terça-feira, 16 de novembro de 2010

Chávez, o chefão da cocaína?


Por Roger F. Noriega

Mídia Sem Máscara

O presidente venezuelano Hugo Chávez deve estar muito preocupado com o fato de que um homem definido pelo presidente Obama como um dos mais importantes chefes do tráfico internacional de drogas, Walid Makled-Garcia, pode contar em breve a procuradores federais americanos tudo o que sabe sobre os altos membros do governo venezuelano que foram cúmplices em suas operações de tráfico de cocaína. O depoimento devastador de Makled-Garcia vem no vácuo de novos indícios do apoio de Chávez a grupos terroristas da Espanha, Colômbia e Oriente Médio e seu apoio ilegal explícito ao programa de armas nucleares do Irã. Lenta mas inevitavelmente, Chávez está sendo desmascarado como o cabeça de um regime criminoso.

De acordo com um uma acusação formal do governo federal, revelada em Nova Iorque terça-feira passada, de 2006 até agosto de 2010, Makled-Garcia trabalhou com membros do governo venezuelano no envio de toneladas de cocaína a partir de pequenas pistas de pouso naquele país para a América Central, México e por fim aos Estados Unidos. O procurador-público de Manhattan Preet Bharara chamou Makled-Garcia de "o chefe dos chefes." De fato, o Departamento de Justiça o apontou como "um alvo prioritário"; um dos traficantes de narcóticos mais perigosos e produtivos.
Makled-Garcia já foi conhecido como um dos empresários mais ricos da Venezuela. Ele entrou na mira das autoridades antidrogas americanas há um ano, quando suspeitou-se que ele estava usando os negócios de sua família na cidade venezuelana de Puerto Cabello e suas ligações com o exército venezuelano e traficantes colombianos para contrabandear cocaína. Com a cumplicidade ativa de dezenas de importantes autoridades venezuelanas, Makled-Garcia supostamente dirigiu uma rede de contrabando usando pistas de pouso em território venezuelano. A família também é acusada de estar envolvida em dezenas de assassinatos, incluindo o de um importante jornalista venezuelano e um traficante colombiano.

Com base em seu indiciamento, o governo colombiano prendeu Makled-Garcia em 18 de agosto e agora está analisando um pedido de extradição do réu. Enquanto isto, em uma entrevista à rede de TV colombiana RCN, na semana passada, Makled-Garcia disse ter provas bastantes de corrupção do narcotráfico no alto escalão do governo - inclusive vídeos e dados bancários - "para os Estados Unidos intervirem e invadirem a Venezuela, como fizeram com (Manuel Antonio) Noriega, no Panamá."

"Dei dinheiro a 15 generais venezuelanos," disse o prisioneiro de 41 anos à RCN. "Se eu for preso por causa de um (avião) DC-9 carregado de drogas vindo do Aeroporto Simón Bolivar, o general Hugo Carvajal [diretor da inteligência militar venezuelana], o general Henry Rangel Silva [chefe da inteligência interna], o general Luis Mota [comandante da guarda nacional] e o general Nestor Reverón [chefe da divisão anti-drogas] tem que ir para a cadeia pelo mesmo motivo."

Em uma entrevista ao jornal venezuelano El Nacional, mês passado, Makled-Garcia disse: "Como prova do que estou dizendo, tenho recibos e números de contas onde depositei dinheiro em nome de esposas, irmãos e irmãs" de "ministros, generais, almirantes, coronéis e cinco deputados da Assembléia Nacional."

Michele M. Leonhart, chefe da [agência nacional de combate às drogas] Drug Enforcement Administration emitiu uma declaração na quinta-feira, deixando claro que ela espera que Makled-Garcia seja entregue às autoridades americanas. "Devido ao trabalho excepcional de nossos parceiros na Colômbia e em outras partes, Makled-García está atrás das grades e aguardando a extradição para os Estados Unidos pelos crimes deste inquérito," ela disse. "Ele construiu um imenso império global do tráfico baseado em atividades criminosas. Sua prisão terá um impacto mundial no fornecimento de drogas e estamos comprometidos com a garantia de que ele vá à justiça nos Estados Unidos."

Chávez, é claro, está desesperado para pôr as mãos em Makled-Garcia. Ele apelou ao presidente colombiano Juan Manuel Santos para que mandasse o prisioneiro venezuelano para seu país de origem, onde ele seria sem dúvida silenciado pela polícia e juízes chavistas. É improvável que Santos arrisque a aliança de longa data de seu país com Estados Unidos enviando Makled-Garcia para qualquer parte que não eles. Além do mais, como signatário da Convenção contra a Tortura da ONU, o governo colombiano também deve dissipar as preocupações relativas aos direitos humanos estando determinados a que Makled-Garcia não seja submetido a tortura, como será, se for entregue à Venezuela.

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