terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Ciência financiada pelo livre mercado versus ciência estatal

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Em um livre mercado, a ciência se origina na mente de cada cientista em particular, que estudou e pensou sobre os problemas que lhe interessam. Agindo desta maneira, esses cientistas podem, de tempos em tempos, chegar a novas descobertas, as quais eles desenvolvem em maior profundidade, sempre verificando os resultados. No decurso de seu trabalho e na disseminação dos resultados, eles frequentemente precisam de mais financiamento, os quais eles próprios podem obter. Nesse caso, inspirados pelo valor que veem em seu trabalho, eles recorrem a outros indivíduos para tentar obter os fundos necessários, persuadindo-os a compreender a essência do seu trabalho e do seu valor.

Em um livre mercado, a principal fonte de financiamento seriam empresários ricos e herdeiros abastados. Em um livre mercado, não haveria impostos sobre a renda e nem sobre a herança, pois ambos são uma violação da liberdade do indivíduo gastar sua própria riqueza como melhor lhe aprouver. E pelo fato de não haver impostos sobre a renda e sobre heranças, não haveria nenhuma necessidade de se criar fundações e entidades que servem como meios de se evitar esses impostos. Tampouco haveria a necessidade de se nomear gestores com o poder de determinar como seriam utilizados os fundos de uma determinada pessoa. Desta forma, haveria um maior número de empresários e herdeiros abastados, que exerceriam total controle sobre seus próprios fundos. E um empresário não teria de se preocupar com a possibilidade de entrar em conflito com alguma agência reguladora que pudesse utilizar seu poder coercivo para prejudicar seus negócios - como, por exemplo, em retaliação ao seu apoio a algum projeto de pesquisa que fosse impopular ou tido como indesejado pelo governo.

Indivíduos em posse de uma quantidade substancial de riqueza, e com o total poder de determinar como ela será utilizada, é algo de vital importância. Isso porque não somente as novas ideias se originam nas mentes de alguns poucos indivíduos - que necessariamente precisam começar do nada qualquer tentativa de mudar a mentalidade e as ideias do resto da humanidade -, mas também porque a mudança na mentalidade das pessoas - fenômeno esse que necessariamente precisa ocorrer como consequência do esforço - é algo que acontece em ritmo gradual, uma mente de cada vez.

Um indivíduo entender algo novo e significativo não é uma tarefa fácil ou automática, mesmo na melhor das circunstâncias. Pois para o descobridor original deve ser um tanto quanto desencorajador pensar que há uma verdade significativa que, até o momento, em todo o mundo e em toda a história do mundo, apenas ele compreende. Um indivíduo assim precisa ter um nível considerável de confiança no poder e na confiabilidade de sua mente. Galileu, Newton, Pasteur, Edison - todos os grandes inovadores da ciência necessariamente estiveram nessa posição.

As primeiras pessoas a serem persuadidas da verdade e da importância de uma nova descoberta, além do próprio descobridor, precisam também ter um nível considerável de confiança no poder e na confiabilidade de suas próprias mentes. Afinal, a situação delas é clara: apenas elas e o descobridor compreendem essa verdade e o valor dela. Ambos precisam estar preparados para prosseguir baseando-se unicamente em seu próprio e independente julgamento de que a descoberta é de fato verdadeira e valiosa.

Em relação a isto, deve-se notar que mesmo a maior evidência e clareza de uma verdade nunca é uma garantia de que ela será aceita por um indivíduo. Existem tantas pessoas tão inseguras da sua própria capacidade de julgar a verdade, tão receosas da possível necessidade de ter de defendê-la em uma confrontação com terceiros - os quais, espera-se, irão discordar -, que sua reação à mais extremamente óbvia porém ainda não amplamente reconhecida verdade é que ela, com efeito, provavelmente não dever ser verdade, pois se fosse, já seria amplamente reconhecida e aceita. Para tais pessoas, a capacidade de reconhecer a verdade se dissolve quando não há a certeza de que praticamente todo o mundo está preparado para confirmá-la como verdadeira.

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