A negociação que garantiria a saída do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, da embaixada brasileira no país foi abortada na madrugada desta quinta-feira. Zelaya afirmou que o governo interino "abortou o processo que estava sendo promovido pelo México" para que ele pudesse deixar o país, ao exigir sua renúncia ao cargo de líder como condição para sua saída.
O presidente deposto fez a declaração à rede de televisão mexicana Televisa, após o ministro das Relações Exteriores hondurenho, Carlos López, afirmar que o pedido de salvo-conduto feito pelo México para que Zelaya pudesse viajar ao país foi negado. O chanceler garantiu, no entanto, que a possibilidade do documento ser concedido "segue em aberto".
O governo hondurenho "negou (o salvo-conduto) pela forma como foi feita a solicitação e pela falta de qualificação jurídica do tipo de asilo que lhe pretendiam conceder", explicou López à imprensa local. O chanceler não quis entrar em detalhes sobre os termos da solicitação mexicana. "Não quero me estender sobre esse tema porque diz respeito à relação bilateral entre os dois países. Posso dizer apenas que o pedido não reunia as condições apropriadas", justificou.
Em entrevista à versão hispânica da rede de televisão CNN, López afirmou, no entanto, que o governo de Roberto Micheletti aceitaria "com muito gosto" a concessão de asilo do México ao presidente deposto. Só que esta possibilidade já havia sido descartada por Zelaya, que não aceita deixar o país como exilado. À TV Telesur, o presidente deposto disse que não pediu asilo político a nenhum país. "Em caso de uma eventual saída de Honduras, ela ocorreria na qualidade de presidente dos hondurenhos."
Na noite de ontem, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil chegou a confirmar a iminente saída de Zelaya da embaixada brasileira em Tegucigalpa. Além disso, o encarregado de negócios da embaixada brasileira, Francisco Catunda, afirmou à Globonews que o presidente deposto havia aceitado um convite feito pelo presidente do México, Felipe Calderón, para se abrigar no país como um "hóspede de honra". Permaneceria, portanto, em situação análoga a que ele se encontra na Embaixada do Brasil.
Deposto em 28 de junho, Zelaya retornou para Honduras secretamente há três meses e meio. Desde então, Zelaya é hóspede da Embaixada do Brasil. Na semana passada, o Congresso de Honduras decidiu que Zelaya não retornará ao poder.
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