quarta-feira, 10 de junho de 2009

Massacre de bebês e crianças no Camboja

Chefe do Khmer Vermelho admite ter ordenado massacre de bebês

Folha Online

da Efe, em Phnom Penh

Kaing Guek Eav, 66, o Duch, chefe torturador do regime do Khmer Vermelho, confessou nesta segunda-feira, perante o tribunal do Camboja que julga acusados de genocídio, que instruiu os seus subordinados a matar dezenas de bebês achatando os seus crânios contra árvores nos chamados "campos de extermínio".

Este é o primeiro julgamento de envolvidos no regime do Khmer Vermelho, grupo maoísta que tomou o poder em 1975 e foi derrubado por uma invasão vietnamita, em 1979.

No depoimento, Duch assumiu total responsabilidade pelos massacres ao ser questionado sobre a política em relação aos filhos dos presos do centro de detenção de Tuol Sleng, ou S-21, que dirigiu do final de 1975 à queda do Khmer Vermelho em 1979. Conforme Duch, essas mortes tinham como objetivo evitar que as crianças buscassem vingança contra os torturadores de seus pais, no futuro.


"Eu sou criminalmente responsável por matar bebês, crianças e adolescentes", disse Duch. "Essas horrendas imagens de bebês sendo esmagados contra árvores, eu não reconheci de início. Mas, depois de ver as fotografias, eu lembro que isso aconteceu. Foi feito pelos meus subordinados, mas eu não os culpo porque foi sob minha responsabilidade."

Em março passado, já em julgamento, Duch pediu perdão às famílias dos cerca de 14 mil cambojanos mortos naquele campo.

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