domingo, 31 de outubro de 2010

Afinal, o que queremos?


Blog do Reinaldo Azevedo

Editorial do Estadão

Encerra-se hoje a mais longa campanha eleitoral de que se tem notícia no País, e certamente em todo o mundo: oito anos de palanque na obstinada perseguição de um projeto de poder populista assentado sobre o carisma e a popularidade de um presidente que, se por um lado tem um saldo positivo de realizações econômico-sociais a apresentar, por outro lado, desprovido de valores democráticos sólidos, coloca em risco a sustentabilidade de suas próprias realizações na medida em que deliberadamente promove a erosão dos fundamentos institucionais republicanos. Essa é a questão vital sobre a qual deve refletir o eleitor brasileiro, hoje, ao eleger o próximo presidente da República: até onde o lulismo pode levar o Brasil?

Quanto tempo esse sentimento generalizado de que hoje se vive materialmente melhor do que antes resistirá às inevitáveis consequências da voracidade com que o aparelho estatal tem sido privatizado em benefício de interesses sindical-partidários? Tudo o que ambicionamos é o pão dos programas assistenciais e do crédito popular farto e o circo das Copas do Mundo e Olimpíada?

Lamentavelmente, as questões essenciais do País não foram contempladas em profundidade pelo pífio debate político daquela que foi certamente a mais pobre campanha eleitoral, em termos de conteúdo, de que se tem notícia no Brasil. Mais uma conquista para a galeria dos “nunca antes neste país” do presidente Lula, que nessa matéria fez de tudo. Deu a largada oficial para a corrida sucessória, mais de dois anos atrás, ao arrogar-se o direito de escolher sozinho a candidata de seu partido. Deu o tom da campanha, com a imposição da agenda - a comparação entre “nós e eles”, entre o “hoje e ontem”, entre o “bem e o mal” - e com o mau exemplo de seu destempero verbal.

Uma das consequências mais nefastas dessa despolitização que a era lulo-petista tem imposto ao País como condição para sua perpetuação no poder é o desinteresse - resultante talvez do desencanto -, ou pelo menos a indulgência, com que muitos brasileiros tendem a considerar a realidade política que vivemos. A aqueles que acreditam que podem se refugiar na “neutralidade”, o antropólogo Roberto DaMatta se dirigiu em sua coluna dessa semana no Caderno 2: “Você fica neutro quando um presidente da República e um partido que se recusaram a assinar a Constituição e foram contra o Plano Real usam de todos os recursos do Estado que não lhes pertencem para ganhar o jogo? (…) Será que você não enxerga que o exemplo da neutralidade é fatal quando há uma óbvia ressurgência do velho autoritarismo personalista por meio do lulismo, que diz ser a ‘opinião pública’? O que você esperava de uma disputa eleitoral no contexto do governo de um partido dito ideológico, mas marcado por escândalos, aloprados e nepotismo? Você deixaria de tomar partido, mesmo quando o magistrado supremo do Estado vira um mero cabo eleitoral de uma candidata por ele inventada? É válido ser neutro quando o presidente vira dono de uma facção, como disse com precisão habitual FHC? Se o time do governo deve sempre vencer porque tem certeza absoluta de que faz o melhor, pra que eleição?”

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sábado, 30 de outubro de 2010

Com a ajuda de Lula, Collor finalmente conseguiu chegar ao cofre da Petrobras


Por Augusto Nunes

Coluna do Augusto Nunes

Em outubro de 1990, o presidente Fernando Collor valeu-se de um emissário para induzir a Petrobras a emprestar US$ 40 milhões à Vasp, empresa aérea comprada no mês anterior pelo amigo Wagner Canhedo. Deu tudo errado. Pressionado por Paulo César Farias, o presidente da estatal, Luiz Octávio da Motta Veiga, demitiu-se inesperadamente e denunciou o cerco movido pelo tesoureiro do chefe de governo. O escândalo se transformaria na primeira estação do merecido calvário que desembocaria no impeachment.

Passados 20 anos, o senador Fernando Collor voltou à ação no local do crime não consumado, agora para forçar a estatal a fechar um contrato de R$ 200 milhões com o usineiro alagoano João Lyra, ex-senador e pai de sua cunhada Tereza Collor. Para abrir o cofre que PC não alcançou pela rota dos porões, Collor dispensou-se de cautelas e foi à luta pessoalmemente. Em agosto passado, entrou pela porta da frente, e levando a tiracolo o empresário de estimação beneficiado pela bolada. Desta vez deu tudo certo.

Numa nota publicada em seu blog no site de VEJA, o jornalista Lauro Jardim resumiu o show de atrevimento: “O candidato a governador Fernando Collor exigiu ─ repita-se: exigiu ─ que a diretoria da Petrobras Distribuidora assinasse um contrato de vinte anos para a compra de etanol das usinas de João Lyra. Alguém aí acha que Collor foi posto para fora ? Nada disso. Não conseguiu um contrato de décadas, mas arranjou um de quatro anos, cerca de 200 milhões de reais”.

Nesta semana, o Brasil soube por que Collor se sente em casa na Petrobras Distribuidora: foi ele o padrinho da nomeação de José Zonis para a Diretoria de Operações e Logística. Desde o ano passado, o ex-presidente despejado do Planalto por ter desonrado o cargo não precisa designar algum homem de confiança para missões de grosso calibre na maior das estatais. Tem um representante com direito a gabinete, cafezinho e canetas que assinam contratos com prazos sob medida para a obtenção de empréstimos bancários.

“Isso é uma tremenda maracutaia”, berrou em 1990 Luiz Inácio Lula da Silva, ao saber que Collor tentara favorecer um empresário amigo com dinheiro da Petrobras. Em dólares, a montanha de cédulas capturada em agosto deste ano é equivalente à perseguida sem sucesso há duas décadas. Mas o presidente que abandonou o emprego para virar animador de palanque não viu nada de errado. Os devotos do Mestre aprendem que maracutaia que beneficia companheiros (sobretudo um amigo de infância, patente obtida por Collor) não é maracutaia. É um negócio como outro qualquer.

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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Bento XVI e o silêncio dos bispos


Por Paulo Ricardo de Azevedo Jr

Mídia Sem Máscara

Faltando três dias para a votação do segundo turno, o acalorado debate eleitoral ganhou um interlocutor de peso: o Papa Bento XVI.

Num discurso pronunciado, nesta manhã de quinta-feira, para bispos do Nordeste - reconhecida base eleitoral do PT de Dilma Rousseff - Bento XVI condenou com clareza "os projetos políticos" que "contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto".

Com o discurso de hoje, Bento XVI rompe, desde o mais alto grau da hierarquia católica, o patrulhamento ideológico que o PT vem impondo a bispos do Brasil através de ameaças, pressões diplomáticas, xingamentos e abusos de poder.

É conhecida a absurda apreensão, a pedido do PT, de milhares de folhetos contendo o "Apelo a Todos os Brasileiros e Brasileiras", em que a Comissão em Defesa da Vida, da Regional Sul I da CNBB, exortava os católicos a não votar em políticos que defendam a descriminação do aborto. É conhecida a denúncia do bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, de que tem sido vítima de censura e perseguição por parte do PT (cf.Revista Veja). É arquiconhecida a prisão de leigos católicos que realizavam o "ato subversivo" de distribuir nas ruas o documento dos bispos de São Paulo.

O Papa convida os bispos à coragem de romper este patrulhamento e falar. Ao defender a vida das crianças no ventre das mães, os bispos não devem temer "a oposição e a impopularidade, recusando qualquer acordo e ambigüidade".

O pronunciamento de Bento XVI ainda exorta os bispos a cumprirem "o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas". E, numa clara alusão a uma das propostas do PNDH-3 do PT, se opõe à ausência "de símbolos religiosos na vida pública".

Com seu discurso, o Papa procura evitar que o Brasil continue protagonista de um fenômeno que seria mais típico do feudalismo medieval, do que de uma suposta democracia moderna. De fato, durante a Baixa Idade Média, era comum que os posicionamentos e protestos mais decididos fossem os do Papa, enquanto os do episcopado local, mais exposto às pressões e ao poder imediato dos senhores feudais, eram como os de um cão atado à coleira. Pode até ensaiar uns latidos, mas quem passa por perto sabe que se trata de barulho inofensivo.

Ao apagar das luzes da campanha de segundo turno, o Pontífice parece preparar o terreno para que a Igreja do Brasil compreenda, sejam quais forem os resultados das eleições, que é inútil apelar para um currículo de progressos sociais e de defesas dos oprimidos do Partido dos Trabalhadores, quando seu "projeto político" está tão empenhado em eliminar os seres humanos mais fracos e indefesos no ventre das mães.

Abaixo, na íntegra, o discurso do Papa (cf. Página do Vaticano)

Amados Irmãos no Episcopado,

«Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo» (2 Cor 1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5. Lendo os vossos relatórios, pude dar-me conta dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.

Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.

Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf. Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. GS, 76).

Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente má e incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, conseqüência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38). Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático - que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana - é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vitæ, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida «não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambigüidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo» (ibidem, 82).

Além disso, para melhor ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sócio-político de um modo unitário e coerente, é «necessária - como vos disse em Aparecida - uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o "Compêndio da Doutrina Social da Igreja"» (Discurso inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, 3). Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. GS, 75).

Neste ponto, política e fé se tocam. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. «Com efeito, sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambigüidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana» (Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17-IX-2010).

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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Papa condena aborto e pede a bispos que orientem politicamente fiéis


Estadão Online

Por Equipe Estadão

Em reunião em Roma na manhã desta quinta-feira, 28, o papa Bento XVI conclamou um grupo de bispos brasileiros a orientar politicamente fiéis católicos. Sem citar especificamente as eleições de domingo, o papa reforçou a posição da Igreja a respeito do aborto e recomendou a defesa de símbolos religiosos em ambientes públicos. "Quando projetos políticos contemplam aberta ou veladamente a descriminalização do aborto, os pastores devem lembrar os cidadãos o direito de usar o próprio voto para a promoção do bem comum", disse.

Falando a bispos do Maranhão, Bento XVI reconheceu que a participação de padres em polêmicas podem ser conturbadas. "Ao defender a vida, não devemos temer a oposição ou a impopularidade", continuou. O pontífice se posicionou também sobre o ensino religioso nas escolas públicas e, relembrando a história do País com forte presença católica e o monumento do Cristo Redentor, no Rio, orientou os sacerdotes que encampem a luta pelos símbolos religiosos. "A presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia de seu respeito", concluiu.

Leia abaixo a íntegra do discurso de Bento XVI:

"Amados Irmãos no Episcopado,

Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (2 Cor 1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5 [cinco]. Nos nossos encontros, pude ouvir, de viva voz, alguns dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.

Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à. união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.

Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf. Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. GS, 76).

Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, consequência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38). Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático - que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana - é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vita, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambiguidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo" (ibidem, 82).

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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Em um lugar diferente ou em uma Cuba diferente?


Por Yoani Sánchez

Instituto Millenium

A fila em frente ao consulado espanhol se estende por mais de cem metros.

Netos de espanhóis, gente com um comprovante de nascimento de um avô asturiano, galego ou andaluz nas mãos para obter o passaporte comunitário, documento que permite emigrar.

Os cubanos não manifestam sua frustração com cartazes de protesto, nem nas urnas eleitorais quando votam por seus representantes locais.

O que fazem todos os dias é pressionar as embaixadas, movidos por uma obsessão: fugir. Essa sangria constante não diminuiu com a chegada ao poder de Raúl Castro. Parece até mesmo que a ânsia de fugir aumentou, porque as reformas de Raúl estão sendo implementadas com tanta falta de entusiasmo que não convencem esses compatriotas de ficar na ilha. Sinto-me, então, sozinha quando garanto para meus amigos que minha vida não está em outra parte, a não ser em uma outra Cuba.
Em um país do futuro onde ninguém será penalizado pela opinião e onde não precisaremos de autorização para entrar e sair de nossas fronteiras.

Ainda que pareça distante essa nação, o primeiro passo para originá-la já está dado, e é o aumento da crítica cidadã que tem obrigado o governo a adotar tímidas transformações.

Desde a metade de 2008, os cubanos podem ter um contrato de telefonia móvel, se hospedar em um hotel e comprar legalmente um computador. Tais mudanças ainda não aliviaram substancialmente o cotidiano.

Continuamos incomodados devido à dualidade monetária que implica em ganhar os salários em uma moeda e comprar boa parte dos alimentos em outra.

Também começou uma redução drástica dos empregos estatais, com o qual se antecipa o pior pesadelo que os propagandistas oficiais anunciavam para depois da derrubada do sistema.

Cuba marcha como um neoliberalismo de uniforme verde-oliva, como uma terapia de choque que nega todos os manuais de conteúdo marxista.

Por outro lado, a lentidão na implementação das flexibilizações econômicas tem se mostrado tal que até mesmo os militantes do Partido Comunista, controlados pelo pragmatismo do General, estão sendo defraudados.

Nem a entrega das terras ociosas -em usufruto de dez anos-representou a queda dos preços dos vegetais e das frutas, nem a ampliação do emprego por conta própria entusiasma uma população ofuscada pela apatia, pela corrupção e pelo incessante desvio de recursos.

É necessária uma alta dose de ingenuidade para acreditar que o ditador Raúl Castro obterá êxito em encaminhar o país para a obtenção de estabilidade e prosperidade.

Ao considerar que os cubanos continuam preenchendo formulários nos consulados, o dilema de tentar resolver o problema de forma nacional ou pessoal se torna o cerne da questão, sendo que a opção mais viável parece ser a segunda.

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Supremo deve barrar Jader Barbalho em definitivo


Estadão Online

Agência Estado

A candidatura de Jader Barbalho (PMDB) ao Senado deve ser definitivamente barrada hoje pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Com votos suficientes para ser eleito, Jader esperava que os ministros derrubassem a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que não reconheceu sua candidatura com base na Lei da Ficha Limpa. No julgamento de hoje, se não ocorrer pedido de vista, cinco ministros votarão a seu favor e cinco, contra. Uma saída será encontrada no regimento para que prevaleça a decisão do TSE.

Essa alternativa foi pensada numa reunião reservada, ontem à noite. Ministros que votaram contra a aplicação da lei para as eleições de 2010 indicaram que concordarão com a tese de que, ante o empate, prevalece a decisão do TSE. Essa alternativa foi aventada no julgamento do recurso de Joaquim Roriz, ex-candidato ao governo do Distrito Federal que também foi barrado. Mas não foi levada adiante, já que o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, propôs o adiamento da discussão até a nomeação do 11.º ministro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante a reunião, ministros avaliaram que a corte deveria tirar o processo de pauta e aguardar a nomeação. Isso evitaria, por exemplo, o que Peluso chamou de decisão "artificial". Evitaria ainda uma eventual decisão no sentido oposto quando outro caso for julgado, já na presença do 11.º ministro. Mas a maioria não aceitou os argumentos. Acertou-se que o julgamento ocorreria hoje, para evitar nova exposição do STF à opinião pública.

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A estratégia do PT com o PNDH-3


Por Marcus Boeira

Mídia Sem Máscara

Em tempos eleitorais, sempre é bom rememorar algumas iniciativas revolucionárias do PT. Dentre elas, destaco hoje o caso do PNDH-3, particularmente naquilo que se convencionou chamar de " Direito à Memória e à Verdade" .

É notório que o PNDH (Programa Nacional de Direitos Humanos) representa uma das maiores farsas comunistas da história recente do Brasil. É, de fato, mais um dos avanços programáticos da estratégia revolucionária marxista empreendida pelo PT e pelas inúmeras organizações que encampam suas bases em Brasília, para tomar de assalto os cofres públicos, a fim de se valer do orçamento estatal para patrocinar suas pretensões totalitárias e absurdas.

Movimentos como o dos ambientalistas e indígenas, dentre outros, montaram escritórios na capital federal com o objetivo de valer-se do governo Lula para adquirir verbas milionárias e, assim, embolsar suas ricas contas correntes com verba pública. É o exemplo mais notório de uma república privativa de grupos esquerdistas e revolucionários. De uma res pubblica passamos à uma res partidária, onde o povo é substituído por puxa-sacos do partidão.

Na verdade, esses grupos alcançaram mais uma vitória: a de formatar o PNDH, pois como todos aqueles que agem às ocultas, usam do jargão " direitos humanos" para mascarar suas reais intenções revolucionárias. É aquela coisa: como tudo pode ser " direitos humanos" , até mesmo matar em nome do " aborto" , perseguir inimigos em nome da " liberdade" , prender adversários em nome da " democracia" , as finalidades escusas desses grupos fazem parte da atual atmosfera dos corredores de nossas instituições políticas federais.

O PNDH-3 fala, em sua parte final, do chamado " Direito a Memória e Verdade", entendido como um direito fundamental ao conhecimento do passado como requisito para a cidadania. Ora, se é assim, então precisamos acreditar que Memória e Verdade representa também uma compreensão do passado tanto em suas experiências positivas quanto negativas.

No documento intitulado de PNDH-3, assinado pela Secretaria de direitos humanos do PT (chamada de " Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República) e que assumiu forma jurídica no Decreto n. 7.037/2009, o Direito à Memória e a Verdade é definido como um meio de resgatar o conhecimento sobre fatos e acontecimentos relativos ao desaparecimento de pessoas e perseguições ocorridas durante o governo militar no Brasil. Ora, se o objetivo é esse, como o próprio documento elucida então a verdadeira intenção não é conhecimento da verdade dos fatos, mas a apuração de casos empreendidos pelos militares contra esquerdistas. Quer dizer: de acordo com o decreto, não se deve querer conhecer a verdade, mas acusar o militarismo. E porque isso? A resposta é simples: dar crédito aos movimentos esquerdistas e, com isso, auxiliar na tarefa de criar um ambiente politicamente correto onde esses grupos são taxados de heróis nacionais. Ou seja: fala-se de verdade, de memória, mas o que se quer é acusar os militares em beneficio de grupos revolucionários.

A estratégia é antiga. O nazismo, o fascismo, o comunismo nas suas variadas formas, enfim, todas as formas de totalitarismos usaram um mesmo método para estabelecer a aplicação formal e jurídica de suas metas: o direito positivo. Carl Friedrich, Hannah Arendt, Raymond Aron, Isaiah Berlin, Eric Voegelin, e todos os demais pensadores que se dedicaram ao estudo do totalitarismo foram unânimes em detectar esse método estratégico: o de fazer a revolução andar " pelo direito".

Sim, é inegável e Gramsci estava certo em dizer que o fio condutor da revolução está na " cultura" . Porém, dentro desse " movimento revolucionário" , o direito positivo ocupa papel de destaque. E, quando me refiro ao " direito positivo" , não saliento apenas a lei, senão também a Constituição, os demais atos normativos e administrativos enquanto fontes do direito, como também a exegese que se faz desses textos.

Se o Direito à Memória e à Verdade tem como real objetivo o conhecimento do passado, então por que não investigar as ações de grupos esquerdistas contra pessoas de bem durante o regime? Por que não investigar os seqüestros promovidos pelos comunistas e revolucionários, como por exemplo, a situação da então guerrilheira Dilma Rousseff no caso do embaixador norte-americano? Por que não acatar as milhões de mortes e assassinatos empreendidos por regimes comunistas durante o século XX?

Quer dizer: " direitos humanos" e particularmente " direito à memória e a verdade" , não são entendidos pela Secretaria de DH do PT como valores fundamentais do ser humano e da sociedade política, mas sim como meios de ação de suas pretensões estratégicas de tomada do poder.

Alguém duvida? Então, nesse caso, veja com seus próprios olhos. Bata acessar o seguinte endereço eletrônico: portal.mj.gov.br/sedh/pndh3/pndh3.pdf

Aí, você poderá conferir o que representa verdadeiramente o PNDH. Por exemplo, à página 170 do documento, extraí-se a passagem a seguir: " A compreensão do passado por intermédio da narrativa da herança histórica e pelo reconhecimento oficial dos acontecimentos possibilita aos cidadãos construírem os valores que indicarão sua atuação no presente. O acesso a todos os arquivos e documentos produzidos durante o regime militar é fundamental no âmbito das políticas de proteção dos Direitos Humanos".

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terça-feira, 26 de outubro de 2010

É inconstitucional Estados vigiarem mídia, defende OAB


Estadão Online

Agência Estado

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) reagiu com veemência à criação de conselhos estaduais para fiscalizar e monitorar a mídia. Em nota divulgada ontem, a entidade repudiou as iniciativas, debatidas em ao menos quatro Estados, e as classificou de "inconstitucionais".

Na semana passada, a Assembleia Legislativa do Ceará aprovou a criação de um conselho de fiscalização da mídia no Estado. Piauí, Bahia e Alagoas também pretendem criar seus próprios colegiados - desta vez por iniciativa do Executivo. A criação de conselhos estaduais para monitorar a mídia surgiu na Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), convocada pelo governo no ano passado.

A polêmica ocupou a maior parte da reunião dos presidentes das 27 seccionais da OAB, ontem, em Brasília. Em nota de repúdio à criação dos conselhos, aprovada por unanimidade, a Ordem se diz preocupada com os males que esses órgãos "podem causar à livre manifestação de expressão e à liberdade de imprensa, fundamentais para a normalidade do Estado Democrático de Direito".

O presidente da entidade, Ophir Cavalcante, assinalou que a OAB poderá questionar judicialmente a criação dos conselhos. "Não podemos tolerar iniciativas que, ainda que de forma disfarçada, tenham como objetivo restringir a liberdade de imprensa. A OAB vai ter um papel crítico e ativo no sentido de ajuizar ações diretas de inconstitucionalidade (Adin) contra a criação desses conselhos", afirmou.

A Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert) também classificou de "inconstitucionais" as medidas. "De acordo com a Constituição, não cabe às assembleias criar esse tipo de conselho", disse Rodolfo Machado Moura, diretor de assuntos jurídicos da associação.

O diretor executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira, também reagiu à criação dos conselhos. "É preocupante imaginar que possa haver instâncias controladas pelo Poder Executivo capazes de avaliar o que é conveniente para ser veiculado pelos meios de comunicação". O presidente da Associação Nacional dos Editores de Revista (Aner), Ricardo Muylaerte, acredita que "o que está sendo proposto é uma maneira de ?comer pela beirada? o assunto da censura propriamente dita". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O estilo desfaz o homem


Por Dora Kramer

BlogdoNoblat

Daqui a oito dias, no próximo domingo antes das 9h da noite, o presidente Luiz Inácio da Silva começará a vivenciar o passado, as urnas apontem a eleição de Dilma Rousseff ou de José Serra para lhe suceder na chefia da Nação.

É inexorável: eleito, as atenções se voltam para o novo, o próximo, aquele que de fato traduz mais que uma expectativa, representa o poder em si. Político baiano da velha guarda, Afrísio Vieira Lima tem a seguinte filosofia: "Ninguém atende ao telefone ou à porta perguntando quem foi, todo mundo quer saber quem é."

Pois é. Face à evidência de que a natureza humana não falha, o mundo político não foge à regra. No momento seguinte à proclamação do resultado, o País - quiçá o mundo - voltará toda a sua atenção para a fala, os planos, os gestos, as vontades, os pensamentos, a biografia, a família, os amigos e tudo o mais que diga respeito à pessoa que a partir do primeiro dia de 2011 dará expediente no principal gabinete do Palácio do Planalto.

Quando a gente vê um presidente tomar a iniciativa de se desmoralizar em público apenas porque não resiste ao impulso de insultar o adversário, a boa notícia é que falta pouco tempo para que esse estilo comece a fazer parte de referências pretéritas.

Abstraindo-se juízo de valor a respeito de Dilma e Serra, chegará ao fundo do poço que o presidente Lula se deu ao desfrute de frequentar na semana passada. Pela simples razão de que é impossível.

A novidade não esteve na distorção dos fatos - isso já faz parte da rotina. O ineditismo foi o desmantelo da farsa. Melhor dizer, das farsas, pois foram duas: uma engendrada com vagar, outra montada às pressas. Ambas malsucedidas, não duraram 24 horas.

No começo da semana, quando já se anunciara o adiamento do fim da sindicância da Casa Civil sobre Erenice Guerra para depois das eleições, eis que a Polícia Federal ressuscitou o caso da quebra do sigilo fiscal de parentes e correligionários do candidato Serra, anunciando a identificação do responsável: Amaury Ribeiro Jr., jornalista que à época do crime trabalhava no jornal Estado de Minas.

O PT tentou legitimar, assim, uma versão que fazia circular desde junho quando se descobriu que os dados fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, apareceram em um dossiê que chegou ao jornal Folha de S. Paulo como originário do PT.

A versão - não de todo inverossímil, diga-se - era a de que as informações haviam sido reunidas por Amaury a serviço do Estado de Minas para municiar Aécio Neves de dados contra José Serra, que, por sua vez, mandara investigá-lo.

Segundo um delegado e o superintendente da PF, Amaury dissera em seu depoimento que o trabalho visava a "proteger" Aécio. Antes da entrevista dos dois, o presidente da República anunciava que naquele dia a Polícia Federal teria novidades.

Pois no dia seguinte, sabe-se que nem Amaury estava a serviço do Estado de Minas na ocasião nem citara no depoimento o nome de Aécio Neves. Ou seja, o presidente Lula comandara uma falácia e a PF aceitara se prestar ao serviço, acrescentando que as investigações estavam encerradas.

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PETISTA PREGA 'MORTE AO SERRA' PELO TWITTER


Por Aluizio Amorim

Blog do Aluizio Amorim

A internet está seguramente entre as maiores invenções da civilização ocidental. Calcula-se que apenas cerca de 10% de seu potencial seja utilizado na atualidade. É uma das ferramentas fantásticas criadas pela ciência aplicadada que se traduz naquilo que conhecemos como tecnologia.

Todavia, o que é tido como virtual na rede é reflexo das ações e e relações sociais, ou seja, o que aparece nas mais diversas modalidades dessa fabulosa conexão em rede não pode portanto ser diferente da realidade. E a realidade, por sua vez, pode ser criativa, grandiosa, solidária e altruísta; mas pode também ser iníqüa, sórdida, mesquinha e mentirosa quando não, criminosa.

Um exemplo desse lado sórdido e criminoso da internet pode ser constatado pelos usuários do Twitter, essa ferramenta de comunicação fantástica que faz a integração instântanea da população de todo o planeta.

Há pouco um tuiteiro me enviou o link para esse perfil cujo facsímile reproduzo acima. Reflete todo o ódio que orienta a ação dos partidários do PT sob a liderança do Lula, da Dilma, do Zé Dirceu e assemelhados. Sim, porque são eles com a sua prática de vida e suas ações e reações que instigam a militância a agredir adversários, como ocorreu em Campo Grande, Rio de Janeiro, na última quarta-feira ou, ainda, na internet onde espalham o terror através das redes sociais.

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domingo, 24 de outubro de 2010

COHAB REPASSA R$ 10 MILHÕES A EMPREITEIRA PARA OBRA INCONCLUSA


Por Ronaldo Brasiliense

OPARAENSE

“Há algo de podre no reino da Dinamarca!” (William Shakespeare, em Hamlet)

Bem que o procurador eleitoral Daniel Avelino – “xerife” das eleições no Pará – poderia dar uma olhadinha no suspeito termo aditivo de R$ 10 milhões firmado na sexta-feira passada, 22, pelo governo de Ana Júlia Carepa (PT) com um consórcio de empreiteiras.

A uma semana da eleição em seu segundo turno, quando Ana Júlia aparece, segundo pesquisa do Ibope registrada no TRE, 20 pontos percentuais atrás de seu oponente, Simão Jatene (PSDB) – uma diferença de 800 mil votos – o termo aditivo firmado entre a Companhia de Habitação do Pará (Cohab) e o Consórcio Liberdade, liderado pela empresa UNI Engenharia Ltda, merece uma investigação apurada por apresentar indícios de maracutaia.

O Consórcio Liberdade foi contratado pelo governo do estado do Pará para construir o conjunto residencial Liberdade II, com 2.060 apartamentos, em terreno doado pela Universidade Federal do Pará entre a avenida Perimetral e o Igarapé Tucunduba, no bairro do Guamá.

A obra foi orçada em R$ 101.474.624,89 (Isso mesmo, mais de 100 milhões de reais!) dentro do Programa Pró-Moradia, financiado pela Caixa Econômica Federal (CEF) com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A Caixa entraria com R$ 62,2 milhões e outros R$ 39,1 milhões sairiam dos cofres do governo do estado. Detalhe: os 2060 apartamentos deveriam ser entregues, pelos termos do contrato, no dia30 de novembro de 2010.

Ocorre que a própria avaliação feita por fiscais da própria Caixa Econômica revelou que apenas 24% das obras do conjunto foram executadas. Mesmo assim, os desembolsos foram feitos com regularidade pela Caixa.

O termo aditivo é assinado, como exibe o Diário Oficial do Estado (DOE) da última sexta-feira, como ordenador de despesas pela Cohab, por Suely Cristina Yassue S. Mouta Pinheiro.

Que vem a ser irmã do engenheiro responsável pela execução das obras.

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sábado, 23 de outubro de 2010

Lula, Dilma e o PT em desespero


Por Nivaldo Cordeiro

Mídia Sem Máscara

Como explicar a elevação do tom nessa reta final de campanha, com o PT colocando sua tropa de choque nas ruas para fazer o combate físico aos seguidores do candidato José Serra? Como explicar a violência verbal de Lula, conclamando suas hostes à "ação direta", nos termos consagrados pelo fascismo histórico? A dar crédito às falsificadas pesquisas de opinião nem Lula e nem Dilma (e o PT) deveriam perder a compostura, posto que a vitóriaestaria previamente assegurada. Mas o fato essencial é que nem eles mesmos, que compraram o resultados das ditas pesquisas, acreditam nisso. O perigo do PT ser apeado do poder pelo voto é uma realidade cada vez mais palpável.

Lula, ao se comportar como chefe de gangue, trouxe para a cena política as práticas mais primitivas e perigosas. O fato cristalino é que José Serra poderá ganhar, mas por margem pequena. O país emergirá em primeiro de novembro politicamente dividido e espero que Serra saiba como fazer a ponte com a oposição. Precisamos, mais do que nunca, do espírito estadista de um Nelson Mandela entre nós. A tarefa será mais fácil na medida em que boa parte da oposição está dentro do PMDB, uma federação de oligarquias tradicionais que não gosta de ficar alheia ao centro de poder. Penso que é possível ao candidato construir a governabilidade sem maiores traumas, exceto com a facção radical do PT. Talvez o Brasil venha a viver momentos como estamos vendo agora na França e na Inglaterra.

Hoje li na Folha de São Paulo interessante artigo do correspondente doFinancial Times no Brasil (A importância da austeridade), do qual realço suas linhas iniciais: "Não imaginava que estaria escrevendo esta coluna hoje. Eu, a torcida do Corinthians, a do Flamengo e as de todos os outros times do Brasil achávamos que tudo acabaria no primeiro turno". Ora, os que acompanham a minha home page e os meus comentários no Youtube não tiveram surpresa alguma quanto ao resultado do primeiro turno das eleições. No dia 28 de setembro, por exemplo, gravei vídeo cujo conteúdo se pode ver desde o título (Haverá segundo turno na eleição presidencial). No próprio dia das eleições gravei outro vídeo (A desmoralização dos institutos de opinião), no qual reiterei as mesmas opiniões.

O fato é que o Sr. Jonathan Wheatley seguiu o percurso das mal afamadas pesquisas de opinião e se deu mal, assim como o colunista do mesmo jornal, Clovis Rossi, conforme comentei aqui anteriormente. Há um fator macunaímiconos resultados das pesquisas de opinião, uma mão de gato gigante que só dos donos de poder de plantão podem pagar. Elas não passam de papel sujo, paraservirem de fato midiático em ajuda à candidata presidencial. Depois que se percebe o truque a análise política fica, a um só tempo, mais fácil, mais racional e mais previsível. O corresponde estrangeiro terá maior dificuldade do que eu para perceber a verdadeira tramóia em que se transformou a divulgação das pesquisas eleitorais.

O fenômeno se repete agora, com mais força. O PT está jogando tudo para não perder as eleições, mas está desprovido de discurso para alargar sua base eleitoral. Voltou-se para seu próprio nicho minoritário e para a violência típica das gangues sindicais e de partidos revolucionários. Naturalmente que essa violência ostensiva vai afastar ainda mais o eleitorado de centro da candidata petista. Cada vez mais estou convencido da vitória de José Serra. Quem viver verá.

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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

FHC recriou a Petrobrás


Por Alberto Tamer




Está sendo cometida uma grande injustiça com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a respeito da Petrobrás. Neste clima político, querem reverter contra ele o enorme trabalho que fez para o Brasil ao abrir o capital da Petrobrás, em 1997, atenuando os efeitos nocivos do monopólio estatal do petróleo. Ele recriou e salvou a Petrobrás de si mesma. Antes de Fernando Henrique, a Petrobrás era um "petrossauro", um paquiderme pesado repousando em si mesma; ocupava espaço, não fazia e não deixava ninguém fazer. Hoje, é a quarta maior do mundo em valor de mercado e a oitava entre as empresas de capital aberto. Um novo orgulho para o Brasil.

Antes, era aquele pretexto tacanho e mesquinho, da "soberania nacional", resquícios ainda da era de "O petróleo é nosso". Na verdade, não era nosso, era da Petrobrás e sua corporação, que só investia pouco em pesquisa e extração, se concentrava no refino e na comercialização interna porque davam lucro. Por que gastar em pesquisa e produção se podia ganhar mais sem correr risco importando em dólares, refinando e vendendo em reais? Quando o câmbio lhe era desfavorável, recorria aos cofres do governo, seu grande acionista e proprietário, que a protegia de pai para filho. Era uma conta complicada e obscura que ninguém entendia. Nem o governo.

Fernando Henrique ousou. O ex-presidente teve a ousadia feliz de não acabar totalmente com os privilégios da Petrobrás, mas abri-la ao capital privado.

Gás, o esquecido. A Petrobrás reclamou, mas não só sobreviveu como cresceu, se fortaleceu, se agigantou diante da injeção de recursos privados e do desafio das empresas internacionais. Descobriu que não vinham "competir" com ela, roubar-lhe mercado, mas colaborar na pesquisa e extração de petróleo e gás. Este foi sempre o grande esquecido e rejeitado. A Petrobrás sentou-se sobre ele por décadas , nada fez e não deixou que alguém fizesse. Por quê? É simples: o gás competia com o óleo que lhe dava enorme lucro num mercado cativo...

O resultado dessa iniciativa de Fernando Henrique foi que a Petrobrás cresceu, e é hoje umas das maiores e mais respeitadas empresas mundiais de petróleo! Investe no Brasil e no exterior onde extrai e refina petróleo para os mercados interno e externo também. Essa é a Petrobrás renovada que o Brasil precisava. E hoje tem. De uma empresa acanhada, superprotegida, transformou-se na primeira grande multinacional brasileira respeitada no mundo todo. Obra do ex-presidente, que hoje querem esquecer.

Provava-se ali que, ao fechar o Brasil à tecnologia e ao capital externo, o governo não estava reduzindo, mas aumentando de forma assustadora a dependência do Brasil do petróleo externo, das mesmas empresas que ele impedia que o encontrasse aqui.

Poucos se lembram, mas foi nas duas crises do petróleo, 1973 (invasão árabe contra Israel) e 1979, (a revolução dos aiatolás no Irã) que se formou a brutal divida externa brasileira de mais de US$ 200 bilhões. O Brasil pedia dinheiro emprestado no exterior para pagar à vista o petróleo que escasseava no mundo, acumulando dividas astronômicos. Era a cega política de Geisel, o abastecimento, primeiro, o petróleo depois...

A farsa dos contratos de risco. Quando muito, ele permitiu a farsa dos contratos de risco quando se descobriu o petróleo de Campos. Sim farsa, porque os termos dos contratos davam à Petrobrás a escolha das melhores áreas, que ela conheciam mas não explorava, e deixava as piores para o setor privado, nacional ou estrangeiro. Resultado: não vieram como poderiam ter vindo. E, nas duas crises do petróleo, 1973 e 1979, era mais dependente do que nunca do petróleo importado... Daí o titulo do nosso livro Petróleo, o preço da Dependência, um retrato histórico.

Aqui de novo FHC. E só vieram mesmo, de verdade, depois que o ex-presidente Fernando Henrique abriu o capital da Petrobrás. E estão vindo cada vez mais, não para "roubar"o petróleo recém-descoberto, mas para compartilhar com o Brasil a receita do petróleo que encontrarem. A Petrobrás não foi "enfraquecida", pois será a única operadora, mas revigorada. Obra do ex-presidente que acusam agora de "privativista".

A história - e estou sempre disposto a recontá-la - mostra que foi Fernando Henrique quem recriou e salvou a Petrobrás, quem a tirou da modorra, da apatia do monopólio total para a do semi-monopólio (é isso mesmo, ainda hoje monopólio de fato!) para ser o que é. A quarta maior empresa mundial em valor de patrimônio e a maior multinacional brasileira.

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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Cristina fala em 'nacionalizar' a mídia


Por Ariel Palacios

Estadão Online

A presidente Cristina Kirchner propôs ontem a "nacionalização" dos meios de comunicação, que, na sua visão, não têm atendido aos "interesses nacionais". Sem deixar transparecer intenções mais claras, contudo, Cristina foi enfática ao ressaltar que não pretende "estatizar" a mídia.

Segundo a presidente - que há dois anos alerta constantemente sobre um hipotético "golpe de estado" preparado pela mídia em conjunto com a oposição -, "seria importante nacionalizar os meios de comunicação para que eles tenham consciência nacional e defendam os interesses do país".

Ela criticou especificamente o fato de haver "tantos microfones e câmeras de TV sobre os problemas do crescimento econômico (de hoje)", enquanto os veículos da mídia "acobertaram, ignoraram e muitas vezes foram cúmplices da política de entrega e subordinação sem dizer uma só palavra ou tirar uma só foto".

"Às vezes penso que seria interessante nacionalizar; não estatizar. É melhor que isso fique claro para que amanhã ninguém dê uma manchete errada", destacou com o dedo em riste, sem explicar a sutileza.

Em várias outras ocasiões, Cristina acusara a mídia - especialmente os jornais Clarín e La Nación - de "cumplicidade com os interesses estrangeiros". Para ela, os jornais respaldam a suposta intenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) de controlar a política econômica argentina.

No discurso de ontem, Cristina mostrou-se como vítima da mídia ao afirmar que continuará apostando "nos interesses da Argentina" e no "modelo virtuoso" de sua administração, apesar do que chamou de "ataques dos meios de comunicação".

A presidente é conhecida por aproveitar qualquer cerimônia ou comício para lançar críticas contra o jornalismo. Ontem, as declarações sobre "nacionalização" da mídia foram feitas durante a inauguração de uma fábrica têxtil na cidade de Mercedes, na Província de Buenos Aires.

Recentemente, durante a cerimônia de ampliação da produção de um laboratório na cidade de La Plata aproveitou a exibição de vacinas antirrábicas para ressaltar que "muitos jornalistas deveriam tomar esta vacina".

A relação de Cristina e seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), com a mídia sempre foi tensa. Nos últimos sete anos os Kirchners favoreceram grupos de mídia alinhados com o governo com publicidade oficial, pressionaram jornais críticos e aprovaram - em meio a denúncias de compra de votos - uma polêmica Lei de Mídia, que restringe a atuação dos canais de TV e redes de rádio.

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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Militantes do PT agridem José Serra e apedrejam van


Veja.com

Por Veja

A campanha presidencial atingiu seu ponto de mais baixo nível no início da tarde desta quarta-feira no Rio de Janeiro, com militantes petistas apedrejando a comitiva do candidato José Serra e causando tumulto no Calçadão de Campo Grande, na zona oeste da cidade. O candidato tucano chegou a ser atingido na cabeça por um rolo de fita adesiva arremessado por militantes com bandeiras do PT e um pastor da Assembléia de Deus levou uma vassourada na cabeça. “Parece tropa de assalto. Já houve várias vezes em São Paulo. O PT tem tropa de choque, é automático. Não sei se foi de propósito ou não. Lembra da tropa de choque nazista? Isso é típico de movimentos fascistas”, disse Serra, que chegou a interromper a caminhada.

A confusão começou pouco depois da chegada de José Serra a Campo Grande. O candidato chegou a caminhar por cerca de cinco minutos, mas foi cercado por manifestantes com cartazes com ofensas a ele – em alguns deles era chamado de “assassino” – e bandeiras do PT. Um grupo de cerca de 30 pastores da Assembléia de Deus improvisou um cordão de isolamento para proteger o candidato, mas a confusão já tinha se espalhado.

Comerciantes fecharam as portas e manifestantes atacaram a comitiva de Serra com bandeiradas e arremessando objetos. Chegaram a ser lançadas pedras contra a van em que estavam Serra e o candidato a vice, Índio da Costa.

Depois de atingido na cabeça, José Serra chegou a interromper a caminhada e entrou na van, mas poucos metros à frente desembarcou e voltou a andar a pé. O estrago, no entanto, estava feito. Com clima tenso, militantes acuados, a agenda na zona oeste do Rio perdeu o tom amistoso que marcou a campanha até então.

Uma mulher que fazia compras no calçadão afirmou ter ouvido dos manifestantes petistas que o movimento foi contratado. “Fui apanhada de surpresa. Passaram e me empurraram. Perguntei se precisavam fazer daquele jeito e um deles me respondeu: estamos sendo pagos para isso, para dar porrada”, disse a auxiliar de enfermagem Marcelhe Mattos, de 35 anos.

Ao tentar defender o candidato o pastor Paulo Cesar Gomes, 59 anos, foi ferido na cabeça por um cabo de vassoura. “Tentei interferir e levei a pior. Tomei uma vassourada”, contou.

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Jornalista ligado à campanha de Dilma confessa violação de sigilo de tucanos


Por Vannildo Mendes

Estadão Online

investigação da Polícia Federal aponta que o jornalista Amaury Ribeiro Jr. encomendou a quebra dos sigilos fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, da filha de José Serra, Verônica, do genro dele, Alexandre Bourgeois, e de outros tucanos entre setembro e outubro de 2009. De acordo com a PF, na época, o jornalista trabalhava no jornal Estado de Minas, que teria custeado as viagens dele a São Paulo para buscar os documentos. O jornalista participou do grupo de inteligência da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) em 2010, quando não tinha mais vínculo com o jornal mineiro. Esteve, inclusive, numa reunião em abril com a coordenação de comunicação da campanha petista para discutir a elaboração de um dossiê contra os tucanos.

Em depoimento que durou 13 horas na semana passada, Amaury confirmou que pagou R$ 12 mil ao despachante Dirceu Rodrigues Garcia, que trabalha em São Paulo. Mas não contou de onde saiu o dinheiro. Amaury disse à PF que decidiu fazer a investigação depois de descobrir que o deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) estaria comandando um grupo de espionagem a serviço de José Serra para devassar a vida do ex-governador Aécio Neves. Ele afirmou que deixou o jornal no final de 2009, mas deixou um relatório completo de toda a apuração, levando uma cópia consigo para futura publicação de um livro. Na sua versão, a inteligência do PT teria tomado conhecimento do conteúdo de sua investigação e o convidou para trabalhar na equipe de campanha de Dilma.

No ano passado, encomenda de Amaury foi repassada pelo despachante Dirceu Rodrigues Garcia ao office-boy Ademir Cabral, que pediu ajuda do contador Antonio Carlos Atella. Este último usou uma procuração falsa para violar os sigilos fiscais de Verônica Serra e seu marido, Alexandre Bourgeois, numa agência da Receita Federal em Santo André. Por conta da confissão, Amaury pode ser indiciado por corrupção ativa e co-autoria da violação do sigilo fiscal.

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É isso que o PT quer?


Por Estado de S.Paulo

Estadão Online

O enfraquecimento da economia venezuelana, em boa parte devido à política de estatização que o governo socialista de Hugo Chávez intensificou nos últimos anos, é um exemplo do que poderia acontecer com a economia brasileira se fossem transformadas em política de governo as teses antiprivatistas defendidas por militantes do PT e que vêm marcando a propaganda eleitoral da candidata Dilma Rousseff.

É contínua, e em alguns casos avassaladora, a perda de eficiência das empresas cujo controle foi transferido para o governo bolivariano de Chávez, que só em raras situações ressarciu adequadamente os antigos controladores. O mau desempenho da grande maioria das empresas estatizadas contribui para manter a atividade econômica do país no atoleiro e os preços em alta - a Venezuela tem o pior desempenho econômico da região desde o início da crise mundial.

A produção da siderúrgica Sidor, antes controlada pelo grupo argentino Techint, caiu 28% desde sua estatização em 2008, de acordo com reportagem do jornal Valor. A fabricante de alumínio Venalum, que gerou lucro de US$ 60 milhões no último ano sob controle privado (2005), agora estatal só gera prejuízos. A Bauxilum, que quando privada chegou a produzir 5,6 milhões de toneladas de bauxita por ano, em 2010, como estatal, só produzirá 3 milhões. No campo, dos 350 mil hectares desapropriados pelo governo em 2009, só 9,4 mil hectares estão sendo cultivados - ou seja, 97,3% continuam improdutivos, de acordo com um instituto de pesquisa privado.

Num curto, mas denso balanço da situação de seu país em 2009, o presidente da Federação das Câmaras e Associações de Comércio e Produção da Venezuela, Noel Álvarez, afirmou: "O ano termina com um colapso nos serviços públicos de água, luz, transporte e infraestrutura viária, uma queda na produção, um aumento no desemprego, intervenções em propriedades rurais e expropriação de empresa e aumento da insegurança pessoal e jurídica."

Era, na época, o retrato de um país cujas bases econômicas vinham sendo solapadas por uma política populista destinada a garantir a perpetuidade do caudilho no poder. Em 2010, essa política foi intensificada e, com a apertada vitória da situação na eleição de setembro - Chávez perdeu a maioria de dois terços necessária para a aprovação de mudanças legislativas importantes -, foi estendida com mais vigor para outras áreas, especialmente a de alimentos, politicamente muito sensível. Inversamente proporcionais ao avanço do Estado venezuelano sobre a economia, os resultados globais são cada vez piores.

Em 2010, só até agosto, as desapropriações do governo chavista atingiram 174 empresas privadas, a maior parte das quais pertence ao setor de fornecimento da indústria de petróleo e gás. Mas - como dissemos - a onda atual inclui também empresas da área de produção e distribuição de alimentos.

A explicação do governo para a ampliação da intervenção também nessa área foi a necessidade de evitar o desabastecimento, em razão da retenção indevida de estoques. Pode ser mera coincidência, mas o fato é que, em meados do ano, milhares de toneladas de alimentos importados pelo governo apodreceram nos contêineres parados nos portos controlados pelo Estado bolivariano, o que afetou a popularidade do caudilho e de seu partido.

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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Tesoureiro do PT é denunciado por formação de quadrilha

Jornal Estadão

Yahoo Notícias

O promotor de Justiça José Carlos Blat anunciou no começo desta tarde, perante a CPI da Bancoop na Assembleia Legislativa de São Paulo, que denunciou criminalmente à Justiça o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, por supostos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Blat informou aos deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga fraudes na Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, criada por um núcleo do PT na década de 1990. Ele também requereu a quebra de sigilo bancário e fiscal de Vaccari. A denúncia do promotor foi protocolada às 10h57 e será analisada pela 5ª Vara Criminal da capital paulista.

Vaccari foi diretor-administrativo da Bancoop e presidiu a cooperativa até março passado, quando afastou-se do cargo para assumir a função de tesoureiro do PT. O promotor investiga o caso Bancoop desde 2007. Na denúncia que apresentou hoje à Justiça, ele aponta "negócios escusos da Bancoop, durante a gestão Vaccari Neto, inclusive relacionados a campanhas eleitorais".

Blat suspeita que recursos que teriam sido desviados da cooperativa abasteceram campanhas do PT. Segundo ele, a empresa Germany, fornecedora da Bancoop teria movimentado R$ 50 milhões por meio de caixa 2.

Resultado de investigação sobre esquema de Erenice ficará para depois da eleição


Veja.com

Por Luciana Marques e Gabriel Castro

O governo manobrou nos bastidores e, silenciosamente, adiou todas as investigações envolvendo a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, para depois do segundo turno das eleições. Questionada sobre o caso no debate da RedeTV, no último domingo, a candidata do PT, Dilma Rousseff, havia dito que tudo estava sendo investigado. E continuará sendo, pelo visto por muito tempo, sem que se tenha conclusões antes que os eleitores voltem às urnas, no próximo dia 31 de outubro.

Casa Civil - A primeira a ser "adequada" ao calendário eleitoral foi a sindicância aberta pela Casa Civil para investigar o esquema de aparelhamento do estado operado pela ex-ministra Erenice Guerra na pasta. Uma portaria publicada na edição desta segunda-feira do Diário Oficial da União prorrogou por mais 30 dias os trabalhos de investigação.

O prazo inicial para que a comissão apresentasse suas conclusões sobre o esquema de tráfico de influência montado por Erenice e pelos filhos dela, Israel e Saulo Guerra, terminou no domingo. O ministro interino da pasta, Carlos Eduardo Esteves Lima, não recebeu nenhum relatório. Com a prorrogação, a decisão do ministério sobre o caso só será conhecida depois do segundo turno da eleição presidencial.

Presidência -No caso da Comissão de Ética da Presidência, que também investiga o caso Erenice, bastou o adiamento de uma reunião que estava marcada para esta segunda-feira. A nova data do encontro ainda não foi definida, mas no calendário oficial a próxima reunião está prevista para o dia 8 de novembro. É mais um inquérito sobre tráfico de influência envolvendo familiares de Erenice que deve ficar para depois do segundo turno das eleições. A ex-ministra já apresentou sua defesa, que está sendo analisada pelo relator do caso, Fábio Coutinho.

Há uma expectativa de que o órgão também apure a conduta de Vladimir Muskatirovic, chefe de gabinete da Casa Civil. Em reportagem publicada por VEJA nesta semana, o deputado federal Roberto Rocha (PSDB) relata ter sido extorquido por Vladimir, que exigiu 100 mil reais para que o governo autorizasse uma mudança societária em uma TV que tem o deputado como um dos sócios.

Polícia Federal – Nem a Polícia Federal (PF) escapou dos efeitos do calendário eleitoral. Os depoimentos sobre o caso Erenice também estão parados. O delegado responsável pela apuração, Ruberval Vicalvi, pediu à Justiça Federal um prazo maior para finalizar a investigação. Nesta segunda-feira, o inquérito voltou para PF com o pedido de prorrogação de 30 dias aceito pelo juiz. Por enquanto, nenhum depoimento está marcado para esta semana e a ex-ministra só deve ser ouvida depois do pleito.

Na última sexta-feira, a Polícia Federal copiou os arquivos de cinco computadores da Casa Civil, usados por Erenice e alguns assessores. Também foram copiadas uma máquina dos Correios – onde o ex-diretor Marco Antônio de Oliveira trabalhava – e da Terracap, empresa em que Israel Guerra, filho da ex-ministra, era empregado.

domingo, 17 de outubro de 2010

Aliado de Dilma é suspeito em fraude, diz revista


Por Estado de S. Paulo

Estadão Online

Empresa subordinada à Eletrobrás teria sido usada para concessão de garantias de empréstimo externo para empresa privada de forma fraudulenta, de acordo com reportagem da revista "Época".

Por trás do esquema, aponta a revista, estaria Valter Luiz Cardeal Souza, presidente do Conselho de Administração da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), ligado política e profissionalmente à candidata petista Dilma Rousseff.

O banco de fomento controlado pelo governo da Alemanha Kreditanstalt für Wiederaufbau (KFW) estaria movendo um processo por danos materiais e morais contra a CGTEE por causa de um empréstimo internacional no valor de 157 milhões para a construção de sete usinas de biomassa de geração de energia no Rio Grande do Sul e no Paraná. A CGTEE teria dado as garantias ao banco de fomento alemão, em março de 2005, para a empresa Winimport construir as usinas.

A reportagem revela que, em 2007, quando a Winimport deixou de quitar parte do financiamento, o KFW procurou a CGTEE para cobrar as garantias e foi informado de que a estatal não tinha conhecimento desse aval. A Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe empresas do governo de serem fiadoras de empréstimos internacionais a empresas privadas.

Investigação da Polícia Federal, iniciada naquele ano e denominada de Operação Curto-Circuito, teria constatado fraude nas garantias, sumiço do dinheiro e envolvimento de nove pessoas. Elas respondem a processo por formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa e estelionato. O nome de Cardeal não consta entre os acusados no processo.

De acordo com a revista, que teve acesso ao processo do KFW contra a CGTEE, o banco alemão "afirma ter evidências de que Cardeal teria conhecimento, desde o início, da emissão de garantias ilegais e fraudulentas", para que as empresas privadas brasileiras obtivessem o empréstimo. Teria afirmado ainda, na ação, que a então ministra Dilma Rousseff teria tomado conhecimento do contrato em 30 de janeiro de 2006, durante um seminário, em Frankfurt, sobre investimentos em infraestrutura e logística no Brasil.

A reportagem informa que a assessoria de Dilma confirma a participação no seminário na Alemanha, mas nega ter visto apresentação sobre o negócio. Das sete usinas que seriam construídas, três pela Winimport e quatro pela empresa Hamburgo, cinco nunca teriam saído do papel e as outras duas estariam abandonadas, segundo a Época. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já teria multado a Winimport por atraso no cronograma de uma das usinas.

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10 RAZÕES PARA REJEITAR O SOCIALISMO


Por Gustavo Antonio Solimeo

Sacralidade

1. Socialismo e comunismo são a mesma ideologia

O comunismo não é senão uma forma extrema de socialismo. Do ponto de vista ideológico, não há diferença substancial entre os dois. Na verdade, a União Soviética, um país comunista, chamou-se “União das Repúblicas Socialistas Soviéticas” (1922-1991) e igualmente a China comunista, Cuba e Vietnã se definem como nações socialistas.
2. O socialismo viola a liberdade pessoal
O socialismo visa eliminar a “injustiça” pela transferência de direitos e responsabilidades dos indivíduos e das famílias ao Estado. No processo, o socialismo realmente cria injustiças. Ele destrói a verdadeira liberdade: a liberdade de decidir todas as questões que estão dentro da nossa própria competência e de seguir o curso mostrado pela nossa razão, nos limites das leis morais, incluindo os ditames da justiça e da caridade.
3. O socialismo viola a natureza humana

O socialismo é anti-natural. Ele destrói a iniciativa pessoal — fruto do nosso intelecto e livre arbítrio — e o substitui pelo controle do Estado. Ele tende ao totalitarismo, com a repressão do governo e da polícia, onde é aplicado.

4. O socialismo viola a propriedade privada
O socialismo apela à “redistribuição da riqueza”, tirando dos “ricos” para dar aos pobres. Impõe impostos que punem aqueles que foram capazes de tirar o maior partido dos seus talentos produtivos, capacidade de trabalho ou hábitos de poupança. Ele utiliza a tributação para promover o igualitarismo econômico e social, um objetivo que será plenamente alcançado, de acordo com o Manifesto Comunista, com a “abolição da propriedade privada”.

5. O socialismo se opõe ao casamento tradicional

O socialismo não vê nenhuma razão moral para se restringirem as relações sexuais ao casamento, isto é, uma união indissolúvel entre um homem e uma mulher. Além disso, como ficou dito, o socialismo mina a propriedade privada, o que Friedrich Engels — fundador do socialismo e do comunismo modernos, juntamente com Karl Marx — considerava como o fundamento do casamento tradicional.

6. O socialismo se opõe ao direito dos pais na educação

O socialismo quer que o Estado, e não os pais, controle a educação dos filhos. Quase desde o nascimento, as crianças devem ser entregues a instituições públicas, onde lhes será ensinado o que o Estado quer, independentemente dos pontos de vista dos pais. A teoria da evolução deve ser ensinada [em oposição à doutrina da origem dos seres por criação]. A oração deve ser proibida nas escolas.

7. O socialismo promove a igualdade radical

A suposta igualdade absoluta entre os homens é o pressuposto fundamental do socialismo. Por isso, ele vê qualquer desigualdade como injusta em si mesma. Assim, os empregadores privados são retratados como “exploradores”, cujos lucros realmente pertencem a seus empregados. Como conseqüência, rejeitam o sistema assalariado.

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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Brasil dividido, poder covarde


Por Juarez Dietrich

Instituto Millenium

A serpente paralisa a presa ao lhe capturar o olhar, hipnotizando-a, para dar o bote final. É um poder covarde, que não permite chance de defesa. Chama-se feitiçaria – “sedução, encanto”.

O mapa do resultado eleitoral confirmou que o Brasil está dividido em dois territórios – Sul e Norte. Lula, o feiticeiro, fez esta divisão. E mandou sua PAC-Man Dilma colher as presas com sua Bolsa.

É uma divisão nunca vista antes neste País. Produziu ainda, nos dois lados, variados graus de distorção perceptiva na população – a presa. Graus de maior ou menor hipnose, digamos. Tudo sem Política, sem entendimento. Só um dinheirinho, muita propaganda, alguma sorte, e o carisma de Lula – a tal feitiçaria que captura a visão e paralisa a vitima.

Agora temos duas nações perfeitamente inimigas uma da outra. Lula usou suas tradicionais armas biológicas: estômago, fígado e coração. A fome, a raiva e a emoção. É sua estratégia de dominação em lugar da velha e superada luta de classes, que só os nossos caiçaras e tupinambás ainda cultivam.

Está tudo dominado. A qualquer momento, nada nesta mão, nada nesta outra e, do nada, paralisam a indústria, invadem o campo, fecham o comércio, quebram bancos e aterrorizam cidades, como em São Paulo, 2006. (“Nada nesta mão” é do Sardenberg, em artigo que aponta os truques contábeis do governo para criar recursos financeiros fictícios.)

Há os totalmente enfeitiçados que não conseguem ver a realidade porque ela é feia, aterrorizante; outros, menos enfeitiçados, consideram Serra “competente, mas sem carisma”; e outros, que ele é muito “cerebral”. Claro, diante do feitiço, é muita racionalidade. Nas extremidades há um amálgama perverso – a patologia latina, gostar da velha e pueril conversa do ex-petista Plínio, nosso Fidel quatrocentão, sobre “igualdade”. O PT gosta muito desta ferramenta, que usa para seu alpinismo. Só que Marina acabou levando os votos de Plínio.

Lula e o PT encheram de razão a falta de razão e de informação. Agiram corporativamente como quem governa a Gaviões da Fiel, só que com um pragmatismo da China. Diminuíram o entendimento da população que, “pelo alto grau de empobrecimento, é conduzida a pensar pelo estômago, e não pela cabeça” (Lula, no ano 2000, falando sobre o que é hoje a Bolsa Família e o voto consciente). Enfeitiçaram o povo com “bijuteria e espelho” (ainda Lula) e muita propaganda – sem politização como nunca antes neste Pais.

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Petrobras dispara com avanço de Serra em pesquisas


Portal Exame

Por Alexander Cuadros

A Petróleo Brasileiro SA teve hoje a maior alta em duas semanas depois que pesquisas eleitorais mostraram que o candidato do Partido da Social Democracia Brasileira à Presidência, José Serra, aproximou-se da candidata do Partido dos Trabalhadores, Dilma Rousseff, nas intenções de voto para o segundo turno.

A Petrobras subiu 2,8 por cento, para R$ 26,44, a maior alta para o fechamento nas últimas duas semanas. O petróleo caiu 0,4 por cento em Nova York.

O ex-governador de São Paulo está 4,6 pontos percentuais atrás de Dilma, de acordo com a pesquisa Sensus divulgada hoje pela Confederação Nacional dos Transportes. Na votação final do primeiro turno, a vantagem da ex-ministra-chefe da Casa Civil foi de 14 pontos sobre Serra.

Investidores, receosos de que Dilma possa usar a Petrobras para que o governo atinja suas metas sem se preocupar com os lucros da empresa, podem estar apostando na vitória de Serra, segundo a Deltec Asset Management, a Teórica Investimentos e a Spinelli Corretora.

"Há um empate técnico", disse Max Bueno, analista da Spinelli em São Paulo. "Isto pode ser visto positivamente. Ele não é somente menos intervencionista; Serra teria mais responsabilidade fiscal e cortaria despesas."

Serra ficou com 47,7 por cento das intenções de voto, enquanto Dilma teve 52,3 por cento, na pesquisa Sensus com 2.000 pessoas feita entre os dias 11 e 13 de outubro. O levantamento tem uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais. No primeiro turno, Serra teve 33 por cento dos votos e Dilma, 47 por cento. Outras pesquisas feitas nos últimos dias pelo Ibope, Datafolha e Vox Populi também mostraram um crescimento da candidatura de Serra.

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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Saiba como Dilma Roussef ajudou a privatizar a CRT no RS


Por Políbio Braga



Bem ao contrário do que trombeteiam seus programas eleitorais na TV, a candidata do PT a presidente, Dilma Roussef, trabalhou durante toda a sua primeira administração como secretária gaúcha das Minas e Energia (1.12.1993 A 2.1.1995) no governo do PDT, para privatizar a CRT, a Companhia Riograndense de Telecomunicações. Quando saiu do governo, foi contratada pela RBS para ajudar a conceber a aliança com a Telefônica de Espanha para privatizar a CRT.

. Durante o governo do PDT, que foi de 1991 a 1994, a mando de Dilma Roussef, seu então subordinado, o presidente da CRT, Milton Zuanazzi, homem que ela levaria no governo Lula para a Anac, fez várias viagens a Santiago para afivelar o negócio com a CTC, a Companhia Telefônica do Chile, então controlada pela Telefônica de Espanha.

. O negócio não saiu.

. É que o governador Alceu Collares, também do PDT, como Dilma Roussef, já tinha assinado um protocolo intenções com a Stet, na época a estatal telefônica da Itália, mais tarde privatizada e transformada em TIM. O governo chegou a iniciar negociações com a RBS para interessá-la a se associar à Stet e assumir a CRT, mas o presidente Nelson Sirotsky tinha outros planos e disse ao interlocutor que o procurou, logo após farto almoço que ambos mantiveram na própria sede do grupo gaúcho (o interlocutor tinha acabado de regressar de Havana, onde verificou de que modo a Stet passara a operar uma fração dos serviços telefônicos locais, por concessão do governo comunista de Fidel Castro):

- Se for para comprar a CRT, eu compro sozinho e não preciso dos italianos.

. Ao bater de frente com o próprio governador Alceu Collares, Dilma Roussef e o presidente da CRT pagaram caro pela ousadia. Zuanazzi foi demitido com desonra da CRT.

. O negócio que o governo pensava tocar com a Stet, era complicado, envolvia emissão de debêntures conversíveis em ações e acordo de acionistas, porque a Lei de Privatizações ainda não tinha sido editada, o que só aconteceu no governo FHC.

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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Ídolos do PT são tão cínicos e corruptos quanto coronéis do NE, diz repórter alemão


Livraria da Folha

Folha Online

Hoje em dia, a classe média costuma zombar do português "errado" do presidente, costuma rir de suas metáforas desajeitadas e sem graça, de suas "gafes" desastradas em discursos oficiais ("Quem chega a Windhoek não parece que está num país africano, tudo aqui é tão limpo e ordeiro"). Outros reclamam do famoso escândalo do "Mensalão", o esquema de pagamento de propinas patrocinado pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Deputados oposicionistas recebiam uma "mesada" para votarem a favor do governo em decisões importantes. Era um verdadeiro salário "por baixo do pano". A maioria dos "companheiros" de Lula na liderança política (inclusiva o poderoso José Dirceu, ex-militante esquerdista, ex-deputado e ex-chefe da Casa Civil) foram envolvidos no escândalo e tiveram que renunciar.

Para Lula e "seus companheiros", o prejuízo político desse esquema de corrupção foi enorme. Afinal, o PT e seus líderes não representavam só os sindicatos e classe trabalhadora. A classe média e os funcionários públicos também votaram no PT, pois encarnavam um Brasil novo e democrático que já não tinha nada a ver com os antigos clãs políticos. Por isso, todos ficaram muito decepcionados ao perceber que os "ídolos da esquerda" brasileira eram tão cínicos, tão corruptos e tão sedentos de poder quanto os velhos "coronéis" do Nordeste ou os "dinossauros" da política, como o paulista Paulo Maluf.

José Dirceu, o homem que organizou a vitória de Lula em 2002, é uma figura emblemática. Tinha uma reputação lendária entre os intelectuais brasileiros. Segundo ele conta aos amigos íntimos sobre seu aprendizado político, seu lema na juventude era "matar ou morrer". À primeira vista, isso pode parecer um exagero. Hoje, Dirceu é um senhor de 64 anos, meio calvo, que usa óculos dourados e ternos elegantes. Mas, em 1968, o líder estudantil foi preso pelos militares. Saiu da prisão junto com outros esquerdistas, em troca da liberdade do embaixador norte-americano sequestrado. No exílio em Cuba, recebeu treinamento de guerrilha para a futura revolução brasileira. Depois de uma operação plástica no rosto feita por cirurgiões chineses, voltou secretamente ao Brasil com outros 28 "companheiros". Só oito deles sobreviveram ao primeiro ano da "Operação Primavera". Dirceu usava a identidade falsa de Carlos Henrique de Mello, comerciante de tecidos no interior do país. Casou-se e teve um filho. No dia da anistia política, em agosto de 1979, sua família soube tudo sobre sua identidade verdadeira. Dirceu voltou para Cuba e desfez a operação plástica. De novo no Brasil, começou sua segunda carreira política no Partido dos Trabalhadores, o PT.

Como presidente do PT, usou mão de ferro para unir um partido fragmentado em diversas facções em torno de uma ala de centro, chamada "Corrente Majoritária". O ex-guerrilheiro não se acanhou de costurar alianças com a casta política reacionária -pois, sem esse tipo de pacto, nada acontece no maior país da América Latina. E ainda conquistou um aliado importante para acalmar os receios da economia brasileira diante do esquerdista Lula: o vice-presidente José Alencar, justamente um empresário do ramo têxtil cuja empresa fica numa das regiões mais pobres e de salário mais baixo do país. Os estratagemas deram certo: Lula foi eleito em 2002 e Dirceu tornou-se chefe da Casa Civil.

O desastre aconteceu três anos depois: em 2005, Dirceu foi cassado em seu mandato como deputado federal. Antes disso, já tinha renunciado a todos os seus cargos no governo Lula. Os deputados chegaram à conclusão de que Dirceu era o cérebro do "Mensalão" - a máquina de corrupção do Congresso. Outros altos dirigentes do PT, implicados com as denúncias de corrupção, afundaram também no mar de lama. Hoje em dia, poucos fundadores do partido ainda têm uma reputação sem manchas. Exemplo disso é José Genoíno, ex-presidente do PT e deputado federal com votação recorde em várias eleições. Na única tentativa de organizar uma revolução no interior do Brasil, quase todos os seus companheiros de guerrilha foram massacrados pelos militares. Genoíno sobreviveu por um triz, foi torturado e amargou cinco anos de prisão. Depois disso, tornou-se um dos principais parlamentares do PT e hábil negociador da abertura democrática. Mas, em 2005, um assessor de seu irmão José Nobre Guimarães foi detido no aeroporto com 100.000 dólares escondidos na cueca. Genoíno teve de renunciar ao cargo de deputado e à presidência do partido.

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