sexta-feira, 6 de novembro de 2009

OS OCTÓPODES ATACAM!

Por Klauber Cristofen Pires

OpiniãoLivre.com.br


Uma CPI anda investigando como as empresas distribuidoras de energia elétrica têm embolsado o equivalente a R$ 1 bilhão, devido a sobras de encargos setoriais que deveriam ter sido diluídos entre os novos consumidores que foram aparecendo ao longo deste período.

Pronto: mais um imbróglio foi criado pelo estado socialista brasileiro! Fôssemos uma economia livre, cada um teria pago o seu preço, e fim de conversa! Agora entra em pauta uma CPI que não vai dar em nada; as associações de consumidores vão entrar na justiça, o processo vai durar anos, e no final, sabe o que vai acontecer? Alguma contribuição "provisória" vai ser criada para cobrir este rombo! Cobrada, claro, dos próprios consumidores!

Os leitores podem pensar que estou fazendo a leitura errada do problema. Antes fosse. A conta da ação judicial, se um dia vier a ser expedida a favor dos consumidores, irá inicialmente para as distribuidoras. Todavia, elas irão pleitear o aumento das tarifas, alegando desequilíbrio econômico-financeiro e tcham-tcham-tcham...adivinhe!

Dá-se o nome de "encargos setoriais" a um octópode, porque composto de oito taxas, cada uma a representar uma taxa distinta, conforme a sua inutilidade. Quanto mais não resolvem nada, mais se lhe destinam recursos, e mais outros são inventados. É o Brasília way. No site da Aneel o leitor poderá saber o quanto tem sido arrecadado para cada uma das siglas que o compõem, bem como uma breve explicação sobre cada um.

Uma destas mais ridículas taxas foi criada pelo governo Fernando Henrique Cardoso para sustentarmos uma rede ociosa de termelétricas, para servir de "reserva". Agora imagine uma estrovenga destas numa economia livre! Um dia destes, na lavanderia, como eu andasse distraído para colocar a roupa na máquina, o proprietário do estabelecimento pegou o meu cesto e botou a máquina pra funcionar, e disse-me "- desculpe-me, amigo, mas eu não posso me dar ao luxo de ver estas máquinas paradas... ". Que lição, não é verdade?

Com o apagão ocorrido no seu segundo mandato, a economia brasileira sofreu um retrocesso de tal magnitude que "compensou" os parcos ganhos que vinham se acumulando ao longo de anos. Dias atrás, Joelmir Betting andou lembrando da década perdida (ele estava falando da década de oitenta). Calma, Joelmir! Se tem uma coisa que estes presidentes socialistas não podem deixar de levar pra casa, é um apagão pra chamar de seu: Sarney levou o apagão monetário; Collor, o financeiro; Itamar o tecnológico; FHC o elétrico, propriamente; e Lula, o moral.

Em uma economia livre, a demanda por mais energia elétrica seria percebida pelo preço, que seria atendida por qualquer pessoa que se sentisse apta a atender aos consumidores. Até mesmo um agricultor que plantasse cana-de-açúcar poderia movimentar alguns quilowatts com o bagaço. Um sujeito que tem suas terras em lugares montanhosos, e por isto imprestáveis para a agricultura, poderia fornecer luz a partir da energia eólica. E outro mais poderia aproveitar o lixo (lembram-se quando falei do lixo "valioso"?). Claro, todos eles competindo também com os grandes empreendimentos. O que vale é produzir! Mas no Brasil de hoje, quem quer, pode?

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