O mês de junho vai ficar marcado na história republicana da Colômbia por dois fatos espetaculares: a continuidade de democracia, com a consagração de Juan Manuel Santos para presidente da República, e mais um golpe contundente às FARC com o resgate de quatro oficiais da Polícia e do Exército pelas mãos de competentes militares na Operação Camaleão.
Como nas outras operações que resgataram 15 seqüestrados considerados "valiosas moedas de troca" (Operação Xeque), e com o ataque ao acampamento de Raúl Reyes, um dos mais importantes membros do Secretariado das FARC, na Operação Fênix, começou o declínio do bando narco-terrorista mais antigo de todas as Américas.
A Colômbia se destaca do resto do continente porque lá vige, de direito e de fato, uma democracia plena, onde as campanhas políticas se dão entre partidos de todos os matizes, como pôde-se ver no segundo turno ocorrido no domingo 20, onde disputavam um conservador, Santos, e um destrambelhado ecológico do partido Verde, Mockus. No primeiro turno havia uma diversidade ainda maior, pois concorreram "ex" terroristas, como Gustavo Petro, e Vargas Lleras, de centro-esquerda.
A mídia nacional, como sempre, traz notícias tergiversadas e tendenciosas, como se houvera uma ordem superior para sempre se postular contra a direita conservadora. Numa reportagem feita pela BBC Brasil, dois analistas políticos fazem uma análise dos resultados de ontem e não escondem sua aversão pela continuidade do programa de Segurança Democrática implantado pelo presidente Álvaro Uribe, salientando que "os que votaram em Santos o fizeram como a terceira eleição de Uribe", como se fosse um crime querer a continuidade de um programa exitoso e que devolveu aos colombianos a tranqüilidade de andar nas ruas, viajar, passear, sem o medo de não saber se voltariam para casa. Ora, não é nada disso!
Os que votaram em Juan Manuel Santos o fizeram por ele mesmo, pois sabem que ele foi um dos artífices das exitosas operações já citadas, além de ter-se beneficiado com a Operação Camaleão ocorrida oito dias antes do segundo turno. É como se os colombianos pudessem vislumbrar que a cada dia mais e mais seqüestrados estão sendo resgatados por suas Forças Militares, e isto deve-se ao Plano de Segurança Democrática que Santos prometeu - e tenho certeza de que irá cumprir - dar continuidade, pois sabe que este é um projeto de Estado e que deve ter continuidade até acabar de vez com os bandos terroristas
Santos herda de Uribe um patrimônio valiosíssimo, que é a confiança reconquistada pelos investidores estrangeiros, uma vez que - ao contrário da Venezuela que expropria empresas privadas todo dia -, com os contundentes ataques às FARC esses empresários já não temem ser seqüestrados como antes, pois os seqüestros foram reduzidos drasticamente e as próprias guerrilhas não atuam como antes nos grandes centros urbanos. A Segurança Democrática "empurrou" as guerrilhas (FARC e ELN) para as montanhas e matas fechadas de difícil acesso e ainda assim, nas cidades fronteiriças aos países onde eles sabem que contam com o apoio e a conivência de seus governantes.
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