Por Paulo Saab
Parece que finalmente os infratores do chamado Movimento Sem Terra, para quem a lei inexiste e cujas manobras políticas estão acima do bem e do mal, deu um tiro no pé. A invasão da fazenda produtiva da Cutrale teria sido apenas mais uma, na sanha destruidora de quem se diz movimento social, mas é uma guerrilha. Desta vez não foi assim, e está causando revolta na população ordeira.
Foram muitas as manifestações que recebi, vi e ouvi de gente, digamos, comum (quem de fato merece respeito, que cumpre suas obrigações e paga impostos e não recebe dinheiro do governo para invadir terras), indignadas com a destruição milhares de pés de laranja, mostrada na televisão e nos jornais, assim como a destruição de tratores, móveis e equipamentos da fazenda invadida, antes da retirada determinada pela Justiça.
Foi uma agressão bárbara, acompanhada de frases desprovidas de sentido, como "destruímos as árvores porque não comemos só laranja. Vamos plantar feijão". Absurdo inominável, como são inomináveis os atos desse movimento, financiado com o nosso dinheiro e repassado pelo governo federal aos criminosos invasores, destruidores de propriedades e de frutas destinadas a alimentar a população. Sem mencionar as divisas que a laranja rende ao País, com a exportação de suco.
Nota-se algum movimento no Congresso para ressuscitar uma Comissão Parlamentar de Inquérito que o governo atual engavetou, destinada justamente a apurar os recursos públicos dados aos integrantes do MST. Não houvesse a exibição pública do vandalismo praticado em nome de nada, nossos ilustres parlamentares de oposição seguiriam calados.
Vamos ver se levam adiante a instalação da CPI contra os interesses políticos do governo federal. O Ministério Público precisa agir.Dessa vez o MST chocou a classe média urbana. O medo instalou-se na mente dos brasileiros pacíficos.
A violência gratuita, animalesca, ganhou cores, contornos, imagens.
Os políticos sabem sentir isso e sabem também que se não derem um basta, muitos deles receberão nas urnas o basta da população. Se o deputado e o senador nos quais votei em 2006 forem omissos, declaro aqui que perderão meu voto em 2010.
Este Brasil do MST é o mesmo que o presidente Lula disse ter alcançado a "cidadania" perante o mundo (por conta das Olimpíadas de 2016)? Em minha visão, o termo "cidadania" foi usado indevidamente, por conta de restrito vocabulário , quando na verdade o presidente queria dizer "respeito", "reconhecimento" ou algo semelhante.
Mas vamos lá. O Brasil cidadão cantado pelo presidente, cujo governo financia as invasões do MST e impede a instalação de CPI para investigar a destinação dos recursos e os crimes do movimento, é o Brasil cidadão que deve merecer o respeito do mundo? Não se dá ao respeito nem dentro de casa!
Também soube de gente que não gosta do presidente, mas chorou com ele no anúncio feito na Dinamarca sobre a candidatura vencedora do Rio 2016. Parabéns a todos.
Vivemos uma grande impostura, em que o emocional se sobrepõe ao racional e tudo se transforma num espetáculo de mídia e exibição. Enquanto isso, no índice de desenvolvimento humano, a posição da "10ª economia do mundo", ou seja, do Brasil, está em 75º lugar.
Comemoremos a conquista da sede da Copa do Mundo e da Olimpíada. Beleza. O futuro tão cantado em verso e prosa do Brasil está chegando.
E chegaria no governo deste ou daquele, pela sua potencialidade natural. Está atrasado por culpa dos governos, incluindo o atual. Se o tiro no pé do MST for uma realidade e gerar conseqüências, para mostrar um país justo, em busca de sua grandeza, será um grande passo.
A conivência com a infração, o desvio, os mensalões, dinheiro na cueca, afago na cabeça de quem se locupletou do erário, a defesa de oligarquias, as marcas negativas do governo, nos deixam ser um país "cidadão"?
Que o tiro no pé produza efeitos. Por ora, choramos de alegria efêmera. Deveríamos chorar de vergonha na cara.
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