Por Prof. Alexander Torres Mega
Agora ele é conhecido como dirigente de uma coalizão de partidos, partidecos, grupos, grupelhos, caciques e índios, que têm como locomotiva o Partido Comunista e integrantes da organização criminosa guerrilheira que assassinou, seqüestrou, roubou, atentou etc.
Custa admiti-lo, mas hoje é candidato à presidência da república (que baixo caiu nosso país!) graças à torpeza e à fraqueza cúmplice dos dirigentes dos meios políticos, empresariais, militares e publicitários.
Não se trata unicamente de um homem com aspecto desleixado e aparência imunda, mescla de bruto, demagogo e palhaço. É mais do que uma combinação de Cantinflas e Robin Hood, com uma boca que parece uma cloaca como as utilizadas por ele e seu bando para esconder-se. Trata-se de alguém com um passado muito negro e com uma alma muito suja, muito mais suja do que sua aparência física.
Um passado tenebroso (do qual jamais mostrou arrependimento algum) e um presente carregado de ódio que hoje o leva a toda espécie de hipocrisias, contanto que chegue a tomar as rédeas do governo e complete a tarefa revolucionária, frustrada na via militar, mas que avançou na propagandística.
Na realidade, mais que negro, um passado cor vermelho sangue, que agora pretende alvejar, com um vice que é um anestésico eficaz para adormecer os círculos dirigentes e cativar o centro da opinião pública. Assim, enquanto Mujica estimula e consolida os mais radicais, Astori é quem deve atrair os moderados, desorientados e confusos que se localizam no meio do espectro ideológico.
Esse exemplar paleolítico, do populacho, desgrenhado, deliberadamente vulgar, desfruta e lucra mostrando-se bruto. De passagem, com isso, procura obter as simpatias dos menos favorecidos, dizendo-lhes ser tão inferior quanto eles, e que votem nele porque é o seu único salvador.
A mídia se empenhou, durante os últimos anos, em fabricar, difundir e valorizar uma imagem diferente para Mujica:
— ocultando sistematicamente seu passado sanguinário;
— apresentando suas imbecilidades mais bestiais como lampejos de genialidade emanados de um homem espontâneo, quase sábio, sincero, modesto, austero, idealista.
A verdade é outra: tem um passado de terror e nada tem de espontâneo em seus ditos ressaltados pela mídia. Estamos diante de um fenomenal artifício de propaganda, que foi capaz de transformar um terrorista em um aparente homem bom do campo, meio besta, mas sensível para com os pobres.
O mesmo que soube dirigir uma organização assassina com total desprezo pela vida humana, pisoteando direitos e liberdades, atropelando a lei e as instituições e desconhecendo a dignidade do ser humano, hoje aparece como pomba angelical, financiado por empresários, o astro preferido pelos meios de comunicação, e viajando em um avião cedido por uma empresa privada!!!
Os mesmos que poderiam ter sido seqüestrados ou assassinados, hoje financiam a campanha. Que castigo celestial merecem esses mercadores!
Dupla identidade
José Mujica Cordano, "o Pepe" (como quer que o chamem), teve outro nome: era José Antonio Mones Morelli, codinome escolhido para atuar na clandestinidade com um grupo de assassinos "tupamaros" que jamais se arrependeu de seus crimes.
Incapazes de enfrentar viril e frontalmente, especializaram-se em matar de forma traiçoeira e covarde atirando nas costas. Resumimos de informações da imprensa da época, a descrição de parte de seu passado delituoso e alguns de seus crimes de sangue:
— "Do tiroteio no bar "La Vía" localizado em Larrañaga e Monte Caseros, resultaram dois feridos. Um anti-social e um policial. O 'réu' que resultou ferido é José Alberto Mujica Cordano (aliás 'Emiliano'), conhecido também como 'Pepe', portando documentos com o nome de José Antonio Mones Morelli".
— Em 11 de janeiro de 1971 foi assassinado pelo bando tupamaro o policial José Leonardo Villalba. A autópsia revelou que recebeu sete impactos de bala nas costas.
— Em 21 de dezembro de 1971, a organização criminosa "MLN-Tupamaros", da qual Mujica foi alto dirigente, assassinou o peão rural Ramón Pascasio Baez Mena, o qual, ao tropeçar em um esconderijo subterrâneo ("toca de tatu"), na fazenda Espartaco, foi capturado pelos terroristas que ali estavam. Reunida a cúpula da organização, esta decidiu pelo seu assassinato mediante a aplicação de uma injeção letal de pentotal. O peão foi enterrado nas proximidades e veio a ser o primeiro desaparecido. Os responsáveis pela morte foram Henry Engler, Israel Bassini Campiglia, Néstor Sclavo, Conrado Fernández, Jorge Becca, Gloria Etcheveste y Xenia Itté González.
Este mesmo José Mujica denomina "expropriações" aos roubos cometidos por ele e seus comparsas. Chama de "justiçamentos" aos assassinatos. E com a maior desembaraço chega a dizer que essa luta — com os assassinatos, roubos, seqüestros, e atentados cometidos — foi por um mundo melhor, por uma sociedade mais justa, pelo bem dos pobres, blá, blá blá, todo o discurso mentiroso, propagandístico e perverso que conhecemos.
Tenhamos bem presente que não estamos diante de um romântico sonhador incapaz de matar uma mosca, senão de um alto dirigente inescrupuloso de um grupo criminoso que assassinou, seqüestrou, roubou etc.
Anistiado pelos políticos, dedicou-se a reconstruir a organização que — agora com maquiagem pacifista — procura se fazer de governo nacional. Os métodos (no momento) são outros, mas os fins últimos são os mesmos de sempre, os mesmos que pretendeu alcançar quando era conhecido como José Antonio Mones Morelli.
São dois nomes: José Mujica Cordano e José Mones Morelli, mas uma mesma pessoa, que apresenta mudanças cosméticas — pintam-lhe o cabelo, fazem-no tomar banho com mais freqüência, colocam-lhe um paletó, dizem-lhe que simule cara de avô meigo — mas é o mesmo sujeito.
Alerta
Nunca antes foi tão claro que a opção atual é entre a liberdade e o despotismo, entre a verdadeira democracia e o populismo autoritário e liberticida.
Reajamos. Ainda é tempo. Depois será tarde demais, e veremos "chorar como mulheres os que hoje não querem ou não se animam a lutar como homens".
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