Por Mario Guerreiro
Fico extremamente feliz em verificar que, após séculos de cultura intransigente e intolerante, os preconceitos e barreiras sociais vão sendo superados paulatinamente no Brasil. Demorou? Nunca é tarde demais para as grandes superações sociais!
Os homossexuais já não são vítimas passivas da homofobia: organizaram-se em quase toda parte e já lançaram seus brados de protesto nas Passeatas Gay, ocorrendo anualmente no Rio e em São Paulo. E com grande recepção do povo em geral composto de milhares de simpatizantes da causa.
Os detentos em presídios, que nada mais são do que meras vítimas da repressão da cruel sociedade capitalista –como bem asseverava Michel Foucault - já não ficam com suas famílias desamparadas, pois podem contar com o Auxílio Reclusão, uma quantia de R$ 752, 12, por cada filho, de acordo com a Portaria nº 48, de 12/2/2009, do INSS - uma medida socialmente justa, uma vez que a detenção os impede de trabalhar para sustentar suas famílias. E praticante de crimes hediondos também tem família!
Os não-brancos (id est: a extensa categoria incluindo negros, mulatos, pardos, índios, cafuzos, mamelucos, caboclos, extremo-orientais, etc.), que antes não tinham acesso à universidade por mero preconceito racial, agora já podem fazer os cursos tão desejados por eles, graças à Affirmative Action ou Ação Afirmativa - conhecida também como sistema de cotas – uma das poucas coisas boas importadas dos Estados Unidos, apesar dos contrários a abusivos transplantes ideológicos.
E isto malgrado mesmo os protestos dos reacionários de que tal medida - de alto alcance social, diga-se en passant - estaria ferindo gravemente a meritocracia e até mesmo a Constituição, uma vez que em seu capítulo destinado ao ensino ela diz explicitamente que o ingresso no ensino superior deve ser feito mediante avaliação da competência dos candidatos.
Ora, isto não é para ser tomado ao pé da fria letra: obviamente requer competente hermenêutica jurídica, para que seja desvelado o recôndito espírito da lei, malgrado os reacionários pedantes ficarem desperdiçando seu “latinorum” ao dizer, insistente e cansativamente, que in claris cessa interpretatio.
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