Por Reinaldo Azevedo
Blog Reinaldo Azevedo
Estreou mal o ministro José Antonio Dias Toffoli, do Supremo. Eu escrevi aqui há alguns dias que ele veria robustecer a sua posição no STF — ou se tornaria motivo de chacota e desconfiança silenciosas — a depender de suas ações. Pois é. Tem quase 30 anos pela frente. Continuará nesta marcha? Vai tentar mudar a batida?
A CEF patrocinou uma festança que lhe foi oferecida, por conta da nomeação, por associações ligadas à magistratura. Nada menos do que elas… Descoberta a operação, o ministro diz que não sabia de nada.
“Não sabia nada” se tornou o mantra-piada deste governo, dos governistas e daqueles que, como Toffoli, têm origem no petismo. Diz ele: “Não pedi festa nenhuma e não sei onde obtiveram o dinheiro. Supus que os recursos vieram dos associados, mas de onde veio o dinheiro não é problema meu”. Epa!!! É, sim! É com critérios como esse que pretende julgar daqui para a frente?
Vamos ver: Toffoli foi o oitavo ministro nomeado por Lula. De todos, ele é o mais identificado com o partido. Recepções são comuns nesses casos, claro. Mas festança pra valer, lá nas alturas, só ele mesmo mereceu. Isso indica um jeito de ver o mundo. O ministro que me perdoe, mas aqueles que lhe ofereceram o rega-bofe acharam certamente que a fonte de financiamento não constrangeria o ministro.
E parece que acertaram. A fala acima não é a de alguém constrangido, que achou impróprio o que lhe foi ofertado. Que história é esta de que “o dinheiro não é problema meu [seu]?” Numa dessas, o ministro ainda acaba numa festa de arromba financiada por dinheiro ilegal.
Não dá! Ele é um entre apenas onde da República. É um péssimo sinal, ministro Toffoli! Um péssimo sinal — infelizmente, compatível com as circunstâncias que o conduziram ao cargo. Endossa o clima de vale-tudo em que vivemos.
Os dois concursos em que foi reprovado, não ter pós-graduação, não ter escrito livro nenhum e agora o episódio da festa provam que Toffoli é, definitivamente, o homem que não sabe demais.
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