sexta-feira, 30 de abril de 2010

Guerrilha teria enviado dinheiro às Farc

Por Jamil Chade

A Verdade Sufocada

O Estado de S.Paulo

Três paraguaios com status de refugiado dado pelo governo brasileiro estariam transferindo 30% do que arrecadam com os sequestros no Paraguai para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A ONU promete investigar o caso e determinar por que o Brasil concedeu refúgio aos três.

A ONU promete investigar o caso e determinar por que o Brasil concedeu refúgio aos três.
A acusação do envolvimento dos refugiados com as Farc faz parte do pacote de informações que o Paraguai entregou ontem à ONU, pedindo que ela pressione o Brasil a mudar sua posição. Ontem mesmo, a organização pediu informações para seu representante no Brasil sobre o caso.

Há seis anos, os paraguaios Juan Arrom, Anuncio Martí e Víctor Colmán, ex-integrantes do grupo guerrilheiro Exército do Povo Paraguaio (EPP), receberam refúgio do Brasil, benefício concedido pelo Conselho Nacional de Refugiados (Conare). Com a proteção, eles não podem ser extraditados para o Paraguai. Assunção alega que os três são fundadores do EPP e coordenam as atividades do grupo no Brasil.

Dois deles moram em Curitiba e o outro, em Campo Grande. No sábado, o Congresso paraguaio aprovou, a pedido do presidente Fernando Lugo, o estado de exceção em cinco Departamentos (Estados), para facilitar o combate ao EPP.

Ontem, diplomatas paraguaios se reuniram com o alto comissário de refugiados da ONU, Antonio Guterres, ex-presidente de Portugal.

Agora, Guterres pedirá que seu representante no Brasil prepare um relatório sobre o caso para que se esclareçam os motivos que levaram o País a conceder o status de refugiado.

"É urgente retificar o erro do Brasil, que deu status de refugiado a essas pessoas", disse Carlos Fleitas, diretor do departamento legal da chancelaria paraguaia. Falando ao Estado, ele qualificou a decisão brasileira de "grave violação". "A condição de refugiado não pode significar impunidade", alertou. "Pedimos uma revisão da decisão. Temos provas de que não são perseguidos políticos, mas criminosos."

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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dilma mentira à outra

Por Luis Afonso Assumpção

Mídia Sem Máscara

Em 2002 os brasileiros foram apresentados a uma farsa chamada "Carta ao Povo Brasileiro" produzida para vender a idéia de que o PT mudou. A carta deu início a fase "Lulinha paz e amor" que acabou por fazê-lo ganhar as eleições para presidente naquele ano. A farsa iniciou-se pela suposta autoria de Lula da Silva: depois de oito anos, fica claro que Lula não tinha, como não tem, capacidade para produzir qualquer coisa parecida com aquele documento, que entre outras coisas proclamava: a população está esperançosa, acredita nas possibilidades do país, mostra-se disposta a apoiar e a sustentar um projeto nacional alternativo, que faça o Brasil voltar a crescer, a gerar empregos, a reduzir a criminalidade, a resgatar nossa presença soberana e respeitada no mundo.

Lula e o PT mentiram clamorosamente pois, em todo o seu governo, a única função exercida por Lula foi a de presidente do Foro de São Paulo.

Oito anos depois chegamos a mais uma sessão teatral, agora com requintes hollywoodianos: Dilma Rousseff, a candidata do PT, apresenta-se como a continuação do governo Lula. E que continuação! Pelo trailer, podemos imaginar um governo i-n-e-s-q-u-e-c-í-v-e-l.

primeiro grande esforço do marketing da campanha foi o de vender Dilma como uma "lutadora" pela democracia, perseguida injustamente pela ditadura, mas distante das armas. Mudou a postura. Antes de ser candidata, gaba-se de sua truculência militante ("Só pra saber que nunca fui uma menina cândida: eu sei montar e desmontar, de olhos fechados um fuzil automático leve. Tinha que ser rápido, muito rápido. E, se você quer saber, eu sei atirar"); Agora, fala que nunca participou de ações armadas e que não passava de subalterna no movimento. Novamente, aí temos problemas pois sua atuação já foi comprovada por outros testemunhos ("A Dilma era tão importante que não podia ir para a linha de frente. Ela tinha tanta informação que sua prisão colocaria em risco toda a organização. Era o cérebro da ação", diz o ex-sargento e ex-guerrilheiro Darcy Rodrigues).

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quarta-feira, 28 de abril de 2010

PP mais longe de Dilma

Assediado por Serra, PP fica mais longe de Dilma

Dcomércio.com.br


Além dos tropeços na campanha da pré-candidata Dilma Rousseff (PT), o governo federal deverá amargar a declaração de independência do PP na sucessão presidencial. Alvo do assédio da oposição, que deseja seu apoio para a candidatura do tucano José Serra, a Executiva do PP se reúne hoje para dar o primeiro passo oficial rumo à neutralidade.

A despeito de o PP integrar a base governista e comandar o poderoso Ministério das Cidades, seus dirigentes já avisaram que o partido só formalizará a decisão em junho e tende a dizer não para os dois candidatos. Isso facilitaria a montagem de suas alianças regionais, ora com o PT, ora com o PSDB.

Ontem mesmo, o governo já acusou o golpe. E reagiu. Os recursos federais para bancar as emendas dos parlamentares aliados começaram a ser pagos, numa tentativa de acalmar a base. A liberação da cota de R$ 3 milhões por parlamentar estava atrasada havia um mês.

"Não há o que fazer agora. A hora é de paciência, canja de galinha e sangue de barata", diz o líder do PP na Câmara, João Pizzolatti (SC), que aposta na neutralidade do partido, mas adverte que o que move todas as legendas é a expectativa de poder. "Não morremos de amor por ninguém. Vamos ver o que é melhor para o projeto do partido e isso vale nas parcerias estaduais e para a aliança nacional ", conclui o deputado Antônio Cruz (MS), que ontem discutiu a questão das coligações com o líder.

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terça-feira, 27 de abril de 2010

BELO MONTE: A ELEFANTA QUE PARIU UM RATO

Por Klauber Cristofen Pires

OpiniãoLivre.com.br

Ainda ontem um amigo meu me disse ter acessado o Google Earth e, tendo contemplado imagens noturnas dos diferentes países, confessado ter ficado pasmo com o brilho intenso de luz que exarava de países como os EUA, Japão e Europa, em contraste com a escuridão reinante na América do Sul, excetuada apenas por uns poucos pontos de concentração de luzes correspondentes aos maiores centros urbanos.

Então reflita leitor, por quê há tanta luz nestes países, tão visíveis a partir dos satélites? Eis a lógica do capitalismo, não uma lógica "fria", mas bastante "quente": luz para todos, muita luz, tanta quanta se queira pagar por ela. Simples assim: alguém que quer luz paga pelo seu fornecimento a quem se disponha a fornecê-la. E isto é tudo...

No Brasil que se jacta de seu potencial hidrelétrico, vive-se, literalmente, no escuro. Acender uma lâmpada dói muito no bolso e ligar um mero aparelho de ar-condicionado de 7.500 BTU's pode representar um acréscimo aproximado de duzentos a trezentos reais na fatura mensal. Neste país de desdentados que riem não sei do quê nas propagandas políticas, ainda se fala em tarifa social, enquanto os demais cidadãos pagam cerca de 42% de ICMS! Olha lá, não me venham os sabichões: as alíquotas são de 30% apenas nominalmente, pois são cobradas "por dentro", o que significa uma alíquota percentual real de mais de 42%! Façam as contas! E haja blecautes e apagões, a nos destruir os aparelhos, a nos deixar trancados nos elevadores e a queimar os fusíveis da nossa paciência.

Lendo os jornais, tomo conhecimento de que cerca de 15 ações judiciais ainda haverão de tramitar contra a construção da usina termelétrica de Belo Monte, denunciando o caos jurídico contumaz, que já não se entende, de tão complicado e contraditório.

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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Os que têm tudo e os que nada têm

Por Suely Caldas

Estadão Online

O mapa brasileiro de políticas públicas sociais divide o País em dois grupos: os que gritam, esperneiam e conseguem o que querem e a maioria desorganizada, excluída e silenciosa, que quase nada tem, nem mesmo meios para tentar conseguir. Enquanto o governo propõe e o Congresso aprova doar R$ 15 milhões para a União Nacional dos Estudantes (UNE) construir sede nova e distribui R$ 64 milhões entre seis centrais sindicais de trabalhadores, crianças indígenas morrem de anemia e desnutrição e metade dos trabalhadores continua sem previdência, sem férias remuneradas, sem jornada de trabalho definida e sem 13.º salário.

Todo mundo sabe que o Brasil gasta mal na área social, é um problema antigo e o diagnóstico é velho e conhecido. Nos últimos 15 anos esse mal vem lentamente sendo corrigido com políticas sociais focalizadas na pobreza que têm mostrado eficácia: a Aposentadoria Rural, o Benefício de Prestação Continuada e o Bolsa-Família tiraram da miséria 22,5% da população. Apesar disso, o Brasil continua muito pobre. Enquanto persistirem desigualdades e a miséria não for erradicada, as políticas sociais precisam focalizar a parcela mais pobre da população. Fora isso, é dispersão sem razão, é desperdiçar dinheiro público com grupos sociais de classe média já contemplados, que querem sempre mais e fazem dos governantes e da classe política aliados e cúmplices para conseguir mais e mais verbas - muitas vezes desviadas para finalidades suspeitas.

A pesquisa Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas, publicada sexta-feira (23) no Estadão, denuncia um quadro desalentador: na Região Norte, 66% das crianças índias de até 5 anos sofrem de anemia - 16 vezes além do limite definido pela Organização Mundial da Saúde. A anemia infantil nasce no ventre da mãe, já que a doença atinge 44,8% das mulheres grávidas. Sem saneamento e sem serviços de saúde, a maioria das crianças padece de diarreia e doenças respiratórias. A desnutrição é outro problema: em 2005, mais de 20 crianças das tribos guaranis e xavantes morreram de desnutrição e, no ano seguinte, mais 20 xavantes morreram no norte de Mato Grosso.

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domingo, 25 de abril de 2010

Um resgate da história do PT

Por Rodrigo Silveira

Visão Independente

1985 - O PT é contra a eleição de Tancredo Neves e expulsa os deputados que votaram nele.

1988 - O PT vota contra a Nova Constituição que mudou o rumo do Brasil.

1989 - O PT defende o não pagamento da dívida brasileira, o que transformaria o Brasil num caloteiro mundial.

1993 - Itamar Franco convoca todos os partidos para um governo de coalisão pelo bem do país. O PT foi contra e não participou.

1994 - O PT vota contra o Plano Real e diz que a medida é eleitoreira.

1996 - O PT é contra a reeleição. Hoje defende.

1998 - O PT vota contra a privatização da telefonia, medida que hoje nos permite ter acesso a internet e mais de 150 milhões de linhas telefônicas.

1999 - O PT é contra a adoção do câmbio flutuante.

1999 - O PT é contra a adoção das metas de inflação.

2000 - O PT luta ferozmente contra a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal que obriga os governantes a gastarem apenas o que arrecadarem, ou seja, o óbvio que não era feito no Brasil.

2001 - O PT é contra a criação dos programas sociais no governo Fernando Henrique. Bolsa Escola, Vale Alimentação, Vale Gás, PETI e outras bolsas são classificadas como esmolas eleitoreiras e insuficientes.

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sábado, 24 de abril de 2010

Ciro Gomes, fator imponderável

Por Nivaldo Cordeiro

Mídia Sem Máscara

O site do IG trouxe agora o destaque das declarações de Ciro Gomes, praticamente confirmando que foi abandonado pelo PSB e pelo PT, não havendo como manter a candidatura à Presidência da República. Penso que ao observador não deve escapar o fato, relevante em si. Ciro Gomes é um cacique diferente, genioso, agressivo, de perfil ideológico indefinido, camaleônico. Não devemos nos esquecer de que Lula deixou de viajar ao exterior quando tentou, em Recife, convencer o deputado cearense a abandonar a disputa, em fevereiro último.

Naquela data Lula padeceu de "cirose" aguda, que Ciro Gomes é língua solta e temerário e não respeita ninguém. A viagem foi proibida pelo médico presidencial. Não é fácil dizer não a Ciro Gomes sem tomar sopapos.

Como Ciro reagirá a esse fato? Vimos que a recente visita que Dilma Rousseff fez a terras cearenses não foi um passeio no parque. O governador Cid Gomes, seu irmão, ignorou-a. É provável que o PT tenha perdido o palanque no Estado do Ceará, assim ajudando enormemente à candidatura adversária, fraca no nordeste.

A proximidade de Ciro Gomes com Tasso Jereissati, senador do PSDB e seu padrinho político, a quem já declarou apoio e por quem fará campanha, é um complicador adicional. É bem verdade que a manutenção da sua candidatura prejudicaria enormemente os planos do PT, que o incentivou tão somente visualizando a possibilidade de fustigar José Serra em São Paulo. O plano não deu certo e agora a cúpula petista terá que domar a fera. Não creio que Ciro Gomes queira romper com o PT, mas se Serra crescer nas pesquisas, como de fato tem crescido, a tendência é de uma composição com os correligionários de Tasso Jereissati.

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Dois conceitos de liberdade

Por Gabriela Calderón

OrdemLivre.Org

Esse é o título ["Two Concepts of Liberty"] de um ensaio escrito por Isaiah Berlin em 1958, que esclarece por que pessoas que adotam posturas políticas tão diferentes podem dizer que o fazem em defesa da mesma coisa: a liberdade. Estarão falando da mesma liberdade aqueles que defendem um controle do estado sobre a imprensa e aqueles que defendem uma imprensa livre de intromissão estatal? Não, e é aí que Berlin ajuda muito analisando dois conceitos: liberdade negativa e liberdade positiva.

A negativa é a liberdade do indivíduo para escolher como administrar sua vida sem coação de outros. A positiva é o desejo desse indivíduo de ser seu próprio senhor, livre de qualquer força externa, o que é bom porque inclui o desejo dos indivíduos de melhorar sua qualidade de vida.

O conceito de liberdade negativa parte da ideia de que vivemos em um mundo em que realizar um fim implica o sacrifício de outros fins (o "custo de oportunidade"), e é por isso que, diz Berlin, "os homens dão tanto importância à liberdade de escolher".

O conceito de liberdade positiva, segundo Berlin, pode resultar na busca da concentração de poder, ao se considerar a coação como uma ferramenta necessária para organizar a sociedade para a consumação de um objetio determinado. O "bem viver", a igualdade, a felicidade, etc. são todos objetivos que podem ser eleitos como prioridade por aqueles que detêm o poder. Mas não esqueçamos que perseguir um único objetivo como sociedade elimina a liberdade do indivído de escolher por si mesmo. Ademais, não confundamos as coisas, dizia Berlín, "A liberdade é a liberdade, não a igualdade, ou a justiça, ou a cultura, ou a felicidade humana, ou uma consciência tranquila. Se a minha liberdade, ou a de minha clase ou nação, depende da miséria de muitos outros seres humanos, o sistema que promove isso é injusto e imoral."

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

SERRA x DILMA

Por Nivaldo Cordeiro

Blog do NIVALDO CORDEIRO

Os primeiros movimentos da campanha eleitoral têm me surpreendido. O candidato Serra tem se mostrado muito habilidoso com as palavras e na costura política. Sua tarefa principal tem sido colocar a seu lado o governador Aécio Neves e parece ter sido bem sucedido no intento até agora.

O ponto mais positivo de José Serra tem sido o fato de destinar seu discurso à sociedade em geral. Tem trabalhado de forma competente os formadores de opinião. Tem dado brilho de estadista ao que diz. Tão notável tem sido o discurso que até mesmo os jornais alinhados com o PT, como o Estadão, estão dando-lhe ressonância positiva. Resta saber se esse apoio se manterá ao longo da campanha.

Dilma adotou um discurso oposto, juntamente com seu padrinho Lula. Tem feito um discurso dirigido aos cabos eleitorais, ao partido e aos burocratas do governo a ele ligados. Discurso redundante e inútil para comover o público em geral. Na verdade, esse tem sido o roteiro de todas as campanhas do PT, com exceção daquela de 2002, quando surpreendeu o Brasil com a famosa Carta ao Povo Brasileiro. Este documento, na prática, aboliu todas as promessas do partido e destinou-se ao público formador de opinião e às elites em geral.

Parece não haver espaço para movimento semelhante agora, até porque os dois últimos anos do governo Lula têm revelado a verdadeira face do PT, o seu radicalismo revolucionário. As conferências nacionais, como a recém feita sobre Educação e a famigerada dos Direito Humanos, colocaram o eleitorado em alerta contra o potencial de radicalização.

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quinta-feira, 22 de abril de 2010

A LÍNGUA DE SOGRA DO MST

Por Percival Puggina

Blog do
Percival Puggina

Imagine se os traficantes de droga, como forma de ampliar o número de usuários, criassem um mês de promoções, tipo “Seu pó a preço de farinha!”, ou “Compre uma pedra e leve duas!”. E suponha que esses fatos fossem abordados com naturalidade pela mídia e pelos poderes de Estado. Ou, então, imagine que os ladrões de carro programassem ações em âmbito nacional, como, por exemplo: “Curta a primavera andando a pé”, e realizassem um grande tour de force para aumentar o furto de veículos. E as autoridades não esboçassem reação alguma. Escândalo?

Pois é isso que acontece em nosso país, há mais de uma década, no mês de abril. O MST, nestes dias que correm, rememora os episódios de Eldorado dos Carajás com um Abril Vermelho, desencadeando operações agressivas que incluem invasões de propriedades privadas e de prédios públicos e bloqueio de ruas e estradas. Até o último fim de semana, o mês em curso já contabilizava 42 ações praticadas em 16 estados. E tudo é considerado muito normal, porque, afinal de contas, trata-se de um movimento social cuja conduta criminosa não pode ser criminalizada sem grave ofensa a... A que mesmo? Ao direito de invadir? Ao direito de prejudicar o trânsito? Ao direito de destruir os bens alheios? Ao direito de cometer crimes e permanecer incógnito?

Note-se que não estamos perante uma gama de atividades lúdicas do tipo “Passe um dia no campo com o MST”, ou de celebrações cívicas, a exemplo das que são promovidas em lembrança às vítimas da Intentona Comunista de 1935. Não, não é isso. Em abril, o MST eleva o tom daquilo a que se dedica durante o ano inteiro: a ação destrutiva imposta pelo DNA dos movimentos revolucionários. Trata-se de destruir o direito à propriedade privada, os bens alheios e as instituições do Estado Democrático de Direito – entre elas o conjunto dos poderes de Estado. E de fazê-lo com a leniência deles, verdadeiros bobos da corte do movimento. Distraídos, como quase sempre, os Três Poderes (qualquer semelhança com Moe, Larry e Curly, os Três Patetas, corre por conta do leitor), vão da tolerância à inação, da perda de vigor à flacidez extrema. Sabem por quê? Porque eles supõem, no Olimpo onde vivem, que o movimento se volte apenas contra os “poderosos latifundiários do agronegócio”. No entanto, de modo muito especial, é para cada um deles, mais do que para proprietários e propriedades, que o MST e organizações conexas apontam as línguas de sogra de seu deboche.

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quarta-feira, 21 de abril de 2010

PAC: GRANDES INVESTIMENTOS OU “MARKETING”?

Por Darcy Francisco Carvalho dos Santos

OpiniãoLivre.com.br

O denominado Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), quando lançado em 2007, previa investimentos de R$ 503,9 bilhões, no período 2007-2010, dos quais apenas R$ 67,8 milhões, ou 13,5% seriam oriundos do Orçamento da União. O restante, na ordem de R$ 436,1 bilhões seria aplicado por estatais, empresas privadas e outros entes governamentais.

Nos investimentos do PAC estão incluídas também as obras ou aquisições patrimoniais financiados por organismos federais, onde existe a obrigação de devolução futura dos valores recebidos pelos tomadores dos empréstimos, acrescidos de juros.

Quando se observa os investimentos realizados pelo Governo Federal, com recursos do orçamento geral, constata-se que eles são reduzidos e declinantes, não atingido 1% do PIB, em média, se considerarmos o período 1991-2009.

No entanto, dimensionar exatamente o montante dos investimentos feitos pelo Governo Federal não é uma tarefa fácil, por dois motivos: O primeiro deles é que uma parte é feita com recursos transferidos aos entes subnacionais, que registram em suas contabilidades como investimentos seus, gerando dupla contagem. Excluindo essas transferências, o valor dos investimentos diretos do Governo Central ficou em torno de 0,4% a 0,5% do PIB, entre 1995 e 2009.

O outro motivo que dificulta a apuração do montante de investimentos é a grande quantidade realizada em restos a pagar, já que as dotações próprias do exercício apresentam baixo grau de realização. Por exemplo, entre 2007 e 2009, em pleno período de vigência do PAC, a despesa liquidada foi de apenas 23,7% da dotação, em média. Como se sabe, despesa liquidada é despesa em condições de ser paga, sem que seja necessariamente paga.

Por outro lado, no mesmo período, 55,4% da dotação, em média, foi registrada em restos a pagar não processados, situação em que os empenhos podem ser anulados, porque ainda não houve a prestação do serviço ou a entrega do material correspondente (Tabela 1).

Tudo isso está a indicar deficiências de planejamento, pela ocorrência de dotações orçamentárias que não são realizadas e a execução de um orçamento paralelo constituído de restos a pagar.

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terça-feira, 20 de abril de 2010

O Patrulhamento Petralha

Globo tira campanha do ar após ser acusada de propaganda subliminar pró-Serra

Estadão Online

Por Keila Jimenez e André Mascarenhas

Antes de completar 24 horas no ar, a campanha institucional em comemoração aos 45 anos da TV Globo foi retirada da programação por decisão da emissora. Motivo: declarações na web de pessoas ligadas à campanha da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, acusando o jingle de embutir, de forma disfarçada, propaganda a favor do pré-candidato do PSDB, José Serra.

A polêmica começou depois de blogueiros traçarem um paralelo entre trechos do jingle da Globo e o slogan da pré-campanha de Serra, “o Brasil pode mais”. No comercial, atores e jornalistas da emissora repetem frases como “todos queremos mais”, “emoção? Mais!”, “educação, saúde, e, claro, amor e paz. Brasil? muito mais”.

O assunto repercutiu no Twitter. O coordenador da campanha online de Dilma, Marcelo Branco, foi um dos que repassaram um dos textos sobre a campanha. Mais tarde, ele procurou contornar: “Sobre o Jingle da Globo: meu RT e comentários foram de caráter pessoal. Eu não falo em nome da Dilma e nem da coordenação”, escreveu em seu microblog. Na linguagem do Twitter, RT significa repassar uma informação de um outro internauta.

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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Políticas conciliatórias levam ao socialismo

Por

Instituto Ludwing Von Mises Brasil

O dogma fundamental seguido por todas as matizes de socialismo e comunismo é que a economia de mercado - ou capitalismo - é um sistema que prejudica os interesses vitais da imensa maioria das pessoas para o benefício exclusivo de uma pequena minoria de individualistas insensíveis. É um sistema que condena as massas a um crescente empobrecimento. Produz miséria, escravidão, opressão, degradação e exploração do trabalhador, ao mesmo tempo em que enriquece uma classe de parasitas ociosos e inúteis.

Essa doutrina não foi criada por Karl Marx. Ela já havia sido desenvolvida muito antes de Marx entrar em cena. Seus mais eficientes propagandistas não foram os autores marxistas, mas homens como Carlysle e Ruskin, os fabianos britânicos, os professores alemães e os institucionalistas americanos. E é um fato muito interessante que os poucos economistas que ousaram contestar a veracidade desse dogma foram rapidamente silenciados e tiveram seus acessos impedidos às universidades, à imprensa, à liderança de partidos políticos e, acima de tudo, aos cargos públicos. A opinião pública, por sua vez, também já aceitou sem quaisquer reservas a condenação do capitalismo.

Socialismo

Porém, é óbvio, as conclusões políticas práticas que as pessoas tiraram desse dogma não são uniformes. Um grupo declarou que há somente uma maneira de acabar de uma vez por todas com esses malefícios: abolindo o capitalismo por completo. Eles advogam a substituição do controle privado dos meios de produção pelo controle público. Eles visam o estabelecimento do que se convencionou chamar de socialismo, comunismo, planejamento central ou capitalismo de estado. Não mais devem os consumidores, por meio de suas decisões de comprar ou não comprar, determinar o que deve ser produzido, em qual quantidade e com qual qualidade. Doravante uma autoridade central deve dirigir todas as atividades voltadas para a produção.

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sábado, 17 de abril de 2010

Venezuela no reino do "sim, senhor"

A Verdade Sufocada

O Globo

Hugo Chávez não tem limites em seu desvario de criar na Venezuela um regime cada vez mais parecido com o cubano. Desde que, certamente, não haja risco de os Estados Unidos imporem um embargo econômico ou deixarem de comprar seu petróleo sulfuroso.

O contraste entre a ideologia do tempo das cavernas de Chávez, o tal “socialismo bolivariano”, e o dinamismo da sociedade civil venezuelana é de arrepiar. Em ato digno de figurar num documentário sobre ditaduras latinoamericanas, ele escolheu o 13 como “Dia da Milícia Bolivariana, do Povo em Armas e da Revolução de Abril”, comemorando oito anos de sua volta ao poder após a tentativa de golpe de 2002. Para coroar a data, tomou juramento de 30 mil milicianos armados para defender “a pátria de Bolívar, a revolução socialista”.

A meta do regime chavista é armar 1 milhão de pessoas (o país tem 28 milhões), formando o quinto braço das Forças Armadas, ao lado do Exército, da Guarda Nacional, da Marinha e da Aeronáutica. Chávez comanda este show de mobilização popular porque, diz, o país está sob ameaça, e ele mesmo pode sofrer um atentado a qualquer momento.

As milícias, discursou o presidente no ato do dia 13, lutarão “até libertar a Venezuela”.Retoricamente, ele mesmo perguntou: “De quem?” E respondeu: “Dos ianques, da burguesia.” Esta prometeu varrer se “aventurar-se em outro golpe de Estado” (referindo-se a 2002).

O mais espantoso foi o que declarou a seguir, referindo-se às eleições do dia 26 de setembro, que, ao que tudo indica, não serão tão fáceis para seus candidatos. Chávez declarou que “a burguesia” também será “varrida” caso receba mais votos que o seu partido, o Socialista Unido da Venezuela (PSUV). “Não podemos permitir que a burguesia ocupe espaços na Assembleia Nacional. Toda a Assembleia deve ser do povo”, sentenciou. Depreende-se, então, que no país do “sim, senhor” pode haver eleições, desde que o caudilho ganhe. Apesar de tudo, para o presidente Lula, na Venezuela “há democracia demais”. A imprensa crítica é perseguida implacavelmente — a rede RCTV foi fechada, assim como dezenas de emissoras de rádio. Mas, para o assessor de política externa de Lula, Marco Aurélio Garcia, “há liberdade de expressão”.

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José Serra lidera pesquisa presidencial

Serra mantém dianteira sobre Dilma, diz Datafolha

Folha Online

Pesquisa Datafolha mostra José Serra (PSDB) com 38% das intenções de voto ante 28% de Dilma Rousseff (PT). É a primeira enquete após o lançamento da candidatura tucana, no sábado passado. No fim de março, Serra e Dilma tinham, respectivamente, 36% e 27%.

Pela primeira vez Marina Silva (PV) aparece numericamente atrás de Ciro Gomes (PSB), embora do ponto de vista estatístico ambos estejam empatados.

A pesquisa, registrada sob o número 8.383/2010, foi realizada nos dias 15 e 16 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Confrontos por terra tornaram-se mais frequentes no governo Lula

Por Roldão Arruda

Estadão Online

Nos últimos 25 anos, o período com o maior número de conflitos agrários no País foi o do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com estudo divulgado ontem pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), a média anual de conflitos registrados entre 2003, quando Lula assumiu, e 2009 chegou a 929.

O recorde anterior havia sido observado no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, com a média de 800 conflitos por ano. "O período entre 2003 e 2009 é claramente o de maior conflitividade desde o início da redemocratização do País, em 1985", disse o geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves, pesquisador da Universidade Federal Fluminense e autor do estudo que aponta o grau de tensão no campo em diferentes fases da história recente do País.

Assessor do setor de documentação da CPT, Porto-Gonçalves lastreou seu trabalho em séries estatísticas produzidas pela instituição. Para fazer sua análise, ele dividiu a história recente do País em cinco períodos - de acordo com ciclos de ações dos movimentos sociais e da vida democrática. O primeiro, de 1985 a 1990, é o período imediatamente após a ditadura militar, quando a violência no campo atinge o maior volume de assassinatos já registrado na história recente. Foram quase 130 mortes por ano naquela época, quando existia uma grande expectativa de mudança, em meio aos debates da Assembleia Constituinte.

No segundo período, de 1991 a 1995, a democracia se consolida e os movimentos de sem-terra ganham força. O terceiro período dura de 1996 a 2000. É quando, sob o governo de Fernando Henrique Cardoso, os sem-terra se tornam mais ousados e promovem a maior onda de invasões de terras já registrada.

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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Glenn Beck mostra as raízes socialistas de Obama

Por Peter J. Smith

Tradução:
Julio Severo

Mídia Sem Máscara


O comentarista conservador Glenn Beck revelou em seu programa de televisão da FOX News que a criação do presidente Obama foi imersa em socialismo, a principal ideologia política que, conforme argumenta Beck, formou o homem que deixou claro que ele pretende "transformar os EUA de modo profundo".

Embora Beck tenha várias vezes frisado que ele não estava atacando a família de Obama, ele disse que os americanos precisam conhecer as bases filosóficas da vida de Obama e que "a tragédia da infância desse menino é chocante".

"Seus pais pareciam colocar políticas radicais acima de qualquer outra coisa, inclusive seu menininho", disse Beck. "Quantos de nós fomos abandonados por causa de uma política ou teoria política marxista? Isso não aconteceu com o pequeno Barack Obama uma vez, mas duas vezes. Seu próprio pai e sua mãe lhe fizeram isso".

Beck descreveu o pai de Obama, também chamado Barack Obama, como "um comunista roxo", que abandonou seu filho que tinha só dois anos para prosseguir sua educação em Harvard como economista e então voltar para o Quênia como burocrata. O pai de Obama aconselhou ao governo do Quênia redistribuir a renda por meio do aumento de impostos, e também costumava citar Marx para expressar sua desconfiança do sistema capitalista.

Com relação a Stanley Ann Dunham, a mãe do presidente americano, Beck disse que uma amiga de Dunham a descreveu como "fellow traveler" - uma palavra código em inglês para designar marxistas ferrenhos - e ela era adepta da "Teoria Crítica", que Beck descreveu como "marxista ao extremo".

Beck apontou para o fato de que em sua autobiografia "Dreams of My Father" o próprio Obama descreveu sua mãe como "a figura dominante nos anos da minha formação", e disse que "os valores que ela me ensinou continuam a ser meu padrão quando tenho de lidar com as palavras das políticas.

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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Tirar o Brasil do vermelho!

Ruralistas: 'Vamos tirar o Brasil do vermelho'

Dcomércio.com.br

Agências - 13/4/2010

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reagiu ao chamado "abril vermelho 2010" – mobilização organizada pelo Movimento dos Sem-Terra (MST) que prevê ocupações de fazendas e órgãos públicos ao longo deste mês – e encaminhou ontem ao Ministério da Justiça um documento com propostas mais severas de combate a invasões. Nos próximos dias, a entidade lançará uma campanha nacional contra as ocupações de terra. Com o tema "Vamos tirar o Brasil do vermelho. Invasão é crime'', a CNA transmitirá imagens de invasões de fazendas e de depredações de propriedades rurais na TV, em cinemas e em espaços de grande circulação popular, como terminais rodoviários e aeroportos.

O primeiro item do documento sugere a criação do Plano Nacional de Combate às Invasões de Terra, nos moldes do que foi feito para tentar eliminar o tráfico de drogas e a pirataria. De acordo com a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (DEM-TO), a hora é de definir medidas e estratégias para prevenir as invasões. "Não é o uso da violência. Precisamos que o governo sinalize que está preocupado com a questão das invasões de terras. Só essa sinalização já pode conter as invasões", afirmou a senadora, que ainda pretende se reunir com o ministro da justiça, Luiz Paulo Barreto.

A CNA pede, ainda, que o Ministério da Justiça encaminhe ofício aos governadores dos Estados mais prejudicados pelas invasões do "abril vermelho", para atuar preventivamente e evitar esse tipo de delito. "A Força Nacional de Segurança Pública precisa estar à disposição dos Estados para impedir novas invasões de terras. O governo precisa garantir o Estado de Direito e combater essa quadrilha organizada", disse a senadora.

Além disso, Kátia Abreu solicitou que a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal atuem de forma preventiva, detectando possíveis invasões e contendo o movimento. "É dever do Estado proteger os cidadãos antes que o problema ocorra. Os produtores rurais estão cansados do 'abril vermelho', 'carnaval vermelho' e do 'Natal vermelho'", disse ela, lembrando que nos últimos anos foram 3.600 invasões.

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terça-feira, 13 de abril de 2010

Opositores bolivianos fogem do país

Por Ruth Costas

Estadão Online

Bolivianos dissidentes estão formando, em países como o Peru, o Brasil e os EUA, uma cada vez mais numerosa comunidade de exilados. A oposição acusa o governo de perseguição política e compara a situação com a de Cuba, após a revolução, e a da Venezuela, nos últimos anos.

O presidente Evo Morales diz que os que estão saindo do país são fugitivos – criminosos procurados pela Justiça. O fato é que desde 2006, quando Evo assumiu seu primeiro mandato, 140 opositores deixaram a Bolívia, segundo o jornal La Razón, de La Paz.

Só no período que antecedeu as eleições regionais do dia 4, foram dez opositores, entre eles o candidato à prefeitura de La Paz, Guillermo Fortún, que pediu asilo político ao Peru, mas teve a solicitação negada. Também estão entre os que deixaram o país o ex-governador de Cochabamba Manfred Reyes Villa, o ex-governador de La Paz José Luis Paredes, o ex-presidente do comitê cívico de Santa Cruz Branko Marinkovic e dezenas opositores da região de Pando, refugiados no Acre.

A debandada ocorre porque foram abertos contra esses opositores processos pelos mais variados tipos de delitos ­– desde “corrupção” até “aquisição ilegal de terras”, “sedição”, “genocídio” ou “terrorismo”. A possibilidade de que tenham um julgamento justo está sendo bastante questionada desde que Evo nomeou por decreto (ainda que provisoriamente) 18 juízes para os principais tribunais do país. Alguns dos magistrados são até filiados ao seu partido.

Entre os opositores processados, há casos de figuras complicadas – que aparentemente têm um histórico de corrupção, por exemplo. Mas outras são mesmo vítimas de perseguição política”, diz o cientista político Gonzálo Chávez, da Universidade Católica Boliviana. “A questão é que, como Evo controla tanto a Justiça como o Congresso, nenhum opositor na Bolívia tem a garantia de que será julgado de forma justa e de acordo com leis justas. Quando o processo é aberto, a maior parte prefere fugir.”

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segunda-feira, 12 de abril de 2010

A função social da propriedade e o movimento revolucionário

Por Percival Puggina

Mídia Sem Máscara

Creio que a melhor maneira de se compreender o significado da função social da propriedade é perceber o que acontece quando morrem os idosos. As pessoas adquirem ao longo da vida conhecimentos e experiências que as transformam em fonte de sabedoria e conselho para familiares e amigos. De repente, esses bens imateriais se perdem. A morte interrompe o cumprimento da valiosa função social que exerciam. Ou seja, nem os conhecimentos que possuimos estão isentos da função social.

Creio que a experiência descrita, tão comum no convívio humano, ajuda a dar nitidez esse atributo que é a função social. A consulta ao dicionário esclarece o conceito de atributo: "aquilo que é próprio de um ser". Por isso, julgo importante indagar se a função social é atributo da propriedade, como normalmente se afirma, ou do bem em relação a qual ela se exerce, como acredito que seja. E explico. A árvore de uma floresta ou a floresta inteira tem função social? Parece óbvio que sim. E se a área onde elas estão for devoluta, não tiver dono, persiste a função social de uma e de outra? Também. Sou levado a crer, portanto, que a função social é atributo do objeto possuído e não da propriedade. Quem adquire a posse do objeto leva com ele esse atributo que muito provavelmente é a própria razão de ser da aquisição. Com efeito, se o bem não tiver utilidade social, o investimento feito para adquiri-lo perde muito de seu sentido. Creio que essa constatação serve para mostrar que a função social da propriedade não é ônus, mas bônus.

Por que, então, o discurso esquerdista se empenha em apresentar a função social da propriedade como um encargo, um gravame, uma guilhotina que a Constituição Federal de 1988 colocou nas mãos jacobinas do MST? Ora, para os movimentos comunistas contemporâneos, tudo que possa ser usado para inibir o direito à propriedade privada é incenso queimado no altar da revolução por mais que os bens sob regime de propriedade coletiva ou pública descumpram sua função social nas barbas da freguesia que os custeia. Os movimentos revolucionários contemporâneos não lidam mais com armas de fogo. Eles não vão mais às esquinas lançar coquetéis molotov, mas se entrincheiram em outras frentes. Trabalham de gravata em gabinetes ministeriais, vestem togas pretas, dão expediente no governo e em ONGs por ele financiadas, recebem em euros custeados por instituições internacionais. Disparam leis, sentenças, aulas, portarias, comitês, audiências públicas, relatórios. E a função social da propriedade, que deveria ser vista como um bônus inerente ao bem do qual se detenha a propriedade, e como motivo econômico da posse e do uso, vira armamento na casa de pólvora do quartel revolucionário.

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domingo, 11 de abril de 2010

Discurso de José Serra

Por José Serra

“Venho hoje, aqui, falar do meu amor pelo Brasil; falar da minha vida; falar da minha experiência; falar da minha fé; falar das minhas esperanças no Brasil. E mostrar minha disposição de assumir esta caminhada. Uma caminhada que vai ser longa e difícil mas que com a ajuda de Deus e com a força do povo brasileiro será com certeza vitoriosa.

Alguns dias atrás, terminei meu discurso de despedida do Governo de São Paulo afirmando minha convicção de que o Brasil pode mais. Quatro palavras, em meio a muitas outras. Mas que ganharam destaque porque traduzem de maneira simples e direta o sentimento de milhões de brasileiros: o de que o Brasil, de fato, pode mais. E é isto que está em jogo nesta hora crucial!

Nos últimos 25 anos, o povo brasileiro alcançou muitas conquistas: retomamos a Democracia, arrancamos nas ruas o direito de votar para presidente, vivemos hoje num país sem censura e com uma imprensa livre. Somos um Estado de Direito Democrático. Fizemos uma nova Constituição, escrita por representantes do povo. Com o Plano Real, o Brasil transformou sua economia a favor do povo, controlou a inflação, melhorou a renda e a vida dos mais pobres, inaugurou uma nova Era no Brasil. Também conquistamos a responsabilidade fiscal dos governos. Criamos uma agricultura mais forte, uma indústria eficiente e um sistema financeiro sólido. Fizemos o Sistema Único de Saúde, conseguimos colocar as crianças na escola, diminuímos a miséria, ampliamos o consumo e o crédito, principalmente para os brasileiros mais pobres. Tudo isso em 25 anos. Não foram conquistas de um só homem ou de um só Governo, muito menos de um único partido. Todas são resultado de 25 anos de estabilidade democrática, luta e trabalho. E nós somos militantes dessa transformação, protagonistas mesmo, contribuímos para essa história de progresso e de avanços do nosso País. Nós podemos nos orgulhar disso.

Mas, se avançamos, também devemos admitir que ainda falta muito por fazer. E se considerarmos os avanços em outros países e o potencial do Brasil, uma conclusão é inevitável: o Brasil pode ser muito mais do que é hoje.

Mas para isso temos de enfrentar os problemas nacionais e resolvê-los, sem ceder à demagogia, às bravatas ou à politicagem. E esse é um bom momento para reafirmarmos nossos valores. Começando pelo apreço à Democracia Representativa, que foi fundamental para chegarmos aonde chegamos. Devemos respeitá-la, defendê-la, fortalecê-la. Jamais afrontá-la.

Democracia e Estado de Direito são valores universais, permanentes, insubstituíveis e inegociáveis. Mas não são únicos. Honestidade, verdade, caráter, honra, coragem, coerência, brio profissional, perseverança são essenciais ao exercício da política e do Poder. É nisso que eu acredito e é assim que eu ajo e continuarei agindo. Este é o momento de falar claro, para que ninguém se engane sobre as minhas crenças e valores. É com base neles que também reafirmo: o Brasil, meus amigos e amigas, pode mais.

Governos, como as pessoas, têm que ter alma. E a alma que inspira nossas ações é a vontade de melhorar a vida das pessoas que dependem do estudo e do trabalho, da Saúde e da Segurança. Amparar os que estão desamparados.

Sabem quantas pessoas com alguma deficiência física existem no Brasil? Mais de 20 milhões – a esmagadora maioria sem o conforto da acessibilidade aos equipamentos públicos e a um tratamento de reabilitação. Os governos, como as pessoas, têm que ser solidários com todos e principalmente com aqueles que são mais vulneráveis.

Quem governa, deve acreditar no planejamento de suas ações. Cultivar a austeridade fiscal, que significa fazer melhor e mais com os mesmos recursos. Fazer mais do que repetir promessas. O governo deve ouvir a voz dos trabalhadores e dos desamparados, das mulheres e das famílias, dos servidores públicos e dos profissionais de todas as áreas, dos jovens e dos idosos, dos pequenos e dos grandes empresários, do mercado financeiro, mas também do mercado dos que produzem alimentos, matérias-primas, produtos industriais e serviços essenciais, que são o fundamento do nosso desenvolvimento, a máquina de gerar empregos, consumo e riqueza.

O governo deve servir ao povo, não a partidos e a corporações que não representam o interesse público. Um governo deve sempre procurar unir a nação. De mim, ninguém deve esperar que estimule disputas de pobres contra ricos, ou de ricos contra pobres. Eu quero todos, lado a lado, na solidariedade necessária à construção de um país que seja realmente de todos.

Ninguém deve esperar que joguemos estados do Norte contra estados do Sul, cidades grandes contra cidades pequenas, o urbano contra o rural, a indústria contra os serviços, o comércio contra a agricultura, azuis contra vermelhos, amarelos contra verdes. Pode ser engraçado no futebol. Mas não é quando se fala de um País. E é deplorável que haja gente que, em nome da política, tente dividir o nosso Brasil.

Não aceito o raciocínio do nós contra eles. Não cabe na vida de uma Nação. Somos todos irmãos na pátria. Lutamos pela união dos brasileiros e não pela sua divisão. Pode haver uma desavença aqui outra acolá, como em qualquer família. Mas vamos trabalhar somando, agregando. Nunca dividindo. Nunca excluindo. O Brasil tem grandes carências. Não pode perder energia com disputas entre brasileiros. Nunca será um país desenvolvido se não promover um equilíbrio maior entre suas regiões. Entre a nossa Amazônia, o Centro Oeste e o Sudeste. Entre o Sul e o Nordeste. Por isso, conclamo: Vamos juntos. O Brasil pode mais. O desenvolvimento é uma escolha. E faremos essa escolha. Estamos preparados para isso.

Ninguém deve esperar que joguemos o governo contra a oposição, porque não o faremos. Jamais rotularemos os adversários como inimigos da pátria ou do povo. Em meio século de militância política nunca fiz isso. E não vou fazer. Eu quero todos juntos, cada um com sua identidade, em nome do bem comum.

Na Constituinte fiz a emenda que permitiu criar o FAT, financiar e fortalecer o BNDES e tirar do papel o seguro-desemprego – que hoje beneficia 10 milhões de trabalhadores. Todos os partidos e blocos a apoiaram. No ministério da Saúde do governo Fernando Henrique tomei a iniciativa de enviar ou refazer e impulsionar seis projetos de lei e uma emenda constitucional – a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e da Agência Nacional de Saúde, a implantação dos genéricos, a proibição do fumo nos aviões e da propaganda de cigarros, a regulamentação dos planos de saúde, o combate à falsificação de remédios e a PEC 29, que vinculou recursos à Saúde nas três esferas da Federação - todos, sem exceção, aprovados pelos parlamentares do governo e da oposição. É assim que eu trabalho: somando e unindo, visando ao bem comum. Os membros do Congresso que estão me ouvindo, podem testemunhar: suas emendas ao orçamento da Saúde eram acolhidas pela qualidade, nunca devido à sua filiação partidária.

Se o povo assim decidir, vamos governar com todas e com todos, sem discriminar ninguém. Juntar pessoas em vez de separá-las; convidá-las ao diálogo, em vez de segregá-las; explicar os nossos propósitos, em vez de hostilizá-las. Vamos valorizar o talento, a honestidade e o patriotismo em vez de indagar a filiação partidária.

Minha história de vida e minhas convicções pessoais sempre estiveram comprometidas com a unidade do país e com a unidade do seu povo. Sou filho de imigrantes, morei e cresci num bairro de trabalhadores que vinham de todas as partes, da Europa, do Nordeste, do Sul. Todos em busca de oportunidade e de esperança.

A liderança no movimento estudantil me fez conhecer e conviver com todo o Brasil logo ao final da minha adolescência. Aliás, na época, aprendi mesmo a fazer política no Rio, em Minas, na Bahia e em Pernambuco, aos 21 anos de idade. O longo exílio me levou sempre a enxergar e refletir sobre o nosso país como um todo.

Minha história pessoal está diretamente vinculada à valorização do trabalho, à valorização do esforço, à valorização da dedicação. Lembro-me do meu pai, um modesto comerciante de frutas no mercado municipal: doze horas de jornada de trabalho nos dias úteis, dez horas no sábado, cinco horas aos domingos. Só não trabalhava no dia 1 de janeiro. Férias? Um luxo, pois deixava de ganhar o dinheiro da nossa subsistência. Um homem austero, severo, digno. Seu exemplo me marcou na vida e na compreensão do que significa o amor familiar de um trabalhador: ele carregava caixas de frutas para que um dia eu pudesse carregar caixas de livros.

E eu me esforço para tornar digno o trabalho de todo homem e mulher, do ser humano como ele foi. Porque vejo a imagem de meu pai em cada trabalhador. Eu a vi outro dia, na inauguração do Rodoanel, quando um dos operários fez questão de me mostrar com orgulho seu nome no mural que eu mandei fazer para exibir a identidade de todos os trabalhadores que fizeram aquela obra espetacular. Por que o mural? Por justo reconhecimento e porque eu sabia que despertaria neles o orgulho de quem sabe exercer a profissão. Um momento de revelação a si mesmos de que eles são os verdadeiros construtores nesta nação.

Eu vejo em cada criança na escola o menino que eu fui, cheio de esperanças, com o peito cheio de crença no futuro. Quando prefeito e quando governador, passei anos indo às escolas para dar aula (de verdade) à criançada da quarta série. Ia reencontrar-me comigo mesmo. Porque tudo o que eu sou aprendi em duas escolas: a escola pública e a escola da vida pública. Aliás, e isto é um perigo dizer, com freqüência uso senhas de computador baseadas no nome de minhas professoras no curso primário. E toda vez que escrevo lembro da sua fisionomia, da sua voz, do seu esforço, e até das broncas, de um puxão de orelhas, quando eu fazia alguma bagunça.

Mas é por isso tudo que sempre lutei e luto tanto pela educação dos milhões de filhos do Brasil. No país com que sonho para os meus netos, o melhor caminho para o sucesso e a prosperidade será a matrícula numa boa escola, e não a carteirinha de um partido político. E estou convencido de uma coisa: bons prédios, serviços adequados de merenda, transporte escolar, atividades esportivas e culturais, tudo é muito importante e deve ser aperfeiçoado. Mas a condição fundamental é a melhora do aprendizado na sala de aula, propósito bem declarado pelo governo, mas que praticamente não saiu do papel. Serão necessários mais recursos. Mas pensemos no custo para o Brasil de não ter essa nova Educação em que o filho do pobre freqüente uma escola tão boa quanto a do filho do rico. Esse é um compromisso.

É preciso prestar atenção num retrocesso grave dos últimos anos: a estagnação da escolaridade entre os adolescentes. Para essa faixa de idade, embora não exclusivamente para ela, vamos turbinar o ensino técnico e profissional, aquele que vira emprego. Emprego para a juventude, que é castigada pela falta de oportunidades de subir na vida. E vamos fazer de forma descentralizada, em parcerias com estados e municípios, o que garante uma vinculação entre as escolas técnicas e os mercados locais, onde os empregos são gerados. Ensino de qualidade e de custos moderados, que nos permitirá multiplicar por dois ou três o número de alunos no país inteiro, num período de governo. Sim, meus amigos e amigas, o Brasil pode mais.

Podemos e devemos fazer mais pela saúde do nosso povo. O SUS foi um filho da Constituinte que nós consolidamos no governo passado, fortalecendo a integração entre União, Estados e Municípios; carreando mais recursos para o setor; reduzindo custos de medicamentos; enfrentando com sucesso a barreira das patentes, no Brasil e na Organização Mundial do Comércio; ampliando o sistema de atenção básica e o Programa Saúde da Família em todo o Brasil; prestigiando o setor filantrópico sério, com quem fizemos grandes parcerias, dos hospitais até a prevenção e promoção da Saúde, como a Pastoral da Criança; fazendo a melhor campanha contra a AIDS do mundo em desenvolvimento; organizando os mutirões; fazendo mais vacinações; ampliando a assistência às pessoas com deficiência; cerceando o abuso do incentivo ao cigarro e ao tabaco em geral. E muitas outras coisas mais. De fato, e mais pelo que aconteceu na primeira metade do governo, a Saúde estagnou ou avançou pouco. Mas a Saúde pode avançar muito mais. E nós sabemos como fazer isso acontecer.

Saúde é vida, Segurança também. Por isso, o governo federal deve assumir mais responsabilidades face à gravidade da situação. E não tirar o corpo fora porque a Constituição atribui aos governos estaduais a competência principal nessa área. Tenho visto gente criticar o Estado Mínimo, o Estado Omisso. Concordo. Por isso mesmo, se tem área em que o Estado não tem o direito de ser mínimo, de se omitir, é a segurança pública. As bases do crime organizado estão no contrabando de armas e de drogas, cujo combate efetivo cabe às autoridades federais . Ou o governo federal assume de vez, na prática, a coordenação efetiva dos esforços nacionalmente, ou o Brasil não tem como ganhar a guerra contra o crime e proteger nossa juventude.

Qual pai ou mãe de família não se sente ameaçado pela violência, pelo tráfico e pela difusão do uso das drogas? As drogas são hoje uma praga nacional. E aqui também o Governo tem de investir em clínicas e programas de recuperação para quem precisa e não pode ser tolerante com traficantes da morte. Mais ainda se o narcotráfico se esconde atrás da ideologia ou da política. Os jovens são as grandes vítimas. Por isso mesmo, ações preventivas, educativas, repressivas e de assistência precisam ser combinadas com a expansão da qualificação profissional e a oferta de empregos.

Uma coisa que precisa acabar é a falsa oposição entre construir escolas e construir presídios. Muitas vezes, essa é a conversa de quem não faz nem uma coisa nem outra. É verdade que nossos jovens necessitam de boas escolas e de bons empregos, mas se o indivíduo comete um crime ele deve ser punido. Existem propostas de impor penas mais duras aos criminosos. Não sou contra, mas talvez mais importante do que isso seja a garantia da punição. O problema principal no Brasil não são as penas supostamente leves. É a quase certeza da impunidade. Um país só tem mais chance de conseguir a paz quando existe a garantia de que a atitude criminosa não vai ficar sem castigo.

Eu quero que meus netos cresçam num país em que as leis sejam aplicadas para todos. Se o trabalhador precisa cumprir a lei, o prefeito, o governador e o presidente da República também tem essa obrigação. Em nosso país, nenhum brasileiro vai estar acima da lei, por mais poderoso que seja. Na Segurança e na Justiça, o Brasil também pode mais.

Lembro que os investimentos governamentais no Brasil, como proporção do PIB, ainda são dos mais baixos do mundo em desenvolvimento. Isso compromete ou encarece a produção, as exportações e o comércio. Há uma quase unanimidade a respeito das carências da infra-estrutura brasileira: no geral, as estradas não estão boas, faltam armazéns, os aeroportos vivem à beira do caos, os portos, por onde passam nossas exportações e importações, há muito deixaram de atender as necessidades. Tem gente que vê essas carências apenas como um desconforto, um incômodo. Mas essa é uma visão errada. O PIB brasileiro poderia crescer bem mais se a infra-estrutura fosse adequada, se funcionasse de acordo com o tamanho do nosso país, da população e da economia.

Um exemplo simples: hoje, custa mais caro transportar uma tonelada de soja do Mato Grosso ao porto de Paranaguá do que levar a mesma soja do porto brasileiro até a China. Um absurdo. A conseqüência é menos dinheiro no bolso do produtor, menos investimento e menos riqueza no interior do Brasil. E sobretudo menos empregos.

Temos inflação baixa, mais crédito e reservas elevadas, o que é bom, mas para que o crescimento seja sustentado nos próximos anos não podemos ter uma combinação perversa de falta de infra-estrutura, inadequações da política macroeconômica, aumento da rigidez fiscal e vertiginoso crescimento do déficit do balanço de pagamentos. Aliás, o valor de nossas exportações cresceu muito nesta década, devido à melhora dos preços e da demanda por nossas matérias primas. Mas vai ter de crescer mais. Temos de romper pontos de estrangulamento e atuar de forma mais agressiva na conquista de mercados. Vejam que dado impressionante: nos últimos anos, mais de 100 acordos de livre comércio foram assinados em todo o mundo. São um instrumento poderoso de abertura de mercados. Pois o Brasil, junto com o MERCOSUL, assinou apenas um novo acordo (com Israel), que ainda não entrou em vigência!

Da mesma forma, precisamos tratar com mais seriedade a preservação do meio-ambiente e o desenvolvimento sustentável. Repito aqui o que venho dizendo há anos: é possível, sim, fazer o país crescer e defender nosso meio ambiente, preservar as florestas, a qualidade do ar a contenção das emissões de gás carbônico. É dever urgente dar a todos os brasileiros saneamento básico, que também é meio ambiente. Água encanada de boa qualidade, esgoto coletado e tratado não são luxo. São essenciais. São Saúde. São cidadania. A economia verde é, ao contrário do que pensam alguns, uma possibilidade promissora para o Brasil. Temos muito por fazer e muito o que progredir, e vamos fazê-lo.

Também não são incompatíveis a proteção do meio ambiente e o dinamismo extraordinário de nossa agricultura, que tem sido a galinha de ovos de ouro do desenvolvimento do país, produzindo as alimentos para nosso povo, salvando nossas contas externas, contribuindo para segurar a inflação e ainda gerar energia! Estou convencido disso e vamos provar o acerto dessa convicção na prática de governo. Sabem por quê? Porque sabemos como fazer e porque o Brasil pode mais!

O Brasil está cada vez maior e mais forte. É uma voz ouvida com respeito e atenção. Vamos usar essa força para defender a autodeterminação dos povos e os direitos humanos, sem vacilações. Eu fui perseguido em dois golpes de estado, tive dois exílios simultâneos, do Brasil e do Chile. Sou sobrevivente do Estádio Nacional de Santiago, onde muitos morreram. Por algum motivo, Deus permitiu que eu saísse de lá com vida. Para mim, direitos humanos não são negociáveis. Não cultivemos ilusões: democracias não têm gente encarcerada ou condenada à forca por pensar diferente de quem está no governo. Democracias não têm operários morrendo por greve de fome quando discordam do regime.

Nossa presença no mundo exige que não descuidemos de nossas Forças Armadas e da defesa de nossas fronteiras. O mundo contemporâneo é desafiador. A existência de Forças Armadas treinadas, disciplinadas, respeitadoras da Constituição e das leis foi uma conquista da Nova República. Precisamos mantê-las bem equipadas, para que cumpram suas funções, na dissuasão de ameaças sem ter de recorrer diretamente ao uso da força e na contribuição ao desenvolvimento tecnológico do país.

Como falei no início, esta será uma caminhada longa e difícil. Mas manteremos nosso comportamento a favor do Brasil. Às provocações, vamos responder com serenidade; às falanges do ódio que insistem em dividir a nação vamos responder com nosso trabalho presente e nossa crença no futuro. Vamos responder sempre dizendo a verdade. Aliás, quanto mais mentiras os adversários disserem sobre nós, mais verdades diremos sobre eles.

O Brasil não tem dono. O Brasil pertence aos brasileiros que trabalham; aos brasileiros que estudam; aos brasileiros que querem subir na vida; aos brasileiros que acreditam no esforço; aos brasileiros que não se deixam corromper; aos brasileiros que não toleram os malfeitos; aos brasileiros que não dispõem de uma “boquinha”; aos brasileiros que exigem ética na vida pública porque são decentes; aos brasileiros que não contam com um partido ou com alguma maracutaia para subir na vida.

Este é o povo que devemos mobilizar para a nossa luta; este é o povo que devemos convocar para a nossa caminhada; este é o povo que quer, porque assim deve ser, conservar as suas conquistas, mas que anseia mais. Porque o Brasil, meus amigos e amigas, pode mais. E, por isso, tem de estar unido. O Brasil é um só.

Pretendo apresentar ao Brasil minha história e minhas idéias. Minha biografia. Minhas crenças e meus valores. Meu entusiasmo e minha confiança. Minha experiência e minha vontade.

Vou lhes contar uma coisa. Desde cedo, quando entrei na vida pública, descobri qual era a motivação maior, a mola propulsora da atividade política. Para mim, a motivação é o prazer. A vida pública não é sacrifício, como tantos a pintam, mas sim um trabalho prazeroso. Só que não é o mero prazer do desfrute. É o prazer da frutificação. Não é um sonho de consumo. É um sonho de produção e de criação. Aprendi desde cedo que servir é bom, nos faz felizes, porque nos dá o sentido maior de nossas existências, porque nos traz uma sensação de bem estar muito mais profunda do que quaisquer confortos ou vantagens propiciados pelas posições de Poder. Aprendi que nada se compara à sensação de construir algo de bom e duradouro para a sociedade em que vivemos, de descobrir soluções para os problemas reais das pessoas, de fazer acontecer.

O grande escritor mineiro Guimarães Rosa, escreveu: O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. Concordo. É da coragem que a vida quer que nós precisamos agora.
Coragem para fazer um projeto de País, com sonhos, convicções e com o apoio da maioria.

Juntos, vamos construir o Brasil que queremos, mais justo e mais generoso. Eleição é uma escolha sobre o futuro. Olhando pra frente, sem picuinhas, sem mesquinharias, eu me coloco diante do Brasil, hoje, com minha biografia, minha história política e com . esperança no nosso futuro. E determinado a fazer a minha parte para construir um Brasil melhor. Quero ser o presidente da união. Vamos juntos, brasileiros e brasileiras, porque o Brasil pode mais.”

Discurso Oficial de José Serra

sábado, 10 de abril de 2010

O anão político - Carta aberta a Lula da Silva

Por Humberto Montoya Portuondo

Mídia Sem Máscara


7 de abril de 2010

A: Luiz Inácio Lula da Silva

Presidente da República Federativa do Brasil.

Senhor Presidente:

Em entrevista oferecida à agência Associated Press, o Senhor comparou os presos políticos encarcerados injustamente pelo regime comunista dos irmãos Castro, com os presos comuns de seu país e pediu respeito à legislação cubana. Pois digo-lhe que a legislação vigente em Cuba, no que concerne ao Código Penal, é uma cópia quase fiel do Código Penal da Rússia de Stalin.

A luta que a oposição trava dentro e fora de Cuba, contra a ditadura, é pacífica; não tem nada a ver com métodos violentos, como o fizeram antes de 1959 os irmãos Castro. Para ser breve lhe darei só um exemplo: o movimento 26 de Julho em Havana, detonaram mais de cinqüenta bombas matando pessoas inocentes em apenas uma noite. Este acontecimento sangrento é recordado na história de Cuba como "O dia das cem bombas". Depois de usurpar o poder começaram os fuzilamentos semeando o medo e a violência, fatos que duram já mais de meio século.

Embora a greve de fome seja um instrumento de protesto que põe em perigo a vida de quem a realiza, é inumana, irracional e condenável a atitude do governo cubano que não escuta o pedido de libertação dos presos políticos por parte da oposição, da comunidade internacional e das valentes Damas de Branco que exigem apenas a libertação de seus seres queridos, as quais foram golpeadas e reprimidas por agentes do governo mostrando uma vez mais sua natureza repressiva.

Com suas declarações o senhor ofende a dor de uma mãe, Reina Tamayo Danger; o senhor ofende a memória de nosso irmão de luta, o mártir Orlando Zapata Tamayo, encarcerado só pelo fato de lutar valente e pacificamente contra a ditadura.

Orlando Zapata Tamayo se enfrentou desde sua cela escura durante sete anos com todo um exército de esbirros assassinos recebendo torturas e incontáveis golpes que, todavia, não puderam dobrá-lo. Pagou com sua vida o preço da liberdade; isso não fazem nem os bandidos de seu país nem os de nenhum país do mundo. Isso dói ao tirano, como o aborrece igualmente reconhecer que não puderam matar sua honra, sua galhardia, pois sabem que morreu de pé como só os homens dignos sabem fazer; dói-lhes saber que seu exemplo já é indelével.

Tradução: Graça Salgueiro

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sexta-feira, 9 de abril de 2010

PLANO NACIONAL DE DOUTRINAÇÃO

Por Rodrigo Constantino

OpiniãoLivre.com.br

“Eu nunca deixei a escola interferir na minha educação.” (Mark Twain)

Cerca de três mil pessoas reunidas na I Conferência Nacional de Educação (Conae), em Brasília, aprovaram proposta defendendo que “o Estado deve normatizar, controlar e fiscalizar todas as instituições de ensino sob os mesmos parâmetros e exigências aplicados no setor público”. A reivindicação deve ser incluída no Plano Nacional de Educação (PNE), documento com as principais políticas públicas educacionais dos próximos dez anos.

A idéia dos sindicalistas, professores e representantes de organizações “sociais” é interpretar legalmente a educação como um bem público, cuja oferta pela iniciativa privada deve se dar por meio de concessão. Na prática, trata-se de um controle ainda maior do Estado sobre a vida privada, ferindo inclusive a Constituição, que prevê a livre iniciativa no setor. Os empresários do setor seriam reféns do governo. Os sindicalistas acreditam que o foco na lucratividade afeta a qualidade do ensino. Talvez por isso o ensino público tenha qualidade tão excelente!

Quando a educação é uma concessão pública, surge um evidente problema: qual será a educação oficial do governo? Parece óbvio que este modelo irá incentivar todo tipo de disputa e briga entre grupos de interesse, cada um tentando vencer o “jogo democrático” para impor a sua visão de mundo. Deve a educação pública ter inclinação tradicional ou construtivista? Deve ela ter cunho religioso ou secular? Deve ela adotar a ideologia socialista ou liberal? Quais matérias merecem maior destaque na grade curricular? A uniformização do ensino público irá limitar as alternativas através do domínio de certas características. O burocrata não conta com os incentivos adequados para satisfazer os consumidores, e toda burocracia acaba optando por regras uniformes para evitar transtornos.

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Modere seu entusiasmo com o Brasil

OrdemLivre.Org

Por Mary Anastasia O'Grady

O magnata brasileiro Eike Batista ocupou o oitavo lugar na lista dos indivíduos mais ricos do mundo deste ano, elaborada pela revista Forbes, uma ascensão meteórica do seu posto de 61º no ano passado. Agora abundam rumores de que logo chegará ao primeiro lugar.

O motor da crescente fortuna de Batista é o ouro negro. Sua empresa de petróleo e gás, OGX, obteve os direitos de extração na bacia de águas pouco profundas localizada na costa do estado do Rio de Janeiro, e estima que suas reservas alcancem os 6,7 bilhões de barris.

Espera-se de um bilionário "self-made" do Rio de Janeiro que seja ousado, carismático e visionário, e Batista não desaponta. Eu conversei com ele quando ele estava em Nova York na semana passada para a conferência Invest in Rio do Wall Street Journal. Em um almoço na quarta-feira, ele hipnotizou a multidão com seu entusiasmo, não apenas por seus próprios projetos de desenvolvimento petroleiro, construção de portos e navios, mas também por seu país. Apesar de muitos erros no passado, disse ele, o Brasil mudou e está pronto para reclamar seu lugar de direito entre as nações industrializadas.

De que Batista é uma sensação, disciplinado e arrojado, e com muita sabedoria política, não há dúvida. Mas será que suas oportunidades no setor de petróleo e gás implica uma maré em alta para o resto do país? Custo a acreditar. Na verdade, quanto mais a elite do país fala sobre as parcerias público-privadas para reinventar o Brasil com sua riqueza recém-descoberta, mais soa como o mesmo corporativismo latino de sempre.

É verdade que a vida dos brasileiros está mundos melhor do que era no início dos anos 1990, quando a hiperinflação alimentava um caos nacional. O crédito por domar os preços vai para o presidente por dois mandatos Fernando Henrique Cardoso, cujo governo implementou o Plano Real, fixando a moeda nacional junto com o dólar. Embora a amarra tenha sido abandonada em 1999, FHC agarrou-se ao sonho antiinflação, contratando Armínio Fraga, um bem-sucedido administrador de fundos de hedge, para assumir o Banco Central. Fraga priorizou a transparência do banco, e o mercado agora dá lições financeiras ao Brasil. FHC também liderou o esforço pela responsabilidade fiscal dos estados.

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quinta-feira, 8 de abril de 2010

LULEI !!

Por Mozart H. Maciel

Recebido por email

LULEI !!

AMIGOS, DESCULPEM A MINHA DECISÃO.

Virei casaca ao lado do Lula
Hoje, refletindo sobre o efeito do nada, sobre o porra nenhuma, me dei conta de que Brasil é o único país do mundo:

a) governado por um alcóolatra que instituiu uma lei seca,

b) um analfabeto que assinou uma reforma ortográfica,

c) tem um filho formado em porra nenhuma, que é o gênio das finanças, e

d) teve a cara de pau de pedir a Deus para dar INTELIGÊNCIA a Barack Obama, que é formado em Harvard.

Depois disso, EU TINHA QUE MUDAR DE LADO.

Resolvi ficar ao lado de Lula.

Que me desculpem os meus amigos e, por favor, não me critiquem, nem mandem e-mail's indignados. Antes, reflitam melhor sobre a situação atual. Tenho certeza que também ficarão ao lado do Lula.

Afinal, se eu ficar atrás... ele me caga e se eu ficar na frente... ele me fode.

Portanto, a melhor opção é ficar ao lado dele.

ENQUANTO ISSO, ESPERO E SONHO QUE TUDO VOLTE AO NORMAL ..

Será o dia em que:

ARRUDA será uma simples plantinha pra espantar mal olhado;

GENUINO será algo verdadeiro;
GENRO apenas o marido da filha;
FREUD voltará a ser o só criador da Psicanálise;
LORENZETTI será só uma marca de chuveiro;
GREENHALGH voltará a ser um almirante que participou de nossa história;
Dirceu, Palloci, Delúbio, Silvio Pereira, Berzoini,Gedimar,Valdebran, Bargas, Expedito Veloso, Gushiken, Renan etc, serão simples.... presidiários.

E LULA APENAS UM FRUTO DO MAR.

Finalmente, quando olho meu titulo de eleitor, velhinho, coitado, sempre usado desde 1988 e vejo o Lula aliado ao Collor e ,pasmem, na defesa da vida ilibada dos Sarneys, concluo que entendo o verdadeiro significado do nome 'ZONA ELEITORAL' escrito nele!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Leite quase 100% mais caro na Venezuela

Governo venezuelano aumenta o preço do leite em quase 100%

AFP

UOL Economia

O governo venezuelano decretou nesta segunda-feira um aumento de quase 100% no preço do leite, um dos alimentos vendidos com um valor regulado, um mês após a alta de outros produtos da cesta básica, como o frango e o açúcar.

O aumento afetou principalmente o leite comum, que em sua embalagem de 1,8 litro subiu de 4,48 bolívares, preço estabelecido desde 2008, para 8,30 bolívares. Outros produtos derivados, como o leite em pó, registraram altas menores.

No início de março, o governo do presidente Hugo Chávez, - que acusou por diversas vezes os comerciantes de especularem com os preços - decretou até 30% de aumento nos valores do frango, do açúcar e do arroz.

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terça-feira, 6 de abril de 2010

Bolsas para todos

Por Carlos Alberto Sardenberg

Instituto Millenium

Faz algum tempo, o jornalista Ancelmo Gois, do jornal “O Globo”, criou a expressão “Bolsa Miami”, para designar o benefício usufruído pela classe média com o dólar baratinho a facilitar as viagens. Seria a contrapartida do Bolsa Família.

Mas a verdade é que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está distribuindo muitas outras bolsas. Até 31 de março, por exemplo, tivemos o “Bolsa Carro” - o subsídio do imposto reduzido para baratear o preço dos automóveis. Clientela: as classes médias e ricas. Isso já foi dado.

No PAC 2, o governo dobrou a “Bolsa Casa Própria” - mais dois milhões de casas, a maior parte subsidiada para os mais pobres. Um pouco já financiado, o resto prometido.

Outra promessa é a “Bolsa Banda Larga”, a disposição anunciada de reconstituir a estatal Telebrás para fornecer internet barata aos mais pobres.

Existe também uma “Bolsa Empréstimo” - a determinação do governo para que os bancos públicos, Banco do Brasil (BB) e Caixa, especialmente, saiam em busca de clientes e tratem de emprestar dinheiro a juros menores.

Mas empresários também têm recebido seu quinhão - como a “Bolsa BNDES”, os empréstimos a juros subsidiados concedidos pelo banco. O Tesouro, por exemplo, tomou R$ 100 bilhões emprestados a juros de mercado, passou o dinheiro para o BNDES, que, por sua vez, empresta a companhias a juros menores.

De certo modo, há também variedades de “Bolsa Petrobrás”. A estatal privilegia empresas nacionais nas encomendas e, além disso, entrou de sócia em algumas grandes companhias, aportando precioso e barato capital.

Pode-se falar também de “Bolsa Fundo de Pensão”. Trata-se dos investimentos que os fundos de pensão estatais fazem nas maiores companhias privadas. Uma variante é a “Bolsa Fusão” - o apoio do governo, por meio de financiamentos e investimentos de fundos, para sustentar fusões e aquisições de grandes empresas privadas, como foi o caso da Oi.

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'Financial Times': mérito de Lula é continuar FHC

Por Suely Caldas

Estadão Online

A cotação do presidente Lula está em alta na Europa. Escolhido o "Homem do Ano" pelos jornais Le Monde (francês) e El País (espanhol), o inglês Financial Times (FT) listou-o entre as 50 personalidades que moldaram a primeira década do século 21. Ao justificar a sua escolha, o jornal britânico tratou de dividir o sucesso de Lula com seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso. Sobre sua popularidade, destaca: "O que faz os brasileiros amarem Lula é a baixa inflação" - herança do Plano Real da era FHC. E lembra que, quando oposição, Lula criticou duramente as ações da política econômica do antecessor, "mas foi esperto o suficiente para mantê-las".

Faltou ao FT dizer que no Congresso, nos comícios, nas campanhas eleitorais, nos sindicatos e nas ruas Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT) trabalhavam para derrubar, uma a uma, as ações de política econômica que eles trataram de preservar quando chegaram ao governo. Quem viu Lula e o PT em campanha contra as privatizações, com xingamentos agressivos, não o imaginava dois anos depois desautorizando o ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa, a tentar reestatizar a Vale. "Não quero que meu governo passe a imagem de que somos contra e vamos desfazer as privatizações", advertiu Lula em 2003.

Mas o FT está certo em cutucar Lula naquilo que ele jamais admitiu e, pior, nega quando fala a respeito. Por mais oposição que tenha praticado antes, nenhum líder político começa a governar seu país com atitudes de ruptura com o que encontrou. "Vamos mudar tudo que está aí", prometiam Lula e companheiros. A expressão não diz nada, é oca, vazia, não especifica o que vai mudar, mas é boa de marketing popular e péssima como mensagem de governo. Deu no que deu em 2002, com o dólar beirando R$ 4 e o risco País chegando a 3 mil pontos.

Nunca antes na história deste país", continuou Lula depois que virou presidente. Arrogante, esquece que apenas deu continuidade àquilo que herdou. Ele costuma glorificar os avanços de seu governo na área social. Realmente o Bolsa-Família é um programa social bem-sucedido, elogiado por outros governantes, pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas Lula omite que o programa foi criado no governo anterior e que a sua mais genial inventividade - a estrutura de um cadastro das famílias de alcance nacional e o cartão bancário que eliminou a secular e corrupta intermediação dos políticos - foi concebida por uma equipe de economistas, entre eles Ricardo Paes de Barros, que os petistas rotulavam de tucanos neoliberais. Na época, o Instituto da Cidadania, ligado ao PT, apresentava ao País um es-drúxulo plano para eliminar a fome, com um fundo alimentado por uma taxa cobrada em gorjetas de restaurantes. Lula podia criticar a quantia de apenas R$ 15 que FHC dispensava às famílias por filho na escola e lembrar, com justiça, que sua gestão elevou o valor e ampliou o cadastro de famílias, mas não é ético tomar a si a autoria do programa, que não lhe pertence.

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