domingo, 31 de julho de 2011

Popularidade de Obama chega ao fundo do poço, mostra Gallup



Por José Roberto de Toledo

Estadão Online

A popularidade de Barack Obama chegou ao fundo do poço. O tracking diário feito pelo instituto Gallup registrou apenas 40% de aprovação do seu governo pela primeira vez desde a posse, contra 50% que desaprovam sua gestão. É uma queda de 12 pontos desde o começo de maio, quando um comando militar norte-americano matou Osama bin Laden. A recente onda de popularidade do presidente dos EUA não passou de marola.

É monótono, mas não dá para parar de repetir: “É a economia, estúpido”. O relatório sobre o estado da economia norte-americana divulgado nexta sexta-feira explica o porquê da impopularidade. O PIB cresceu só 0,4% no primeiro trimestre e 1,3% no segundo trimestre, muito abaixo das previsões. A notícia soma-se a uma sucessão de outras ainda piores: inflação em alta, consumo em baixa, confiança do consumidor 19 pontos menor do que no começo do mês e geração de emprego estagnada.

E isso tudo antes de o governo norte-americano ficar sem dinheiro em caixa para pagar suas dívidas e compromissos, o que deve acontecer na próxima semana se o Congresso dos EUA não chegar a um acordo para autorizar o aumento do limite de endividamento oficial. Ou seja, tudo pode piorar, é só uma questão de tempo.
O impasse entre democratas e republicanos quanto ao limite de endividamento ainda não atingiu a economia em cheio, mas já piorou a situação política de Obama. Menos norte-americanos confiam que seu presidente vá encontrar uma saída para a crise. A única chance de Obama recuperar parte de sua popularidade perdida é o Congresso conseguir superar suas picuinhas e autorizar os EUA a tomarem mais alguns trilhões emprestados.

A situação política de Obama só não é pior porque a oposição republicana consegue ser mais ineficiente do que a brasileira. Além de estar passando imagem de irresponsável ao deixar o país à beira da falência, o Partido Republicano não conseguiu produzir até agora uma real alternativa de poder entre seus pré-candidatos a presidente em 2012. O mais perto disso, Mitt Romney, não entusiasma nem seus correligionários: tem apenas 27% de apoio entre os republicanos, e é o mais bem colocado.

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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Transporte é líder em problemas no PAC

Por João Domingos

Estadão Online

A maioria das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com indícios de irregularidades graves está no Ministério dos Transportes, segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) concluído em 18 de maio. O levantamento foi entregue à Subcomissão de Fiscalização das Obras do PAC da Câmara. Os contratos originais dessas obras superam os R$ 3 bilhões.

Esses empreendimentos estão a cargo justamente das duas estatais do setor sob suspeita de corrupção: o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Engenharia, Construções e Ferrovias SA (Valec). Os dirigentes desses órgãos foram afastados no sábado.Luiz Antonio Pagot, do Dnit, e José Francisco das Neves, da Valec, são investigados por uma comissão de sindicância do Ministério dos Transportes.

Na lista de obras sob suspeita, encontra-se uma de interesse direto do senador Alfredo Nascimento (PR-AM), que deixou a pasta anteontem. Trata-se de um trecho da BR-317, entre Boca do Acre, no Amazonas, e a divisa com o Acre. Segundo o TCU, houve sobrepreço excessivo em relação ao mercado, liquidação irregular de despesas, descumprimento de determinação do tribunal e superfaturamento.

O presidente da Subcomissão do PAC, deputado Carlos Brandão (PSDB-MA), disse que os parlamentares querem ir às obras apontadas pelo TCU como irregulares. "Vamos aos locais de cada uma das obras para fazer audiências públicas, verificar planilhas, se há superfaturamento, má-fé ou dolo por parte dos responsáveis pelas irregularidades", afirmou.

A assessoria de imprensa do Dnit informou que, como faz anualmente, o órgão revisará os contratos das obras relacionadas pelo TCU neste ano. Quando houver sobrepreço, negociará com a construtora redução nos valores. Se a recomendação do tribunal for a de revisar os contratos, vai fazê-lo. Conforme o Dnit, das obras relacionadas nos anos anteriores, não há mais nenhuma que não atenda às recomendações do TCU.

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quinta-feira, 7 de julho de 2011

O lucro de nossas empresas

Por Stephen Kanitz

Revista Veja


Qual é a porcentagem de lucro embutida em tudo o que você compra no Brasil? (Dica: entre 1% e 50%.)

Se um produto custa, digamos, 100 reais, quantos reais correspondem ao lucro da empresa que produziu o que você queria e quanto é o custo efetivo do produto? Qual, em sua opinião, é o nível de "espoliação" capitalista, tão enfatizada pelos nossos intelectuais? Responda antes de prosseguir. Sua resposta dirá muito sobre você e sobre o futuro de nossa economia.

Numa pesquisa que realizei anos atrás, 200 operários de fábrica e donas-de-casa achavam que o lucro do patrão era de 49%, quase a metade do preço do produto. Essa idéia equivocada do lucro talvez explique nossa visão negativa de empresas, administradores e empresários em geral. Por isso, temos uma visão de mundo contrária à geração de lucros e, por conseqüência, à geração de empregos e de crescimento. Nossos jovens pensam que todo empresário é ladrão, algo enfatizado constantemente pela classe pensante.

A maioria de nossos jovens estudantes não lê os balanços das companhias publicados nos jornais, prefere acreditar no que os outros dizem. Se tivessem um pouco mais de senso crítico e de observação, descobririam que a realidade é bem diferente.

O lucro médio das 500 maiores empresas do país nos últimos dez anos foi de 2,3% sobre as receitas, segundo a última edição de Melhores e Maiores, da revista Exame.

São as grandes companhias do país, aquelas que têm contatos, tecnologia de ponta e agências de propaganda de primeira e por isso obtêm lucros bem maiores que as médias e as pequenas empresas. É óbvio que, como toda média, algumas companhias conseguem margens muito mais elevadas, mas, por outro lado, quase uma de cada quatro empresas das 500 maiores teve prejuízo em 2002.

Tirar 2,3% de lucro do consumidor e do trabalhador está longe de ser uma "espoliação capitalista", como nos ensinam na universidade. Afinal, 97,7% de tudo o que você compra dessas companhias é custo do produto, que continuará em qualquer regime político que vier a ser implantado no Brasil por radicais ou pelo MST. Se o Brasil eliminar o capitalismo, os preços cairão 2,3%, nada de espetacular. Mesmo supondo que haja mais 1% escondido no caixa dois, continua um valor não exorbitante.

Há quem argumente que 2,3% é uma remuneração aceitável para compensar o risco que o empreendedor assumiu de perder tudo, de usar seu capital a serviço da sociedade em vez de gastá-lo egoisticamente consigo mesmo. Mas nossa classe pensante ensina que temos aqui um capitalismo selvagem, que espolia a todos, esquecendo-se deliberadamente de mencionar que 52% desses custos que pagamos são impostos.

Tirar 52% do consumidor como imposto para devolver muito pouco à sociedade é considerado justo, mas tirar 2,3% para oferecer o produto que você está comprando é um crime social a ser eliminado. Percebam a crise política que nos espera nos próximos anos, porque a maioria da população não sabe nada disso.

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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Empresa de senador leva R$ 57 milhões da Petrobrás em contratos sem licitação

Por Leandro Colon

Estadão Online

Os documentos da Petrobrás mostram que um contrato de R$ 4,3 milhões foi feito para prestação de serviços entre 23 de fevereiro e 29 de abril de 2010. Outro de R$ 8,7 milhões referiu-se ao período de 10 de maio a 26 de julho do mesmo ano. De 13 de agosto a 24 de setembro, Petrobrás e Manchester firmaram contrato de R$ 4,3 milhões, e logo depois, entre 22 de outubro e 22 de janeiro, a empresa do senador recebeu mais R$ 8,7 milhões.

O primeiro contrato fechado no governo Dilma com dispensa de licitação ocorreu no dia 26 de janeiro, com vigência até 22 de maio, pelo valor de R$ 8,7 milhões. Entre 18 de abril e 14 de junho, aparece o contrato de R$ 21,9 milhões. As duas empresas ainda assinaram um contrato menor, de R$ 872 mil, vigente de 11 de março a 11 de junho. Por "convite", a Manchester receberá mais R$ 298 mil para prestar serviços administrativos até fevereiro de 2012.

O valor repassado pela estatal à empresa do senador entre 2010 e 2011 é muito superior ao que ela recebe de outros órgãos do governo federal. No mesmo período, a Manchester faturou, segundo dados do Portal da Transparência, R$ 17,8 milhões de sete ministérios, menos da metade do que a empresa ganhou somente da Petrobrás.

Chefe do cofre

O senador Eunício Oliveira foi tesoureiro do PMDB na campanha presidencial do ano passado, que levou Dilma Rousseff ao Planalto. Eunício permanece no cargo de tesoureiro do partido.

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