Retorno, mais uma vez, ao caso da energia elétrica. Não pretendo fazer da usina de Belo Monte um cavalo de batalha. Ela é somente um dado no caldeirão do neo-estatismo. Trago, não obstante, interessantes revelações fornecidas pelo jornal Diário do Pará, que sob o título "Vale suspende Termelétrica em Barcarena" revela: devido à transferência de ativos da Vale para multinacional norueguesa Norsk Hidro, fica suspensa - sem previsão - a construção de uma usina termelétrica que estava orçada em 898 milhões de dólares.
Às vezes fico pasmo com o efeito profético dos artigos que trato. Não que eu seja uma sumidade - de jeito nenhum, sou pouco mais do que um palpiteiro ponderado. Mas é que os fatos são se sucedendo em cascata, como um trem que vejo na estação já apitando para partir... O que me leva, no entanto, a insistir a transformar o meu pensamento em bites é o fato de saber o quanto de ignorância (ou de sonsa esperteza) bem-remunerada prevalece na mídia em geral.
Mas talvez esta não tenha sido a pior notícia. A matéria do jornal paraense acerta em cheio quando obtém de um dos dirigentes, Sr. Ricardo Carvalho, o motivo para o abandono da cadeia mais elaborada da produção do alumínio: "O problema é que nós temos limitação para o crescimento da produção de alumínio primário, já que falta no Brasil energia a preço competitivo".
Ainda segundo o entrevistado:
Prova disso, conforme frisou, é que a produção brasileira de alumínio primário tem se mantido estável nos últimos dez anos, período em que foram fechadas inclusive algumas plantas industriais. "Nós somos grandes exportadores de alumina, mas a produção de alumínio não cresce há uma década". Nem a hidrelétrica de Belo Monte, projetada para o rio Xingu, poderá fornecer energia competitiva para a indústria de alumínio. "A energia elétrica tem um custo muito pesado no Brasil devido a um conjunto de fatores. Entre eles, os impostos, taxas e encargos que oneram as tarifas", finalizou.
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