Ruth Costas, de O Estado de S. Paulo
Estadão Online
No momento em que o Senado brasileiro discute a entrada da Venezuela no Mercosul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se cansa de exaltar a amizade e os interesses comuns com o governo de Hugo Chávez. Nos últimos anos, a venda de produtos brasileiros para a Venezuela cresceu 860% (contra 230% da Argentina, por exemplo) e o país agora ocupa o sétimo lugar no ranking dos principais destinos das exportações do País.
Na contramão do que fazem companhias de outros países, diversas empresas brasileiras resolveram investir na Venezuela, entre elas Braskem, Gerdau, Ultra, e várias empreiteiras. Mas a aproximação com Caracas desperta polêmica.
Para Roberto Iglesias, do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento, no Rio, o governo brasileiro é o principal motor da expansão dos negócios com a Venezuela. "Não faz muito sentido os empresários confiarem na palavra de Chávez. Se eles apostam na Venezuela é porque são empregados recursos públicos para criar condições de financiamento", diz Iglesias citando o crédito de mais de US$ 4 bilhões do BNDES para Chávez pagar as compras do Brasil.
Os encontros entre os dois presidentes são frequentes e uma série de projetos industriais está sendo costurada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, que abriu um escritório em Caracas em 2008. Chávez quer a ajuda brasileira para montar 200 indústrias. "A questão é saber se não é arriscado no longo prazo estimular tais investimentos, com base mais em fatores políticos e ideológicos do que em pragmatismo econômico", diz Iglesias.
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