sexta-feira, 22 de outubro de 2010

FHC recriou a Petrobrás


Por Alberto Tamer




Está sendo cometida uma grande injustiça com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a respeito da Petrobrás. Neste clima político, querem reverter contra ele o enorme trabalho que fez para o Brasil ao abrir o capital da Petrobrás, em 1997, atenuando os efeitos nocivos do monopólio estatal do petróleo. Ele recriou e salvou a Petrobrás de si mesma. Antes de Fernando Henrique, a Petrobrás era um "petrossauro", um paquiderme pesado repousando em si mesma; ocupava espaço, não fazia e não deixava ninguém fazer. Hoje, é a quarta maior do mundo em valor de mercado e a oitava entre as empresas de capital aberto. Um novo orgulho para o Brasil.

Antes, era aquele pretexto tacanho e mesquinho, da "soberania nacional", resquícios ainda da era de "O petróleo é nosso". Na verdade, não era nosso, era da Petrobrás e sua corporação, que só investia pouco em pesquisa e extração, se concentrava no refino e na comercialização interna porque davam lucro. Por que gastar em pesquisa e produção se podia ganhar mais sem correr risco importando em dólares, refinando e vendendo em reais? Quando o câmbio lhe era desfavorável, recorria aos cofres do governo, seu grande acionista e proprietário, que a protegia de pai para filho. Era uma conta complicada e obscura que ninguém entendia. Nem o governo.

Fernando Henrique ousou. O ex-presidente teve a ousadia feliz de não acabar totalmente com os privilégios da Petrobrás, mas abri-la ao capital privado.

Gás, o esquecido. A Petrobrás reclamou, mas não só sobreviveu como cresceu, se fortaleceu, se agigantou diante da injeção de recursos privados e do desafio das empresas internacionais. Descobriu que não vinham "competir" com ela, roubar-lhe mercado, mas colaborar na pesquisa e extração de petróleo e gás. Este foi sempre o grande esquecido e rejeitado. A Petrobrás sentou-se sobre ele por décadas , nada fez e não deixou que alguém fizesse. Por quê? É simples: o gás competia com o óleo que lhe dava enorme lucro num mercado cativo...

O resultado dessa iniciativa de Fernando Henrique foi que a Petrobrás cresceu, e é hoje umas das maiores e mais respeitadas empresas mundiais de petróleo! Investe no Brasil e no exterior onde extrai e refina petróleo para os mercados interno e externo também. Essa é a Petrobrás renovada que o Brasil precisava. E hoje tem. De uma empresa acanhada, superprotegida, transformou-se na primeira grande multinacional brasileira respeitada no mundo todo. Obra do ex-presidente, que hoje querem esquecer.

Provava-se ali que, ao fechar o Brasil à tecnologia e ao capital externo, o governo não estava reduzindo, mas aumentando de forma assustadora a dependência do Brasil do petróleo externo, das mesmas empresas que ele impedia que o encontrasse aqui.

Poucos se lembram, mas foi nas duas crises do petróleo, 1973 (invasão árabe contra Israel) e 1979, (a revolução dos aiatolás no Irã) que se formou a brutal divida externa brasileira de mais de US$ 200 bilhões. O Brasil pedia dinheiro emprestado no exterior para pagar à vista o petróleo que escasseava no mundo, acumulando dividas astronômicos. Era a cega política de Geisel, o abastecimento, primeiro, o petróleo depois...

A farsa dos contratos de risco. Quando muito, ele permitiu a farsa dos contratos de risco quando se descobriu o petróleo de Campos. Sim farsa, porque os termos dos contratos davam à Petrobrás a escolha das melhores áreas, que ela conheciam mas não explorava, e deixava as piores para o setor privado, nacional ou estrangeiro. Resultado: não vieram como poderiam ter vindo. E, nas duas crises do petróleo, 1973 e 1979, era mais dependente do que nunca do petróleo importado... Daí o titulo do nosso livro Petróleo, o preço da Dependência, um retrato histórico.

Aqui de novo FHC. E só vieram mesmo, de verdade, depois que o ex-presidente Fernando Henrique abriu o capital da Petrobrás. E estão vindo cada vez mais, não para "roubar"o petróleo recém-descoberto, mas para compartilhar com o Brasil a receita do petróleo que encontrarem. A Petrobrás não foi "enfraquecida", pois será a única operadora, mas revigorada. Obra do ex-presidente que acusam agora de "privativista".

A história - e estou sempre disposto a recontá-la - mostra que foi Fernando Henrique quem recriou e salvou a Petrobrás, quem a tirou da modorra, da apatia do monopólio total para a do semi-monopólio (é isso mesmo, ainda hoje monopólio de fato!) para ser o que é. A quarta maior empresa mundial em valor de patrimônio e a maior multinacional brasileira.

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Um comentário:

Adoniran disse...

Serra pelo amor de Deus,esfregue nas fuças da dilma estes dados.