Por Klauber Cristofen Pires
No último dia 2 de setembro de 2009, sob a janela do meu apartamento, observei a passeata do movimento paredista dos operários da construção civil em Belém, PA. Manifestações públicas são comuns nas avenidas Nazaré e Magalhães Barata, e possivelmente pode ter sido isto o que me arrefeceu o ânimo para que prestasse um comentário no dia seguinte. Algo, no entanto, havia de intrinsicamente errado com a caminhada dos grevistas, e apesar daquele "feeling" de quem já sabe do que se trata me atiçar a todo instante - mea culpa - o negligenciei.
Ocorre que o acontecido era sim, um típico cavalo-de-tróia: sob a camuflagem da reivindicação trabalhista, operavam o PSTU e movimentos ditos sociais, como se pode comprovar dos louros que colheram e publicaram em seu próprio site. Um desfile de bandeiras do partido, puxado por um vistoso caro de som são por si só evidências contundentes do propósito político do evento, e suficientes o bastante para caracterizar a sua ilegalidade (e não "abusividade"), por expressa proibição da legislação trabalhista, que veda greves por motivações políticas.
O mais grave, contudo, não ficou por aí: usando os trabalhadores como escudos legais, o PSTU fez de Belém no dia 03 de setembro um palco de guerra, muitíssimo além do que seria de se esperar dos excessos que soam acontecer por conta de campanhas trabalhistas. Construções foram invadidas e sabotadas; trabalhadores em serviço foram arrancados de seus locais e linchados pela turba bestializada (e o PSTU sustenta que o movimento teve 100% de adesão); show-rooms foram vandalizados e tiveram as vitrines estilhaçadas; carros foram depredados, os furtos andaram à solta, e até mesmo bens de operários, tais como bicicletas, foram roubados. Tudo isto em várias frentes, à luz do sol, mal-contidos por uma tímida Polícia Militar.
O que houve, indubitavelmente, foi o protagonismo de um ensaio terrorista revolucionário, cujo sucesso, conforme há de ser avaliado pelo partido que o auspiciou, poderá ser repetido, e provavelmente com doses crescentes de arrojo e audácia.
Diante disto, apelo aos brasileiros, aos cidadãos que me lêem, que é hora de nos congregarmos com espírito cívico e lutarmos por nossas liberdades, pela paz e pela ordem. Dirijo-me especialmente aos empresários, tão tontos que estão quando pensam que tais efemérides se resolvem no bojo de negociações setoriais.
Um analfabeto musical não compreende a harmonia da orquestra conduzida pelo maestro. Perde-se tentando identificar sons que lhe parecem desconexos, e pode até mesmo jurar que cada um dos instrumentos executa uma melodia que em nada tem a ver com os sons produzidos pelos que lhe rodeiam.
Da mesma forma, os analfabetos políticos teimam em afirmar que vivem em um estado de normalidade, porque não enxergam as articulações e coordenações de fatos que parecem-lhes desconexos. Descuidam que a própria progressividade com que aparecem é justamente calculada para instigar-lhes o torpor acomodante.
Sem identificar na figura do maestro o Foro de São Paulo, a gigantesca agremiação de partidos, movimentos sedizentes sociais e até mesmo grupos terroristas tais como as FARC, o MIR, o ELN e o Ejército Zapatista, todos voltados, conforme as palavras de Fidel Castro, "a reconquistar na América Latina o que se perdeu no leste europeu", toda e qualquer reação sempre será pautada conforme o tabuleiro deitado na mesa pelos inimigos da sociedade livre, e conforme as regras que eles mesmo ditarem.
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