quinta-feira, 17 de junho de 2010

Chávez eleva controle de bancos a 26%

Por O Estado de S.Paulo

Estadão Online

Com a intervenção realizada na segunda-feira no Banco Federal, que pertence ao opositor Nelson Mezerhane, um dos acionistas da emissora de TV de linha opositora Globovisión, o governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, passou a controlar 26% do setor bancário do país. Há dois anos, a participação era de 10,9%.

Há duas semanas, Caracas centralizou a venda de dólares, em uma tentativa de acabar com o mercado negro. Chávez acusa as casas de câmbio de especulação e lavagem de "narcodólares", desvalorizando artificialmente a moeda para desestabilizar seu governo.

As últimas intervenções na economia ocorrem a três meses das eleições legislativas nas quais a oposição voltará a disputar vagas no Congresso, após boicotar a última votação, em 2005. Por isso, as ações contra a Globovisión são consideradas pelos opositores como uma tentativa do presidente Chávez de silenciar a última emissora de TV crítica ao governo.

Mas Chávez insiste em dizer que a imprensa é livre no país e ontem desmentiu que esteja perseguindo Mezerhane ou o dono da Globovisión, Guillermo Zuloaga. "Já repararam o quanto eles falam mal de mim?", questionou ele em um entrevista esta semana à rede britânica BBC. "Na Venezuela, existe liberdade até mesmo para criticar o presidente", afirmou.

Em fevereiro, Alberto Ravell, diretor da emissora, foi afastado do cargo, aumentando os rumores de que a Globovisión seria vendida ou mudaria a sua linha editorial. No mês seguinte, policiais venezuelanos prenderam Zuloaga. Ele foi libertado horas depois. Segundo acusação apresentada, o empresário teria feito pesadas críticas a Chávez durante um seminário da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), realizado em Aruba.

Na semana passada, a Justiça venezuelana decretou uma nova ordem de prisão contra Zuloaga. De acordo com a Procuradoria da Venezuela, o dono da Globovisión é acusado de "usura" por ter guardado de forma "ilegal" 24 automóveis importados, em 2009, para especulação. Zuloaga, que é dono de concessionárias de carros de luxo, nega a acusação e diz que ela tem motivação política.

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