Nos EUA, venezuelanos 'no exílio' se organizam
Enquanto em vários cantos do mundo as novas políticas do governo Barack Obama são festejadas, aqui em Little Caracas o clima é de incerteza. Em Weston e Doral, cidades do subúrbio de Miami já conhecidas como Westonzuela e Doralzuela, a crescente colônia de exilados venezuelanos está desanimada com a situação. Na Venezuela, o referendo de fevereiro deu ao presidente Hugo Chávez a possibilidade de se perpetuar no poder. Nos EUA, a posição conciliadora de Obama com regimes adversários diminui as chances de os venezuelanos conseguirem proteções especiais de exilados políticos.
"Esse senhor (Obama) vai nos vender, como vendeu os cubanos. É difícil encontrar democratas que nos defendam; eles olham para o outro lado", diz Ernesto Ackermann, presidente da organização Cidadãos Venezuelano-Americanos Independentes, que busca aumentar o engajamento político dos venezuelanos nos EUA.
Há dez anos, a comunidade de venezuelanos em Miami se restringia a empresários abastados que compravam uma casa na Flórida para passar férias. Mas com a eleição de Chávez, em 1998, e a posterior radicalização de seu governo, a classe média passou a imigrar para a região de Miami. Alguns vieram por motivos econômicos e muitos viram-se forçados a partir por causa das condições políticas. Muita gente enviou a família para Miami, com medo da violência em Caracas, e passa a vida na ponte aérea.
Westonzuela e Doralzuela estão cheias de restaurantes e lanchonetes servindo as típicas arepas e cachapas, e existe até uma clínica para a população carente venezuelana, a Venamher, financiada pela Irmandade Venezuelana-Americana. Há pelos menos cinco jornais para a comunidade na Flórida.
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