Ariel Palacios - O Estado de S. Paulo
A presidente argentina, Cristina Kirchner, e seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, foram fortalecidos nesta quinta-feira com a aprovação da controvertida lei de radiodifusão na Câmara de Deputados. A oposição, em massa, abandonou o plenário em uma tentativa de bloquear a votação. Ao longo desta quinta-feira, 17, diversos representantes da oposição declararam que a nova lei - que restringe a atuação dos grupos de mídia - poderia ser anulada pela Justiça, pois teriam ocorrido diversas irregularidades na convocação da sessão na Câmara.
A oposição também avalia a opção de revisar a lei quando o novo Congresso Nacional tomar posse em 10 de dezembro, quando o governo perderá a maioria. "Só o fato de que muitos parlamentares não haviam recebido o projeto (com as modificações de última hora feitas pelo governo) seria suficiente para entrar na Justiça", argumentou o constitucionalista Gregorio Badeni.
O prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, do partido de centro-direita Proposta Republicana, afirmou que a lei de radiodifusão "é mais um retrocesso institucional dos Kirchners" e essa é uma prova do "fascismo" do governo. Mas, o líder do bloco do governo na Câmara, Agustín Rossi, descartou a possibilidade de anulação ou revisão. "A oposição não poderá anular a lei, seja com este Parlamento ou com o novo", disse, desafiador.
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