quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Cristina fala em 'nacionalizar' a mídia


Por Ariel Palacios

Estadão Online

A presidente Cristina Kirchner propôs ontem a "nacionalização" dos meios de comunicação, que, na sua visão, não têm atendido aos "interesses nacionais". Sem deixar transparecer intenções mais claras, contudo, Cristina foi enfática ao ressaltar que não pretende "estatizar" a mídia.

Segundo a presidente - que há dois anos alerta constantemente sobre um hipotético "golpe de estado" preparado pela mídia em conjunto com a oposição -, "seria importante nacionalizar os meios de comunicação para que eles tenham consciência nacional e defendam os interesses do país".

Ela criticou especificamente o fato de haver "tantos microfones e câmeras de TV sobre os problemas do crescimento econômico (de hoje)", enquanto os veículos da mídia "acobertaram, ignoraram e muitas vezes foram cúmplices da política de entrega e subordinação sem dizer uma só palavra ou tirar uma só foto".

"Às vezes penso que seria interessante nacionalizar; não estatizar. É melhor que isso fique claro para que amanhã ninguém dê uma manchete errada", destacou com o dedo em riste, sem explicar a sutileza.

Em várias outras ocasiões, Cristina acusara a mídia - especialmente os jornais Clarín e La Nación - de "cumplicidade com os interesses estrangeiros". Para ela, os jornais respaldam a suposta intenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) de controlar a política econômica argentina.

No discurso de ontem, Cristina mostrou-se como vítima da mídia ao afirmar que continuará apostando "nos interesses da Argentina" e no "modelo virtuoso" de sua administração, apesar do que chamou de "ataques dos meios de comunicação".

A presidente é conhecida por aproveitar qualquer cerimônia ou comício para lançar críticas contra o jornalismo. Ontem, as declarações sobre "nacionalização" da mídia foram feitas durante a inauguração de uma fábrica têxtil na cidade de Mercedes, na Província de Buenos Aires.

Recentemente, durante a cerimônia de ampliação da produção de um laboratório na cidade de La Plata aproveitou a exibição de vacinas antirrábicas para ressaltar que "muitos jornalistas deveriam tomar esta vacina".

A relação de Cristina e seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), com a mídia sempre foi tensa. Nos últimos sete anos os Kirchners favoreceram grupos de mídia alinhados com o governo com publicidade oficial, pressionaram jornais críticos e aprovaram - em meio a denúncias de compra de votos - uma polêmica Lei de Mídia, que restringe a atuação dos canais de TV e redes de rádio.

Leia Mais Aqui

Um comentário:

Adoniran disse...

Esta é outra desgraça que ocorre na america latina, iguais a lula,dilma,chavez,evo e correia.Querem calar a boca de toda a imprensa sulamericana,aquela que diz a verdade e desnuda a porcaria que estes porcos imundos comunas, do jaez de todos acima mencionados sao