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Agências - 10/11/2009
Um blecaute de proporções gigantescas atingiu ontem à noite várias regiões dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Pará, oeste de Santa Catarina, Bahia e Minas Gerais, afetando a vida de grandes cidades como São Paulo, Santo André e Belo Horizonte. No total, 800 municípios de todo o País foram atingidos. Segundo as informações preliminares fornecidas pela empresa de energia Cemig, o motivo do apagão foi um problema na usina de Itaipu, no Paraná. As máquinas de Itaipu pararam e linhas de transmissão de Furnas caíram.
Mais tarde, responsáveis pela operação da binacional confirmaram que o problema existia e estava localizado no sistema de transmissão de energia. De acordo com a assessoria de imprensa do Operador Nacional do Sistema (ONS), caíram 17 mil megawatts, equivalentes à carga de energia consumida pelo Estado de São Paulo. Parte do Paraguai (áreas alimentadas por Itaipu) também ficaram às escuras. Os sistemas alternativos de Itaipu não funcionaram e até as 23h30 não havia previsão de retorno da energia. O problema poderá durar até dois dias.
Transporte – O metrô paulistano e os trens da Companhia Paulista de Transporte Metropolitano (CPTM) pararam e uma imensa multidão deixou as estações a pé em busca de uma alternativa de transporte. Muitos passageiros estavam no interior das composições quando houve a queda de energia. Eles foram obrigados a deixar os vagões e seguir a pé até as saídas de emergência.
No Centro da Capital, uma das estações do metrô com maior movimento era a Sé. Numa espécie de comboio humano, multidões se deslocaram em direção principalmente ao Parque Dom Pedro II, importante terminal de ônibus da cidade.
Segurança – Tão logo deu-se o apagão, o comando da Polícia Militar de São Paulo convocou soldados que estavam de folga para reforçar o esquema de segurança. Ao mesmo tempo, emissoras paulistanas davam conta de assaltos na área central, como na região do Anhangabaú.
A todo momento, os motoristas eram alertados para ter atenção redobrada nos cruzamentos e, sobretudo, com a movimentação de pedestres.
Twitter – A rede social Twitter teve papel importante na comunicação entre os paulistanos. Muitos informavam que estavam presos em elevadores. Outros relatavam que sentiam medo de caminhar pelas ruas escuras. Grande número estava em restaurantes iluminados a luz de velas.
Os de imaginação mais fértil garantiam que o apagão era propaganda do filme 2012, que trata da profecia maia sobre o fim dos tempos.
Testemunhos – A professora de matemática Sonia Furtado, que mora no Grajaú, zona sul da capital, estava na rua quando as lâmpadas de iluminação piscaram várias vezes. "Depois, ficou tudo escuro e eu tive dificuldades para chegar em casa", disse.
O zelador Hélio Alves de Queiroz, que trabalha em um prédio no bairro da Saúde, teve de abrir e fechar o portão da garagem manualmente para que os moradores pudessem entrar. Os moradores do prédio, que tem 18 andares, tiveram de subir para os apartamentos de escada. "Temos que garantir a segurança dos condôminos", disse.
A economista Cristina Borges Guimarães, moradora do bairro do Butantã, zona oeste da capital, estava em casa quando houve o blecaute. "Parecia fantasma. Apagaram todas as luzes da rua, exceto as da minha casa, que ficaram piscando", afirmou.
Vizinho ao shopping Pátio Paulista, no Paraíso, o administrador Thomas Morgan testemunhou momentos de tensão. "O shopping suspendeu as entregas e bloqueou entradas, provocando protestos", disse. "O pessoal na rua gritava e carros buzinavam." Segundo Morgan, o hospital Oswaldo Cruz estava com as luzes acesas, garantidas pelo gerador de energia.
Rio – Moradores de vários bairros do Rio de Janeiro e de outras cidades do estado ficaram sem luz. A falta de energia também afetou os aeroportos Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, subúrbio, e Santos Dumont, no Centro.
Segundo moradores, o fornecimento de energia elétrica foi interrompido, pelo menos, nas cidades de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, na Região Metropolitana, em Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e em municípios da regiões Serrana e dos Lagos.
Na cidade do Rio, ainda de acordo com moradores, todas as regiões registraram falta de energia. Ruas e principais avenidas da capital fluminense estavam às escuras. Por causa da falta de luz, a circulação das linhas do metrô e trens do estado foi interrompida, segundo as concessionárias que administram os serviços. No Recife, havia falta luz na região central da cidade. Em Belo Horizonte, falta luz em cerca de 20% da cidade.
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