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O líder oposicionista venezuelano Alejandro Peña Esclusa foi preso pela polícia política de Hugo Chávez na última segunda-feira. Todo mundo sabia que isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde. Só não se esperava que os agentes da ditadura chavista tivessem, como tiveram, o cinismo de plantar explosivos na casa de um político que nunca usou de violência nem mesmo verbal. O objetivo da farsa é criar uma aparência de ligação entre Peña e "organizações direitistas violentas", que no presente cenário latino-americano se destacam sobretudo pela sua espetacular inexistência.
Alejandro Peña, que por sua militância antichavista foi recentemente alvo de homenagem por parte da Assembléia Estadual do Alabama (v. http://www.youtube.com/watch?v=VGhwsRbR0Y8 ), é bem conhecido do público brasileiro como conferencista sério e equilibrado, que descreve a situação política de seu país com tristeza, mas com serenidade e nem o mais mínimo sinal de ódio.
Os membros da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) tiveram a oportunidade de ouvi-lo explicar a estratégia revolucionária do Foro de São Paulo durante o simpósio "Democracia, Liberdade e o Império das Leis", realizado em maio de 2006.
Não tenho a menor dúvida de que a prisão de Alejandro Peña é uma retaliação ao processo que ele move no Tribunal Penal Internacional contra o governo Hugo Chávez. A melhor cobertura do assunto, até agora, está no blog http://notalatina.blogspot.com
O jornal O Tempo, de Belo Horizonte, publica em editorial estas linhas onde a malícia e a estupidez se fundem numa mistura indecomponível:
"O governo dá motivos. Entre outros, o PNDH-3 e, agora, o primeiro programa de governo da candidata Dilma Rousseff, depois substituído por um conteúdo mais digerível. O fato é que essas trapalhadas acabam por estimular a disseminação de um discurso de direita, claramente anticomunista, afirmando que o País caminha para uma ditadura. A fonte talvez esteja em alguns articulistas - como o filósofo Olavo de Carvalho - que dão curso hoje a teorias da conspiração... Não há dúvidas de que a denúncia de golpe tem muito de paranoia..."
Não há possibilidade de golpe, prossegue o jornal, porque o Brasil está sob o domínio daquilo "que o jornalista Fernando de Barros e Silva chama de condomínio ou consórcio de poder: a reunião de forças interessadas na atual estrutura do governo. Desse condomínio participam partidos, políticos, empresários, sindicalistas e funcionários do Estado, todos beneficiários de favores distribuídos pelo governo. O poder está distribuído entre tantos beneficiários que ninguém pode pretender ter a hegemonia. O condomínio é a maior garantia de que a legalidade não será desrespeitada".
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