Estadão Online
A greve de fome do dissidente Guillermo Fariñas, para pedir a libertação de 26 presos políticos que estão doentes nas detenções de Cuba, é notícia em todo o mundo. Mas em Santa Clara, onde o psicólogo e jornalista independente completou na quarta-feira um mês de jejum, a maioria dos moradores desconhece o assunto que colocou a cidade, de 200 mil habitantes e a 280 quilômetros de Havana, nas manchetes de jornais estrangeiros.
"Greve de fome? Aqui? Nunca ouvi falar disso", diz o estudante de eletrônica Henzi, de 22 anos - como todo cubano em contato com estrangeiros, ele prefere não revelar o sobrenome.
A reação de espanto dos moradores não surpreende. Na verdade, expõe a rígida censura imposta pelas autoridades cubanas às notícias que prejudicam o regime comunista da ilha. Em Cuba, só há imprensa ligada ao governo. O jornal oficial Granma falou sobre Fariñas em uma ou duas matérias, sempre desqualificando-o. O único jornal de Santa Clara, o semanário Vanguardia, ignorou o assunto.
Tanto as TVs quanto os jornais cubanos falam em "campanha midiática contra Cuba", mas evitam até mencionar nomes de quem é considerado dissidente para evitar que eles sejam conhecidos nacionalmente. "Somos os inomináveis", definiu ao Estado, com ironia, um dissidente político.
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