Relatório acusa Chávez de manipular o Judiciário
Por Denise Chrispim Marin
O Relatório O Estado Bolivariano do Não-Direito, elaborado pelos advogados Robert Amsterdam, de Toronto, Gonzalo Himiob Santomé e Antonio Rosich, de Caracas, adverte que o Judiciário da Venezuela funciona razoavelmente bem, mas somente para os propósitos do governo de Hugo Chávez. Como resultado desse modelo, há 62 presos políticos e 250 estudantes, que se manifestaram contra Chávez, estão sendo processados.
"O governo Chávez transformou o sistema penal em um instrumento arbitrário que serve aos interesses do governo", diz o texto. "A metodologia de Chávez inclui deixar os casos políticos a cargo de um seleto grupo de procuradores obedientes, falsificação de acusações de crimes comuns, manipulação de provas (incluindo subornos e tortura), recusa de provas da defesa, violações flagrantes de procedimentos devidos e prisão arbitrária prolongada."
O documento afirma ainda que os opositores são alvos recorrentes de perseguições morais e políticas e de agressões físicas. Milícias civis se encarregam de ações violentas contra alvos da oposição. Em vez de punidas, as ações violentas, em geral, são elogiadas por autoridades. Entre esses grupos, o La Piedrita, de Caracas, assumiu a responsabilidade por vários atos e se mantém afinado à Unidade Popular Venezuelana, bando de motociclistas armados.
De acordo com o relatório, o sistema jurídico da era Chávez vigora em detrimento das reações da comunidade internacional. Entre 1999 e 2009, o relatório contabilizou 152 reclamações contra a Venezuela na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Desse total, 52 foram aceitas pela Comissão, mas ignoradas por Chávez.
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