Governo interino de Honduras desafia pressão e diz que não há nada a negociar
da Folha Online
O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, desafiou às crescentes pressões da comunidade internacional para o retorno do presidente deposto Manuel Zelaya e afirmou que "não há nada a negociar". Micheletti ampliou ainda as restrições impostas durante o toque de recolher válido por 72 horas.
O presidente Manuel Zelaya foi deposto no domingo passado pelos militares, após enfrentar a Justiça e o Congresso para realizar um referendo sobre a reforma da Constituição --o que, segundo críticos, visava garantir a reeleição no país.
"Nada temos a negociar. As coisas estão se encaminhando", afirmou Micheletti à agência de notícias internacionais France Presse sobre um possível diálogo com a OEA (Organização dos Estados Americanos) e a comunidade internacional, que condenaram a saída de Zelaya e exigiram seu retorno imediato à Presidência.
Micheletti afirmou ainda que Zelaya "nunca vai retornar ao poder".
"Se a comunidade internacional considera que cometemos algum erro, algum crime, que nos condene e pronto. Aqui é a autodeterminação do povo", disse Micheletti, que considera que 80% dos hondurenhos concordam com a saída de Zelaya.
"Vamos resolver nossos problemas como pudermos, mas este governo terá apenas seis meses. Quando elegermos nossas novas autoridades, eles [a comunidade internacional] terão a liberdade de abrir espaço para os novos governantes".
Micheletti afirmou ainda que no dia 29 de novembro haverá novas eleições gerais, como está previsto no calendário eleitoral, e que em 27 de janeiro entregará o poder ao novo presidente eleito.
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