O Notalatina hoje volta a falar das FARC, conforme eu havia prometido. Antes, porém, quero agradecer de coração à generosidade dos leitores e amigos que têm feito contribuições voluntárias à manutenção deste blog. Que Deus os cumule de bênçãos e os faça abundatemente prósperos, não só material como espiritualmente. Ainda a respeito das doações, quero avisar que já foi acrescentado o nome do banco, no banner ao lado, e que em breve também terei PayPal, atendendo solicitações.
Mas vamos ao que interessa. Desde o início do ano passado as FARC, querendo parecer magnânimas aos olhos do mundo, informaram que iriam libertar o cabo Pablo Emilio Moncayo, que depois se estendeu ao soldado Daniel Calvo, o primeiro seqüestrado há 12 anos, além dos restos mortais do capitão Julián Guevara, morto por maus tratos e falta de assistência médica enquanto estava em cativeiro. A respeito deste capitão, podemos acusar, seguramente, que ele foi torturado lentamente e assassinado pelas "humaníssimas" FARC, pois nos relatos contidos nos livros "Lejos del Infierno", escrito pelos três norte-americanos libertados na "Operação Xeque", e "Operación Jaque", do Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido, todos coincidem em revelar com detalhes o sofrimento deste militar que padecia de tuberculose e uma enfermidade na perna mas, mesmo assim, tinha de fazer longas caminhadas pela selva carregando um pesado fardo nas costas. Sem repouso, tratamento médico e alimentação adequada, morreu à míngua em 2006, depois de estar cativo há 8 anos. O mais cruel nisso tudo é que sua mãe só soube que ele havia morrido quando os militares libertados informaram do ocorrido, pois as "humaníssimas" FARC apenas o enterraram em uma vala comum, livrando-se assim de um peso a mais para carregar.
Na ocasião em que as FARC fizeram este anúncio dizia-se que, até abril de 2009, o ato seria consumado. Já era por demais sabido do Governo e Militares da Colômbia, tanto daqueles estudiosos do tema, que isto era apenas uma modalidade de chamar novamente a atenção da mídia sobre si, além de jogar uma cortina de fumaça que lhes permitisse continuar com suas ações criminosas e jogar a culpa pela demora na entrega - que já estava planejada - no presidente Uribe. Dito e feito.
O ano inteiro passou-se e as FARC seguiram com seus atos terroristas, seus seqüestros, sua venda de drogas que lhe rendeu só no ano passado 8 bilhões de dólares. Nada mudou, nem uma só vírgula nesta prática abominável, apenas alguns novos atores entraram na cena patética, também buscando protagonismo e dividendos pessoais. Recorrendo apenas à memória, para não alongar muito o texto, só em dezembro as FARC seqüestraram e assassinaram brutalmente os líderes afro-descendentes Manuel Moya e Graciano Blandón, em 17 de dezembro, e em 22 do mesmo mês, o governador do Caquetá, Luis Francisco Cuéllar Carvajal, foi seqüestrado em sua casa em trajes de dormir, torturado, degolado e abandonado em uma estrada no mesmo dia do seqüestro. Tudo isto foi feito pela "Coluna Teofilo Forero".
E enquanto "agiam", estes monstros inventavam mil e uma desculpas para não cumprir a promessa, sempre alegando que a culpa era do presidente Uribe e suas Forças Militares; depois, vieram com exigências não só da participação do Bispo de Bogotá, como de uma força mediadora externa, além de sua porta-voz "Teodora Bolívar", alcunha da senadora Piedad Córdoba e da Cruz Vermelha Internacional. Aceitaram a participação - muito providencial - do Brasil mas até hoje não entregaram o documento autorizando a chancelaria brasileira. O presidente Uribe denunciou que a demora na entrega não era responsabilidade do Governo que havia aceitado todas as exigências feitas, e alegou que estava havendo uma manipulação eleitoral por parte das FARC e da própria Teodora, uma vez que as eleições estavam próximas.
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