terça-feira, 10 de novembro de 2009

Liberdade de imprensa ameaçada na América Latina


Entidade acusa governos latinos de agir contra imprensa

ATarde Online


AE

"Sob assédio" foi a expressão usada ontem pelo presidente da Sociedade Interamericana da Imprensa (SIP), o colombiano Enrique Santos, para explicar o estado da liberdade de expressão em vários países das América Latina. Na sequência, durante a terceira jornada da 65ª Assembleia-Geral da SIP, em Buenos Aires, o argentino Bartolomé Mitre, presidente do centenário jornal "La Nación" e diretor do comitê anfitrião do evento, ressaltou que a situação regional é "deprimente" e os jornalistas e as empresas de mídia transformaram-se em alvos de "irracionais agressões". Ainda segundo Mitre, diversos governos "apelam a qualquer recurso para intimidar ou silenciar o jornalismo livre".

Gonzalo Marroquín, vice-presidente da SIP, diretor do jornal "Prensa Libre", da Guatemala, alertou para a tendência "muito perigosa" existente atualmente na América Latina de "legislar contra a imprensa". Ele apontou para um cenário que considera perigoso, com "governos autoritários" que desejam "se perpetuar no poder". Para atingir esse objetivo, "tentam controlar a mídia".

O presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa, Robert Rivard, do jornal americano San Antonio Express News, destacou que havia muitos anos a liberdade de imprensa não passava "por um semestre tão complexo". Citou que 16 jornalistas foram assassinados no período - oito no México, três em Honduras, dois na Guatemala, dois na Colômbia e um El Salvador. Segundo ele, as mortes ocorreram em um contexto de crescimento do crime organizado, ao lado de campanhas contra a imprensa, conduzidas por chefes de governo.

Nesse cenário, de acordo com os palestrantes, a Venezuela aparece como o país mais problemático. O governo do presidente Hugo Chávez, no relatório preliminar apresentado por David Natera, presidente do Bloco de Imprensa Venezuelano, "continua deteriorando a liberdade por intermédio de agressões legais, judiciárias e físicas contra meios de comunicação e jornalistas independentes como parte de uma estratégia que avança na imposição de um regime comunista, militarista e totalitário".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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