácio de Justiça.

Estamos de novo diante de uma grande mentira.

A sentença iníqua mediante a qual uma juíza de Bogotá, María Stella Jara Gutiérrez, condenou em primeira instância ao coronel Plazas Vega a 30 anos de prisão, não inspirará o respeito que normalmente merece toda decisão de justiça em um país democrático, pois essa sentença é a negação do devido processo.

De fato, essa sentença em vez de trazer serenidade, traz incerteza, estupor e amargura ao país. Os legítimos pronunciamentos de altas personalidades do governo, do Estado, da imprensa e da sociedade contra essa sentença, mostram que a Colômbia não está disposta a aceitar essa nova impostura.

Não há justiça sem verdade. Não há direito sem respeito às regras do Direito. O jurídico repousa sobre normas pré-existentes e sobre um procedimento. O jurista Hering dizia que "o procedimento é a irmã gêmea da liberdade". Esses princípios foram pisoteados no processo do coronel Plazas Vega.

A sentença da juíza Jara é aberrante, pois não há nela correlação alguma entre a selvagem sanção imposta e a prova da culpabilidade. É inaudito porém é certo: o coronel Plazas Vega foi condenado com base em nada. Na sentença não se encontra nem confissão do acusado, nem a prova irrefutável de que ele tenha cometido o delito que lhe reprova a juíza. Onde está a prova material irrefutável de que ele ordenou, ou de que ele realizou pessoalmente o "desaparecimento forçado agravado" de algumas pessoas? Em nenhum lugar.

Na sentença de 302 páginas não há o menor rastro de uma prova nesse sentido. De uma prova certa, verdadeira, franca. Só há conjeturas e especulações duvidosas do advogado da parte civil, as quais são acolhidas pela juíza. Esta aceita como provas e finca sua decisão final sobre testemunhos espúrios, repudiados pelo Ministério Público e pela defesa.

Nem sequer há indícios sérios, repetidos e concordantes contra o acusado. O que há certamente são elucubrações no ar, suposições, deduções e teorias insólitas. Sobretudo deduções gratuitas, sem suporte material, nem baseadas em fatos comprovados.

Esse processo não buscava a verdade judicial. Buscava demonstrar uma tese e destruir física e moralmente o acusado. Nunca houve ali eqüidade, nem garantias para a defesa. A instrução não conseguiu provar que Plazas Vega tivesse algo a ver com os chamados "desaparecidos" do Palácio da Justiça.

Por isso a Procuradoria e a defesa do Coronel pediram que o acusado fosse absolvido. Por isso o Procurador Geral da Nação e o advogado do Coronel anunciaram que interporão o recurso de apelação contra essa sentença.

Os que responsabilizam o coronel Plazas e outros militares pela tragédia do Palácio da Justiça tiveram 25 anos para investigar esse assunto e para conseguir provas sólidas. Onde elas estão? Não estão, em todo caso, nas mãos da juíza, pois esta não as apresentou na sentença.

Esses acusadores, que dizem buscar a verdade, negam-se a pedir que se investigue os ex-membros anistiados do M-19 que detêm, muito provavelmente, muitas verdades acerca do crime horrível que o M-19 cometeu nesse dia. Pois não lhes interessa saber quem é o verdadeiro e único responsável por essa tragédia. Só querem, com o processo contra os militares, golpear o "inimigo de classe", os defensores do Estado e do governo legítimo.

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sexta-feira, 18 de junho de 2010

A MARCHA DA ESTUPIDEZ

OpiniãoLivre.com.br

por Maria Lucia Victor Barbosa

O PT aprendeu depois de muitas derrotas como chegar ao poder mais alto da República e nele se manter. Trocou o discurso revolucionário pelo discurso pragmático, utilizou em grande escala a propaganda que engana incautos e aquece emoções, fez acordos com forças políticas e econômicas inimagináveis nos tempos dos petistas éticos, mas não esqueceu o aprendizado anterior de fazer oposição de forma violenta, ameaçadora, implacável, diante da qual nenhum partido ousou o enfretamento adequado, nem mesmo quando estouraram os escândalos que teriam derrubado qualquer presidente da República fosse ele de outro partido.

Uma vez enquistado no poder foi trabalhado o projeto de permanência do PT, estipulado por José Dirceu em pelo menos 20 anos, enquanto Lula da Silva sempre se referia a quatro anos e depois a oito anos como períodos muito curtos para realizações pretendidas.

Sem dúvida, a meta de se manter no mais alto domínio do país foi planejado com esmero. A figura presidencial foi trabalhada com requintes de culto da personalidade, próprios de governantes ególatras. Estimularam as performances circenses de um Lula, que por vezes lembram as de um animador de auditório. E ele cultivou o palavreado chulo, o comportamento inadequado, os atropelos da linguagem na busca de identificação com as massas.

Mas isso não bastava. Além de circo o povo quer pão. O governo petista seguiu à risca a “herança maldita” e até agora tem se dado bem com o importante respaldo do Banco Central sob o comando de Henrique Meirelles, ex- tucano, ex-liberal, hoje PMDB.

Ao mesmo tempo, deu certo a fórmula: bolsas esmola no melhor estilo do voto de cabresto para pobres agradecidos; lucros astronômicos para os ricos, principalmente banqueiros, empreiteiros, grandes empresários. Quanto aos intelectuais, artistas, clérigos, mantiveram o encantamento pelo “proletário de esquerda”.

O Congresso foi anexado ao Executivo através de “mensalões”. O Judiciário sempre pronto para exercer o direito alternativo sujeitou-se ao deboche de Lula da Silva que se crê acima da lei.

Se a herança maldita do PT que inclui loteamento do Estado pelos companheiros, dívidas perdoadas a outros países, esdrúxulas criações de embaixadas como a da Coréia do Norte, mimos aos companheiros e compadres da América Latina que usam e abusam do Brasil, fulminar o próximo presidente, melhor. O caminho está preparado para a volta de Lula da Silva que, alias já se lançou ao terceiro mandato em 2014.

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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Chávez eleva controle de bancos a 26%

Por O Estado de S.Paulo

Estadão Online

Com a intervenção realizada na segunda-feira no Banco Federal, que pertence ao opositor Nelson Mezerhane, um dos acionistas da emissora de TV de linha opositora Globovisión, o governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, passou a controlar 26% do setor bancário do país. Há dois anos, a participação era de 10,9%.

Há duas semanas, Caracas centralizou a venda de dólares, em uma tentativa de acabar com o mercado negro. Chávez acusa as casas de câmbio de especulação e lavagem de "narcodólares", desvalorizando artificialmente a moeda para desestabilizar seu governo.

As últimas intervenções na economia ocorrem a três meses das eleições legislativas nas quais a oposição voltará a disputar vagas no Congresso, após boicotar a última votação, em 2005. Por isso, as ações contra a Globovisión são consideradas pelos opositores como uma tentativa do presidente Chávez de silenciar a última emissora de TV crítica ao governo.

Mas Chávez insiste em dizer que a imprensa é livre no país e ontem desmentiu que esteja perseguindo Mezerhane ou o dono da Globovisión, Guillermo Zuloaga. "Já repararam o quanto eles falam mal de mim?", questionou ele em um entrevista esta semana à rede britânica BBC. "Na Venezuela, existe liberdade até mesmo para criticar o presidente", afirmou.

Em fevereiro, Alberto Ravell, diretor da emissora, foi afastado do cargo, aumentando os rumores de que a Globovisión seria vendida ou mudaria a sua linha editorial. No mês seguinte, policiais venezuelanos prenderam Zuloaga. Ele foi libertado horas depois. Segundo acusação apresentada, o empresário teria feito pesadas críticas a Chávez durante um seminário da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), realizado em Aruba.

Na semana passada, a Justiça venezuelana decretou uma nova ordem de prisão contra Zuloaga. De acordo com a Procuradoria da Venezuela, o dono da Globovisión é acusado de "usura" por ter guardado de forma "ilegal" 24 automóveis importados, em 2009, para especulação. Zuloaga, que é dono de concessionárias de carros de luxo, nega a acusação e diz que ela tem motivação política.

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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Comida podre na Venezuela

Por O Estado de S.Paulo

Estadão Online

Comida apodrece em portos da Venezuela, enquanto os consumidores enfrentam uma crise de abastecimento, com escassez de produtos no mercado e preços em alta. O governo joga a culpa da inflação nos fantasmas de sempre ? especuladores interessados em desestabilizar o regime do presidente Hugo Chávez. Mas os carregamentos abandonados e em deterioração foram importados pela PDVAL, uma subsidiária da Petróleos de Venezuela, a estatal convertida num dos principais instrumentos de intervenção na economia do País. Segundo admitiu o governo na semana passada, 30 mil toneladas de alimentos estavam se estragando em contêineres no Porto Cabello. De acordo com a imprensa oposicionista, o total passa de 75 mil toneladas, em vários portos.

O desperdício dessa comida é apenas mais um desastre imposto ao povo da Venezuela pelo estilo de governo bolivariano, uma mistura de autoritarismo, incompetência e corrupção. O crescente autoritarismo tem sido acompanhado de intervenção cada vez mais ampla em setores da economia venezuelana. O resultado tem sido invariavelmente catastrófico. Uma rede varejista foi montada para distribuir alimentos. Essas lojas deveriam levar aos consumidores a comida importada pela PDVAL, mas o sistema tem falhado de ponta a ponta. Os produtos não chegam, as prateleiras ficam vazias e o público enfrenta dificuldades cada vez mais sérias para se abastecer. De janeiro a maio o custo da alimentação subiu 21%, segundo o Banco Central.

O desperdício dessa comida é apenas mais um desastre imposto ao povo da Venezuela pelo estilo de governo bolivariano, uma mistura de autoritarismo, incompetência e corrupção. O crescente autoritarismo tem sido acompanhado de intervenção cada vez mais ampla em setores da economia venezuelana. O resultado tem sido invariavelmente catastrófico. Uma rede varejista foi montada para distribuir alimentos. Essas lojas deveriam levar aos consumidores a comida importada pela PDVAL, mas o sistema tem falhado de ponta a ponta. Os produtos não chegam, as prateleiras ficam vazias e o público enfrenta dificuldades cada vez mais sérias para se abastecer. De janeiro a maio o custo da alimentação subiu 21%, segundo o Banco Central.

A inflação da comida é mais um componente de uma situação muito difícil para a maior parte da população, já afetada pela falta de água, pela escassez de energia elétrica, pelas deficiências do investimento público e por uma situação econômica em deterioração cada vez mais sensível. Há anos o governo desperdiça o dinheiro do petróleo em ações destinadas a consolidar um regime cada vez mais centralizador e repressivo, em vez de aproveitá-lo para modernizar a economia, diversificar a produção e fortalecer o próprio setor petrolífero.

A desapropriação e redistribuição de terras foi um fracasso. Isso não surpreende. Há uma distância enorme entre a tolice retórica a respeito da "soberania alimentar" e a criação de condições favoráveis à produção e ao abastecimento. Em todos os outros setores a intervenção oficial produziu resultados igualmente ruins.

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terça-feira, 15 de junho de 2010

A busca solitária de Israel pela verdade

Agências

D.comércio.com.br

O gabinete israelense aprovou ontem a criação de um comitê interno para investigar a ação militar de Israel contra uma flotilha que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza, que terminou com nove ativistas turcos mortos – um deles também com cidadania norte-americana. A comissão deve incluir dois observadores estrangeiros após pedidos internacionais por uma investigação imparcial.

Irritada pela morte dos ativistas, a Turquia disse que a proposta de inquérito é parcial. "Qualquer investigação realizada unilateralmente por Israel não terá valor para nós", disse o ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu.

Ancara insiste que a ação militar deve ser investigada sob a liderança da Organização das Nações Unidas, com a participação de Turquia e Israel.

"Ter um réu agindo simultaneamente como promotor e juiz não é compatível com qualquer princípio de lei", notou ele. "Se uma comissão internacional não for estabelecida e se as demandas legítimas da Turquia continuarem a ser ignoradas, a Turquia tem o direito de revisar unilateralmente seus laços com Israel e implementar sanções."

O ministro não especificou quais seriam essas sanções. Ele disse que seu país espera "pacientemente a comunidade internacional tomar ações de uma maneira objetiva". "Caso contrário, há medidas que nós podemos tomar", afirmou ele.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, defendeu a postura turca, ao afirmar que a comissão interna israelense não atende às demandas do Conselho de Segurança da ONU sobre o tema.

Apoio - A Casa Branca, em busca de acalmar as relações entre Israel e Turquia, dois importantes aliados dos EUA no Oriente Médio, elogiou a proposta de inquérito, e disse que Israel tem capacidade de conduzir uma investigação justa.

O comitê será chefiado pelo juiz aposentado da Suprema Corte israelense Yaakov Tirkel e terá a participação de dois observadores estrangeiros, um do Canadá e outro da Irlanda.

Apesar da operação desastrada do mês passado, Israel insiste que manterá o bloqueio imposto à Faixa de Gaza. As autoridades alegam que a medida é necessária para impedir o fornecimento de armas ao Hamas, grupo islâmico que controla o território palestino.

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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Para Gorbachev, Rússia precisa de mais liberdade


Por GUY FAULCONBRIDGE E MICHAEL STOTT

Estadão Online

Reuters

O ex-líder soviético Mikhail Gorbachev fez um apelo ao Kremlin para que a Rússia se torne um país mais democrático, dizendo que, se isso não acontecer, o esforço do presidente Dmitri Medvedev para modernizar o país não será bem sucedido.

Gorbachev, autor de reformas ousadas, que levaram ao colapso da União Soviética, em 1991, disse à Reuters que a Rússia agora precisa de uma nova onda de 'glasnost' (abertura) e 'perestroika' (reestruturação).

"A modernização pode acontecer, mas só se o povo, toda a população for incluída no processo", disse Gorbachev à Reuters durante uma entrevista de 90 minutos nos escritórios da sua fundação, em Moscou.

"Precisamos da democracia, precisamos que o sistema eleitoral melhore, entre outras coisas. Sem isso, não poderemos ser bem sucedidos", ele disse.

O chamado de Gorbachev veio no momento em que um número cada vez maior de membros da elite russa clamam por uma reforma política para acompanhar os esforços de modernização e diversificação de uma economia dependente do petróleo.

Aos 79 anos, o ex-líder soviético está mais gordo, fala baixinho e mais lentamente e a mancha de nascença na sua cabeça está mais desbotada.

Ativo no exterior, ele se mantém discreto na Rússia e fala francamente sobre a sua decepção, pelo fato dos seus compatriotas não terem uma melhor opinião sobre ele. Ele patrocina um pequeno partido pró-democracia e um jornal radical de oposição, em Moscou.

Gorbachev disse que a Rússia ficou atrás das grandes potências e comparou a dependência do país da receita vinda do petróleo e sua inabilidade de construir uma economia competitiva com a situação que ele herdou quando se tornou o líder soviético, em 1985, aos 54 anos.

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domingo, 13 de junho de 2010

Convenção Nacional do PSDB em Salvador

Discurso de Aécio Neves



Discurso de José Serra


CONVERSA DE LOUCOS

Por Klauber Cristofen Pires

OpiniãoLivre.com.br

No dia 27/05/2010, acompanhei o programa "Entre Aspas", conduzido pela jornalista Mônica Waldvogel, na Globo News. Tratava-se de uma entrevista com três economistas, para opinarem sobre as contas da Previdência Social, do reajuste de 7,7% aos aposentados e ao possível fim do fator previdenciário.

O programa foi um espetáculo. Não exatamente pelo brilho da informação, que absolutamente, não houve, mas justamente por ter servido como uma vitrine transparente da confusão reinante em suas cabeças. Ao fim do debate, o mínimo que se poderia esperar de três economistas renomados seria que dissessem, afinal, se as contas de Previdência Social estão deficitárias e quais as perspectivas futuras. Um pouquinho mais, se possível: qual a arrecadação e a despesa; quais as fontes de arrecadação e quais as contas de despesa mais impactantes...

Um dos convidados, pasme o leitor, chegou ao absurdo de afirmar que as aposentadorias, ao longo dos últimos governos, chegou a ser desvalorizada em "100% ou mais, até". Como um economista - não espere - o sujeito era um professor de economia da Unicamp (!) - pode dizer uma barbaridade dessas? Impressionante! Por sorte, um dos seus contendores percebeu a "ratada" e lhe tascou as luvas à face.

Mais ainda, ainda do mesmo hã...professor de economia unicampista: segundo o próprio, a Previdência não é deficitária porque é garantida pelo Orçamento, segundo o previsto na Constituição, que previu o seu financiamento segundo uma fórmula tripartite - a ser paga por empresários, trabalhadores e pelos impostos.

Ora, ora, políticos, especialmente os petistas semi-analfabetos, podem dizer qualquer besteira, e inclusive sacramentar as suas sandices na Constituição. Está bem, vamos estender tal direito até mesmo aos doutores em Direito. Todavia, há uma diferença brutal entre prever como serão as coisas por meio de um decreto - por mais constitucional que seja - e operá-lo segundo as dificuldades inerentes ao mundo real, das pessoas de carne e osso.

Do ponto de vista econômico, é puro nonsense afirmar que o financiamento da Previdência é "tripartide", porque constituído sobre o tripé "empresários-trabalhadores-impostos". Ou se diz que sua arrecadação será proveniente de impostos (porque paga com dinheiro de empresários e trabalhadores), ou se diz, meramente invertendo a ordem da oração, que será paga pelos empresários e trabalhadores, por meio dos impostos! Bom, se bem que traficantes, assaltantes de banco e estelionatários em geral, de certa forma, também pagam impostos...talvez tenham pensado nisto...

No fim, nenhum deles tocou no assunto mais relevante: a fórmula atual funciona? Claro está que não, e como já tenho esclarecido, a nosso modelo previdenciário é extremamente deficiente e deficitário, e o será sempre, qualquer que seja a proporção entre ativos e inativos. Vale a pena explicar mais uma vez o porquê.

No Brasil, o sistema previdenciário é basicamente constituído de impostos e despesas. Pra todo mundo entender: os ativos pagam, com suas contribuições e impostos, os proventos dos inativos. Pronto. Está dito tudo o que você realmente precisa saber. O resto é conversa mole pra boi dormir; e é também malabarismo diversionista, como é a celeuma criada em torno do caso "fator previdenciário". As fórmulas usadas para cálculo das aposentadorias não são atuariais, mas meramente estatísticas - e mudam constantemente.

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sábado, 12 de junho de 2010

Difamar Israel, um ato cidadão

Por Bruno Pontes

Mídia Sem Máscara

O jornalista Valdemar Menezes, em sua coluna Concidadania publicada no jornal O Povo do último domingo, repete a ladainha contra Israel exalando o ar indignado dos que falam em nome da comunidade internacional. Pensei em escrever uma réplica, mas o Saulo Tavares, diretor de comunicação da Sociedade Israelita do Ceará, já o fez e certamente melhor do que eu poderia. Seguem os trechos da coluna do Valdemar (grifos meus) e os comentários feitos por Saulo no Povo online:

"A semana foi tomada pela repercussão do ataque, em águas internacionais, de Israel contra uma flotilha de barcos que se dirigia à faixa de Gaza para levar ajuda humanitária à população palestina, que passa por enormes privações devido ao bloqueio imposto à região pelos israelenses. Os barcos conduziam manifestantes humanitários de várias partes do mundo, inclusive do Brasil. A morte de quase uma dezena deles, por soldados israelenses, sob o pretexto de que os manifestantes reagiram à repressão, chocou o mundo. Israel pode até ter o direito de saber se embarcações que se dirigem para a área trazem algum tipo de artefato que ameace sua segurança, mas não de impedir a chegada de suprimentos humanitários à população afetada. No máximo, seria possível aceitar que fossem estabelecidos mecanismos de controle das cargas levadas pelos navios, mas não impedir a entrega, pois é inaceitável o embargo que provoca fome e desespero na população civil palestina.

PREVISIBILIDADE
Israel alega que suas tropas foram recebidas com paus, chaves de fenda e outros objetos usados pelos militantes das embarcações abordadas. Ora, em primeiro lugar, a forma da abordagem foi errada (por assalto aéreo), pois acirrou os ânimos (???). Em segundo lugar, deveriam ter sido utilizados instrumentos adequados de contenção para manifestações de massa, como se faz contra passeatas ou aglomerações indesejadas. A possibilidade de existirem "cabeças-quentes" que sempre reagem nessas situações está dentro das expectativas das manifestações políticas de massa (como acontece em qualquer passeata). Mas, essa reação não pode ser enfrentada com armas mortíferas. Isso é praxe nas forças de segurança, no mundo inteiro. Israel errou, e causou indignação geral."

Agora, Saulo Tavares:

1- O curioso no comentário acima é a mostra de total falta de conhecimento do assunto por parte do responsável pela coluna ou, em caso contrário, sua absoluta e clara má vontade para com Israel. É dito que o país "impede a chegada de suprimentos humanitários à população de Gaza", porém o atual bloqueio visa inibir a produção de foguetes pelo Hamas e evitar a entrada de armas e munições que possam ser utilizadas pelo grupo contra Israel (o Egito também bloqueou a sua fronteira terrestre com Gaza). Ao contrário do que é afirmado pela coluna Concidadania, os suprimentos tem entrado em Gaza em bases regulares, por via terrestre, atendendo às necessidades que a situação de beligerância permite, tendo sido inclusive oferecido à flotilha a opção de desembarque em porto israelense e, após inspeção da carga, seu envio ao território sob jugo do Hamas (o governo de Israel, antes dos navios chegarem à costa israelense, disse que poderia enviar a ajuda humanitária sem custo nenhum para Gaza, desde que a mesma passasse por checagem antes).

2 - A flotilha foi avisada que deveria seguir para Ashdod e como a resposta foi negativa a marinha israelense agiu de acordo com o San Remo Manual on International Law Applicable to Armed Conflicts at Sea (12 June 1994):

'It is permissible under rule 67(a) to attack neutral vessels on the high seas when the vessels are believed on reasonable grounds to be carrying contraband or breaching a blockade, and after prior warning they intentionally and clearly refuse to stop, or intentionally and clearly resist visit, search or capture'.

E também com os Acordos de Oslo. Outra tolice na coluna é a tentativa de contestação da agressão sofrida pelos soldados israelenses que abordaram o barco do Hamas (O comboio "humanitário" consistia de seis navios. O único no qual houve o incidente com mortes foi aquele organizado pelo grupo IHH -Insani Yardim Vakfi, 'fundo de ajuda humanitária', organização turca que têm ligações com Al qaeda, Hizbollah, Irã e Hamas, portanto tendo entre seus integrantes terroristas daquele grupo. Todos os outros navios aceitaram pacificamente se dirigir ao porto de Ashdod, para que as mercadorias fossem checadas, e depois enviadas para Gaza. Aquele não aceitou).

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sexta-feira, 11 de junho de 2010

A Venezuela sob censura

O Estado de S.Paulo

Estadão Online

O caudilho Hugo Chávez acaba de dar um passo decisivo para o estabelecimento de um Estado totalitário na Venezuela. O cerco sistemático à liberdade de imprensa no país ? com a cassação de emissoras, a obrigatoriedade da transmissão de seus discursos, o uso da publicidade oficial para domesticar a mídia e a truculência contra o único canal de TV oposicionista, a Globovisión ? será drasticamente reforçado pelo poder que o governo se autoconcedeu de controlar a informação na sua origem. Pior do que isso, só o monopólio estatal da comunicação de massa que vigora em Cuba.

O garrote chavista tomou a forma do decreto, baixado na semana passada, que cria o Centro de Estudo Situacional da Nação (Cesna). O organismo poderá declarar "de caráter reservado, classificado ou de divulgação limitada qualquer informação, fato ou circunstância" considerados de "interesse nacional". Em outras palavras, periódicos, emissoras, blogs e até usuários de mensagens instantâneas ficam proibidos de divulgar seja lá o que o governo carimbar como sigiloso. Se o fizerem, poderão ser processados por crime contra a segurança nacional ou prática de terrorismo. A pena prevista é de 5 a 10 anos de prisão.

O Cesna funcionará ao mesmo tempo como censor e centro de inteligência. Ficará incumbido de "recopilar, processar e analisar todas as informações que provenham das instituições de Estado e da sociedade sobre qualquer aspecto de interesse nacional", para prover o Executivo de "apoio analítico-informativo". Nada, em princípio, lhe será estranho. Agências desse tipo, com amplos e discricionários poderes, são características dos regimes totalitários de qualquer coloração. É praticamente certo que as digitais do castrismo estejam no seu estatuto. "Consultores" cubanos povoam a administração civil, as Forças Armadas e as estatais venezuelanas.

Certa vez, Chávez comentou com Fidel que só ficou sabendo das estatísticas mais recentes do setor de saúde venezuelano por intermédio de seus anfitriões em Havana. Inspirado por seus mentores, o caudilho quer que doravante os venezuelanos saibam apenas o que ele quer que saibam. E se algo não falta na Venezuela é o que esconder da sociedade. Tomem-se, por exemplo, os dados sobre a criminalidade no país, onde em 2008 foram assassinados 107 de cada 100 mil habitantes, recorde na região; o apodrecimento, nos portos e aeroportos venezuelanos, de alimentos trazidos do exterior; mesmo a cotação do dólar no mercado negro fixada, paradoxalmente, pelo governo.

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quinta-feira, 10 de junho de 2010

País é 'alertado' sobre venda de etanol ao Irã

Por Patrícia Campos Mello

Estadão Online

O governo americano afirmou ontem que "não seria uma boa ideia" o Brasil vender etanol ao Irã. "Eu não sei detalhes específicos sobre a iniciativa, mas (vender etanol ao Irã) seria muito arriscado, uma vez que a sanção aprovada pelo Conselho de Segurança reconhece que há uma ligação potencial entre o setor de energia do Irã e atividades de proliferação", disse um alto funcionário da Casa Branca.

Questionado se os EUA iriam desencorajar empresas brasileiras de venderem etanol aos iranianos, o funcionário afirmou: "Qualquer iniciativa que burle as sanções prejudica nosso objetivo, então não é uma boa ideia." A possibilidade de o Brasil suprir parte das necessidades de combustível do Irã com etanol brasileiro foi levantada pelo ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, em visita a Teerã em abril. Ele afirmou que o Irã está interessado em comprar etanol brasileiro por causa dos problemas que enfrenta para comprar gasolina diante dos bloqueios comerciais que sofre.

Funcionários da Casa Branca convocaram uma entrevista com alguns jornalistas para discutir a posição dos EUA em relação às sanções aprovadas ontem e ao acordo de troca de combustível mediado pelo Brasil e pela Turquia. Um deles reduziu a importância das divergências de Washington e Brasília, apesar do voto do Brasil contra as sanções. "Nós temos divergências táticas, mas os mesmos objetivos, nem a Turquia nem o Brasil querem ver armas nucleares no Irã", disse o funcionário.

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Direita triunfa na República Tcheca

Por Márcio Chalegre Coimbra

PARLATA

A crise grega tem acentuado o ritmo da volta dos governos de direita e centro-direita ao poder na Europa. A tendência se confirmou novamente, desta vez na República Tcheca, que formará um gabinete conservador como resultado das eleições.

Governos identificados com a esquerda tendem a aumentar o gasto público, o que está no cerne da crise grega e, consequentemente, que se abateu sobre o Euro. Na República Tcheca, por exemplo, a proposta dos social-democratas para sair da crise era mais intervenção do estado e gastos públicos, ou seja, aumento de impostos. Isto apenas agravaria a crise.

Assim, os tchecos, de forma acertada resolveram mudar o rumo das coisas. Levaram a vitória três partidos de centro e direita que devem formar um governo conservador, que certamente adotarão políticas de diminuição dos gastos sociais, corte de impostos e austeridade econômica, especialmente pela união entre ODS, agora liderado por Petr Necas e o TOP09 de Karel Schwarzenberg.

Será interessante observar a formação deste governo de coalizão, especialmente depois da queda do gabinete conservador de Topolánek no último ano. Os Democratas-Cívicos (ODS), que lideram a aliança com 20,2% dos votos, convergem para a centro-direita, assim como o TOP09 (Tradição, Responsabilidade e Prosperidade) que obteve 16,6%. Mas é no TOP09 que residem as grande expectativas, pois mostra-se, apesar de ser um partido recente, aquele que pode impulsionar as reformas mais importantes e profundas que a República Tcheca precisa. A aliança é completada pelo grupo centrista Assuntos Públicos (VV), que alcançou 10,9%.

Os social-democratas do ČSSD, que viram na queda de Topolánek uma forma de resgatar o poder, não tiveram sucesso. Ficarão na oposição com os comunistas do KSČM, com apenas 33,4% do Parlamento. O Presidente do ČSSD já ofereceu sua renúncia.

Na Europa tem sido assim. Mesmo que as vitórias das alianças de centro-direita fossem esperadas, certamente foram impulsionadas pela crise. Parece claro aos europeus que, no momento de crise, chama-se a direta para arrumar a casa. É o que acontece mais uma vez. Os resultados vindos, desta vez de Praga, apenas confirmam esta tese.

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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Democracia totalitária

Escrito por Denis Lerrer Rosenfield

Movimento Endireitar

Hugo Chávez persegue opositores, fecha canais de televisão e estações de rádio, legisla por decretos, vende armas às Farc, não respeita a soberania da Colômbia, submete o Poder Judiciário, obriga seus militares a jurarem "pátria, socialismo ou morte", relativiza e mesmo abole o direito de propriedade e nada, entretanto, ocorre com ele. Nenhuma manifestação da Organização dos Estados Americanos (OEA), da Assembleia das Nações Unidas, da diplomacia brasileira, etc. É como se não houvesse nenhum atentado à democracia. Ao contrário, sustentam que a democracia está sendo seguida naquele país. Nenhum país pede que seus embaixadores se retirem nem há corte de ajuda e/ou relações bilaterais. O déspota Chávez torna-se um "democrata".

Enquanto isso, em Honduras, as instituições do país, por intermédio do Supremo Tribunal, do Congresso, das Forças Armadas, com apoio explícito da Igreja Católica, dos meios de comunicação e da sociedade civil em geral, destituíram um presidente que seguia o caminho de Chávez. Colocou-se como um projeto de déspota ao tentar quebrar cláusulas pétreas da Constituição hondurenha, como a da reeleição de presidente da República, e por isso mesmo foi deposto. É como se o céu tivesse caído na cabeça do país. Protestos de todos os lados. Assembleia das Nações Unidas, OEA, Estados Unidos, União Europeia, diplomacia brasileira e, é claro, os castro-bolivarianos: os irmãos Castro, Chávez, Daniel Ortega, Rafael Correa e Evo Morales. Neste último caso, os liberticidas se põem como os defensores da liberdade e da democracia.

Um pequeno país resiste bravamente a uma reação dessa magnitude, em nome de suas instituições, em nome da democracia. No entanto, os seus atores são tratados como "golpistas", enquanto os déspotas bolivarianos são tidos por "democratas". O que está em questão neste jogo com a palavra democracia?

Há duas acepções da democracia em questão, a da democracia totalitária e a da democracia representativa ou constitucional. A democracia totalitária volta-se contra o espaço de liberdade próprio da sociedade, de suas regras, leis e instituições, o que é precisamente assegurado pela democracia representativa. Esta se baseia no exercício da liberdade em todos os seus níveis, da liberdade de imprensa, de expressão, de organização política, econômica até o respeito à divisão dos Poderes republicanos, passando pela consideração do adversário como alguém que compartilha os mesmos princípios. Disputas partidárias, por exemplo, são regradas e não desembocam no questionamento das próprias instituições, vale dizer, da Constituição. Nesse sentido, processos eleitorais se inscrevem neste marco mais geral, não podendo, portanto, ter a autonomia de subverter os princípios constitucionais, o ordenamento das instituições. Processos desse tipo são necessariamente limitados.

Nas democracias totalitárias temos um processo de outro tipo, em que o voto passa a ser utilizado de forma ilimitada, como se ele fosse por si mesmo, graças à manipulação de um líder carismático e de seu partido, o princípio do ordenamento institucional. Eis por que tal tipo de regime político tenta funcionar por meio de assembleias constituintes e referendos sistemáticos, num constante questionamento de todas as instituições, tidas por "burguesas" e expressão das "elites". A democracia totalitária não admite nenhuma limitação, nenhuma instância que a regre. Tende a considerar tudo o que se interpõe no seu caminho como não-democrático, ganhando o epíteto de "direita", "conservador" e "neoliberal".

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terça-feira, 8 de junho de 2010

Os dossiês do PT contra José Serra

Por Nivaldo Cordeiro

Mídia Sem Máscara

Acabei de ler os jornais de hoje (Folha de São Paulo e Estadão). Se ambos são governistas às escâncaras, a Folha é, para dizer o mínimo, a mais sem vergonha ao cobrir os fatos envolvendo a candidatura de Dilma Rousseff, por quem está fazendo campanha descarada. Transforma tudo que é negativo em positivo.

Lendo a Folha o leitor irá "descobrir" que a candidata, mentora e responsável pelos eventuais dossiês que estão em elaboração contra o candidato José Serra, seria apenas vítima de maledicência ao ter seu nome ligado aos famigerados dossiês. Obviamente uma história inverossímil. Nada de tão importante numa campanha presidencial poderá ser feito sem o comando direto da candidata.

Quem conduz a campanha está em busca de escândalos, reais ou imaginários - fabricados - para enlamear o nome do principal adversário. O risco, todavia, é sempre o tiro sair pela culatra. De tão repetitivo o expediente já não tem o poder de modificar o voto dos eleitores esclarecidos.

Na edição de ontem (4) da Folha a principal manchete não podia ser outra: "PT interpela Serra na Justiça", como se o ex-governador paulista fosse autor, e não vítima, do desmando. Hoje, sem chamada de capa, o jornal relata em letra miúda o que toda gente sabe, que há pelo menos dois dossiês em gestação, um contra a filha - Verônica Serra - e outro contra aliados políticos.

Em compensação, o Estadão fez do assunto a sua manchete principal (Campanha de Dilma convidou arapongas para fazer dossiês), colocando os fatos de forma correta e clara, dando relevância para os leitores (eleitores).

Caro leitor, se não quiser ser desinformado, não leia a Folha de São Paulo.

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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Depoimento de uma brasileira que presenciou a "Flotilha Humanitária"

Jornal ALEF

Ana Luiza Tapia fez "aliá" há pouco mais de dois anos
e está servindo o Exército israelense, na área médica


Sei que todos já estão cansados de ouvir falar do que aconteceu em Gaza nesta semana, mas como ouvi muitas asneiras por aí, resolvi contar a vocês a minha versão da história. Eu não quero que pensem que virei alguma ativista ou algo do gênero. Eu continuo a mesma Ana de sempre. Mas por ter feito parte desse episódio, não posso me abster de falar a verdade dos fatos. Eu estava lá! Ninguém me contou. Não li no jornal. Não vi fotos na Internet ou vídeos no Youtube. Vi tudo como foi mesmo, ao vivo e com muitas cores. Como vocês sabem, eu estou servindo com médica na medicina de emergência do Exército de Israel, departamento de trauma. Isso significa: medicina em campo.

4:30h da manhã de segunda-feira: meu telefone do Exército começa a tocar. Possíveis conflitos em Gaza? Pedido de ajuda da força médica, garantir que não faltarão médicos. Minha ordem: aprontar-me rapidamente e pegar suprimentos, o helicóptero virá me buscar na base. No caminho, me explicam a situação. Há um navio da ONU tentando furar a barreira em Gaza. Li todos os registros fornecidos pela inteligência do Exército (até para entender o tamanho da situação). O navio se aproximou da costa a caminho de Gaza. O acordo entre Israel e a ONU é que todos os barcos devem ser inspecionados no porto de Ashdod em Israel e todos os suprimentos devem ser transportados pelo nosso Exército a Gaza. Isso porque cerca de 14 mísseis tem sido lançados de Gaza contra Israel diariamente. E não podemos permitir que mais armamento e material para construção de bombas seja enviado ao Hamas, grupo terrorista que controla gaza. Dessa forma, evitamos uma nova guerra. Ao menos por agora.

O navio se recusou a parar. Disseram que eles mesmo entregariam a carga a Gaza. Assim, diante de um navio com 95% de civis inocentes (os outros 5% são ativistas de grupos terroristas aliados ao Hamas, que tramaram toda essa confusão), Israel decidiu oferecer aos comandantes do navio que parassem para inspeção em alto mar. Mandaríamos soldados para inspecionar o navio e se não houvesse armamento ele poderia seguir rumo a Gaza. Essa foi uma atitude extremamente pacifista do nosso exército, em respeito aos civis que estavam no navio. E, se não há armamento no navio, qual é o problema de que ele seja inspecionado? Os comandantes do navio concordaram com a inspeção.

5:00h - Minha chegada em Gaza. Exatamente no momento em que os soldados estavam entrando nos barcos. E foram gratuitamente atacados: tiveram suas armas roubadas, foram espancados e esfaqueados. Mais soldados foram enviados, desta vez para controlar o conflito. Cerca de 50 pessoas se envolveram no conflito, 9 morreram. Morreram aqueles que tentaram matar nossos soldados, aqueles que não eram civis pacifistas da ONU, mas sim militantes terroristas que comandavam o grupo. Todos os demais 22 feridos entre os tripulantes do navio, foram atendidos e resgatados por nós, eu e minha equipe e enviados para os melhores hospitais em Israel.

Entre nós, nove feridos. Tiros, facadas e espancamento. Um deles ainda está em estado gravíssimo após concussão e seis tiros no tronco. Meninos entre 18 e 22 anos, que tinham ordem para inspecionar um navio da ONU e não ferir ninguém. E não o fizeram. Israel não disparou nem o primeiro, nem o segundo tiro. Fomos punidos por confiar no suposto pacifismo da ONU. Se soubéssemos a intenção do grupo, jamais teríamos enviados nossos jovens praticamente desarmados para dentro do navio. Ele teria sim sido atacado pelo mar. E agora todos os que ainda levantam a voz contra Israel estariam no fundo mar.

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domingo, 6 de junho de 2010

Política externa responsável

Por FHC

Zero Hora

A despeito das bazófias presidenciais que vez por outra voltam ao bordão de que “hoje não nos agachamos mais” perante o mundo, se há setor no qual o Brasil ganhou credibilidade e, portanto, o respeito internacional, foi no das relações exteriores. Elas sempre foram orientadas por valores e estiveram intransigentemente fincadas no terreno do interesse nacional. A demagogia presidencial não passa de surto de ego deslumbrado, que desrespeita os fatos e mesmo a dignidade do país.

Com exceção dos flertes com o totalitarismo europeu durante o Estado Novo, sempre nos orientamos pela defesa dos valores democráticos, pela busca da paz entre as nações, por sua igualdade jurídica e pela defesa de nossos interesses econômicos. Com toda a dificuldade do período da Guerra Fria – quando os governos militares se opuseram ao mundo soviético e a seus aliados –, não nos distanciamos do que então se chamava de Terceiro Mundo. Se não nos juntamos propriamente ao grupo dos “não alinhados”, dele sempre estivemos próximos. Terminada a Guerra Fria, restabelecemos relações com os países do campo socialista, Cuba e China à frente, voltamos a estar mais ativamente presentes na África, apoiamos o Conselho de Segurança nos conflitos entre Israel e a Palestina, sustentamos a posição favorável à criação de “dois Estados” e o respeito às fronteiras de 1967 e nunca nos solidarizamos com o grito de “delenda Israel”, nem com as afrontas de negação do Holocausto.

Seguindo esta mesma linha, assinamos o Tratado de Não Proliferação de armas atômicas (TNP), com ressalvas quanto à manutenção dos arsenais pelos “grandes”, fomos críticos das invasões unilaterais no Iraque e só aceitamos a intervenção no Afeganistão graças à supervisão das ações bélicas pela ONU. A reação ao unilateralismo foi tanta, que em discurso na Assembleia Nacional da França cheguei a aludir à similitude entre o unilateralismo e o terrorismo, provocando certo mal-estar em Washington. Procedemos de igual modo na defesa de nossos interesses como país em desenvolvimento. No dia em que se publicarem as cartas que dirigi aos chefes de Estado do G-7, ver-se-á que predicávamos desde então maior regulação financeira no plano global e maior controle do FMI e do Banco Mundial pelos países emergentes. Reivindicamos nossos direitos comerciais na OMC, a começar pelo caso do algodão, e no caso das patentes farmacêuticas defendemos vitoriosamente em Doha o ponto de vista de que a vida conta mais que o lucro. Todas essas políticas tiveram desdobramentos positivos no atual governo.

Temos, portanto, credenciais de sobra para exercer uma ação mais efetiva na condução dos negócios do mundo. A hegemonia norte-americana vem diminuindo pelo fortalecimento econômico dos Brics (metáfora que abrange não só os quatro países, mas vários novos atores econômicos), especialmente da China, pela presença da União Europeia e também vem sendo minada pelas rebeliões do mundo árabe e muçulmano, como o próprio governo Obama reconhece. É natural, portanto, que o Brasil insista em sentar à mesa dos tomadores de decisões globais. Sendo assim, por que a celeuma causada pela tentativa de acordo entre Irã e a comunidade internacional empreendida pelo governo brasileiro? Há duas ordens distintas de questões para explicar o porquê de tanto barulho. A primeira é a falta de clareza entre a ação empreendida e os valores fundamentais que orientam nossa política externa. A segunda é a forma um tanto retórica e pretensiosa que ela vem assumindo.

Quanto ao primeiro ponto, como compatibilizar o repúdio às armas nucleares com a autonomia decisória dos povos? Esta abrange inclusive o direito ao conhecimento de novas tecnologias, mesmo as “duais”, que tanto podem ser usadas para a paz como para a guerra. Em nosso caso, conseguimos, por exemplo, dominar a técnica de foguetes propulsores de satélites (e quem lança satélite pode lançar mísseis). Ninguém desconfia, entretanto, de que a utilizaremos para a guerra, até porque obedecemos às regras do acordo internacional que regula a matéria. Do mesmo modo, dominamos o ciclo completo de enriquecimento do urânio. Mas não cabem dúvidas de que não estamos fazendo a bomba atômica, não só porque nossa Constituição proíbe, mas porque inexistem ameaças externas e porque submetemos o enriquecimento do urânio (guardado o sigilo da tecnologia usada) ao duplo controle de um tratado de fiscalização recíproca com a Argentina e da Agência Internacional de Energia Atômica.

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sábado, 5 de junho de 2010

A inocente “Flotilha da Liberdade”

Por Marcos Guterman

Estadão Online

A agora famosa “Flotilha da Liberdade”, pivô da mais recente crise envolvendo Israel, foi organizada pela ONG turca Insani Yardim Vakhi (IHH). Trata-se de um grupo voltado para a defesa dos direitos humanos, certo? Nem tanto.

Segundo um paper do Instituto Dinamarquês para Estudos Internacionais, a IHH é apenas fachada de apoio a grupos terroristas. A pesquisa é de 2006 – portanto, não pode ser desacreditada como “contrapropaganda sionista”, ou alguma bobagem do gênero, já que, naquela época, a IHH era obscura demais para que a mídia se ocupasse dela.

O estudo mostra que a IHH, de acordo com investigações do próprio governo turco, comprou armas automáticas de grupos extremistas muçulmanos em 1997. Seu escritório em Istambul foi revistado, e a polícia encontrou armas, explosivos e instruções sobre como fabricar bombas. As autoridades turcas concluíram que os líderes do IHH estavam prontos para lutar no Afeganistão, na Bósnia e na Tchetchênia.

Outra investigação da época, feita pela França, indica que os líderes da IHH estavam profundamente ligados a atividades terroristas. Bulent Yildrim, o principal dirigente do IHH, que estava no barco principal da “Flotilha da Liberdade”, recrutou militantes para uma “guerra santa”, nos anos 90. Telefonemas grampeados mostram a relação entre a IHH, a Al Qaeda e terroristas argelinos. Suspeita-se ainda que a IHH esteve envolvida em tráfico de armas. E consta que o “trabalho de caridade” da IHH servia para disfarçar proselitismo e recrutamento de militantes para a causa anti-Ocidente.

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