segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Mais um crime do MST no sul do Pará



MST é acusado de destruir outra fazenda no sul do Pará


Por JOSÉ MARIA TOMAZELA

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) são acusados de terem destruído, hoje, seis casas de empregados da Fazenda Espírito Santo, em Xinguara, no sul do Pará. A ação ocorreu apesar da presença da tropa de choque da Polícia Militar na região, informou a agropecuária Santa Bárbara, proprietária da fazenda.

O novo ataque ocorreu no retiro Baixa da Égua, depois que os funcionários, amedrontados, deixaram o local. Currais e galpões também foram depredados. Um helicóptero da empresa que sobrevoou a área foi alvo de disparos. No dia 3, o MST já havia destruído casas e benfeitorias da Fazenda Maria Bonita, também da Santa Bárbara, em Eldorado dos Carajás. A depredação levou a justiça a decretar a prisão preventiva do coordenador estadual do movimento, Charles Trocate, que ontem continuava foragido.

De acordo com a empresa, a investida contra a Espírito Santo compromete o rebanho de 20 mil vacas prenhas, num período em que nascem 200 bezerros por dia. A Santa Bárbara pertence ao grupo do empresário Daniel Dantas.

Advogados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) que acompanham os protestos do MST contra a ação de pistoleiros armados na região negaram o novo ataque. O advogado José Batista Gonçalves Afonso, da CPT de Marabá, acusou as polícias Militar e Civil de terem agido com truculência contra os sem-terra que estavam à beira da rodovia PA-50, em Eldorado dos Carajás, no final da tarde de sexta-feira.

Segundo ele, o delegado-geral Raimundo Benassuly, e o coronel da PM Augusto Leitão, chegaram à frente de 70 homens na curva do "S" e sacaram armas para reprimir sem-terra que portavam apenas pedaços de paus e facões. Três militantes foram presos. "Uma ação lamentável, que por pouco não repete o massacre de 17 de abril de 1996", disse o advogado. Naquele local, 19 sem-terra foram mortos ao enfrentar a PM.

O assessor de imprensa da Secretaria de Segurança Pública do Pará, Emanuel Vilaça, negou a violência e disse que a ação para desobstruir a rodovia foi filmada. Ele acusou os líderes do MST de terem fugido e deixado apenas crianças no local. "O que eles (sem-terra) estão fazendo é inadmissível, usando crianças que deveriam estar na escola. Isso é rasgar o Estatuto da Criança e do Adolescente."

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