domingo, 17 de outubro de 2010

Aliado de Dilma é suspeito em fraude, diz revista


Por Estado de S. Paulo

Estadão Online

Empresa subordinada à Eletrobrás teria sido usada para concessão de garantias de empréstimo externo para empresa privada de forma fraudulenta, de acordo com reportagem da revista "Época".

Por trás do esquema, aponta a revista, estaria Valter Luiz Cardeal Souza, presidente do Conselho de Administração da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), ligado política e profissionalmente à candidata petista Dilma Rousseff.

O banco de fomento controlado pelo governo da Alemanha Kreditanstalt für Wiederaufbau (KFW) estaria movendo um processo por danos materiais e morais contra a CGTEE por causa de um empréstimo internacional no valor de 157 milhões para a construção de sete usinas de biomassa de geração de energia no Rio Grande do Sul e no Paraná. A CGTEE teria dado as garantias ao banco de fomento alemão, em março de 2005, para a empresa Winimport construir as usinas.

A reportagem revela que, em 2007, quando a Winimport deixou de quitar parte do financiamento, o KFW procurou a CGTEE para cobrar as garantias e foi informado de que a estatal não tinha conhecimento desse aval. A Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe empresas do governo de serem fiadoras de empréstimos internacionais a empresas privadas.

Investigação da Polícia Federal, iniciada naquele ano e denominada de Operação Curto-Circuito, teria constatado fraude nas garantias, sumiço do dinheiro e envolvimento de nove pessoas. Elas respondem a processo por formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa e estelionato. O nome de Cardeal não consta entre os acusados no processo.

De acordo com a revista, que teve acesso ao processo do KFW contra a CGTEE, o banco alemão "afirma ter evidências de que Cardeal teria conhecimento, desde o início, da emissão de garantias ilegais e fraudulentas", para que as empresas privadas brasileiras obtivessem o empréstimo. Teria afirmado ainda, na ação, que a então ministra Dilma Rousseff teria tomado conhecimento do contrato em 30 de janeiro de 2006, durante um seminário, em Frankfurt, sobre investimentos em infraestrutura e logística no Brasil.

A reportagem informa que a assessoria de Dilma confirma a participação no seminário na Alemanha, mas nega ter visto apresentação sobre o negócio. Das sete usinas que seriam construídas, três pela Winimport e quatro pela empresa Hamburgo, cinco nunca teriam saído do papel e as outras duas estariam abandonadas, segundo a Época. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já teria multado a Winimport por atraso no cronograma de uma das usinas.

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