sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Oposição já tem assinaturas para pedir CPI do MST

Reinaldo Azevedo

Folha Online

A oposição já reuniu o mínimo de assinaturas necessárias para pedir a instalação de uma CPI no Congresso com o objetivo de investigar repasses do governo federal ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

No total, DEM e PSDB reuniram 172 assinaturas de deputados e 33 de senadores que apoiam a comissão. Para que a CPI mista (com deputados e senadores) seja instalada, são necessárias pelo menos 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado.

A oposição ainda não decidiu se vai protocolar o pedido de criação da CPI na próxima terça-feira. Nos bastidores, deputados oposicionistas temem a retirada de assinaturas do pedido, o que inviabilizaria a comissão –a exemplo do que ocorreu na semana passada, quando o primeiro pedido de criação da CPI do MST naufragou depois da debandada de deputados da base aliada. Por isso, DEM e PSDB vão continuar a busca por assinaturas para ter uma “margem” que permita a instalação da CPI.

Os líderes oposicionistas afirmam que, desta vez, a coleta de assinaturas foi “seletiva”, informando a todos os parlamentares que eles seriam pressionados a retirar assinaturas.

“Dessa vez, nós fizemos coleta individual, conversamos e não procuramos quem retirou as assinaturas anteriores. Esses nós fizemos questão de esquecer. O episódio em São Paulo nos ajudou bastante. Fomos surpreendidos com deputados que nem fazem parte dessa causa”, disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

O parlamentar se referiu à invasão, esta semana, de uma fazenda produtora de laranjas no interior de São Paulo por integrantes do MST. Na opinião do deputado, a adesão à CPI cresceu depois que as imagens da invasão das terras produtivas se difundiram junto à opinião pública.

“São 172 assinaturas. Vamos receber novas assinaturas hoje à tarde. Na terça-feira, vou conversar com o deputado Ronaldo Caiado [DEM-GO] e com a senadora Kátia Abreu [DEM-TO] para decidir os próximos passos. A CPI mudou o foco, vai propor investigação dos repasses federais, dos repasses internacionais que o MST tem recebido, além de fase propositiva para rever o modelo de assentamentos”, disse Onyx.

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