Estadão Online
A presença de autoridades cubanas em cargos estratégicos do poder na Venezuela no atual momento de crise pelo qual o país passa e a renúncia de alguns dos principais ministros e aliados do presidente Hugo Chávez demonstram a fragilidade do governo venezuelano, indicam especialistas.
Segundo o professor Ricardo Sennes, do curso de Relações Internacionais da PUC-SP, a convocação do comandante cubano Ramiro Valdés para aconselhar Chávez sobre a crise energética é um sinal de que o venezuelano não tem uma equipe de confiança no país, o que demonstra uma fraqueza em sua gestão. "A capacidade de gerenciamento de crises do governo de Hugo Chávez é muito pequena. Com o apoio que tem, não será possível controlar esses setores instáveis", disse o professor.
No início do mês, o governo da Venezuela decretou estado de emergência elétrica em todo o país e desde então tem realizado cortes de energia esporádicos, e esse foi o motivo para a chegada de Valdés, ministro da Tecnologia e presidente do Conselho de Ministros da ilha, o que não agradou nem a oposição e nem os aliados de Chávez.
O ministro da Saúde, Carlos Rotondaro, foi outro que se mostrou descontente com a presença dos cubanos - deixou a gestão chavista pelo fato de haver profissionais provenientes da ilha caribenha em altos cargos nos hospitais do país. Além de Rotondaro, Ramón Carrizález, ministro da Defesa e vice de Chávez; Yuribí Ortega, ministra do Ambiente; e Eugenio Vásquez Orellana, titular da pasta de Bancos Estatais, renunciaram aos seus cargos, o que mostra que o presidente da revolução bolivariana está perdendo apoio, de acordo com o professor Hector Saint-Pierre, coordenador do curso de Relações Internacionais da Unesp de Franca. "Essa fuga do Executivo mostra que há uma fratura interna, a própria estrutura do governo chavista está se rompendo", analisa o especialista.
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