Mídia Sem Máscara
Eu convoco o Fiscal Geral encarregado, Guillermo Mendoza Diago, a que ordene imediatamente uma completa investigação judicial sobre o massacre de El Carmen de Darién (Choco, Colômbia), onde foram seqüestrados, torturados e assassinados três líderes populares: Manuel Moya Lara, Graciano Blandón e o filho deste último, de 22 anos, em 17 de dezembro de 2009.
Manuel Moya Lara e Graciano Blandón Borja representavam 231 famílias afro-descendentes de Curvaradó e Jiguamiandó. Eles denunciavam desde há anos as ameaças das FARC que sua gente sofre. Estas se opõem às famílias da bacia do Atrato que aspiram a recuperar as terras do norte chocoano, das quais foram expulsas em 1997 pelo bando dirigido por Alfonso Cano e por para-militares.
A Procuradoria deve prender rapidamente os autores dessa nova matança. Porém, também deve descobrir quem são os autores intelectuais da mesma. A ONG Comissão Intereclesial de Justiça e Paz, dirigida pelo sacerdote marxista Javier Giraldo Moreno, deve ser objeto de uma exaustiva investigação por parte da Procuradoria. Essa ONG, pretensamente "humanitária", é mostrada pelas comunidades de Manuel Moya e Graciano Blandón como o elemento instigador desses assassinatos. Desde há doze anos os esforços de Moya e Blandón sempre encontraram a hostilidade mais brutal dessa ONG e da ONG canadense Brigadas Internacionais de Paz (BIP)-PASC Canadá.
Além de ser investigada, esta última deve ser expulsa do país. As ONGs estrangeiras que atuam na Colômbia devem ser não só irrepreensíveis desde o ponto de vista moral e legal, mas também parecê-lo. Esse não é o caso da BIP. Sua vinculação direta ou indireta com essa matança de colombianos (a investigação determinará o grau de compromisso da BIP nisso) a inabilita desde já a permanecer no território colombiano.
A matança de Curvaradó destrói outro mito que se pretendia inflar na Colômbia: o da probidade e seriedade da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Desde 2004, os líderes de Curvaradó e Jiguamiandó haviam pedido a esse organismo, baseado no pacto de São José da Costa Rica, que lhes outorgasse as mesmas garantias que esse organismo concedeu em 2003 aos deslocados representados pela ONG de Javier Giraldo. Os mártires de Curvaradó haviam feito essa viagem até a Costa Rica, em fevereiro de 2008, para expor seus pontos de vista e pedir essa proteção para as suas comunidades. Entretanto, a CIDH negou-se a fazer esse gesto simbólico. Numa coincidência alarmante, no mesmo dia em que Pablo Saavedra Alessandri, secretário da CIDH, enviou a Manuel Moya e a Graciano Blandón a notificação que nega essa proteção, eles e o filho de Blandón foram seqüestrados e assassinados na beira do rio Caño Claro.
Em seu vergonhoso despacho, a CIDH preferiu dar proteção às 161 famílias que a Comissão Intereclesial de Justiça e Paz diz representar, e negá-la às 231 famílias de Moya e Blandón. Para a CIDH, estas famílias carecem de "critérios de pertinência" suficientes, quer dizer, que essas vítimas dos violentos são uma espécie de "universo" inexistente. Pior: a CIDH estima que o perigo em que vivem essas comunidades não é extremo nem iminente. Essa é a justiça que a CIDH distribui. As altas instâncias da OEA deveriam revisar seu patrocínio ao estranho conclave de São José que decidem tais aberrações.
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