quinta-feira, 10 de junho de 2010

Direita triunfa na República Tcheca

Por Márcio Chalegre Coimbra

PARLATA

A crise grega tem acentuado o ritmo da volta dos governos de direita e centro-direita ao poder na Europa. A tendência se confirmou novamente, desta vez na República Tcheca, que formará um gabinete conservador como resultado das eleições.

Governos identificados com a esquerda tendem a aumentar o gasto público, o que está no cerne da crise grega e, consequentemente, que se abateu sobre o Euro. Na República Tcheca, por exemplo, a proposta dos social-democratas para sair da crise era mais intervenção do estado e gastos públicos, ou seja, aumento de impostos. Isto apenas agravaria a crise.

Assim, os tchecos, de forma acertada resolveram mudar o rumo das coisas. Levaram a vitória três partidos de centro e direita que devem formar um governo conservador, que certamente adotarão políticas de diminuição dos gastos sociais, corte de impostos e austeridade econômica, especialmente pela união entre ODS, agora liderado por Petr Necas e o TOP09 de Karel Schwarzenberg.

Será interessante observar a formação deste governo de coalizão, especialmente depois da queda do gabinete conservador de Topolánek no último ano. Os Democratas-Cívicos (ODS), que lideram a aliança com 20,2% dos votos, convergem para a centro-direita, assim como o TOP09 (Tradição, Responsabilidade e Prosperidade) que obteve 16,6%. Mas é no TOP09 que residem as grande expectativas, pois mostra-se, apesar de ser um partido recente, aquele que pode impulsionar as reformas mais importantes e profundas que a República Tcheca precisa. A aliança é completada pelo grupo centrista Assuntos Públicos (VV), que alcançou 10,9%.

Os social-democratas do ČSSD, que viram na queda de Topolánek uma forma de resgatar o poder, não tiveram sucesso. Ficarão na oposição com os comunistas do KSČM, com apenas 33,4% do Parlamento. O Presidente do ČSSD já ofereceu sua renúncia.

Na Europa tem sido assim. Mesmo que as vitórias das alianças de centro-direita fossem esperadas, certamente foram impulsionadas pela crise. Parece claro aos europeus que, no momento de crise, chama-se a direta para arrumar a casa. É o que acontece mais uma vez. Os resultados vindos, desta vez de Praga, apenas confirmam esta tese.

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