Por ROSA TANIA VALDÉS - REUTERS
Estadão Online
Ervilhas e batatas se tornaram o prenúncio de mudanças em Cuba ao serem retiradas repentinamente da lista de alimentos subsidiados deste mês. O preço desses produtos disparou, e muita gente teme que esse seja um primeiro passo para o fim do programa cubano de rações alimentares em vigor desde 1963.
O presidente Raúl Castro já se queixou de que a "libreta" e outros subsídios são caros demais para o governo, além de desestimularem a produtividade.
"Há muito silêncio dos líderes do país sobre a maioria das coisas que estão afetando os cubanos. A libreta está lentamente desaparecendo sem explicação", disse o advogado aposentado, que se identificou apenas como Marco.
Os cubanos dizem que a ração prevista na caderneta de racionamento só basta para duas semanas, mas pelo menos garante uma parte da dieta mensal, num país onde o salário médio equivale a 20 dólares.
"As pessoas não estão muito contentes com isso. Não que o que você receba dure o mês inteiro, mas é uma ajuda porque você consegue essas coisas a um preço que não é muito alto", disse a dona de casa Yuliet Cruz, de Havana.
A libreta dá aos cubanos preços subsidiados para quantidades limitadas de produtos básicos, como arroz, feijão, sal, açúcar, café, ovos e carne. Para ter acesso a quantidades maiores, ou a outros produtos, é preciso pagar preços de mercado (embora baixos para os padrões internacionais), ou mesmo recorrer ao mercado negro.
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